Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 100
- Editora Betel
Mateus - Lição 03
Comentarista: Bp. Manuel Ferreira
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Texto Áureo
Mateus 11:11
Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm
nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o
menor no Reino dos céus é maior do que ele.
Verdade Aplicada
João Batista foi a voz do que clama no deserto e abalou a todo Israel em
seus dias.
Textos de
Referência
Mateus 3:1-5
E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no
deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.
Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que
disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as
suas veredas.
E este João tinha o seu vestido de pelos de camelo, e um
cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel
silvestre.
Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e
toda a província adjacente ao Jordão.
A Voz e a Luz
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
O evangelista João abre seu
testemunho não deixando dúvidas quanto a origem divina de Jesus: - No princípio
era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Todas as coisas
foram criadas por Ele, e sem Ele nada que foi criado existiria. Nele estava a
vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandeceu na escuridão, mas a escuridão
não compreende a luz (João 1:1-4). A encarnação do próprio "DEUS" consumada em Jesus, é de fato, é evento grandioso demais para ser
entendido por mentes puramente naturais. É preciso uma revelação especial. E
exatamente por isso, João – o discípulo amado, faz uma poética introdução de seu homônimo, João – o Batista: - Embora ele não fosse a “LUZ”, veio para
apresentar a “LUZ” aos homens, afim de que saíssem da escuridão. Mateus, recorre
aos livros proféticos do Antigo Testamento para provar aos seus leitores que,
João – o Batista, era de fato, a “VOZ” predita, que anunciaria ao mundo a
chegada do Emanuel. João e Jesus, primos consanguíneos, formadores de discípulos inflamados, esmiuçadores de paradigmas, portadores da PALAVRA que mudaria o
mundo para sempre. Enquanto João escolheu o deserto como altar, Jesus honrava
sua família terrena levando uma vida pacata em Nazaré, ocupando como filho mais
velho, as atribuições do saudoso José no patriarcado da casa. Jesus ainda
estava encoberto pelo anonimato quando João se tornou uma figura pública de
grande destaque e influência. Porém, no tempo de Deus, João escolheria “diminuir”
para que seu primo mais ilustre pudesse “crescer”.
Desde a mais tenra idade, Jesus já se destacava como um exímio orador. Aos doze anos, deixou boquiaberta toda a cúpula da sinagoga em Jerusalém, explanando com propriedade o livro da lei para aos maiores mestres daquele tempo. O evangelista Lucas não apenas relata este fato, como testifica sobre o constante crescimento do menino, em graça e em conhecimento. (Lucas 2:41-52). Dentro da cultura judaica daquela época, um jovem estava apto a seguir sua vocação após os vinte anos de idade, mas apenas aos trinta, a sociedade passava a aceitar sua liderança. Jesus, como homem, respeitou milimetricamente esta questão cultural, e se lançou na vida publica apenas após completar seu trigésimo aniversário. Jesus era um frequentador assíduo da sinagoga, sendo reconhecido por seus pares como um Rabi, que significa “mestre” (João 13:13). Ele usava a Torá como base didática e sempre impressionou seus ouvintes por sua autoridade no falar. Mas foi somente a partir de seu batismo, que Jesus iniciou seu ministério pessoal, propondo uma revolução espiritual e oferecendo uma visão inovadora sobre o Reino de Deus, já que sua mensagem se expandia para além da fria letra da lei. Jesus cuidava em cumprir todos os preceitos estabelecidos por Moisés, mas almejava que seus ouvintes não amassem a Deus por uma ordenança legislativa, e sim com inteireza de coração. Sua pregação condenava veementemente o pecado, mas ao mesmo tempo acolhia calorosamente o pecador com braços misericordiosos. Jesus expunha as fragilidades do sistema religioso judaico, e apresentava o caminho prefeito para o Reino dos Céus, que nem sequer passava perto dos “atalhos” apregoados pelos líderes da religião judaizante.
A mensagem de Jesus, assim como a de João, era profunda, instigante, veemente, inquietante e afrontava diretamente inúmeros interesses pessoais de gente mui poderosa. Com isso, um grande grupo de religiosos influentes se posicionava publicamente contra o jovem pregador proveniente da pequena cidade de Nazaré. Jesus não se intimidou. A duração de seu ministério seria extremamente curta, e não havia tempo a se perder. Ele fazia valer sua popularidade para ajuntar ao seu redor as multidões, e as ensinava a amar ao Senhor e ao próximo, com toda a força da alma e com sinceridade de coração. João veio primeiro para expor as serpentes que estavam no meio da seara, e agora Jesus chegava para realizar uma grande colheita. Palavras de amor e justiça borbulhantes em um mesmo caldeirão. A VOZ e A LUZ, duas provas irrefutáveis da perfeição do planejamento divino para a redenção de toda humanidade (João 3:16)
Desde a mais tenra idade, Jesus já se destacava como um exímio orador. Aos doze anos, deixou boquiaberta toda a cúpula da sinagoga em Jerusalém, explanando com propriedade o livro da lei para aos maiores mestres daquele tempo. O evangelista Lucas não apenas relata este fato, como testifica sobre o constante crescimento do menino, em graça e em conhecimento. (Lucas 2:41-52). Dentro da cultura judaica daquela época, um jovem estava apto a seguir sua vocação após os vinte anos de idade, mas apenas aos trinta, a sociedade passava a aceitar sua liderança. Jesus, como homem, respeitou milimetricamente esta questão cultural, e se lançou na vida publica apenas após completar seu trigésimo aniversário. Jesus era um frequentador assíduo da sinagoga, sendo reconhecido por seus pares como um Rabi, que significa “mestre” (João 13:13). Ele usava a Torá como base didática e sempre impressionou seus ouvintes por sua autoridade no falar. Mas foi somente a partir de seu batismo, que Jesus iniciou seu ministério pessoal, propondo uma revolução espiritual e oferecendo uma visão inovadora sobre o Reino de Deus, já que sua mensagem se expandia para além da fria letra da lei. Jesus cuidava em cumprir todos os preceitos estabelecidos por Moisés, mas almejava que seus ouvintes não amassem a Deus por uma ordenança legislativa, e sim com inteireza de coração. Sua pregação condenava veementemente o pecado, mas ao mesmo tempo acolhia calorosamente o pecador com braços misericordiosos. Jesus expunha as fragilidades do sistema religioso judaico, e apresentava o caminho prefeito para o Reino dos Céus, que nem sequer passava perto dos “atalhos” apregoados pelos líderes da religião judaizante.
A mensagem de Jesus, assim como a de João, era profunda, instigante, veemente, inquietante e afrontava diretamente inúmeros interesses pessoais de gente mui poderosa. Com isso, um grande grupo de religiosos influentes se posicionava publicamente contra o jovem pregador proveniente da pequena cidade de Nazaré. Jesus não se intimidou. A duração de seu ministério seria extremamente curta, e não havia tempo a se perder. Ele fazia valer sua popularidade para ajuntar ao seu redor as multidões, e as ensinava a amar ao Senhor e ao próximo, com toda a força da alma e com sinceridade de coração. João veio primeiro para expor as serpentes que estavam no meio da seara, e agora Jesus chegava para realizar uma grande colheita. Palavras de amor e justiça borbulhantes em um mesmo caldeirão. A VOZ e A LUZ, duas provas irrefutáveis da perfeição do planejamento divino para a redenção de toda humanidade (João 3:16)
Antes de falar de
João
O Reino de Deus estava para ser imediatamente
manifestado em Israel em sua plenitude na pessoa e obra do próprio Messias.
Para esta grande chegada os homens precisavam preparar um caminho em seus
corações. Um longo tempo se passou desde o retorno de Jesus do Egito e o
estabelecimento da família em Nazaré. Enquanto Jesus ainda estava morando em
Nazaré. João apareceu no deserto da Judeia. Jesus nasceu numa família
estruturada. José era pai de coração de Jesus, pois este foi gerado pelo
Espírito Santo, e Maria a sua mãe. Jesus era sujeito a ambos (Lucas 2:51). Ele
tinha irmãos (Tiago, Jose, Judas e Simão) e irmãs (Marcos 6:3). Na falta de
José, Ele possivelmente ajudou cuidar do sustento deles, visto que falecera
antes do início de seu ministério público. Ou seja, Jesus, ao aprender a
profissão de carpinteiro, cumpriu com o dever de filho primogênito após o
falecimento de José, Isso se pode concluir por ocasião das bodas de Caná, posto
que ali José aparece (João 2:1-12). Antes de se revelar como o
Cristo, Jesus foi um exemplo também como pessoa. É claro que Mateus não explora
em nada esse assunto tão curioso, mas podemos constatar alguma coisa aqui e ali
nos outros evangelhos. Jesus não apenas exerceu a liderança de filho mais
velho, como também demonstrou uma vívida preocupação com Maria, sua mãe. Ali na
cruz, apesar de toda a dor, Ele não a negligenciou, mas pediu para que o Seu
discípulo João, irmão de Tiago, cuidasse dela (João 19:26-27).
Não temos detalhes sobre a vida do Senhor Jesus. O
que temos são noções breves do que lhe aconteceu com base nos outros
evangelhos. Infelizmente, é aí que os inimigos de Jesus de Nazaré de hoje
tentam lançar suas heresias para pôr em dúvida a sua divindade. Porém, com
certeza o que podemos afirmar é que Jesus em Nazaré se desenvolveu num lar
comum à sua época com sabedoria, graça e também fisicamente (Lucas 2:52). Ele
também aprendeu a ler e escrever na sinagoga (Lucas 4:16-17), e,
posteriormente, herdou a profissão de José (Marcos 6:3). Jesus era uma
criança diferente pelo fato de ser Filho de Deus, porém teve uma vida
completamente normal em seu desenvolvimento. Ele fazia tudo o que era comum a
um menino em sua época fazer. Frequentava a sinagoga de Nazaré, onde aprendeu a
ler e escrever. Jesus também ajudava seu pai na carpintaria como faziam os
meninos que acompanhavam os pais. Infelizmente, há certo desprezo pela figura
paterna em nossa sociedade e por isso tal coisa tem gerado muitos problemas e a
ira de Deus. Falta liderança estabelecida por Deus nos lares.
Jesus praticou a vida religiosa como qualquer
pessoa que nasceu no contexto de um lar judaico. Ele foi circuncidado ao oitavo
dia, em seguida foi apresentado no quadragésimo dia no templo. As crianças de
sua época eram encaminhadas à sinagoga, onde decoravam a Torá a partir dos
cinco anos. Ali também aprendiam a ler e escrever. Aos treze anos, o rapaz se
tornava homem, ou seja, era lhe declarado a maioridade em uma cerimônia
especial, chamada bar-mitzvá, que significa “filho da Lei”. Os judeus se
reuniam em assembleia na sinagoga e o menino lia um trecho da Lei de Moisés.
Este evento era celebrado com grande alegria. Jesus também orava e participava
das festas religiosas com a sua família. Jesus participava da vida comum
de seu povo. Ele não vivia como um eremita, mas era uma pessoa bastante
conhecida desde a sua infância em Nazaré. Nesse sentido, Jesus Cristo passou
por todas as etapas comum aos meninos e jovens onde residia, isto é, indo a
sinagoga e participando das festividades em Jerusalém.
João, o maior entre
os Profetas
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Predito por Isaías com 700 anos de antecedência, e
posteriormente confirmado por Malaquias, o nascimento de João foi sem dúvidas,
a realização de um grande milagre. Seus pais já estavam em idade bastante
avançada quando um anjo apareceu para Zacarias enquanto este oferecia incenso
no templo, e anunciou que ele finalmente
seria pai, e que seu filho seria o precursor do Messias. O velho sacerdote foi
tão impactado pela visão angelical, que acabou perdendo a fala.
Zacarias era sacerdote e sua esposa Isabel pertencia a sociedade
das “Filhas de Arão”, também provindas de linhagem sacerdotal. Durante a
miraculosa gestação, Isabel se hospedou na casa de Maria, com a qual tinha
parentesco, e que também já estava gestante de Jesus. No encontro,
enquanto as mães eram visitadas pelo Espírito Santo, João se agitou no ventre,
como se já reconhecesse seu “primo” como o prometido Salvador. Na interpretação
de estudiosos do evangelho de Lucas, João (cujo nome fora indicado pelo anjo),
foi nazireu de nascimento. O voto dos nazireus os restringia de beber vinhos ou
qualquer outra bebida forte, também deveriam deixar o cabelo crescer e não
deveriam aparar a barba. João, porém, escolheu um caminho ainda mais asceta,
vivendo de forma resignada no deserto. Após a morte de seus pais, João iniciou
seu ministério público na Judéia, conclamando os judeus ao arrependimento, pois
deveriam estar preparados para a chegada do Messias. Sua figura era pitoresca,
mas a mensagem que trazia era ainda mais impactante. João passou a habitar no
deserto, se alimentando exclusivamente de gafanhotos e mel silvestre. Suas
vestes eram feitas de pele de camelo e cingidas por um cinto de couro.
- Raça de Víboras – Exclamava ele a seus ouvintes. – Quem ensinou vocês a fugirem da ira que está chegando? Com esta indagação inquietante, João iniciava seus discursos cada vez mais populares. Sua pregação era toda centralizada num chamado para a produção de “frutos de arrependimento”. João se identificava como sendo a “voz que clamaria no deserto” anunciada pelos profetas. João ensinava seus discípulos a não se apegarem ao fato de serem filhos de Abraão, pois até mesmo das pedras, Deus poderia constituir uma nova família. Segundo ele, o machado já estava posto na raiz para cortar toda árvore infrutífera e lançá-la ao fogo. Porém, este discurso duro e incisivo convergia rapidamente para uma mensagem de fé e esperança: - Eu batizo vocês com água para arrependimento, mas depois de mim virá alguém, e Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo. E eu não sou digno nem mesmo de amarrar seus sapatos (Mateus 3:7-11). Apesar da enorme humildade de João, foi Jesus quem o procurou para também ser batizado. Centenas de pessoas procuram João diariamente para descer as águas batismais, após confissão de pecados. O batismo era um rito já praticado no judaísmo, porém João encontrou no gesto de submergir uma pessoa em águas, uma forma de externar arrependimento e realizar uma confissão pública de fé, fosse o candidato judeu ou gentil. Com isso, recebeu o título pelo qual é até hoje lembrado: “João, o Batista”.
Embora Jesus não precisa passar por este procedimento, fez questão que João o batizasse, afim de cumprirem a justiça de Deus. Durante a cerimônia, João viu os céus abertos e o Espírito repousar sobre Jesus em forma de pomba, enquanto a voz de Deus bradava: - Este é meu filho, e nele tenho prazer. Acredita-se que João tenha tido cerca de trinta discípulos, os quais orientou a seguir Jesus. Entre eles, dois se destacaram entre os doze apóstolos: João e André. Sobre seu “primo”, Jesus testificou que entre os nascidos de mulher, João era o “maior” (Mateus 11:11), superior a todos os profetas que o antecederam. O que destaque João numa galeria tão distinta, é que homens como Isaías e Miquéias apontavam para o Messias vindouro, e João, apresentou o Cristo presente. Assim que foi batizado por João, Jesus se dirigiu ao deserto onde durante quarenta dias foi bombardeado por todo tipo de provação. Após ser tentado no deserto, Jesus retornou a Betânia para iniciar seu ministério público, e ao avistá-lo, João testificou dizendo: – Aí está o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:36). Esta foi a primeira indicação publica de que Jesus era o Messias Prometido, e coube a João, a honra de apresentá-lo ao mundo.
- Raça de Víboras – Exclamava ele a seus ouvintes. – Quem ensinou vocês a fugirem da ira que está chegando? Com esta indagação inquietante, João iniciava seus discursos cada vez mais populares. Sua pregação era toda centralizada num chamado para a produção de “frutos de arrependimento”. João se identificava como sendo a “voz que clamaria no deserto” anunciada pelos profetas. João ensinava seus discípulos a não se apegarem ao fato de serem filhos de Abraão, pois até mesmo das pedras, Deus poderia constituir uma nova família. Segundo ele, o machado já estava posto na raiz para cortar toda árvore infrutífera e lançá-la ao fogo. Porém, este discurso duro e incisivo convergia rapidamente para uma mensagem de fé e esperança: - Eu batizo vocês com água para arrependimento, mas depois de mim virá alguém, e Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo. E eu não sou digno nem mesmo de amarrar seus sapatos (Mateus 3:7-11). Apesar da enorme humildade de João, foi Jesus quem o procurou para também ser batizado. Centenas de pessoas procuram João diariamente para descer as águas batismais, após confissão de pecados. O batismo era um rito já praticado no judaísmo, porém João encontrou no gesto de submergir uma pessoa em águas, uma forma de externar arrependimento e realizar uma confissão pública de fé, fosse o candidato judeu ou gentil. Com isso, recebeu o título pelo qual é até hoje lembrado: “João, o Batista”.
Embora Jesus não precisa passar por este procedimento, fez questão que João o batizasse, afim de cumprirem a justiça de Deus. Durante a cerimônia, João viu os céus abertos e o Espírito repousar sobre Jesus em forma de pomba, enquanto a voz de Deus bradava: - Este é meu filho, e nele tenho prazer. Acredita-se que João tenha tido cerca de trinta discípulos, os quais orientou a seguir Jesus. Entre eles, dois se destacaram entre os doze apóstolos: João e André. Sobre seu “primo”, Jesus testificou que entre os nascidos de mulher, João era o “maior” (Mateus 11:11), superior a todos os profetas que o antecederam. O que destaque João numa galeria tão distinta, é que homens como Isaías e Miquéias apontavam para o Messias vindouro, e João, apresentou o Cristo presente. Assim que foi batizado por João, Jesus se dirigiu ao deserto onde durante quarenta dias foi bombardeado por todo tipo de provação. Após ser tentado no deserto, Jesus retornou a Betânia para iniciar seu ministério público, e ao avistá-lo, João testificou dizendo: – Aí está o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:36). Esta foi a primeira indicação publica de que Jesus era o Messias Prometido, e coube a João, a honra de apresentá-lo ao mundo.
João, a voz do que
clama no deserto
João, a “voz do que clama no deserto”, rompeu com
um silêncio profético de quatrocentos anos. Ele veio preparar os corações para
a chegada do Messias, por isso denunciava os pecados, advertia-os frontalmente
do juízo vindouro e pregava a promessa de um glorioso batismo de fogo. Ele foi um
homem que desempenhou o seu ministério de modo brilhante e fora do normal, como
cumprimento do que dissera o profeta Isaías (Mateus 3:3 / Isaías 40:3-4). João
era um homem resignado e por isso morava no deserto. Ele se vestia de peles de
camelo e se alimentava de mel silvestre (Mateus 3:4). Era como a luz que
brilhava em meio as densas trevas. João denunciava o pecado de quem quer que
fosse: pessoas comuns, publicanos, militares, sacerdotes, etc. Nem mesmo
Herodes Ântipas, aquele que tomou por esposa a mulher de seu irmão Filipe, foi
poupado (Lucas 3:19). João Batista foi o mensageiro profetizado que prepararia
o caminho, o Elias que deveria vir e veio (Mateus 11:10-14). A resignação e a
palavra profética que tornaram João Batista o maior vulto que precedeu ao
Senhor Jesus Cristo no Novo Testamento. Convém frisar que a vida de João
Batista foi cumprimento profético anunciado por Isaías e que, de maneira
inteiramente resignada, ele cumpriu o seu chamado.
A mensagem central de João era a chegada do Reino
de Deus. E ali, no deserto da Judeia, ele rompeu com o silêncio profético a fim
de preparar os corações para este momento. Muitos Judeus sabiam e sentiam em
seus corações que chegara um novo tempo acerca do qual deveriam estar
preparados. A mensagem de João foi tão incisiva, urgente preparatória como se
necessita hoje. Esta mensagem tinha três aspectos: o arrependimento a ser
demonstrado com frutos dignos dessa atitude mental e comportamental (Mateus 3:2-8);
a severa advertência do juízo e castigo vindouro aos impenitentes (Mateus 3:7);
e por último o anúncio do batismo de fogo (Mateus 3:11-12). A mensagem
principal de João Batista era a chegada do Reino de Deus. O Messias era uma figura
oculta prestes a se manifestar aos judeus com glória e verdade, mas que havia o
risco de ser rejeitado dado à ignorância e oposição do povo. Todavia essa
rejeição lhes traria terrível juízo divino. O Reino de Deus estava para ser
imediatamente manifesto em Israel em sua plenitude na pessoa e obra de nenhum
outro senão o próprio Messias, isto é, Jesus Cristo. Para esta grande chegada,
os homens precisavam preparar um caminho em seus corações através da mensagem
de arrependimento (Mateus 3:3).
Pessoas de todas as classes sociais buscavam a
João. Grande era a afluência de pessoas vindas de todas as partes de Israel à
procura dele, mas principalmente de Jerusalém e da circunvizinhança do Jordão
(Mateus 3:5). Mateus também fala de fariseus e saduceus que eram duramente
advertidos e chamados de raças de víboras, por serem resistentes e duros de
coração (Mateus 3:7-10). Qualquer um que lê a narrativa de Mateus fica surpreso
com a apresentação de João e de como ele era procurado. Porém os fatos não
param por aí, pois até mesmo o Senhor Jesus procurou João para ser batizado. O
plano divino era para todos, mas nem todos o acataram, como hoje também
acontece. Os fatos ocorridos envolvendo como protagonista João Batista não foram
fatos privados. Aquelas coisas sucederam publicamente e todas as pessoas
daquela época tomaram conhecimento disso. Por esse motivo, elas procuravam João
para serem batizadas. Porém, nem todos davam crédito a João e um fato triste
ilustra isso. Quando, posteriormente, o Senhor Jesus perguntou aos anciãos do
povo: “O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens?”, eles
responderam o seguinte: “não sabemos” (Mateus 21:25). Dessa forma, estava
caracterizado o desprezo pelas coisas de Deus. Devemos ter cuidado para não
desprezarmos o agir de Deus em nossa época.
João, fidelidade
até o fim
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Quando Herodes se casou com a própria cunhada Herodides,
esposa de seu irmão Felipe, João Batista, criticou publicamente os pecados da
casa real, causando desconforto no palácio. Embora a consciência cauterizada de
Herodes Ântipas I pouco se importasse com a repercussão das palavras do
profeta, ele acabou decretando sua prisão para acalmar os “ânimos” da casa.
João Batista foi preso em Peréia, acusado de incitar uma rebelião e levado a
fortaleza de Macaeros, onde permaneceu encarcerado por dez meses, até ser
condenado a morte. Após sua prisão, João Batista nunca mais pregaria em
público novamente. Enquanto Herodes o mantinha encarcerado para “evitar”
tumultos entre o povo, Herodides tinha planos bem mais aterradores. Durante um
banquete de aniversário, quando o rei já estava sob o efeito do vinho, aquela
mulher perversa fez com que sua filha Salomé (sobrinha de Herodes), adentrasse
ao salão e dançasse sensualmente para o tetrarca. Inebriado com a beleza da
moça, Herodes prometeu em público, que daria para ela qualquer presente que
pedisse. Devidamente instruída por sua mãe, Salomé pediu ao rei que a
presenteasse com a cabeça de João Batista numa bandeja de prata. Mesmo a
contragosto, Herodes cumpriu com sua palavra e ordenou a execução de João.
Nos meses em que esteve preso, João Batista viveu momentos
de terríveis convulsões emocionais. Por um instante chegou até mesmo a duvidar
de seu próprio ministério, quando pediu para que alguns de seus discípulos fossem
até Jesus em busca da uma confirmação de que Ele era mesmo o Cristo, ou se ainda
haveria outro por vir. João sabia que o Messias viria ao mundo para implantar
um Reino de Justiça, e agora, sendo ele mesmo uma peça fundamental deste reinado,
estava injustamente preso, aguardando que se cumprisse a infame
sentença capital. João se sentiu injustiçado, e talvez até tenha interpretado
que Jesus pouco se importava com esta condição, afinal, um homem que transformava água em
vinho poderia facilmente abrir as celas de uma prisão. Mesmo sendo o “maior”
entre os homens (Mateus 11:11), João não estava imune ao medo e a frustração,
tão inerente a condição humana. Ele havia dedicado sua vida em prol de uma causa
santa, e agora seria recompensado com a morte.
A resposta de Jesus aos discípulos de João não foi dada apenas com palavras, e sim com ações: Jesus respondeu: “Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se
escandalizar em mim (Mateus 11:5-6). Os discípulos voltaram maravilhados com o
que viram e ouviram, e compartilharam com João tudo o que Jesus estava fazendo.
E então, o seu coração arredio se apaziguou. João teve a
real compreensão do Reino dos Céus, e entendeu a plenitude de sua justiça.
Perfeita e atemporal. A morte não silenciou a mensagem do Batista, pois o
sucesso de seu ministério é evidenciado na obra do próprio Cristo, de quem fora
escolhido por Deus como antecessor. João morreu em paz, absolutamente
convencido que em Jesus, toda a sua vida havia valido muito a pena. Ele, João
foi o último profeta da Antiga Aliança, sendo o único que presenciou em loco o
pleno cumprimento das profecias messiânicas, além de participar ativamente do ministério
de Cristo, batizando-o no Jordão e até mesmo compartilhando discípulos. Em
João, se encerra o ministério profético do Antigo Pacto, e a profecia passa a
existir como dom.
A resposta de Jesus aos discípulos de João não foi dada apenas com palavras, e sim com ações: Jesus respondeu: “Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.
João e seu
ministério batismal
Dois eram os batismos anunciados por João. Um
batismo natural em água que cabia a João batizar e o outro sobrenatural que
apenas caberia a Cristo fazê-lo. E aí temos o ponto culminante com a chegada de
Jesus para receber o batismo em água. A palavra “baptizo” no grego
significa “mergulho”, ou seja, o que João quis dizer literalmente em Mateus 3:11
foi, “eu vos mergulho em água para o arrependimento”. O mergulhar aqui não
significa o arrependimento em si, mas um símbolo deste. Eis aí o motivo pelo
qual as igrejas pentecostais escolhem o batismo por imersão. O ato de batizar
é algo simbólico referente a uma postura espiritual. Ele em si não salva, mas é
um testemunho público do compromisso com o Senhor Jesus Cristo e a sua Igreja
na Terra. Quem se batiza demonstra obediência ao Senhor Jesus (Mateus 28:18-20).
O batismo por imersão, em nosso contexto pentecostal, exige o mínimo de
preparação, isto é, o discipulado dos novos convertidos, que nada mais é do que
o ensino e aprendizado das verdades basilares das Sagradas Escrituras, para que
o ato do batismo não seja simplesmente um banho ou um mergulho qualquer, mas um
compromisso assumido diante de Deus e da Igreja.
Quanto ao batismo sobrenatural há um quê de
profético nas palavras de João, pois de antemão ele anunciava algo além de seus
dias. Este batismo cabia àquele acerca do qual João não era digno de desatar as
suas sandálias cumprir. E era o batismo com o Espírito Santo e com fogo. Este
batismo é um mergulho sobrenatural no Espírito Santo e em seu fogo, a fim de
capacitar o cristão a tornar-se testemunha de Cristo. João Batista frisou: “Ele
vos batizará com Espírito Santo e com fogo”. Todos nós precisamos desse batismo
e João mesmo disse a Jesus: “eu careço de ser batizado por ti” (Mateus 3:14). João, o
Batista, ao identificar Jesus como Messias, queria imediatamente receber o
batismo com Espírito Santo e com fogo. Ele era um homem resignado, um profeta
destemido que denunciava o pecado do povo de Israel de seus dias. Se ele disse
que precisava ser batizado por Jesus, imagine nós hoje?
O Senhor Jesus saiu da Galileia à procura de João
para ser batizado. O batismo em água era para o arrependimento dos pecados.
Porém, no caso de Jesus tinha um sentido diferente, visto que Ele é o Filho de
Deus, gerado e nascido sem pecado. Assim, o seu batismo representa a Sua morte
e ressurreição em favor dos pecadores (João 12:23-24). Inicialmente, João
recusou batizar Jesus e disse a Ele: “Eu careço de ser batizado por ti, e vens
tu a mim?” Mas o Senhor disse-lhe: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir
toda a justiça”. Ao receber o batismo, o Senhor Jesus deixa–nos um precioso
exemplo para todos os Seus futuros discípulos. João depois de batizá-lo tem uma
grande confirmação, isto é, ele vê os céus abertos, vê o Espírito de Deus
descer sobre Jesus e ouve a voz de Deus dizendo-lhe: “Este é o meu Filho amado
em quem me comprazo.” O Senhor Jesus Cristo não precisava ser batizado. O batismo era e é para
pecadores arrependidos, caso este que não se aplica ao nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. Todavia, Jesus o fez para deixar o exemplo para todos nós.
Reforce para os alunos que o Batismo de Jesus Cristo tem um sentido profético
ligado a sua morte e ressurreição.
João, o homem
improvável
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley
Sem dúvidas, esta foi mais uma lição
sugestiva e produtiva, pois nos trouxe particularidades da vida de Jesus Cristo
e de João Batista, o precursor do mesmo. O profeta Isaías, em suas inúmeras
profecias, trás luz ao povo judeu sobre o que viria em dias futuros, e inclui
neste contexto a pessoa de João. A Bíblia o livro mais fantástico que existe,
pois nela temos relatos precisos do passado, um panorama real do presente e vislumbres
proféticos do futuro. As profecias bíblicas são enigmáticas, e mui precisas,
atraindo a atenção (e a curiosidade) de cristãos e não crentes também. Embora a Bíblia seja muitas vezes apontada como um livro, que numa primeira visão, pareça ser alegórico ou mera fantasia
da mente humana, ela vem ao logo dos séculos se mostrando viva e eficaz no que
concerne ao passado e ao futuro da humanidade. A Bíblia nunca ainda não errou, o que nos
da garantias de sua confiabilidade como nossa bússola para o amanhã. Por exemplo, evangelho de Mateus traz a narrativa de um
homem nada comum em seu tempo (seria incomum até mesmo na extravagância dos dias
de hoje); pela escolha de um modo de vida sem grande atratividade, contrariando
todo conceito preestabelecido para um profeta aguardado por tantos séculos, cujo ministério já fora predito com séculos de antecedência. E João é realmente um paradoxo para os profetas de hoje Primeiro, ele escolheu o lugar mais improvável como base ministerial, e que usualmente ninguém escolheria para iniciar um ministério: o deserto da Judéia. Não era
propriamente um deserto como o do Saara, pois nesta região corria as águas caudalosas
do Jordão um dos rios mais importantes de Israel. O estranho é que para alguém que
se dirigia as massas, João optou por um púlpito quase anônimo. A grande verdade
é que ele nunca ambicionou “ostentar”.
Mas foi ali junto das águas do rio
Jordão que João iniciou seu ministério de proclamar a chegada e a manifestação
do Reino de Deus. Conforme narra Mateus, naqueles dias, apareceu João Batista
pregando no deserto da Judéia, e miraculosamente, muitos se achegavam para
ouvi-lo. O segundo (e não menos importante), ponto de destaque, é que João veio
como o precursor do Messias. Ele não era “Luz”, mais veio para anunciar a
chegada da “Luz”, o Messias prometido e esperando. João sabia qual era sua
missão, e entendeu ao logo dos anos de preparo no deserto que ele, em si, não era o “Astro”,
o “Grande”, o “Maravilhoso”, o “Conselheiro”, o “Príncipe da Paz”. João tinha impregnado
na alma a sua real condição de servo, coadjuvante de uma história muito
maior. O que mais me fascina na vida de
João é a sua capacidade de assimilar as oportunidades, privilégios e ônus, que
sua missão lhe proporcionava. Ele demonstrou real lealdade, humilde e
capacidade de desenvolver sua tarefa em um lugar incomum e aquém do sucesso. Eu
o chamo de o “homem do improvável”. Como seria bom se todos nós, pregadores,
pastores, teólogos, mestres e doutores, fizéssemos um análise sincero, sem
hipocrisia, sem demagogia e sem medo, daquilo que chamamos de ministério
cristão hodierno. Se todos nós olharmos para o farol chamado João Batista, a
voz que clama no deserto, não seríamos este fracasso que, como “Igreja, estamos nos
tornando, representantes e precursores do Reino da Luz, vivendo cada dia mais
em escuridão.
Procuramos as glórias humanas e as
honrarias dos homens, nos alojamos nos templos religiosos com assentos
estofados e achamos que somos os tais. Queremos atrair os perdidos com as
nossas ideologias baratas compradas nas bancas do diabo, e ainda temos a pachorra
de bater no peito e dizer: nós somos a bola da vez. Queremos levar os perdidos
para Cristo com pregações genéricas e coloridas, e muitas vezes omitimos a
mensagem do Reino: - Arrependei- vos e
crede no evangelho porque o fim está próximo. Buscamos ludibriar aos homens
de nossa deficiência espiritual, com nossa incapacidade mental de entender que
só a verdade liberta, afinal, como diz João 8:32, “conhecereis a verdade é a
verdade vos libertará”. João Batista tinha um único propósito em sua vida, “ser
aquilo que ele veio para ser", ou seja, o precursor do Messias. Sua tarefa
era cumprir a tarefa.
Em terceiro lugar, João reconhecia
que Jesus era exatamente quem que as escrituras diziam ser. Ele compreendeu Jesus. Seu discurso
relatado por Mateus não deixa duvidas sobre esta convicção: - “Eu vos batizo com
água, mas, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais
poderoso do que eu”. João sabia quem era Jesus é fez questão de trazer luz à
mente de seus ouvintes, que ele (João) poderia ser capaz de grandes feitos, mas que o Todo Poderoso
(Jesus) viria após ele. Este detentor de todo poder, teria a capacidade de
batizar com Espírito Santo e com Fogo, um batismo transformador, e não apenas simbólico.
Inspirados na mensagem de João, precisamos urgentemente restaurar o lugar do
Todo Poderoso em nossos altares, no nosso ministério, e na nossa vida diária.
João carregava o peso da Glória do Messias, e mesmo assim, nunca precisou dos
grandes centros comerciais e urbanos de sua época, mas, as multidões iam ao
encontro dele no deserto. Um evangelho sustentado apenas sobre a própria Palavra.
Humildemente oremos: - Deus nos faça ver-
te como João te via. Amém.
Conclusão
Mateus fala da grandeza de João Batista. Seu
ministério foi fecundo e profético, encerrando dessa maneira a dispensação do
Antigo Testamento. O Senhor Jesus ao receber o batismo de João deixou-nos um
grande exemplo a ser obedecido.
A imagem que Mateus nos
apresenta de Jesus é a de um homem que nasceu para ser Rei. Sua intenção é
mostrar o senhorio de Jesus Cristo e que, com toda autenticidade, o Reino, o
poder e a glória são dEle. Mateus entrelaça o Antigo Testamento ao Novo, com a
preocupação de revelar aos judeus: que em Jesus se cumpriram todas as palavras
do profeta, que Ele é o Rei por excelência e o Messias de Seu povo. Para saber mais sobre as profundas
verdades existentes em cada linha deste evangelho, participe neste domingo, 17 de Julho de 2016, da Escola Bíblica
Dominical.
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