Material
Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração - Lição 03
Comentarista: Pr.
José Elias Croce
Comentários Adicionais
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Texto Áureo
Salmos 9:2
Em ti me alegrarei e
saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo.
Verdade Aplicada
A música é um dos canais
mais utilizados na adoração, portanto, deve ser cuidadosamente observada.
Textos de Referência
Salmos 101:1-4; 7
Cantarei a misericórdia
e o juízo; a ti, Senhor, cantarei.
Portar-me-ei com inteligência
no caminho reto. Quando virás a mim? Andarei em minha casa com um coração
sincero.
Não porei coisa má
diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me
pegará.
Um coração perverso se
apartará de mim; não conhecerei o homem mau.
O que usa de engano não
ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os
meus olhos.
Arte e
Adoração
Comentário
Adicional
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
A Arte
pode ser definida como sendo uma habilidade ou disposição dirigida para a
execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente,
controlada e racional. Por esta definição pragmática, já é possível um
entendimento que a arte pode (e deve) ser usada como uma ferramenta de
adoração, já que nosso culto ao Senhor, também deve ser consciente, controlado
e racional. Em Romanos 12:1, o apóstolo Paulo nos ensina que devemos apresentar
o nosso corpo à Deus, como um “sacrifício vivo”, santo e agradável, é que este
seria nosso culto racional. No grego, o termo equivalente a culto é “latreya”,
que significa “serviço”. Já a palavra “racional” vem de “logikos”, que nos
remete a ideia de algo prático, lógico, raciocinado. Considerando que o ato de
sacrificar constitui-se no fato de imolar uma vítima como oferta a uma
divindade afim de expiar uma culpa ou oferecer oblação, o que Paulo nos ensina
é que, diante do Senhor, devemos sacrificar nossos desejos e intenções, matar
nossas próprias ambições, e usar nossas habilidades e disposições com o único
propósito de agradá-lo. E este processo serviente, apesar de santificado,
precisa ser realizado de forma consciente, controlada e racional. Um “artista”
é alguém envolvido na produção da arte, empregando sua criatividade e
habilidades para a transmissão de uma mensagem. Assim, todo artista pode usar
sua arte para o bem ou para o mal, seja buscando transmitir valores
corrompidos, ou honrando ao Senhor com seu serviço. Tudo passa pela consciência.
No século
XVIII, os europeus desenvolveram o conceito das belas-artes, classificando
inicialmente seis delas: MÚSICA, DANÇA, PINTURA, ESCULTURA, ARQUITETURA e POESIA. Já no fim século XIX, os irmãos Lumière, desenvolveram a tecnologia
cinematográfica (CINEMA), que através do “Manifesto das Sete Artes” (escrito
pelo italiano Ricciotto Canudo), passou a ser conhecido como a sétima arte. De
forma extraoficial, outras manifestações artísticas passaram a integrar esta
lista a partir do último século: FOTOGRAFIA, QUADRINHOS e GAMES. Todas estas manifestações artísticas são prodigiosas formas de se transmitir uma
mensagem, estabelecer conceitos e transformar a sociedade na qual são
disseminadas. Assim, todo artista é um formador de opiniões, um influenciador
de gerações e um artesão de mentes. Exatamente por isso, as artes são uma
poderosa ferramenta de evangelização e discipulado, o que nos remete
automaticamente a adoração do serviço racional. E estas ferramentas já são
usados por homens e mulheres de Deus a muito tempo, e inclusive, ultrapassam os
limites da existência humana.
Após a
travessia do Mar Vermelho, Miriam liderou as mulheres hebreias numa celebração
de ritmos e danças (Êxodo 15:20). Ao ver a Arca da Aliança voltando para
Jerusalém, Davi louvava a Deus “bailando e saltando” (II Samuel 6:16). Em
Apocalipse 4, ao narrar sua visão na Ilha de Patmus, João testemunha que ao
redor do Trono do Altíssimo, acontecia um espetáculo de adoração saltava aos olhos:
relâmpagos, trovões, vozes, lâmpadas de fogo, os vinte e quatro anciões que em
meio ao louvor executavam movimentos ritmados com suas coroas, e a representação
quase teatral dos seres viventes de múltiplas faces (leão, águia, boi e homem). Isso sem contar a eximia coreografia das asas angelicais descritas pelo profeta em
Isaías 6:2, que reverenciavam a santidade de Deus. Habilidades artísticas
humanas e angelicais, sendo usada para adorar ao Altíssimo.
Adorar a
Deus é uma entrega sincera de corpo, alma e espírito, libertando-se de
convenções e legalismo, sem abrir mão da racionalidade, para da forma mais
sincera possível, e usando aquilo que temos de melhor, celebrar ao Criador do
Universo, cantando, gritando, dançando, falando em línguas ou até mesmo em
contido e profundo silêncio. Independentemente de sua arte, o “ADORARTISTA”, ou
seja, o “artista adorador”, precisa derramar seu coração no altar, demostrando amor
ao Senhor de forma honesta, pura e perfeita, sendo verdadeiro consigo e com
Deus. Não existe qualquer demérito em ser extravagante, ousado e criativo,
desde que estas habilidades sejam depositadas aos pés de Jesus (Lucas 7:37-38).
Na adoração, não existem regras absolutas pré-definidas por padrões humanos,
mas sempre haverá uma condição a ser seguida, estabelecida pelo próprio Cristo:
Espírito e Verdade (João 4:23)
A música e sua relação com o
sagrado
É difícil viver sem
música. Ela faz parte do humano. Alguns filósofos trabalham com a ideia de que
a música é a parte sagrada, divina do homem. É sua transcendência. Aquilo que o
coloca em contato com o supremo, metafísico. É inegável o fato de que a música
tem alguma conexão com o sagrado. O problema é quando, conscientes desse poder,
usamos a música para manipular sentimentos e emoções. Ela deve ser encarada com
seriedade e compromisso, pois sua aproximação com o sagrado não deve ser
violada ou deturpada. Um fato indiscutível é a presença da música no culto,
seja ele qual for. Em todas as religiões, os cultos são celebrados com pouca ou
muita música. Desde as mais remotas épocas e culturas, até hoje, a musicalidade
permeia a religiosidade. No culto cristão, a música tem grande espaço,
inclusive, um espaço que vai se alargando a tal ponto de suprimir o lugar da
Palavra. A presença da música no culto não deve ser a essência do cultuar, mas
a parte do processo. Culto sem Palavra não é culto, pois só podemos cantar com
vida se a Palavra em nós abrir as portas do louvor (I Coríntios 14:26). A
história do mundo pode ser contada através da música. Ela se apresenta tanto na
crise quanto na celebração. A presença da música na adoração é tão forte e
decisiva que muitos caem no erro de associar sempre a adoração com a música,
como se uma não existisse sem a outra. Adoração é muito mais do que música,
entretanto, utiliza-se dela e de sua acessibilidade aos mais profundos
recônditos da interioridade (Salmo 150:3-5). Ainda que com um único
instrumento, ou mesmo com uma orquestra sinfônica, o que não se pode negar é a
presença marcante da música. Essa presença é marcante porque assim o é para o
homem. Somos feitos dessa mistura de silêncio e sons. Por mais desafinado que
um homem seja, sempre vai cantar ou assobiar alguma canção. A melodia que
habita sua intimidade nunca é desafinada.
O músico cristão precisa
redescobrir urgentemente essa verdade: a música como testemunho! Uma vez que
estamos, como Igreja, ministrando ao mundo, somos chamados a testemunhar da
graça de Deus. Uma das melhores formas de testemunhar é através da música. É
importante lembrar que devemos lutar com todas as forças para destruir as
prováveis contradições entre o ser que canta e o que vive (Efésios 5:19). Alguns
cientistas dizem que, no momento em que cantamos, todos os ossos do nosso
corpo vibram. Portanto, cantar sem alma é contradição, pois se o corpo está
vibrando, a alma não pode estar sufocada. Não podemos alimentar esse dualismo,
pois isso atesta contra o testemunho da verdade. Música como testemunho não é
só aquele “artista” que se converteu, mas todo aquele que traz no peito uma
medida consagrada ao Senhor.
Se existe algo
esplêndido na música é sua capacidade de estar no meio, entre o sagrado e o
comum. Ela é quase um ponto de equilíbrio. É incrível observar por exemplo,
alunos de alguma orquestra, nessas milhares de igrejas das periferias das
grandes cidades, aprendendo a tocar músicas de Bach, Beethoven, Mozart. O comum
tocando o extraordinário. É assim que tocamos a melodia da graça. Somos
frágeis, pequenos, vivendo num mundo pecaminoso. Apesar dessa distância,
tocamos e cantamos coisas do céu. Mesclamos, pela ação do Espírito Santo, nossa
pequenez com a gloriosa majestade da fé, e o produto dessa abençoada fusão é
uma música capaz de tocar corações aflitos gerando salvação. A pluralidade de
estilos musicais é imensa. Influenciados pelo relativismo, muitos adotam
estilos musicais provocantes, sensuais e agressivos no intuito de
“santificá-los”, contudo, esquecem-se de que Deus conhece as intenções do
coração e sabe onde queremos chegar. Mundanismo não é o mero contato com o
mundo e suas coisas, pessoas ou lugares. Biblicamente significa deixar-se levar
pelo modo pecaminoso do mundo. Quando nos isolamos do mundo. Deixamos de
expandir o Reino de Deus. Existe uma música mundana? Se existe, o que a
diferencia da música sacra? Numa escala musical, há diferença entre um dó
profano de um dó cristão? Podemos encontrar em um piano tanto um dó maligno
quanto um dó justo? É possível a existência de uma guitarra secular e outra
cristã? Um violão é cristão ou profano? O que vai diferenciar é a atitude, isto
é, a consagração de quem a executa e sua entrega de vida a Deus (I Coríntios 6:16).
A música
na Bíblia
Comentário
Adicional
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
A palavra
“música” é relativamente nova, e vem do grego “mousikê”, que significa “arte
das musas”. Os historiadores recorrem a pré-história para tentar encontrar sua
origem nos rituais religiosos de povos primitivos. Mas é claro, que como
cristãos, sabemos que a música antecede as origens da própria terra e seu propósito
é muito maior que honrar meras divindades ficcionais. A música é a arte mais influente no mundo,
estando presente em todas as sociedades do planeta, desde os acordes bem
delineados das grandes orquestras europeias, até os murmúrios silábicos dos
cantos tribais. O fato de cantar, ou
ouvir uma música, pode desencadear poderosos efeitos emocionais (e espirituais)
num indivíduo, e exatamente por isso, as mídias mais influentes sempre
transmitem sua mensagem aliada a uma bem planejada trilha sonora. A música
rotula mortais como deuses, estabelece padrões de comportamento, elege
políticos que nada tem a oferecer de pratico ao seu eleitorado e transforma grupos sociais em manadas guiadas por timbres eletrônicos ensandecidos. Nas
mãos humanas, a música, que em essência é neutra, se torna uma poderosa
ferramenta para manobras de massa. Então, a grande questão é como devemos usá-la,
e esta resposta pode ser encontrada nas páginas da Bíblia.
Podemos dizer que a música não é uma invenção humana, já que ela está presente no céu, e que antes dos homens, estrelas e anjos já cantavam para louvar ao Criador, sendo que seres angelicais faziam uso de instrumentos musicais criados pelo próprio Deus (Jó 38-4-7 / Ezequiel 28:13-15). Como a música chegou ao homem ainda nos é um mistério, mesmo que seja possível pelo texto bíblico, vislumbrar o Éden como a porta de entrada. Desde os primeiros capítulos da Bíblia, encontramos a música como uma importante ferramenta de comunicação, seja entre os homens, ou da humanidade para com Deus. Em Gêneses 4:21, somos apresentados a um descendente de Caim chamado Jubal, identificado como o primeiro grande musicista da história, pai de todos os harpistas e flautistas. A partir daí, de acordo com o livre arbítrio concedido ao homem, a música está sempre presente, seja em rituais religiosos, cerimonias sociais, convocações de guerra e cultos a divindades variadas. Assim como na tecnologia, na medicina e até nas redes sociais, o bem e o mal não está na ferramenta usada, e sim nas mãos que a utiliza. Se Nabucodonosor usou a música como uma forma de opressão e ameaça (Daniel 3:15), Davi preferiu usar seus dons musicais para trazer conforto e libertação (I Samuel 16: 19-23). O céu nos entrega presentes valiosos, mas nós escolhemos como usá-los.
Entre os maiores exemplos bíblicos do bom uso da música como uma ferramenta de louvor, adoração e edificação, podemos citar o rei Josafá, que preferiu cânticos ao invés de armas na maior guerra que enfrentou (II Crônicas 20), Paulo e Silas, que promoveram um avivamento na cidade de Felipo, adorando ao Senhor dentro da prisão (Atos 16), e o próprio Jesus Cristo, que num momento de grande angustia as vésperas de sua morte, cantou um hino com seus discípulos (Mateus 26:30 / Marcos 14:26). Em todos estes casos, a música fez parte de um contexto de adoração. Adorar é mais que cantar.
Quando Davi ocupou o trono de Israel, sendo ele próprio um músico nato, compositor gabaritado e exímio instrumentista, os levitas Hemã, Asafe e Etã, bem como aos seus respectivos filhos, foram encarregados pela música da Casa do Senhor, onde a Arca da Aliança repousava (I Crônicas 6:31). Em outros textos, os levitas são identificados exercendo ministério profético (II Crônicas 20:14 / II Crônicas 35:15). Porém, levitas músicos e profetas eram exceções à regra. No geral, o ministério levítico estava inteiramente ligado ao sacrifício de animais do culto do Antigo Testamento (Números 3:1-39), sendo que a função primordial de um levita não era e cantar ou tocar música, mas sim auxiliar o sacerdote na ordem com os utensílios do santuário, funcionando como um ministério de “zeladoria” (Números 1:50-51). Portanto, se alguém deseja rotular-se como “levita” apenas por cantar na igreja, incorre em um erro gritante. O levita era um serviçal da Casa do Senhor, um verdadeiro “faz tudo”, um apaixonado pelo templo, mantendo-o em perfeitas condições para a visitação pública, e acima de tudo, para receber a presença de Deus. Em nossa realidade eclesiástica, num comparativo simbólico, podemos dizer que os zeladores, os porteiros, os faxineiros, os cooperadores e os diáconos (aqueles que exercem tais atividades na Casa de Deus), estão muito mais próximos do ministério levítico do que propriamente os ministros de louvores. A música em si não adora ao Senhor. Nossas ações sim.
Podemos dizer que a música não é uma invenção humana, já que ela está presente no céu, e que antes dos homens, estrelas e anjos já cantavam para louvar ao Criador, sendo que seres angelicais faziam uso de instrumentos musicais criados pelo próprio Deus (Jó 38-4-7 / Ezequiel 28:13-15). Como a música chegou ao homem ainda nos é um mistério, mesmo que seja possível pelo texto bíblico, vislumbrar o Éden como a porta de entrada. Desde os primeiros capítulos da Bíblia, encontramos a música como uma importante ferramenta de comunicação, seja entre os homens, ou da humanidade para com Deus. Em Gêneses 4:21, somos apresentados a um descendente de Caim chamado Jubal, identificado como o primeiro grande musicista da história, pai de todos os harpistas e flautistas. A partir daí, de acordo com o livre arbítrio concedido ao homem, a música está sempre presente, seja em rituais religiosos, cerimonias sociais, convocações de guerra e cultos a divindades variadas. Assim como na tecnologia, na medicina e até nas redes sociais, o bem e o mal não está na ferramenta usada, e sim nas mãos que a utiliza. Se Nabucodonosor usou a música como uma forma de opressão e ameaça (Daniel 3:15), Davi preferiu usar seus dons musicais para trazer conforto e libertação (I Samuel 16: 19-23). O céu nos entrega presentes valiosos, mas nós escolhemos como usá-los.
Entre os maiores exemplos bíblicos do bom uso da música como uma ferramenta de louvor, adoração e edificação, podemos citar o rei Josafá, que preferiu cânticos ao invés de armas na maior guerra que enfrentou (II Crônicas 20), Paulo e Silas, que promoveram um avivamento na cidade de Felipo, adorando ao Senhor dentro da prisão (Atos 16), e o próprio Jesus Cristo, que num momento de grande angustia as vésperas de sua morte, cantou um hino com seus discípulos (Mateus 26:30 / Marcos 14:26). Em todos estes casos, a música fez parte de um contexto de adoração. Adorar é mais que cantar.
Quando Davi ocupou o trono de Israel, sendo ele próprio um músico nato, compositor gabaritado e exímio instrumentista, os levitas Hemã, Asafe e Etã, bem como aos seus respectivos filhos, foram encarregados pela música da Casa do Senhor, onde a Arca da Aliança repousava (I Crônicas 6:31). Em outros textos, os levitas são identificados exercendo ministério profético (II Crônicas 20:14 / II Crônicas 35:15). Porém, levitas músicos e profetas eram exceções à regra. No geral, o ministério levítico estava inteiramente ligado ao sacrifício de animais do culto do Antigo Testamento (Números 3:1-39), sendo que a função primordial de um levita não era e cantar ou tocar música, mas sim auxiliar o sacerdote na ordem com os utensílios do santuário, funcionando como um ministério de “zeladoria” (Números 1:50-51). Portanto, se alguém deseja rotular-se como “levita” apenas por cantar na igreja, incorre em um erro gritante. O levita era um serviçal da Casa do Senhor, um verdadeiro “faz tudo”, um apaixonado pelo templo, mantendo-o em perfeitas condições para a visitação pública, e acima de tudo, para receber a presença de Deus. Em nossa realidade eclesiástica, num comparativo simbólico, podemos dizer que os zeladores, os porteiros, os faxineiros, os cooperadores e os diáconos (aqueles que exercem tais atividades na Casa de Deus), estão muito mais próximos do ministério levítico do que propriamente os ministros de louvores. A música em si não adora ao Senhor. Nossas ações sim.
O problema dos estilos musicais
Alguém disse que “não
existe um acorde divino e outro profano; música é música! ”. O problema não
está no acorde, mas na pessoa que existe por trás dele. O ser humano é um ser
caído e, como esse ser é eminentemente social, o pecado se projeta em suas
ações, em seu meio. Um dos sérios problemas da musicalidade cristã reside no
fato de que ela é muito mais influenciada do que influenciadora. Não são poucos
os músicos cristãos que copiam padrões mundanos da música. Quando uso o termo
“mundano”, estou me referindo a tudo aquilo que zomba da fé, que agride a
espiritualidade e rouba a nossa paz. Há grupos na igreja que chegam ao cúmulo
de parodiar “sucessos” mundanos. Não precisamos copiar as manias mundanas, pois
temos a criatividade e a arte que o Espírito Santo, o músico por excelência,
está disposto a nos ensinar. Que nossas influências venham do alto! (I Coríntios
6:20). Não precisamos parodiar músicas feitas por bêbados e drogados nas noites
violentas dos bailes, pois temos homens e mulheres que gastam tempo com Deus e
podem receber dEle as mais tremendas letras e melodias.
A adoração é, única e
exclusivamente, destinada a Jesus, pessoa central do culto e da
espiritualidade. Há estilos musicais onde o grupo ou o músico se tornam a
essência. Estilos personalistas que conspiram contra a exaltação e a soberania
de Cristo. Esses estilos são característicos pela celebração da performance, da
coreografia, e não do Deus a que se propõe adoração. Há alguns lugares onde o
“momento do louvor” é um verdadeiro show e o grupo é assediado a gritos
frenéticos e eufóricos. Onde nossos talentos ofuscam o nome de Cristo, não pode
haver adoração. O grande problema dos estilos musicais é que são medidas pelas
preferências pessoais, assim, o respeito por outras preferências é violado e a
pessoa de Jesus Cristo é banida do culto.
Jesus afirma: “É
impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem. ” (Lucas
17:1). Poucas coisas escandalizam mais do que a performances musicais
desvairadas. É preciso tomar todo o cuidado possível com isso. O princípio
básico da fé cristã é o amor ao outro e, se amamos o outro, nossa preocupação
deve caminhar também no sentido de não ferir sua alma, seus sentimentos, sua fé
sincera. Se determinado estilo musical fere meu irmão, por que insistir numa
ferida que poderá mata-lo? Paulo diz: “Mas, se por causa da comida se contrista
teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida
aquele por quem Cristo morreu.” (Romanos 14:15). Leia novamente e substitua a
palavra “comida” por “estilo musical”. Nossa regra de conduta é o amor, o que
passar disso é diabólico.
Comentário
Adicional
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Por fé
compreendemos que os anjos já eram exímios músicos em eras que sequer
conseguimos dimensionar. Desde o Éden, o homem também tem feito uso desta
dádiva preciosa, compondo canções e retirando musicalidade de diversos
elementos da natureza. O povo de Israel era versado na arte dos cânticos e
impressionavam as nações contemporâneas pela sua qualidade musical (Salmo 126).
O Velho Testamento possui um verdadeiro hinário que conta através de canções
memoráveis a profícua relação entre Deus e seu povo, que é o livro de Salmos,
dos quais muitos eram cantados já na escadaria do Templo. Nos últimos dois
milênios, os cristãos têm repetido o gesto de Jesus no cenáculo, entoando
louvores ao Deus Emanuel. A este acervo histórico repleto de canções oblatarias e
hinos que rendem tributo ao Senhor, comumente chamamos de “música cristã”, que
ano após anos, recebe novos clássicos em seus arquivos atemporais, que marcam
presença em diversos hinários tradicionais e pentecostais: “Graça Maravilhosa”,
“Sou Feliz com Jesus”, “Mais perto quero estar”, Castelo Forte”, “Vencendo vem
Jesus”, “Grandioso és Tú”. Porém, recentemente, um fenômeno tem se espalhado
pelo mundo, transformando canções até então só conhecidas em círculos eclesiásticos
em verdadeiros hits Cult, sucesso de vendas e campeões de execução em rádio e
TV: A popularização da música gospel.
A palavra
GOSPEL é uma supressão do termo inglês GOD SPEEL, que quer dizer “Palavra de
Deus”, ou em tradução livre, EVANGELHO. Esta terminologia tem origem nas
igrejas das comunidades negras americanas, e é hoje usada para identificar um
gênero macro da indústria musical, que engloba canções de cunho religioso, com
seus artistas professando fé no cristianismo protestante. É também chamada de “Música
Evangélica”. A moderna música gospel (que se insere no contexto da música
cristã), tem sua origem no sul dos Estados Unidos no final do século XIX, período
onde os negros que trabalhavam nas colheitas de algodão, sofriam com os maus
tratos da racista sociedade americana. Com a pele ardendo, castigada pelo sol,
e o espírito quebrantado pelos flagelos sociais, os negros entoavam canções
lamuriosas durante a jornada de trabalho, externando através da música suas tristezas
e aflições. Neste ambiente, nasce o “Blues”, um estilo musical melodioso e
capaz de transmitir com perfeição a tristeza sentida. O ritmo logo invadiu os
templos protestantes, frequentado por cristãos negros e pobres, que incorporaram
o blues em sua liturgia de culto. A qualidade musical destes cultos deu um
salto gigantesco, atraindo cada vez mais pessoas para as reuniões. Era o início
da popularização da música gospel na America.
A partir
da década de setenta, o Brasil também começou a experimentar uma revolução na música
cristã, com novos estilos musicais sendo adotados pela juventude evangélica.
Foi nesta época que surgiram as primeiras bandas que ousaram a romper os parâmetros
até então aceito pelos líderes eclesiásticos. Voz da Verdade, Grupo Logos e
Rebanhão, são alguns bons exemplos desta transformação, que se tornou cada vez
mais acelerada com o passar dos anos. Este segmento musical foi muito
discriminado no Brasil, até que no final da década de 90, devido a forte influência
do gênero nos populares programas de calouros, o gospel foi se popularizando,
ganhando espaço em redes de televisão nos programas de maior audiência. Segundo
a Associação Brasileira de Produtores de Disco, a música gospel é um dos
segmentos mais lucrativos da indústria, pois além das altas vendagens, é também o menos atingido pela pirataria. A
grande verdade, é que uma boa música cristã, independente do gênero, estilo ou período,
só pode ser considerada genuinamente espiritual, se tiver a influência do
Espírito Santo em sua composição. Caso contrário, será apenas uma boa música.
Agrada aos ouvidos, mas não edifica.
A beleza da Harpa Cristã
Não que a Harpa cristã
seja o único modelo ideal de música, mas a história que baseia aquelas músicas
e digna de nota e respeito. A Harpa Cristã, para nós das Assembleias de Deus,
possui grande apreço e significado. Ela é um lembrete musical das nossas
origens (Provérbios 22:28). Se você tem uma Harpa Cristã ao seu alcance,
folheie, medite um pouco em algumas letras. O que você encontrará é a base de
toda a chamada “teologia pentecostal”. Os hinos vão discorrer sobre o poder do
sangue de Jesus, sobre a salvação, o pecado, a graça, o chamado para o
ministério, a fé, e alegria, o Espírito Santo. Não são algumas poesias melosas
sem implicações práticas. Não são frases feitas sem conteúdos existenciais
plenos. São hinos que fortalecem convicções. Hinos que propõem um andar com a
Bíblia. Quem teve o privilégio de ser criado ao som desses hinos, sabe que para
cada momento da vida prática, há uma estrofe que se encaixa com perfeição. Em
algumas de nossas igrejas a Harpa Cristã já foi descartada (em outras, só
subsiste para que a “banda” também tenha razão de ser), e anos de história e
devoção foram jogados no lixo pós-moderno das inovações sem conteúdo e graça. A
primeira edição da Harpa Cristã, em 1922, teve uma tiragem inicial de mil
exemplares. A segunda edição, em 1923, foi impressa no Rio de Janeiro e tinha
300 hinos. Já em 1932, a Harpa Cristã contava com 400 hinos. A primeira Harpa
Cristã com letra e música começou a ser elaborada em 1937. Com o passar dos
anos, foram acrescentados outros hinos, até que o hinário oficial chegou a 524.
Até o ano de 1981, todos os hinos já haviam sido revisados.
Talvez a grandeza maior
da Harpa se deva a vida de seus autores e tradutores. Não foram homens e
mulheres perfeitos e imaculados, mas foram cristãos! Homens e mulheres que
deixaram um legado. Gente de Deus que escrevia com base em suas profundas
experiências de vida com o Senhor. Falavam de uma realidade espiritual que
conheciam na pele, e não apenas na “testemunhologia mirabolante” dos contadores
de casos da atualidade. Não eram celebridades escrevendo novos “sucessos”, não
eram hit makers (fabricantes de sucessos), eram pastores, missionários, servos
de Deus com uma história de vida digna. Citemos alguns autores: Antônio Cabral,
Emilio Conde, Frida Vingren, Nils J. Nelson, O.S. Boyer, Paulo Leivas Macalão,
Samuel Nystrom. Gente que se gastou pelo trabalho de expansão do Reino de Deus
nesse imenso Brasil. Negligenciar essa história é destruir o nosso passado. No
jornal Mensageiro da Paz de julho de 1939, p. 2, 1ª quinzena, o Pr. Paulo
Machado declarou em relação ao trabalho da elaboração e revisão de hinos da
Harpa Cristã: “É um serviço glorioso que Deus me proporcionou, mas que, para
concluí-lo, necessito das orações de todos os que amam a causa de Cristo, em
virtude de ser grande a responsabilidade que me pesa. Sinto-me, às vezes,
bastante atarefado; creio, porém, que, se todos os irmãos orarem neste sentido,
Deus me ajudará, em breve, a terminar o nosso hinário, que servirá para atrair
muitos pecadores aos pés de Cristo”.
Até mesmo os músicos
modernos gostam de dar novas versões aos hinos da Harpa. Alguns, ignorando sua
história, destroem a simplicidade original e, com isso, adulteram o hino. A
beleza da Harpa está justamente em sua simplicidade cativante. É louvar a Deus
pelos pássaros, pela chuva, pela paz. É a adoração que flui da constatação da
grandeza de Deus nas pequenas coisas. Como os autores não eram celebridades, os
hinos refletem seu cotidiano humano, sua devoção a Deus. Muitos são os
testemunhos de pessoas que, cativadas pela beleza e simplicidade desses hinos,
converteram-se ao Senhor. Não vamos jogar fora a grandeza desses hinos! A Harpa
Cristã tem sido o instrumento de consolidação nacional da hinologia
pentecostal, principalmente por meio do cântico congregacional. Um dos motivos
que contribuiu para isso foi o fato de cada cristão assembleiano ter que
possuir o seu próprio exemplar do hinário e levá-lo para a igreja,
diferentemente das igrejas das denominações tradicionais no Brasil, América do
Norte e Europa, onde os templos possuem exemplares dos seus hinários
disponíveis para os fiéis usarem em seus cultos.
A Música e
a Adoração
Comentário
Adicional
Pb. Bene
Wanderley
A
música é composta de melodia, harmonia e ritmo. A música, em si, é um conjunto
de ruídos em perfeita harmonia. A melodia é a voz principal do som, é aquilo
que pode ser cantando. Harmonia é uma sobreposição de notas que são a base para
a melodia. Ritmo é a marcação de tempo de uma música. Na verdade, chamo o ritmo
de relógio onde se marca tempo e segundos. Enfim, a música tem sido ao longo
dos séculos a forma mais completa de se manifestar sentimentos. Para nós que
vivemos em uma dimensão mais elevada do que as pessoas não espiritualizadas
vivem, temos vivido pouco o verdadeiro sentido da música. A muitos anos aqui no
país, principalmente no meio cristão, a condição ou posição da música
brasileira cristã era duramente e violentamente resistida em nossas igrejas.
Apesar da música fazer parte de toda base cristã e bíblica, eram poucos os que
se atreviam deixar ser embalados pelos ritmos que elevava postura e entonação
mais arrojada. Muitos ministros ditavam com severa imposição qual música e
estilo poderia se cantar em um templo cristão.
Os
anos se passaram e com isso veio a modernidade em todos os ângulos da sociedade.
As gerações mais novas surgiram trazendo nas veias um pulsar mais agitado; a
evolução das coisas, das pessoas, da ciência e da tecnologia invadiram o mundo
com uma força sem precedente, que era impossível o mundo ficar inertes a essa
tão profunda mudança. O fato é: a música evoluiu em todos os seus aspectos, e é
notável o poder que ela tem em todas as suas formas. Um breve olhar
bíblico mostrará isso para nós. Em I Samuel 16. Temos o relato clássico do
poder libertador da música; o rei Saul após ter pecado contra Deus em
desobediência ao mandado do Senhor, era atormentado por um espírito maligno que
o deixava terrivelmente descontrolado, mas, quando o jovem Davi toca música em
adoração ao Deus eterno, o espírito mau saia do rei, e logo fica aliviado.
Um
dos grandes problemas em que estamos vivendo em relação a música verdadeira que
adora a Deus, é que, os valores foram é são invertidos, Deus não faz parte da
vida do cantor, do tocador, do regente e etc... Hoje se perde de conta a nuvem
de pessoas que se denominam cantores e outros chegam a encher o peito e diz;
sou levita da casa de Deus. Os tais nem sabem o que é levita e como eram
escolhidos e como viviam e quais eram suas obrigações na casa de Deus! Bom, não
vou entrar por esse caminho pois nos custará muitas falas e realmente não
dispomos de tempo e nem de espaço.
Mas,
o fato é que muitas vezes cantamos, mas, não adoramos. É bom ressaltamos que
adorar não é só cantar ou tocar. Para adorar você não precisa necessariamente
ser cantor ou tocador, mas é obrigatório todo cantor e tocador, ou seja,
musicista, ser adorador. Um texto que mostra na íntegra como é a vida de um
adorador é o Salmo 101. Acho que dispensa qualquer argumento de quem quer que
seja. Então concluímos que música e adoração são inseparáveis. É preocupante o
número de pessoas que se alistam na fileira interminável dos que se coloca na
busca pela inclusão das glórias terrenas, se auto promovendo adoradores, mas na
verdade são aventureiros, bajuladores de homens, cavadores de poços rotos, onde
não tem águas profundas e sadias para curar - se a se mesmo e depois levar
curar para os milhões de Saul espalhados pelos nossos templos. Que esse
trimestre venha nos despertar para vivermos o que realmente Deus quer que
vivamos.
Conclusão
Somos chamados para
testemunhar o mistério da graça e a música é uma grande aliada nesse abençoado
processo. Que não venhamos destruir as pontes que a música cria entre nós e os
outros, e entre nós e Deus. Que possamos louvar ao Senhor com toda a verdade
que há em nós!
Vivemos
para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O combustível da
adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e despretensiosa começa
em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida no Eterno. É quando nos
redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são periféricas diante de tão
grande descoberta. Deus não procura adoração, mas adoradores. Para compreender
ainda mais os princípios da verdadeira adoração, participe deste domingo, 16 de
outubro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.
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