A
palavra “JOGO” vem do latim “JOCUS”, que significa “divertimento” ou
“brincadeira”. O ato de “jogar” pode ser entendido como uma atividade física ou
intelectual que integra um sistema de regras e define um indivíduo (ou um
grupo) vencedor e outro perdedor. Em resumo, para que exista um vencedor,
alguém precisa perder. O problema é que os seres humanos têm imensa dificuldade
em lidar com perdas. Então, algo que lhe deveria ser “divertido” e “prazeroso”,
por vezes, se torna motivo de dor e pesar.
Escavações
arqueológicas já descobriram em diversas partes do mundo, um tipo de dado
quadrado feito com pedaços de ossos de carneiro ou veado, usado numa espécie de
jogo bem primitivo. O mesmo objeto aparece em pinturas encontradas nas tumbas
egípcias que remontam a mais de 35.000 anos. Artefatos gregos também têm
gravuras de homens arremessando pedaços de ossos para dentro de círculos. Já na
idade média, os cruzados europeus desenvolveram diversos jogos envolvendo
“dados”, chamados pelos árabes de AL ZAHR, de onde se acredita, tenha derivado
a expressão “JOGOS DE AZAR”. A grande verdade é todas as civilizações
desenvolveram seus próprios jogos, propiciando a seus indivíduos,
entretenimento e desenvolvendo um senso de competição amigável. Porém, o
oportunismo e a ambição, modificaram drasticamente o comportamento de muitos
“jogadores”.
A
intenção por traz dos jogos passou de “divertimento” para obtenção de “lucro”.
E infelizmente, onde o dinheiro impera, o mal alastra suas raízes (I Timóteo
6:10).
Neste
contexto, o jogo pode ser definido como arriscar dinheiro na tentativa de
multiplicá-lo em algo que é contra as probabilidades. E se a Bíblia não faz
menções explícitas ao ato de “se jogar”, ela é incisiva na questão do
desperdício de dinheiro. Quem investe seu capital em jogos de azar ou bilhetes
de loteria, tem ínfimas possibilidades de retorno, e perde a chance de usar seu
dinheiro para algo mais proveitoso.
Mas
não se esqueça que também desperdiçamos nosso dinheiro quando assistimos a um
filme medíocre no cinema, realizamos um passeio desagradável, quando pagamos
por mais do que podemos comer, realizamos uma compra maior que nossa demanda ou
adquirimos um produto desnecessário.
Em
suma, o cristão precisa ser criterioso antes de investir o dinheiro que por
Deus lhe é confiado, exercendo com zelo a mordomia de suas finanças. O desejo
que ficar rico instantaneamente ou ganhar muito dinheiro sem fazer esforço é o
combustível das grandes jogatinas e das apostas mais arriscadas, e esta sim, é
uma motivação anti-bíblica (Gêneses 3:19).
Aliás,
o vício nasce exatamente da necessidade de se recuperar aquilo que se perdeu, e
com isso, ganhos irrisórios parecem justificar perdas astronômicas em mesas de
pôquer, máquinas caça níqueis, bingos e roletas. Uma verdadeira avalanche de
dívidas em decorrência de uma utopia que poderia ter sido evitada se a aposta
inicial não fosse feita. Mas existem outros meios de perder dinheiro com jogos
sem ao menos se dar conta dos prejuízos.
O
primeiro jogo desenvolvido para computador foi criado em 1958, nos Estados
Unidos, mas somente na década de 70, esta “diversão eletrônica” se tornou
realmente popular, com o sucesso comercial do Atari. Nesta época, surgem também
os ARCADES com fichas (fliperamas), que se tornam febre entre os jovens.
Especialistas já questionavam a influência deste tipo de jogo sobre seus
usuários.
Nos
anos 80, o vídeo game explode em vendas, entrando em muitos lares ao redor do
mundo. Em meados de 1996, os consoles caseiros e os computadores já tinham
hardware superior aos arcades. Os PCs com placas de vídeo 3D e os jogos via
internet/lan decretaram o fim de uma era. Atualmente, com inúmeras plataformas
(muito caras) lançando anualmente centenas de títulos no mercado (igualmente
caros), a indústria de jogos faturou cerca de U$$ 75.000.000.000 no último ano.
Gráficos
realistas, jogabilidade on line, roteiros cinematográficos e muita violência
explícita, são alguns dos motivos que atraem um número cada vez maior de ávidos
consumidores tencionados a investirem cada vez mais dinheiro em novas
tecnologias. Cientes
deste mercado voraz, diariamente são lançados jogos para todo tipo de aparelho
eletrônico, inclusive os disponibilizados dentro das redes sociais.
Obviamente,
a Bíblia não condena o “vídeo game”, até porque se trata de uma invenção do
século XX. Porém, a Palavra de Deus se mostra atemporal quando nos aconselha a
fugir de tudo que possa ser danoso a nossa índole, fé, moral e caráter (I
Tessalonicenses 5:22). Quem faz uso desta tecnologia para divertimento, precisa
ser extremamente disciplinado.
Proibir
qualquer tipo de jogo ao cristão é um autoritarismo desmedido que não se
sustenta em bases bíblicas. Por outro lado, não impor limites e criar
parâmetros, é ser omisso com um perigo real e danoso (I Coríntios 6:12).
É
preciso entender que um “jogo” é absolutamente trivial e descartável diante de
outras atividades com os quais estamos compromissados, seja com Deus, com nossa
família ou com a igreja.
Colaboração: Pb. Miquéias Daniel Gomes
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