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sábado, 15 de outubro de 2016

Mestres - Profetas para os Novos Tempos


Em Efésios 4:10-16, Paulo nos ensina que buscando o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do Corpo de Cristo, através da unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, o próprio Cristo deu para a sua igreja alguns homens especialmente capacitados para exercer ministérios específicos: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.

Neste texto, iremos falar um pouco sobre o ministério exercido pelo MESTRE, que tem como finalidade eclesiástica  o aperfeiçoamento do cristão como cidadão do céu, a eficiência na realização dos trabalhos eclesiásticos, a edificação da igreja como um só organismo, a unificação fraternal da fé, o pleno conhecimento sobre Cristo, o aperfeiçoamento do caráter cristão, o crescimento espiritual, o amadurecimento teológico, a refutação e anulação da tola ingenuidade, a exposição da verdade e um ajuste “fino” do Corpo de Cristo.

O Mestre é um inspirador e um motivador. É através de seu ministério que o cristão se apaixona pela Palavra de Deus escrita. É ele que conduz o povo a verdade reveladora dos muitos mistérios com quais os leigos se deparam ao lerem o texto sagrado. Tente imaginar a Bíblia como uma grande cidade da qual os crentes domingueiros conhecem apenas a avenida principal, os mais assíduos conhecem as vias de acesso, o centro e os pontos turísticos, mas para aqueles que desejam visitar toda a cidade, esses Mestres os pegam pela mão e os levam em cada vila, cada rua, cada viela, cada beco... Casa a casa... Ponto a ponto.

Esta, porém é uma longa e árdua jornada, tanto para o aluno quanto para o professor; fazendo-se necessária uma dedicação completa e uma entrega total em amor. Um Mestre sempre terá sempre o que ensinar, pois jamais, ele próprio poderá deixar de aprender.

Uma igreja que não valoriza seus mestres é uma igreja rasa. Uma igreja que não apoie seus ensinadores é superficial. Uma igreja que não investe no ensino é uma entidade fraca.  Muitas denominações evangélicas abrem mão da palavra ensinada em prol de eventos que produzam “mais barulho” e tenham maior apelo “popular”. Investem todo o tempo congregacional em “exorcismos”, “oração por cura”, “revelações espirituais” e “avivamento”, e ignoram a palavra esplanada com sapiência, conteúdo e profundidade. E é por isto que existe tanto crente enfermo espiritualmente, cuja fé desmorona diante da primeira adversidade, frustrados por promessas vazias que não se realizam, magoados com a igreja e até com Deus; pois não tem “base” para enfrentar a realidade da vida cristã que é ilusoriamente pintada de cor-de-rosa por líderes que escondem do povo a verdade bíblica, transmitindo a seus fiéis uma mensagem maquiada de acordo com suas próprias conveniências (Oséias 4:6).

Entregamos nosso púlpito para tantos “profetas nominais” que usam e abusam da Graça existente na concessão dos DONS, para muitas vezes manipular a fé dos irmãos e nos esquecemos de que se existe alguém dentro da congregação que pode ser considerado sucessor dos profetas do Velho Testamento, esse alguém é o exatamente o Mestre:

“Houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres” (II Pedro 2:1)

Ambos os ministérios têm um princípio ativo similar, pois trazem ao povo a revelação e os desígnios de Deus. A diferença se dá no fato que ao exercer o Ministério Profético, o profeta recebia uma revelação diretamente de Deus e a transmitia ao povo. Já no exercício do Ministério do Ensino, o mestre recebe a mensagem igualmente de Deus, mas através do estudo dá revelação escrita, a Bíblia Sagrada. Na entrega da mensagem, porém, não há diferenças e o efeito é o mesmo.

Então o que precisamos entender é que aquele que transmitia a palavra do Senhor baseado numa “nova” revelação que Deus lhe dera, fosse por visão, sonho ou de alguma outra forma excepcional e/ou sobrenatural, era profeta (hoje já não temos novas revelações salvificas, pois todas a revelação se encerra na Bíblia). Aquele que transmite a palavra de Deus baseado no estudo da Revelação de Divina através da Palavra Sagrada escrita é mestre ou doutor. Sendo que este título concedido mediante capacitação espiritual, em nada tem a ver com uma formação acadêmica, que embora também seja de grande valia para a comunidade eclesiástica, e conseguida por méritos humanos.

Mas voltando ao cerne da questão, conclui-se que os profetas do passado são os mestres de hoje, inspirando e influenciado seus alunos a conhecerem plenamente nosso Deus.


Pb. Miquéias Daniel Gomes.

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