A síndrome de Cotard, também conhecida
como “síndrome do cadáver ambulante”, é uma condição médica na qual o
indivíduo acredita estar morto ou que seus órgãos não estejam mais funcionando
ou necrosados, ou ainda, de que seus familiares, amigos ou o mundo que o rodeia
não existem mais.
Esta condição pode apresentar diferentes graus de
gravidade. Nas formas brandas, os pacientes demonstram sentimento de desespero,
enquanto que nas formas mais severas, os doentes negam a própria existência e/ou
a existência do mundo.
O fato de o paciente acreditar, delirantemente,
que está morto, que está em estado de decomposição ou que já apodreceu,
evidencia um pensamento depressivo, sendo que sua descrição clássica
relaciona-se com quadros melancólicos, hoje em dia conhecidos como transtorno
de humor unipolar.
Assim como todos os outros problemas
psiquiátricos, não existe sintoma característico somente de uma doença, podendo
também essa condição ser descrita em casos de esquizofrenias, psicoses, em
indivíduos que fazem uso de drogas, entre outros. Também pode estar associada
à "Síndrome de Capgras", que causa delírios e até erros de identificação ilusória .
A terapêutica é feita por meio do uso de
antidepressivos tricíclicos e serotoninérgicos, somados a sessões de terapia
eletroconvulsiva (TEC, ou simplesmente choques elétricos).
Caso:
Foi no ano de 1880, que o neurologista francês
Jules Cotard descreveu o caso de uma mulher de 43 anos que sofria de uma forma
grave de melancolia ansiosa,
com um delírio hipocondríaco incomum caracterizado pela convicção da
não-existência dos seus órgãos. Alguns outros autores já haviam mencionado
casos similares; no entanto, Cotard foi o primeiro a fazer uma descrição
detalhada dessa condição. Em 1882, este mesmo autor utilizou o termo “delírio
de negação” para definir a condição de sua paciente. Foi apenas em 1893, que
Emil Régis conferiu o nome de Síndrome de Cotard.
Desde então, diversos casos semelhantes têm sido descritos na literatura. Todavia, não se conhece ao certo a etiologia dessa doença, sendo que, atualmente, nem é contemplado pelos sistemas internacionais de classificação de doenças.
Desde então, diversos casos semelhantes têm sido descritos na literatura. Todavia, não se conhece ao certo a etiologia dessa doença, sendo que, atualmente, nem é contemplado pelos sistemas internacionais de classificação de doenças.
Élita Pavan
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