Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 100
- Editora Betel
Mateus - Lição 05
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Texto Áureo
Mateus 4.18
E Jesus, andando junto ao mar da
Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as
redes ao mar, porque eram pescadores.
Verdade Aplicada
Jesus escolheu homens simples para que,
depois da Sua morte, através deles, o mundo fosse abalado.
Textos de Referência
Mateus 4:23-25
E percorria Jesus toda a
Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e
curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
E a sua fama correu por
toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias
enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos, e
ele os curava.
E seguia-o uma grande
multidão da Galileia, Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e dalém do Jordão.
Como raíz em terra seca
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
O primeiro testemunho público sobre
a divindade de Jesus foi proferido por João Batista, assim que Cristo passou
pelo teste da provação no deserto. Ele não apenas relatou a visão que tivera no
momento em que estava batizando Jesus, como também afirmou aos seus ouvintes
que Cristo era o Cordeiro de Deus que iria tirar o pecado do mundo (João
1:29-37). Mas nem todos compreenderam de imediato esta revelação, afinal,
conforme profetizado 700 anos antes por Isaías, nada de “muito especial” seria
percebido naquele homem em um primeiro olhar. Seu jeito era simples, seu rosto
era familiar demais para ser percebido. Ele havia nascido em uma pequena cidade
e sido criado em uma região sem maiores relevâncias. Sua profissão não era
nobre e seu nome extremamente comum. Enfim, aparentemente, nada se via naquele
carpinteiro de Nazaré que despertasse grande curiosidade em conhecê-lo
melhor. Ele era como uma pequena planta
sob o sol, debaixo da qual não se procura sombra. Ele era como raiz escondida
embaixo de uma terra seca, a qual poucos se aventuram em encontrar (Isaías
53:2).
Porém, assim que seus primeiros ouvintes começaram a repercutir suas palavras e testificar seus feitos, a fama de Jesus percorreu por toda aquela região. O ministério de Jesus era agregador, focava-se nos pobres e necessitados, tendo como objetivo prioritário “encontrar” as “ovelhas perdidas da Casa de Israel” (Mateus 10:6). A estratégia de Jesus sempre foi o “próximo”, e exatamente por isso ministrou seu primeiro sermão na cidade de Nazaré. Mas ali, sua pregação não foi bem aceita, e Jesus adotou a cidade de Cafarnaum como base ministerial. A duração de seu ministério seria extremamente curta, e não havia tempo a se perder. Jesus se fazia valer de sua popularidade para ajuntar ao seu redor as multidões, e as ensinava a amar ao Senhor e ao próximo, com toda a força da alma e com sinceridade de coração. A mensagem hipócrita dos religiosos era centralizada do próprio ego, e não lhes interessa a proliferação desta nova filosofia baseada em igualdade e liberalidade, então era precioso calar o opositor, e inúmeras foram as tentativas de fariseus e saduceus para silenciar a mensagem de Cristo.
Mas Jesus tinha algo especial, que o fazia ser melhor que seus autodenominados inimigos. Ele era o Filho de Deus, e suas palavras jamais soaram vazias ou pragmáticas, pois eram acompanhadas de sinais e prodígios maravilhosos. Seus feitos percorriam toda a terra, despertando o interesse de um número cada vez maior de pessoas para a mensagem do "Rabi Carpinteiro". E por mais que os religiosos tentassem ofuscar a grandeza do ministério e a importância da pregação de Jesus se valendo de palavras contra palavras, Cristo suplantava toda aquela casta opositora através do poder de Deus, que por ele se manifestava... Fica bem mais difícil desmerecer a pregação de um homem quando ele cura enfermos, abre olhos de cegos, transforma água em vinho e traz mortos de volta a vida
Porém, assim que seus primeiros ouvintes começaram a repercutir suas palavras e testificar seus feitos, a fama de Jesus percorreu por toda aquela região. O ministério de Jesus era agregador, focava-se nos pobres e necessitados, tendo como objetivo prioritário “encontrar” as “ovelhas perdidas da Casa de Israel” (Mateus 10:6). A estratégia de Jesus sempre foi o “próximo”, e exatamente por isso ministrou seu primeiro sermão na cidade de Nazaré. Mas ali, sua pregação não foi bem aceita, e Jesus adotou a cidade de Cafarnaum como base ministerial. A duração de seu ministério seria extremamente curta, e não havia tempo a se perder. Jesus se fazia valer de sua popularidade para ajuntar ao seu redor as multidões, e as ensinava a amar ao Senhor e ao próximo, com toda a força da alma e com sinceridade de coração. A mensagem hipócrita dos religiosos era centralizada do próprio ego, e não lhes interessa a proliferação desta nova filosofia baseada em igualdade e liberalidade, então era precioso calar o opositor, e inúmeras foram as tentativas de fariseus e saduceus para silenciar a mensagem de Cristo.
Mas Jesus tinha algo especial, que o fazia ser melhor que seus autodenominados inimigos. Ele era o Filho de Deus, e suas palavras jamais soaram vazias ou pragmáticas, pois eram acompanhadas de sinais e prodígios maravilhosos. Seus feitos percorriam toda a terra, despertando o interesse de um número cada vez maior de pessoas para a mensagem do "Rabi Carpinteiro". E por mais que os religiosos tentassem ofuscar a grandeza do ministério e a importância da pregação de Jesus se valendo de palavras contra palavras, Cristo suplantava toda aquela casta opositora através do poder de Deus, que por ele se manifestava... Fica bem mais difícil desmerecer a pregação de um homem quando ele cura enfermos, abre olhos de cegos, transforma água em vinho e traz mortos de volta a vida
O início do ministério
público de Jesus
Nesta
lição, estudaremos como Jesus deu início ao seu ministério público. Veremos
Jesus saindo do anonimato de uma carpintaria para depois de seu batismo atuar
pregando, ensinando e curando, até tornar-se extremamente popular. Todo início
de ministério profético ocorre a partir de um lugar e com uma mensagem clara.
Com Jesus não foi diferente. Depois de vencer a tentação, derrotando o diabo no
deserto, agora teria início o seu ministério na Galileia. Da Judeia, Jesus
retorna para a Galileia, assim que soube que João Batista foi preso. A
Galileia, que fica na região norte de Israel, era governada por Herodes Ântipas
e sua população era constituída de muitos estrangeiros e judeus mistos. Por
isso o profeta Isaías a chama de “a Galileia das nações”. Ao regressar, Jesus
passa em Nazaré, mas, de acordo com Lucas, o Seu testemunho não foi aceito lá
(Lucas 4:16-30). Por isso, Ele foi habitar em Cafarnaum, dando início ao seu
trabalho com êxito, exatamente no lugar profetizando e onde frutificou com um
maravilhoso discipulado. O fato de Jesus ter sido rejeitado e expulso de
Nazaré, a cidade onde fora criado, não o fez parar, mas o atraiu para o
cumprimento profético de Isaías. A região norte, de gente misturada,
constituída de estrangeiros e considerada atrasada, foi o campo fértil para o
desenvolvimento de seu ministério. Quando se tem um chamado, este deve ser
desenvolvido num ambiente dirigido por Deus. Quem desiste jamais terá êxito em
sua caminhada de fé.
Na
Galileia, região considerada de trevas, cujo povo estava assentado na região e sombra
da morte, a situação mudou, pois Jesus, a resplandecente Estrela da Manhã, anunciou
um novo dia por meio de sua pregação. Suas Palavras tocaram a muitas vidas
cansadas, corações feridos e gente sem esperança. Dessa maneira, através de suas
pregações, muitos veem de fato uma luz e se voltam para Deus. Sim, as palavras
de Jesus tocam com amor, fé e esperanças e senso de urgência para voltarem-se
para Deus e muitos voltam até hoje. Jesus foi rejeitado em Nazaré, mas Seu
ministério foi bem acolhido em Cafarnaum e adjacências à borda do mar da
Galileia. Perceba que Jesus se dirige a um povo sem qualquer visibilidade e
esquecido, que estava “assentado nas sombras da morte”. Quer lugar mais sem
esperança do que este? Porém é lá que as pessoas quebrantadas e se voltam para
Deus. Eis aí um clássico exemplo de amor para todos nós. É claro que devemos ir
a todos, mas as palavras do Evangelho são as que resgatarão as pessoas de seu
estado de morte para Deus.
Ao
chegar a Cafarnaum, que significa “Vila de Conforto” ou “Vila de Naum”, Jesus
não perdeu tempo, pois logo passou a pregar e a estar atento a possíveis
discípulos. Engana-se quem pensa que Jesus estava à procura de meros seguidores
ou simpatizantes para sua causa, porque Ele não estava. Seguidores Ele já tinha
vários, porém Jesus estava atento a discípulos, isto é, aqueles que comporiam a
Sua equipe de enviados. Esta equipe seria formada não por intelectuais ou
pessoas de grande projeção social, porém de indivíduos com elevada devoção,
firmes na decisão de servir a Deus (João 15:16). A ida de Jesus Cristo a
Cafarnaum trata-se de uma maravilhosa estratégia de missões. Ele vai entrar em
contato com o público que está em trevas, mas pronto para receber a Sua
Palavra. Ao contrário do que se pode pensar, Ele não estava e nem está à
procura de grandes públicos, mas de indivíduos que possam arder pela vontade de
Deus e pelo seu Reino.
Galileia, um lugar improvável
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley
A expressão Galileia vem do hebraico
(empregado desde o Antigo Testamento), גָּלִיל Galil, e significa "círculo" ou
"distrito", e refere-se a região onde Cristo concentrou sua pregação. O
profícuo ministério do mestre Jesus Cristo na região da Galileia não
é o mais desejável tema de seminaristas, preletores, renomados
pregadores e afamados mestres da teologia moderna. Afinal, este período da vida
de Cristo é uma aula sobre "a humildade" que grande parte dos
ministros de hoje já perderam. Sob a lente do evangelista
Mateus, vamos aqui nos deparar com fatos inusitados (e até mesmo inesperados)
por leitores e pesquisadores que procuram apenas o “inicio” de uma nova
religião, pois Jesus nunca intentou ser um líder religioso. A surpreendente
aparição de Jesus as margens do rio Jordão para ser batizado por João Batista
dá início a essa fantástica jornada que é a vida e a obra do Homem de Nazaré.
Jesus veio para cumprir os desígnios do Pai. Ele veio cumprir toda justiça de
Deus. Ele veio para manifestar a Glória do Reino dos Céus. Algo assim era digno
de alarde estonteante, de uma apresentação exuberante, de uma explosiva (e
eufórica) aclamação repleta de gritos, aplausos e honrarias. Mas, tudo o que
vemos nas páginas dos evangelhos é a "simplicidade" e
"comprometimento" com uma missão. Um homem simples em meio a uma
multidão de pecadores, que debaixo do terrível calor da palestina, se
aglomerava a beira do rio, para ouvir um emissário de aspecto indelével,
queimado pelo sol do deserto, mal vestido (pois suas vestes não era algo a ser
“copiado” pelos nobres ou jovens da época), e que após uma mensagem dura,
convida seus ouvintes ao arrependimento. O que cargas d´água Jesus estaria
fazendo ali?
Mas,
é justamente neste lugar, em meio aos “contratempos sociais”, que Jesus chega
para fazer cumprir as escrituras. João de imediato o reconhece e fica inebriado
com o que está vendo, pois o Messias estava aguardando na fila, disposto a como
todos os outros, passar pelas águas batismais (João 1:29-34). Ao ser batizado,
foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo. Bem
diferente dos nossos dias hodierno, Jesus começou sua jornada ministerial no
silêncio do anonimato, sem muito alarde, sem muita pompa, não procurou os
mestres da lei, nem aos doutores da mesma. O trajeto ministerial que Jesus
seguiu era o mais improvável, o mais inimaginável e o menos esperado, por todos
que conheciam as escrituras, esperavam que o Messias chegasse ao mundo ao som
de relâmpagos e trovões. É justamente neste ponto, aonde residem as minhas
considerações acerca do ministério terreno de Jesus. É de suma importância
aprendermos elementos básicos de nossa fé através da vida e da obra de nosso
mestre amado. Essa lição, se estudada e entendida, nos dará grande revelação
quanto a essência de um chamado, proporcionando um grande avivamento em nosso
ministério pessoal. Não teremos mais que ouvir latas vazias com seu ruído
desorientado, o retinir de sinos rachados, barulho ensurdecedor de um carro
velho sem escapamento, e nem teremos que suportar sermos sufocados pela fumaça
de um fogo estranho.
Queremos
“Jesus”, mas nos esquivamos de ser “como Jesus”. Precisamos entender de uma vez
por todas, que para fazer parte do Corpo de Cristo e partilhar da obra iniciada
por Cristo, é preciso primeiramente ser chamado pelo próprio Jesus, o Mestre
dos Mestres. E Ele conhece o coração do homem, sem jamais se impactar pela
aparência. Não basta ter vontade, tem que ter chamado. Jesus sabia que tipo de
pessoas ele precisava e foi para o lugar adequado, onde por certo encontraria
seus futuros cooperadores para desenvolver tão especial e importante tarefa. E
este local não era o templo ou uma sinagoga. A beira do mar da Galileia, Jesus saiu a
andar e a visualizar a obra a ser executada. Jesus avaliou os corações, e
fez a mais “incerta” das escolhas; e ali, no meio do improvável, no contramão
do pensamento religioso, Ele encontra pessoas comuns, simples pescadores,
homens sem nenhuma expectativa, estrutura financeira os recursos humanos,
desqualificados para cargos religiosos, mas com potencial para ser
representante de um Reino Celestial. Jesus olha para eles e vê em cada um, vaso
de barro que contém um precioso tesouro. Eram pescadores comuns, castigados
pelo labor, mas foi neles que Jesus encontrou o que precisava. Que Jesus veja
em nós tudo que ele precisa para ser glorificado.
Jesus chama ao
discipulado
Jesus
já iniciara o Seu ministério entre os galileus e precisava multiplicar-se para
ter maior alcance. Ele precisava de uma equipe que pudesse reproduzir a Sua
mensagem e o que Ele era. Assim, convocou homens ao discipulado. Dá para
imaginar Jesus andando junto ao mar da Galileia e a conexão que Ele fazia
daquele ambiente com a Sua missão? Para o Senhor Jesus o mundo era o mar e os
grandes cardumes de peixes a sociedade humana sem Deus e perdida. Ao observar
Pedro e André com suas redes, viu nelas a mensagem do Reino, a mensagem de vida
que eles trariam aos homens. Dessa maneira, os chamou ao treinamento de uma
pescaria celestial: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”. Os
peixes do mar morrem quando apanhados, mas nas redes do Reino ganham a vida. Jesus
Cristo amava as pessoas e, ao chegar naquele ambiente, foi grande conexão a que
Ele fez com Seu ministério. Jesus contemplava tantos e tantos cardumes humanos
se perdendo sem rumo no mar dessa vida. Por esta razão, Ele chamou pescadores e
é dessa maneira que Ele nos chama para Sua missão no Reino.
Inicialmente,
Jesus chamou dois pares de pescadores para estar com Ele, para o aprendizado.
Estes se tornariam grandes pescadores de almas para Deus. Notem que Deus vê em
nós coisas boas, potenciais os quais nem sonhamos tomar parte. Deus deseja que
nos tornemos pescadores de almas para o Seu Reino. É claro que Jesus estivera
com os quatro pescadores antes. Por exemplo, André e João passaram uma tarde
com Jesus (João 1:35-39). Assim como André logo apresentou Pedro a Jesus, João
deve ter feito o mesmo com seu irmão Tiago e seu pai Zebedeu. Os chamados
iniciais foram feitos a pessoas simples, como eu e você, mas com muita vontade
de aprender e fazer a obra de Deus. Os planos de Deus vão além da vida
presente. O que para Ele importa é o enorme desejo que cultivamos e levamos
conosco de fazer a sua vontade. Aqueles homens amavam o mar, as redes e a
profissão, mas Cristo tinha algo mais para aqueles rudes homens. Algo que
tocaria a eternidade de modo diferente: o chamado para tornarem-se pescadores
de almas. Deus chama os melhores profissionais de sua área para trabalharem para
si. São homens que não resistem ao chamado. Homens capazes de deixarem as
redes, a coletoria de impostos, o sinédrio, enfim, toda a sua vida secular para
ganharem almas.
Aqueles
homens, ao atenderem o convite de Jesus, logo deixaram as suas redes e os seus
barcos. Eles eram profissionais da pescaria e tinham nesses instrumentos o seu
sustento diário. O que esses homens tinham em mente quando deixaram a sua
profissão? Na verdade, eles previamente experimentaram a mensagem, o poder e a
santidade de Jesus, de modo que todos ficaram atemorizados (Lucas 5:1-11). Eles
sabiam que estavam diante de alguém mui sublime da parte de Deus, por isso
adiante de tantas evidências não resistiram ao chamado do Mestre e deixaram
tudo. Apenas algum tempo depois foi que eles questionaram o que receberiam em
troca (Mateus 19:27-30). Sempre valerá a pena atender ao chamado. O prêmio para
os que obedecem é incomparavelmente maior do que o investimento! O ato de
deixar as redes e os barcos para trás foi consequência de algumas coisas.
Primeiro, eles tinham uma noção da identidade de Jesus de Nazaré como alguém
mui sublime, alguém enviado da parte de Deus. Essa noção era resultado da
sabedoria de suas palavras e dos sinais que operava. Com tais características,
eles, ao ouvirem o chamado, logo atenderam, pois, estes homens sabiam que
cooperariam com algo grandioso e muito arriscado. A importância de termos
internalizado em nossos corações profundamente quem Jesus é, e, depois, a sua
vontade para nós dentro do Corpo de Cristo, para depois atendermos o seu
chamado.
Jesus, um líder incomparável
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Incontáveis líderes têm se destacado por ter uma grande
equipe ao seu lado. Muitos coordenadores e gestores, aliás, se beneficiam da
autonomia para escolher seus colaboradores, e com isto elaboram prévios
critérios para contar apenas com profissionais muito qualificados, inclusive,
moldando neles sua liderança. Jesus se tornou o
maior líder de todos os tempos, seguindo exatamente o caminho inverso. Escolheu
para formar sua equipe, homens despreparados, sem virtudes aparentes e ainda
sem um direcionamento definitivo de suas vidas. Ao escolher seus doze
discípulos, o Mestre, agregou fogo e pólvora no mesmo barril, criando um
ambiente explosivo, mas que através de sua liderança, se moldou nos propósitos
previamente estabelecidos. É claro que toda a
liderança de Jesus foi posta à prova em seu ministério, tendo que lidar com os
dramas familiares de Pedro e André, e com a fogueira de vaidades que queimava
na casa dos irmãos “Trovão”: Tiago e João (Mateus 20:20). Para um
ministério que precisava de expansão, é convocado Felipe, cuja eloquência deixa
muito a desejar, e como um dos ministros do Reino que pregava agregação, é
escolhido Natanael, em cujo caráter é visível traços de xenofobia (João
1:44-47). Junte-se ainda neste caldeirão a instabilidade de Pedro, o
pragmatismo exagerado de Tomé, o materialismo latente de Judas, a tradicional
rivalidade existente entre o “publicano” Mateus e o “zelote” Simão, além de um
possível ostracismo subjetivo de Tadeu e Tiago. Entre seus seguidores
mais fieis, também estava um grupo de mulheres muito devotadas, sendo
que no trato a elas, Cristo confrontava paradigmas e dogmas de
uma cultura machista.
Mas, além de ensinar, o mestre inspirou esses homens. Jesus
Cristo quando estava pregando a sua Palavra, acompanhado dos seus discípulos, influenciou
e liderou através dos seus exemplos, trabalhando, ensinando, incentivando e
servindo. Jesus sempre dava a direção aos seus discípulos e seguidores, agindo
com paciência e amor, dando a provisão necessária para que todos fossem
preparados para a obra do seu ministério, levando-os a uma condição muito
melhor do que quando os encontrou, e em menos de três anos, a liderança
incisiva de Jesus foi capaz de mudar hábitos, forjar caráter e imprimir sua
marca pessoal em cada um de seus pupilos, ao ponto que de tão parecidos, os
olhos mais leigos não podiam diferenciar um do outro (Mateus 26:48, 69-74). O estilo de liderança do Senhor Jesus foi além de prático,
muito inspirador. Ele mesmo disse: “eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos
fiz, façais vós também” (João 13:15). Noutra ocasião também falou: “aprendei de
mim, que sou manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). Tais palavras destacam
a qualidade da sua liderança inspiradora. Igualmente, os termos “façais e
aprendei” trazem consigo um apelo de compromisso com o seu exemplo. O grande segredo de Jesus era se nivelar ao seu ouvinte,
para depois traze-lo ao seu próprio nível. Sua vida era moldada por suas
palavras e vice-versa, e assim cada detalhe de seu ministério inspirou, inspira
e continuará inspirando a todos que voltarem seus olhos e ouvidos para Ele. A
grande liderança exercida por Jesus é comprovada exatamente pela sua ausência
física.
Segundo a tradição, por pregar o evangelho, Pedro foi
crucificado de cabeça para baixo em Roma; André também foi crucificado em uma
cruz no formato de X; Tiago foi decapitado por ordem de Herodes; Felipe
provavelmente foi enforcado em Hierápolis, embora muitos acreditem que tenha
sido crucificado também; Bartolomeu teve sua pele retirada por um rei bárbaro;
Tomé foi amarrado a uma cruz enquanto evangelizava seus algozes, morrendo
lancetado na Índia; Mateus sofreu martírio por espada (ou punhais) na Etiópia,
Tiago (o menor) foi lançado de cabeça do pináculo do tempo e depois foi
apedrejado, Judas Tadeu e Simão provavelmente foram vítimas de um linchamento
público a machadadas motivado pelos sacerdotes pagãos da Pérsia, e apenas João
morreu de morte natural após sobreviver ao exílio em Patmus. Todos morreram em
honra, cumprindo seu dever apostólico. Seus ensinamentos, influência, coragem e
perseverança resultaram em milhões de conversões por toda a terra conhecida e
se perpetuaram para a posteridade em quatro evangelhos, um livro com o registro
de seus atos, e dezenas de cartas
contendo conselhos e instruções para a Igreja em todas as eras, e finalmente, o
Apocalipse de João, onde se encerram “TODA” a revelação de DEUS para igreja.
Estes homens honraram plenamente o seu Mestre, e são exemplos cabais do que é
“ser fiel até o fim”.
As faces do ministério de Jesus
Ao
longo do ministério público do Senhor Jesus, Ele foi chamando outras pessoas
para compor sua equipe. Depois os preparou e os enviou às ovelhas perdidas da
casa de Israel (Mateus 10:1). Enquanto isso não acontecia, o Mestre desenvolvia
as várias facetas de seu ministério público que se revelava em outros
ministérios como veremos. Jesus desenvolveu um trabalho itinerante, tornando a
Galileia o seu circuito, ou seja, Jesus rodeava toda a Galileia desenvolvendo o
ministério da Palavra através da pregação e ensino (Mateus 4:23). Mateus é bem
enfático quanto a isso, pois ele informa que Jesus percorria cidades e povoados
(Mateus 9:35). O Senhor Jesus ensinava, ou seja, instruía os seus ouvintes,
expondo acerca do Reino de Deus. Às vezes, esse ensino era em tom de
conversação e outras em discursos didáticos, mas também de pregação. O seu
auditório era formado de frequentadores das sinagogas e pessoas que se reuniam
em casas ou debaixo de uma árvore nos povoados. O Senhor Jesus Cristo tinha um
senso de urgência muito grande em relação às almas. Por isso Ele “percorria”,
que, no grego, significa “periegen” e também tem o sentido dinâmico de rodear
(Mateus 4:23). Portanto, o ministério da Palavra através de Jesus não era fixo.
Quanto mais Jesus rodeava as cidades, mais consciência Ele tinha de que haviam
grandes cardumes humanos e campos brancos para a colheita. “Será que essa visão
de perdição eterna não mexe conosco?” “Quando será que romperemos com esse
silêncio mórbido, enquanto tantos se perdem?”.
Enquanto
Jesus ensinava e pregava acerca do Reino de Deus, as curas aconteciam. As curas
são resultado da palavra da fé ensinada e pregada. Isso era algo novo para
todos os galileus e demais judeus, coisa que ora causava admiração, espanto e,
com o tempo, muitos ciúmes nos chefes das sinagogas. Tanto a cura das
enfermidades físicas como a libertação de possessões demoníacas eram vistas
como cura também (Lucas 13:10-17), pois os demônios são causadores de desordens
psicológicas (Mateus 17:14-18; 8:28-34). Quando vamos até Jesus, somos curados
e libertados de toda sorte de enfermidade, seja que procedência for (Mateus 4:24)!
O grande segredo da cura divina e libertação é que ela é resultado da palavra
da fé, o que também é chamado de “unção” na pregação. Trata-se de uma palavra
buscada em Deus através da consagração pessoal pela oração e jejum. É
importante que busquemos para nós essas coisas primeiro e, depois, ou
simultaneamente, para os outros.
Jesus
foi possuidor de uma fama que extrapolou os limites da Galileia. Ele veio
especificamente para os filhos de Israel e orientou que seus discípulos não
saíssem dos termos de Israel (Mateus 10:6). Note, porém, que as pessoas do
extremo norte de Israel e também dos termos da Síria traziam os seus enfermos
para serem curados (Mateus 4:24). Não apenas grupos de pessoas iam e vinham a
Jesus, mas o acompanhavam grandes multidões originadas de vários lugares:
Galileia, Decápolis, Jerusalém, Judeia e lugares de além do Jordão. A fama de
Jesus atravessou não só os lugares de origem, mas também milênios! A fama de
Jesus Cristo ultrapassou lugares e milênios desde a Sua primeira vinda aqui na
Terra. O povo de Sua época foi impactado com sua presença e trabalho, porém a sua
fama tornou-se ainda de maior alcance depois de sua morte. Muitos reis,
divinizados por seus povos ou que se consideravam “deuses”, tentaram esse
feito, mas, com a queda das civilizações, eles caíram no esquecimento.
Conclusão
O
ministério do Senhor foi como a raiz de uma terra seca para os religiosos
contemporâneos. Seu labor não tinha parecer e nem formosura por causa de Sua
origem. Jesus, porém, brilhou muito além da carpintaria e das praias da
Galileia, visto que Seu brilho é eterno.
A imagem que Mateus nos apresenta de Jesus é a de um homem que nasceu para ser Rei. Sua intenção é mostrar o senhorio de Jesus Cristo e que, com toda autenticidade, o Reino, o poder e a glória são dEle. Mateus entrelaça o Antigo Testamento ao Novo, com a preocupação de revelar aos judeus: que em Jesus se cumpriram todas as palavras do profeta, que Ele é o Rei por excelência e o Messias de Seu povo. Para saber mais sobre as profundas verdades existentes em cada linha deste evangelho, participe neste domingo, 31 de Julho de 2016, da Escola Bíblica Dominical.
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