No
mundo de hoje, tudo muda muito rapidamente. A notícia é instantânea, a
tecnologia de ontem já é obsoleta e o amanhã é pensado no hoje. E se o mundo
muda, mudamos também. Cada vez somos mais exigidos, cobrados e
profissionalizados. É preciso acompanhar as mudanças ou ficamos pra trás e nos
tornamos obsoletos. Porém, não podemos no esquecer que Deus nos fez com características
próprias e imutáveis, e nos colocou em lugares estratégicos para seus planos.
Neste caso, querer mudar para agradar ao mundo é um mal negocio.
Conta-
se a história de duas pulgas que conversavam sobre suas próprias limitações, buscando
uma forma de aprimorar suas características, quando uma delas concluiu: – Sabe qual é o nosso problema? Nós não
voamos, só sabemos saltar. Daí nossa chance de sobrevivência, quando somos
percebidas pelo cachorro, é zero. É por isso que existem muito mais moscas do
que pulgas. E então, elas
contrataram uma mosca como consultora, entraram num programa de reengenharia de
vôo e saíram voando.
Passado
algum tempo, a primeira pulga falou para a outra: – – Quer saber? Voar não é o suficiente, porque
ficamos grudadas ao corpo do cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do
que a velocidade da coçada dele. Temos de aprender a fazer como as abelhas, que
sugam o néctar e levantam vôo rapidamente. E
elas contrataram o serviço de consultoria de uma abelha, que lhes ensinou a
técnica do chega-suga-voa.
Funcionou,
mas não resolveu. A primeira pulga explicou por quê: Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por
isso temos de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não
estamos nos alimentando direito. Temos de aprender como os pernilongos fazem
para se alimentar com aquela rapidez. E um pernilongo lhes
prestou uma consultoria para incrementar o tamanho do abdômen.
Resolvido,
mas por poucos minutos. Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era
facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de
pousar. Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha:
–
Ué, vocês estão enormes! Fizeram
plásticas?
– Não, reengenharia. Agora somos pulgas
adaptadas aos desafios do século XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais
alimento.
–
E por que é que estão com cara de famintas?
–
Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um morcego, que vai nos
ensinar a técnica do radar. E você?
–
Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.
Era
verdade. A pulguinha estava viçosa e bem alimentada. Mas as pulgonas não
quiseram dar a pata a torcer: – Mas você não está preocupada com o
futuro? Não pensou em uma reengenharia?
–
Quem disse que não? Pensei, sim! E fui conversar com a minha avó, que tinha a
resposta na ponta da língua.
–
E o quê ela disse?
–
Não mude nada. Apenas sente no cocuruto do cachorro. É o único lugar que a pata
dele não alcança.
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