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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

EBD - Enfrentando o falso culto



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração - Lição 13
Comentarista: Pr. José Elias Croce











Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes

 










Confira nossa biblioteca de estudos na página especial da EBD

Texto Áureo
I Reis 18:24
Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.

Verdade Aplicada
Só podemos combater com eficácia o falso culto através da Palavra de Deus, nossa regra de fé e prática.

Textos de Referência
I Reis 18:20-22; 30

Então, enviou Acabe os mensageiros a todos os filhos de Israel e ajuntou os profetas no monte Carmelo.
Então, Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada.
Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens.
Então Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do Senhor, que estava quebrado.

Introdução

Enfrentar o falso culto não é uma tarefa agradável, é, não raro, a antipatia é o menor preço da verdadeira profecia. Foi assim com Elias, que teve um difícil trabalho, sob a ameaça de Jezabel, a defensora do falso culto.


O falso culto em Israel
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Na sua origem e em sua essência, a nação israelita sempre foi monoteísta, sendo projetada, criada, guardada e protegida por aquele que viria a ser conclamado como “O Deus de Israel”, destinando somente ao Senhor seu culto e adoração. Mesmo assim, por inúmeras vezes ao longo de sua história, Israel flertou com culturas estrangeiras, deixando-se influenciar por seus hábitos e até mesmo importando suas práticas religiosas pagãs e seus deturpados modelos de culto. Este costume se deriva do próprio Egito, onde os Israelitas habitaram por mais de quatrocentos anos, e se evidenciou no deserto, mesmo o povo ainda estando sobre a liderança de Moisés (Êxodo 32). Durante a gestão de Josué, a miscigenação com o paganismo se intensificou, tornando-se rotineira no período dos juízes, o que trouxe grandes calamidades para a nação (Josué 24). No início da era dos reis, mesmo com os deslizes morais e espirituais de seus monarcas, a nação não se corrompeu de forma generalizada, mas esta realidade mudou com a morte de Salomão e a ascensão de seu filho ao trono. Devido ao uso abusivo de poder praticado por Roboão, uma verdadeira guerra civil irrompeu em Israel, dividindo o país em dois. Ao norte, a  coalisão de dez tribos nomeou um eframita chamado Jeroboão como rei, e ao sul, Reoboão exerceu seu reinado apenas sobre as tribos de Judá e Benjamim (I Reis 12). Embora seu reino fosse maior, mais populoso e tivesse herdado o nome de Israel, Jeroboão estava inseguro, pois a capital Jerusalém com seu suntuoso Templo, pertenciam agora ao reino do sul, que passou a ser chamado de Judá.

Temendo que seus súditos atravessassem a fronteira para fins religiosos, Jeroboão decide criar uma nova religião. Assim, torna Dã e Betel em cidades de adoração, colocando em cada uma delas, a imagem de um bezerro de ouro. Para conduzir seus novos rituais religiosos, ele abre um verdadeiro concurso público para o serviço sacerdotal, e muda as datas das principais festas judaicas. Começava o declínio espiritual de Israel (I Reis 13).  Uma sucessão de reis corrompidos marca os primórdios do novo reino, sendo que Acabe é apenas o oitavo deles. Filho de Onri, um rei que conseguiu ser mais perverso de todos os anteriores, Acabe demostrou ao longo de seus 21 nos de reinado, muita força política, mas uma moral extremamente fraca. Em seu primeiro confronto com os sírios foi ajudado pelo Senhor, que venceu por Israel a batalha realizada em regiões montanhosas. Convencidos que o “Deus de Israel” era um “Deus de Montanhas”, a Síria levou a guerra para regiões de geografia plana, e mais uma vez, foi milagrosamente derrotada, sendo inclusive neste período cunhada a expressão: Deus dos Montes e dos Vales (I Reis 20).

Portanto, Deus se revela desejoso de participar ativamente do reinado de Acabe, mas ele opta por alicerçar seu reino em alianças escusas, sendo a primeira delas com o próprio Ben Hadade, rei dos sírios. Sua mais errônea aliança, porém é com Etball, rei dos sidônios e alto sacerdote de Baal, pois como parte deste tratado, Acabe se casa com a princesa fenícia Jezabel, uma mulher que traria ruína para toda a nação. Com o casamento pagão de Acabe, a idolatria ganha legalidade no reino do Norte. Jezabel, agora Rainha de Israel, passa a exercer grande influência nas decisões mais relevantes do país, tendo seu marido em total sujeição. Ela usa a fraqueza emocional de Acabe para impor suas vontades, e assim oficializa o culto ao deus Baal no território israelita. Além disto, Jezabel promove uma verdadeira matança, assassinando todos os profetas que se posicionam contra as suas ações.

Apenas um pequeno grupo remanescente é salvo da chacina, mediante a providencial ajuda de um alto funcionário do palácio por nome de Obadias que esconde e alimenta esses homens durante o período de perseguição. Enquanto isso, Acabe se cerca com uma corja de pseudos profetas que falavam apenas o que o rei desejava ouvir, profetizando por pura conveniência. Sem uma liderança compromissada com Deus, toda a nação mergulha numa era de apostasia, imoralidade e escuridão espiritual. A perversidade deste casal foi tamanha, que sua semente do mal floresceu até mesmo no reino do Sul, quando Atalia, em mais um acordo mau fadado, foi concedida em casamento à Jeorão, filho de Josafá. Assim como a mãe, ela sujeitou o seu marido, manipulou situações e após uma série de assassinatos, assumiu definitivamente o trono de Judá e ordenou que a linhagem de Davi fosse exterminada, o que só não ocorreu, graças a uma providencial intervenção divina (II Reis 11).

Com a nação imersa na idolatria e a mercê de falsos profetas; Acabe e Jezabel não enfrentavam resistência ao seu modo nefasto de governar, já que seus potenciais inimigos estavam mortos ou exilados. Mas é exatamente aí que Deus decide intervir e castigar a terra com uma grande seca. Para avisar ao rei sobre este castigo, Deus envia um profeta do Senhor remanescente e fiel, que se tornará uma pedra no sapato da casa real: ELIAS.


Como enfrentar o falso culto

Sob a orientação de Deus, Elias resolveu chamar os profetas de Baal para um desafio (I Reis 18:19). Era o momento de o povo de Deus decidir; ou servia ao Deus verdadeiro de modo verdadeiro ou a Baal no seu falso culto (I Reis 18:21). Para enfrentá-lo, devemos, na graça de Deus, ter muita convicção. O profeta Elias chama o povo a uma convicção: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o.” (I Reis 18:21). Nesta pergunta, vemos a fé vivida por Elias. Antes de ver o fogo cair do céu e a grande vitória, Elias crê, e está convicto, de quem é o verdadeiro Deus, pois o povo parece não saber e demonstra dúvida. A ignorância leva a tibieza. Quando o povo fica na teologia do “acho”, não há firmeza, e uma grande maioria fica em cima do muro. Até quando coxear entre dois pensamentos? É preciso convicção e mais profundidade bíblica, mais amor pela verdade e paixão pela Palavra de Deus.

A situação social na época do profeta Elias era de muita insegurança (I Reis 18:5). Conspirações mudavam os governos com frequências inesperadas. Na área social, muita corrupção e injustiça. No aspecto moral, uma época de acentuada vaidade, em que o culto ao corpo, evidenciado na própria maquilagem de Jezabel, tornou-se popular. Na teologia e liturgia acontecem mudanças bruscas, sob a poderosa influência dos cultos vizinhos, principalmente o assírio. O culto de Baal era um culto muito sensual, agradável à vista e às emoções, era um culto de expressão afrodisíaca. Gritos, danças sensuais e ritmos marcavam o tom do culto. Deus levantou o profeta Elias. Ele não era um homem polido. Sua vestimenta, alimentação e temperamento já mostravam alguém rude e impetuoso. A doutrina dos adoradores de Baal e seu culto se misturavam com o culto verdadeiro e Elias rompeu com isso!

A indefinição é característica do falso culto. Vivemos num mundo de indefinições. Ser definido é ser dogmático, e ser dogmático é algo, às vezes, detestável. As filosofias, a comunicação, a experiência, a procura de paz e a boa convivência têm marcado o nosso tempo com indefinições na área moral, eliminando a censura e, na honestidade, com tibieza. Em tudo se procura “fazer média”, mantendo as aparências e identificando-se com os pontos comuns (Apocalipse 3:15). Elias chama o povo a uma definição: “Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o.” (I Reis 18:21). Por que ficar no meio termo? Tentar servir a Deus e ao mundo? Precisamos de definições. A Igreja não pode enamorar-se do mundo. É hora de definição moral, teológica e litúrgica. É hora de abandonarmos a teologia relativista. É hora de definição. Deus condenou o povo de Israel pela boca do profeta Isaías (Isaías 29:13). O que estava nos lábios era correto, mas as motivações do coração eram erradas.

“E há de ser que o deus que responder por fogo, esse será Deus.” (I Reis 18:24). Somente através da confiança e grande experiência com Deus poder-se ia propor tal desafio. Para enfrentar o falso culto, precisamos estar calçados com a verdade e com a fé acima de tudo (Efésios 2.8). O profeta Elias tinha conhecimento experimental de Deus e isso o colocava em grande vantagem perante os falsos profetas. Hoje temos a Palavra escrita que é o filtro para esses falsos cultos (II Timóteo 3:16). A Palavra de Deus nos liberta do mal e nos revela a clareza doutrinária (Salmo 119:105). O nosso manual de fé e prática é a Palavra de Deus. Quando nós obedecemos à verdade que está contida na Palavra de Deus podemos estar certos da nossa salvação (Salmo 1:3).

As expressões hipócritas não passam de atos mecânicos. São invenções humanas que não se importam com a vontade de Deus. O formalismo, associado à corrupção doutrinária, produz um tremendo desvio do Senhor e um afastamento do verdadeiro culto que devemos a Deus.


A responsabilidade do Culto
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

“Culto” pode ser descrito como a maior homenagem que se pode prestar a uma divindade, mas no meio cristão, geralmente é entendido como uma reunião litúrgica onde a comunidade eclesiástica se reúne para cantar, orar e ouvir uma mensagem bíblica. Assim, é comum aos líderes cristãos se dirigirem para a congregação com perguntas como “Quem veio aqui hoje buscar uma benção?” “Quem veio aqui para ouvir Deus falar?”. Nossas respostas obvias a tais questionamentos é sempre um grandioso “SIM”. Mas será esta a essência de um culto genuíno? Cultuamos para receber? Cultuamos por conveniência social? A importância da união fraternal e da adoração comunitária é vital dentro do cristianismo, tanto que a chegada do Espírito Santo se deu enquanto “todos” estavam reunidos no “cenáculo” (Atos 2). Porém, o culto deve exceder as paredes de um templo. Todo homem é composto de corpo, alma e espírito, e este espírito veio de Deus e anseia voltar para Deus, e como muitas vezes nos desligamos completamente do espiritual em prol de coisas efêmeras e temporais, nosso espírito se conturba na ânsia de estar na presença do Senhor, causando a deficiência da tão desejada “paz de espírito”.  Um culto é exatamente a exteriorização desta necessidade, quando abrimos mão de afazeres hodiernos e compromissos extraordinários, para dedicarmos um tempo específico ao nosso Deus. Em síntese, o culto pode ser definido como sendo o encontro do homem com Deus, podendo ser praticado individualmente ou de forma coletiva. 

A motivação correta para prestação de um culto é a adoração, exaltar ao Senhor sobre todas as coisas, e ofertar-lhe todos os aspectos de nossa vida. Uma vez que assim procedemos, algumas benesses recaem sobre nós através da graça e da misericórdia do nosso Deus, como por exemplo o fortalecimento da nossa fé, a aquietação de nosso espírito e compreensão do sobrenatural. Infelizmente, temos prestado “cultos” deturpados tanto na essência, quanto no propósito, afinal, templos religiosos ficam abarrotados de crentes superficiais que buscam apenas seus próprios interesses, e ao invés de prezarem por uma adoração genuína, entregando seu melhor para Deus, só querem “receber” o seu “milagre” ou ouvir uma palavra direcionada que massageie o seu ego. Quando isto não acontece, é comum ouvirmos alguém dizer: - Hoje o culto não foi bom!

É preciso entender que o culto litúrgico realizado em comunidade é diferente do culto racional prestado por cada indivíduo (Romanos 12:1). Digamos que numa igreja, onde 100 pessoas estão reunidas, enquanto a liturgia segue seu fluxo, outros 100 cultos estão sendo prestados individualmente, pois o culto, em essência, é pessoal. Cada um é responsável pela prestação de seu culto e não pode terceirizar o fracasso do mesmo. Se um cantor desafina, a responsabilidade é dele, se a mensagem pregada é insossa e incompreensível, a culpa é toda do pregador, porém, nada disso pode ser desculpa para um culto ruim, pois a responsabilidade do culto é de quem o está prestando. Se o culto não foi bom, a culpa não é do pastor, do ministério de louvor ou dos obreiros, pois quem define os rumos de um culto prestado ao Senhor, é o próprio indivíduo. O sucesso de um culto passa pelos elementos ofertados, que basicamente, é aquilo que trazemos para “oferecer” (Hebreus 11:4). Não prestamos um culto para receber, e sim para entregar. O segredo de um culto bem-sucedido está na qualidade do que eu tenho a oferecer, e isso inclui a própria vida. Nunca responsabilize ninguém pela baixa qualidade de seu culto, pois a responsabilidade é toda sua!

A triste verdade é que temos investido cada vez mais em cultos pirotécnicos que aprazem aos homens, e menos em cultos sinceros, que agradam ao nosso Deus. A maior benção que podemos receber em um culto nem de longe é uma cura miraculosa, uma revelação portentosa ou uma descarga poderosa de poder; mas sim o simples fato de desfrutar da presença gloriosa de Deus.


Características do falso culto

Jesus denunciou o culto hipócrita, causado pelo apego à mera formalidade, aos ritos, sem correspondência interior. Por fora tudo estava correto, mas interiormente essas ações litúrgicas não eram expressões de um coração agradecido. Era por essa razão que aquele culto se tornava uma coisa abominável ao Senhor. Quando examinarmos o falso culto, aprendemos que ele é sempre seguido pela maioria. Elias reclama que ele está só e que os profetas de Baal são 450! (I Reis 18:22). Precisamos lembrar desta verdade solene: a maioria se perderá. Foi assim na época de Noé e de Sodoma. O povo de Deus foi dizimado e permaneceu o “toco”, a “santa semente”, salvou-se o “renovo”. Não é diferente hoje. Muitos são chamados e poucos os escolhidos. Na época dos profetas, a multidão ia ao templo, mas o seu coração estava longe do Senhor.

Nos tempos hodiernos, muitas igrejas crescem em número e “poder”, mas, perdem na santidade, no caráter e na fidelidade; e isto é um fato histórico. Todas as vezes que a igreja cresceu na quantidade diminuiu na qualidade. Jesus disse que o caminho largo é seguido por vasta maioria. Estamos adequando nossa fé, nossa religião aos reclamos do mundo. Cristãos mundanizados enchem a Igreja hoje e avançamos mais para a imitação do mundo. A nossa diferença com os ímpios desaparece. Pensamos como eles, falamos como eles e nos divertimos como eles. Vivemos de igual modo. Parece que nos enchemos de toda vaidade, quando nos acham parecidos com o mundo (Hebreus 12:14). Isso não é normal!

O culto falso é um culto em que falsos fogos são admitidos. Elias estabeleceu que o fogo deveria vir do céu (I Reis 18:23). Deus não aceita fogo estranho em seu culto. Os dois filhos de Arão morreram por causa disto: trouxeram fogo estranho ao culto do Senhor. Há muita coisa estranha hoje no culto a Deus. Muitos por falta de conhecimento das escrituras têm admitido no culto o fogo do “entusiasmo”, fabricados por “animadores” e acrescentam novidades ao culto, tornando-o um “show”. Será que Deus está se agradando de tudo isso? Onde estão aqueles cultos simples, sem muitos aparatos, mas que superavam em tudo os mais sofisticados cultos de hoje? Não necessariamente a falta de logística, mas onde está aquela unção que, até os ensaios, Jesus batizava com Espírito Santo e vidas eram transformadas?

Os profetas de Baal desenharam uma extraordinária coreografia. Eles dançavam. As religiões primitivas procuraram servir aos seus deuses com danças (I Reis 18:26). O culto é chamado por Paulo de culto racional (Romanos 12:1-2). No Novo Testamento, o culto é pela fé, pois o justo vive pela fé. Os profetas de Baal gritavam, manquejavam e se cortavam (I Reis 18:26-28). Era um culto longo. (I Reis 18:29). Muitos movimentos, muitas palavras, muitas repetições. Nosso Deus é de ordem, paz e harmonia.

O falso culto é sempre voltado para impressionar. Quanto mais pompa, menos poder. A busca desenfreada de emoções pode ser uma compensação psicológica de vazio espiritual. Não foi assim na época de Malaquias? Enganoso é o coração! Quanto cuidado devemos ter! Resumindo, enfrentar o culto falso é um dever que exigirá de nós a profunda convicção, fé que se põe contra todas as heresias; exigirá uma definição, uma atitude de maturidade que não se encontra com a maioria; exige um apego à verdadeira espiritualidade contra os pseudos “fogos” das armadilhas psicológicas, que não se deixa impressionar pela manifestação que visa enganar os incautos. Que Deus nos encha de sabedoria para termos vitória nesta luta (Atos 8:9-11).


Características do 
Verdadeiro Avivamento
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Muitos dizem somos  a “Geração do Avivamento”, mas poucos entendem de fato o que um “AVIVAMENTO” significa. O relato da Batalha dos Deuses no Monte Carmelo registra um dos maiores avivamentos já realizados, afinal em um único dia, toda a nação de Israel reconheceu a superioridade do Deus de Elias sobre os deuses cananitas Baal e Asera. Os gritos de “só o Senhor é Deus” ecoaram por todo reino, enquanto altares pagãos eram derrubados. E é exatamente esta a essência de um verdadeiro avivamento: TRANSFORMAÇÃO. Quando Elias ergueu sua voz, imediatamente “fogo” desceu do céu sobre o altar, e ali o avivamento começou. Infelizmente, muitos pregadores modernos tentam reduzir o conceito de avivamento apenas no “cair do fogo”, mas se esquecem que o “fogo pelo fogo”, acaba se apagando. O avivamento começa com Elias desafiando a fé do povo, conclamando sua nação para vivenciar um grande mover sobrenatural. Antes de clamar pelo fogo, Elias toma o cuidado de corrigir todos os desvios, fendas e imperfeições de seu próprio altar, e depois, manda molhar toda a estrutura, bem como abrir valas no entorno e enche-las de água. A água é um símbolo da Palavra de Deus e também do Espírito Santo. Antes do fogo cair, é necessário que haja uma manutenção preventiva no altar, que aqui tipifica a própria vida do adorador. Depois, é preciso que a PALAVRA DE DEUS seja despejada em abundância sobre este mesmo altar, ao ponto de fazer as valas transbordarem. Fogo que cai sem antes o altar ser regado, não passa de pirotecnia.

Com o altar preparado e encharcado, chegou a hora do fogo descer. É um momento lindo e especial, de vislumbre, deleite e glória, que marcará para sempre a história de quem o vivenciar, mas como todo bom e inesquecível momento, a queda do fogo é passageira. O que fica de fato, são seus efeitos. A água evapora, simbolizando que a PALAVRA voltou para Deus cumprindo o seu propósito (Isaías 55:10-11). A carne sobre o altar é consumida, incinerada, queimada ao ponto desaparecer, e quando isso acontece, o Espírito é fortalecido (I Colossenses 3:1-3). Quando o fogo cai, mas a água continua nas valas e a carne se mantem mal passada sobre o altar, é por que de fato, não houve  avivamento real  ali. O fogo também pode representar separação. Quando Elias foi levado ao céu por um redemoinho, primeiro um carro de fogo desceu dos céus e passou entre ele e seu discípulo Elizeu, separando quem ficaria, de quem seria arrebatado. O fogo do verdadeiro avivamento tem esta característica de evidenciar “os que são” dos que “NÃO são” (II Reis 2:1-11).

Se o fogo caindo é uma visão deslumbrante, a próxima cena do avivamento é assustadora, mas imprescindível. Ao perceber que estava sendo enganado pelos falsos profetas, o povo de Israel reconhece a soberania do Deus de Elias e literalmente, elimina os mestres do paganismo. Em pouco tempo, cerca de  novecentos profetas de Baal e Asera são mortos ao fio da espada pelo turba enfurecida, transformando os seiscentos metros do Monte Carmelo, numa grande cascata de sangue, e a montanha num depósito de muitos cadáveres. Visão desagradável, não é? Mas é exatamente aí que reside a beleza do AVIVAMENTO, pois quando ele é genuíno, as coisas mudam, e nada é como antes. Quem experimenta o verdadeiro avivamento, não aceita mais em sua vida, a causa raiz de seu erro, e extermina o mal de uma vez por todas, por mais doloroso que possa ser  este processo (Mateus 18:9). Todo evento onde o fogo cai do céu, mas a carne não queima, a água não evapora, o altar continua fendido e os profetas de Baal e Asera continuam vivos não trouxe de fato, qualquer tipo de avivamento. Foi apenas um belo espetáculo, e nada mais.


Características do culto restaurado

O culto falso é mera catarse psicológica, mera movimentação física. Resulta no vazio (Efésios 2:11-12). O divórcio entre a adoração e a vida prática é inevitável. É um culto templário apenas (Atos 17:16). É um teatro, um “Show”, mas sem nenhum vínculo de vida prática. Elias restaurou o antigo altar de seus pais (I Reis 18:30). O mesmo altar em que adoravam seus antepassados. Há os que pensam que “novidade” é a marca do verdadeiro culto. Pensam que algo para ser bom tem de ser novo. Criam preconceitos contra o antigo (Jó 12:12). Esquecem as solenes palavras do sábio de que “nada há novo debaixo do céu” (Eclesiástico 1:9). As heresias vão e voltam apenas com uma nova roupa. Os pecados dos homens continuam os mesmos (Romanos 3:23). O homem não inventou nova forma de pecar, pratica os mesmos pecados condenados por Moisés. Não conseguiu outro escape, senão pelo arrependimento e fé em Jesus (Efésios 2:8). Devemos permanecer na “doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42). Nosso altar está delineado a na Palavra (João 4:23). Na vida prática, o falso adorador é mundano. Ele vive mentindo, fazendo falcatruas, traindo, escandalizando e sem ética cristã alguma (Atos 13:6-12).

Elias mostra precisão. Ele usa pedras e não outro material (I Reis 18.31). Não quis fazer uso de sua criatividade. Obedece. Doze pedras conforme a Palavra. Poderia ter feito um altar mais vistoso! Com mais luzes! Também obedece ao horário (I Reis 18.36). Deus havia determinado a hora do sacrifício. Elias obedeceu e invoca o nome do Senhor. O que temos de gente criativa hoje, inventando novas formas cultuais (2Sm 6.3-7). Nosso culto deve ser de acordo com a Palavra (I Coríntios 14:26).

Enfrentar o falso culto é tarefa para quem tem olhos para ver. Não podem enxergar os que estão com suas vistas obscurecidas pela ignorância (II Coríntios 4:4). Por isso é necessário ter convicção. S convicção tem um resultado imediato que chamamos definição. Os que adoram a Deus não podem viver titubeando. Não vão seguir a maioria. No culto verdadeiro, fogo falso não tem lugar. Não se confunde entusiasmo, nem se provocam emoções para alegrar ambientes. Na adoração verdadeira, o profeta Elias ensina que o altar antigo em sua verdade revelada, não deve ser substituído, mas restaurado, isto é, voltar à Palavra! Esse é o caminho.

Elias se dirigiu a Deus da Aliança, Deus de seus pais. Nosso Deus tem uma história com Seu povo. Ele é um Deus que se revelou nos caminhos de Sua Palavra, na expressão de nossa história. Ele é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó (1Rs 18.36). Nosso culto é voltado para o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Deus trino de nosso credo. O Deus que nunca abandonou Seu povo, mas que tem pelos milênios se mostrado Salvador (Mateus 4:10).

O individualismo moderno criou deuses diversos: “deus do pastor beltrano” e “deus do missionário sicrano”. E cada deus tem seu cultinho ou o “show” que merece, de acordo com o meio econômico, eletrônico e criativo. O culto de Elias se dirigiu ao Deus Soberano. Para Elias, o Senhor é Deus. Isto conclui também o povo, após a adoração, com o milagre do fogo, que caiu do céu e queimou o sacrifício (I Reis 18:39). Nosso Deus é um Deus soberano, Ele opera maravilhas segundo a Sua vontade. Elias cria neste Deus. Ele encheu o altar com águas (I Reis 18:34). Deus iria mostrar Seu poder contrariando as leis naturais, a fim de que aquele povo cego visse. Para Elias, Deus era o Senhor absoluto do coração do povo (I Reis 18:37). É Deus que convence, salva, escolhe e chama. É Deus quem faz o coração do homem voltar-se para Ele. Aqui está o cerne da doutrina verdadeira da salvação. A salvação depende exclusivamente do Senhor. Ele manifesta Seu poder, é soberano e dirige com determinação os destinos do mundo. O ministério do profeta Elias atesta a universalidade da soberania divina.

Conclusão

O culto deve ser como a Palavra de Deus estabelece! Devemos adorar o Deus do nosso credo! O Deus de Abraão, Isaque e Jacó! O Deus Soberano e Amoroso, que, em Cristo e por Cristo, nos abriu o caminho até Ele na verdadeira adoração espiritual. Que o Eterno seja sempre glorificado!




Vivemos para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O combustível da adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e despretensiosa começa em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida no Eterno. É quando nos redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são periféricas diante de tão grande descoberta. Deus não procura adoração, mas adoradores. Para compreender ainda mais os princípios da verdadeira adoração, participe deste domingo, 25 de dezembro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.




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