A longanimidade é
um assunto de difícil tato, pois conversa direto com a nossa personalidade, e a
grande verdade é que temos uma natureza endurecida demais, para agir
integralmente visando o bem de outrem. Ser longânime nos leva a um estado de
tolerância para com próximo, o mesmo princípio de misericórdia que Deus usa
para conosco (Lamentações 3:22).
Agindo assim, somos
capazes de desprezar as ofensas sofridas através da longanimidade. Em primeiro
lugar é importante compreender a longanimidade como uma característica do Fruto
do Espírito Santo, que nos capacita a sermos generosos, pacientes, submissos,
tranquilos, confiantes e esperançosos, mesmo em momentos de grandes
adversidades.
A pós-modernidade torna
o desenvolvimento de tais virtudes numa missão complicadíssima, e estamos tendo
dificuldades de identificá-las até mesmo na vida de quem se diz filho de Deus.
Quando olhamos para Deus, temos a longanimidade manifestada em seu caráter. É
impossível olhar para Deus e não vermos sua latente longanimidade, afinal, Ele
tem sido longânime para conosco, apesar de nossas transgressões (Naum 1:3).
Não somos o que ele
espera que sejamos, não fazemos o que Ele nos tem mandado fazer, não vivemos a
vida que Ele nos deu pra viver... Com tudo ele ainda nos ama e espera
pacientemente por uma postura nossa (Salmo 103:13).
Quantas vezes temos
praticado algo que fere a santidade de Deus, e mesmo assim Ele não desiste de
nós. Esta reação misericordiosa de Deus a nossas ações pecaminosas é o exemplo
cabal do exercício da longanimidade, da benignidade e da bondade de
Deus por nós.
Então o que resta, é nos
esforçamos para pelo menos tentar ser igual ao nosso Pai Celestial, tendo uma
postura de renúncia sentimental diante das dificuldades e situações adversas.
Logicamente o nosso ego não vai querer abrir mão de seu “trono”, e será preciso
uma ação incisiva para se tomar uma forte e resolvida decisão de ser longânime
para com as pessoas, subjugando o próprio “eu”.
A ferramenta que nos
ajuda nesta resolução já nos foi dada por Deus, sendo excelente e de grande
valor: o Fruto do Espírito. Temos nos envolvido com tantas coisas,
procuramos tantos meios de melhoras e nos esquecemos que o que precisamos é do
Fruto do Espírito Santo sendo amadurecendo em nós, e para isso, é preciso estar
cheio do Senhor através da pessoa do Espírito Santo. Só assim teremos a
condição de desenvolver a longanimidade e receber de Deus a capacidade de
pensar antes de qualquer tomada de decisão.
A longanimidade nos faz
caminhar em direção ao alvo estabelecido pelo Criador para as nossas vidas.
Quem tem a longanimidade não desiste facilmente dos seus sonhos e nem das
pessoas. Todos nós enfrentamos desafios na nossa caminhada e cada um deles são
testes de Deus para nos moldar à sua vontade.
Então vale a pena buscar
no Senhor a força necessária para se adequar a essa obra gloriosa do Espírito
Santo, para chegarmos naquele grande dia com vestes brancas diante do cordeiro
de Deus. Temos em Jesus Cristo o modelo da longanimidade a ser seguido.
Isaías 53:7 relata que
ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca, como um cordeiro levado
para ser morto, não reclamou diante dos seus tosquiadores. Jesus amou sem ser
amado, perdoou mas não foi compreendido, sarou mas foi ferido, se entregou por
amor mas foi odiado...
Mesmo assim, não reclamou, seguiu o seu caminho, uma estrada longa e dolorosa, passo a passo, minuto a minuto. Ser longânime é estar disponível a sofrer por amor, servindo ao próximo mesmo sem ter recompensa.
Mesmo assim, não reclamou, seguiu o seu caminho, uma estrada longa e dolorosa, passo a passo, minuto a minuto. Ser longânime é estar disponível a sofrer por amor, servindo ao próximo mesmo sem ter recompensa.
Pb. Bene Wanderley
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