Em Efésios 4:10-16, Paulo nos
ensina que buscando o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do Corpo de
Cristo, através da unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, o próprio
Cristo deu para a sua igreja alguns homens especialmente capacitados para
exercer ministérios específicos: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e
mestres.
Neste texto, iremos falar um
pouco sobre o ministério exercido pelo MESTRE, que tem como finalidade eclesiástica
o aperfeiçoamento do cristão como
cidadão do céu, a eficiência na realização dos trabalhos eclesiásticos, a edificação
da igreja como um só organismo, a unificação fraternal da fé, o pleno conhecimento
sobre Cristo, o aperfeiçoamento do caráter cristão, o crescimento espiritual, o
amadurecimento teológico, a refutação e anulação da tola ingenuidade, a exposição
da verdade e um ajuste “fino” do Corpo de Cristo.
O
Mestre é um inspirador e um motivador. É através de seu ministério que o
cristão se apaixona pela Palavra de Deus escrita. É ele que conduz o povo a
verdade reveladora dos muitos mistérios com quais os leigos se deparam ao lerem
o texto sagrado. Tente imaginar a Bíblia como uma grande cidade da qual os
crentes domingueiros conhecem apenas a avenida principal, os mais assíduos
conhecem as vias de acesso, o centro e os pontos turísticos, mas para aqueles que
desejam visitar toda a cidade, esses Mestres os pegam pela mão e os levam em
cada vila, cada rua, cada viela, cada beco... Casa a casa... Ponto a ponto.
Esta,
porém é uma longa e árdua jornada, tanto para o aluno quanto para o professor;
fazendo-se necessária uma dedicação completa e uma entrega total em amor. Um Mestre
sempre terá sempre o que ensinar, pois jamais, ele próprio poderá deixar de
aprender.
Uma
igreja que não valoriza seus mestres é uma igreja rasa. Uma igreja que não
apoie seus ensinadores é superficial. Uma igreja que não investe no ensino é
uma entidade fraca. Muitas denominações
evangélicas abrem mão da palavra ensinada em prol de eventos que produzam “mais
barulho” e tenham maior apelo “popular”. Investem todo o tempo congregacional
em “exorcismos”, “oração por cura”, “revelações espirituais” e “avivamento”, e
ignoram a palavra esplanada com sapiência, conteúdo e profundidade. E é por
isto que existe tanto crente enfermo espiritualmente, cuja fé desmorona diante
da primeira adversidade, frustrados por promessas vazias que não se realizam,
magoados com a igreja e até com Deus; pois não tem “base” para enfrentar a
realidade da vida cristã que é ilusoriamente pintada de cor-de-rosa por líderes
que escondem do povo a verdade bíblica, transmitindo a seus fiéis uma mensagem
maquiada de acordo com suas próprias conveniências (Oséias 4:6).
Entregamos
nosso púlpito para tantos “profetas nominais” que usam e abusam da Graça existente
na concessão dos DONS, para muitas vezes manipular a fé dos irmãos e nos esquecemos
de que se existe alguém dentro da congregação que pode ser considerado sucessor
dos profetas do Velho Testamento, esse alguém é o exatamente o Mestre:
“Houve
entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres” (II Pedro
2:1)
Ambos
os ministérios têm um princípio ativo similar, pois trazem ao povo a revelação
e os desígnios de Deus. A diferença se dá no fato que ao exercer o Ministério
Profético, o profeta recebia uma revelação diretamente de Deus e a transmitia
ao povo. Já no exercício do Ministério do Ensino, o mestre recebe a mensagem igualmente
de Deus, mas através do estudo dá revelação escrita, a Bíblia Sagrada. Na
entrega da mensagem, porém, não há diferenças e o efeito é o mesmo.
Então
o que precisamos entender é que aquele que transmitia a palavra do Senhor
baseado numa “nova” revelação que Deus lhe dera, fosse por visão, sonho ou de
alguma outra forma excepcional e/ou sobrenatural, era profeta (hoje já não
temos novas revelações salvificas, pois todas a revelação se encerra na Bíblia).
Aquele que transmite a palavra de Deus baseado no estudo da Revelação de Divina
através da Palavra Sagrada escrita é mestre ou doutor. Sendo que este título
concedido mediante capacitação espiritual, em nada tem a ver com uma formação
acadêmica, que embora também seja de grande valia para a comunidade
eclesiástica, e conseguida por méritos humanos.
Mas
voltando ao cerne da questão, conclui-se que os profetas do passado são os
mestres de hoje, inspirando e influenciado seus alunos a conhecerem plenamente
nosso Deus.
Pb. Miquéias Daniel
Gomes.
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