Material Didático
Revista Jovens e Adultos
nº 101 - Editora Betel
Louvor e Adoração
- Lição 13
Comentarista: Pr.
José Elias Croce
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel
Gomes
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Texto
Áureo
I Reis 18:24
Então,
invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que
o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu e disse:
É boa esta palavra.
Verdade
Aplicada
Só podemos
combater com eficácia o falso culto através da Palavra de Deus, nossa regra de
fé e prática.
Textos de
Referência
I Reis 18:20-22;
30
Então,
enviou Acabe os mensageiros a todos os filhos de Israel e ajuntou os profetas
no monte Carmelo.
Então,
Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe
não respondeu nada.
Então,
disse Elias ao povo: Só eu fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal
são quatrocentos e cinquenta homens.
Então
Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e
reparou o altar do Senhor, que estava quebrado.
Introdução
Enfrentar
o falso culto não é uma tarefa agradável, é, não raro, a antipatia é o menor
preço da verdadeira profecia. Foi assim com Elias, que teve um difícil
trabalho, sob a ameaça de Jezabel, a defensora do falso culto.
O falso culto em Israel
Comentário
Adicional
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Na sua origem e em sua
essência, a nação israelita sempre foi monoteísta, sendo projetada, criada,
guardada e protegida por aquele que viria a ser conclamado como “O Deus de
Israel”, destinando somente ao Senhor seu culto e adoração. Mesmo assim, por
inúmeras vezes ao longo de sua história, Israel flertou com culturas
estrangeiras, deixando-se influenciar por seus hábitos e até mesmo importando
suas práticas religiosas pagãs e seus deturpados modelos de culto. Este
costume se deriva do próprio Egito, onde os Israelitas habitaram por mais de
quatrocentos anos, e se evidenciou no deserto, mesmo o povo ainda estando sobre
a liderança de Moisés (Êxodo 32). Durante a gestão de Josué, a miscigenação com
o paganismo se intensificou, tornando-se rotineira no período dos juízes, o que
trouxe grandes calamidades para a nação (Josué 24). No início da era dos reis,
mesmo com os deslizes morais e espirituais de seus monarcas, a nação não se
corrompeu de forma generalizada, mas esta realidade mudou com a morte de
Salomão e a ascensão de seu filho ao trono. Devido ao uso abusivo de poder
praticado por Roboão, uma verdadeira guerra civil irrompeu em Israel, dividindo
o país em dois. Ao norte, a coalisão de dez tribos
nomeou um eframita chamado Jeroboão como rei, e ao sul, Reoboão exerceu seu
reinado apenas sobre as tribos de Judá e Benjamim (I Reis 12). Embora seu reino
fosse maior, mais populoso e tivesse herdado o nome de Israel, Jeroboão estava
inseguro, pois a capital Jerusalém com seu suntuoso Templo, pertenciam agora ao reino do sul, que passou a ser chamado de Judá.
Temendo que seus
súditos atravessassem a fronteira para fins religiosos, Jeroboão decide criar
uma nova religião. Assim, torna Dã e Betel em cidades de adoração, colocando em
cada uma delas, a imagem de um bezerro de ouro. Para conduzir seus novos
rituais religiosos, ele abre um verdadeiro concurso público para o serviço
sacerdotal, e muda as datas das principais festas judaicas. Começava o declínio
espiritual de Israel (I Reis 13). Uma sucessão de reis corrompidos marca os
primórdios do novo reino, sendo que Acabe é apenas o oitavo deles. Filho de
Onri, um rei que conseguiu ser mais perverso de todos os anteriores, Acabe
demostrou ao longo de seus 21 nos de reinado, muita força política, mas uma
moral extremamente fraca. Em seu primeiro confronto com os sírios foi ajudado
pelo Senhor, que venceu por Israel a batalha realizada em regiões montanhosas.
Convencidos que o “Deus de Israel” era um “Deus de Montanhas”, a Síria levou a
guerra para regiões de geografia plana, e mais uma vez, foi milagrosamente
derrotada, sendo inclusive neste período cunhada a expressão: Deus dos Montes e dos Vales (I
Reis 20).
Portanto, Deus se
revela desejoso de participar ativamente do reinado de Acabe, mas ele opta por
alicerçar seu reino em alianças escusas, sendo a primeira delas com o próprio
Ben Hadade, rei dos sírios. Sua mais errônea aliança, porém é com Etball, rei
dos sidônios e alto sacerdote de Baal, pois como parte deste tratado, Acabe se
casa com a princesa fenícia Jezabel, uma mulher que traria ruína para toda a
nação. Com o casamento pagão
de Acabe, a idolatria ganha legalidade no reino do Norte. Jezabel, agora Rainha
de Israel, passa a exercer grande influência nas decisões mais relevantes do
país, tendo seu marido em total sujeição. Ela usa a fraqueza emocional de Acabe
para impor suas vontades, e assim oficializa o culto ao deus Baal no território
israelita. Além disto, Jezabel promove uma verdadeira matança, assassinando
todos os profetas que se posicionam contra as suas ações.
Apenas um pequeno grupo
remanescente é salvo da chacina, mediante a providencial ajuda de um alto
funcionário do palácio por nome de Obadias que esconde e alimenta esses homens
durante o período de perseguição. Enquanto isso, Acabe se cerca com uma corja
de pseudos profetas que falavam apenas o que o rei desejava ouvir, profetizando
por pura conveniência. Sem uma liderança compromissada com Deus, toda a nação
mergulha numa era de apostasia, imoralidade e escuridão espiritual. A perversidade
deste casal foi tamanha, que sua semente do mal floresceu até mesmo no reino do
Sul, quando Atalia, em mais um acordo mau fadado, foi concedida em casamento à
Jeorão, filho de Josafá. Assim como a mãe, ela sujeitou o seu marido, manipulou
situações e após uma série de
assassinatos, assumiu definitivamente o trono de Judá e ordenou que a linhagem
de Davi fosse exterminada, o que só não ocorreu, graças a uma providencial
intervenção divina (II Reis 11).
Com a nação imersa na
idolatria e a mercê de falsos profetas; Acabe e Jezabel não enfrentavam
resistência ao seu modo nefasto de governar, já que seus potenciais inimigos
estavam mortos ou exilados. Mas é exatamente aí que Deus decide intervir e
castigar a terra com uma grande seca. Para avisar ao rei sobre este castigo,
Deus envia um profeta do Senhor remanescente e fiel, que se tornará uma pedra
no sapato da casa real: ELIAS.
Como
enfrentar o falso culto
Sob a orientação de
Deus, Elias resolveu chamar os profetas de Baal para um desafio (I Reis 18:19).
Era o momento de o povo de Deus decidir; ou servia ao Deus verdadeiro de modo
verdadeiro ou a Baal no seu falso culto (I Reis 18:21). Para enfrentá-lo,
devemos, na graça de Deus, ter muita convicção. O profeta Elias chama o povo a
uma convicção: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é
Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o.” (I Reis 18:21). Nesta pergunta, vemos a fé
vivida por Elias. Antes de ver o fogo cair do céu e a grande vitória, Elias
crê, e está convicto, de quem é o verdadeiro Deus, pois o povo parece não saber
e demonstra dúvida. A ignorância leva a tibieza. Quando o povo fica na teologia
do “acho”, não há firmeza, e uma grande maioria fica em cima do muro. Até
quando coxear entre dois pensamentos? É preciso convicção e mais profundidade
bíblica, mais amor pela verdade e paixão pela Palavra de Deus.
A situação social na
época do profeta Elias era de muita insegurança (I Reis 18:5). Conspirações
mudavam os governos com frequências inesperadas. Na área social, muita
corrupção e injustiça. No aspecto moral, uma época de acentuada vaidade, em que
o culto ao corpo, evidenciado na própria maquilagem de Jezabel, tornou-se popular.
Na teologia e liturgia acontecem mudanças bruscas, sob a poderosa influência
dos cultos vizinhos, principalmente o assírio. O culto de Baal era um culto
muito sensual, agradável à vista e às emoções, era um culto de expressão
afrodisíaca. Gritos, danças sensuais e ritmos marcavam o tom do culto. Deus
levantou o profeta Elias. Ele não era um homem polido. Sua vestimenta,
alimentação e temperamento já mostravam alguém rude e impetuoso. A doutrina dos
adoradores de Baal e seu culto se misturavam com o culto verdadeiro e Elias
rompeu com isso!
A indefinição é
característica do falso culto. Vivemos num mundo de indefinições. Ser definido
é ser dogmático, e ser dogmático é algo, às vezes, detestável. As filosofias, a
comunicação, a experiência, a procura de paz e a boa convivência têm marcado o
nosso tempo com indefinições na área moral, eliminando a censura e, na
honestidade, com tibieza. Em tudo se procura “fazer média”, mantendo as
aparências e identificando-se com os pontos comuns (Apocalipse 3:15). Elias
chama o povo a uma definição: “Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal,
segui-o.” (I Reis 18:21). Por que ficar no meio termo? Tentar servir a Deus e
ao mundo? Precisamos de definições. A Igreja não pode enamorar-se do mundo. É
hora de definição moral, teológica e litúrgica. É hora de abandonarmos a
teologia relativista. É hora de definição. Deus condenou o povo de Israel pela
boca do profeta Isaías (Isaías 29:13). O que estava nos lábios era correto, mas
as motivações do coração eram erradas.
“E há de ser que o deus
que responder por fogo, esse será Deus.” (I Reis 18:24). Somente através da
confiança e grande experiência com Deus poder-se ia propor tal desafio. Para
enfrentar o falso culto, precisamos estar calçados com a verdade e com a fé
acima de tudo (Efésios 2.8). O profeta Elias tinha conhecimento experimental de
Deus e isso o colocava em grande vantagem perante os falsos profetas. Hoje
temos a Palavra escrita que é o filtro para esses falsos cultos (II Timóteo 3:16).
A Palavra de Deus nos liberta do mal e nos revela a clareza doutrinária (Salmo
119:105). O nosso manual de fé e prática é a Palavra de Deus. Quando nós
obedecemos à verdade que está contida na Palavra de Deus podemos estar certos
da nossa salvação (Salmo 1:3).
As expressões hipócritas
não passam de atos mecânicos. São invenções humanas que não se importam com a
vontade de Deus. O formalismo, associado à corrupção doutrinária, produz um
tremendo desvio do Senhor e um afastamento do verdadeiro culto que devemos a
Deus.
A responsabilidade do Culto
Comentário
Adicional
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
“Culto” pode
ser descrito como a maior homenagem que se pode prestar a uma divindade, mas no
meio cristão, geralmente é entendido como uma reunião litúrgica onde a
comunidade eclesiástica se reúne para cantar, orar e ouvir uma mensagem bíblica.
Assim, é comum aos líderes cristãos se dirigirem para a congregação com
perguntas como “Quem veio aqui hoje
buscar uma benção?” “Quem veio aqui para ouvir Deus falar?”. Nossas respostas
obvias a tais questionamentos é sempre um grandioso “SIM”. Mas será esta a essência
de um culto genuíno? Cultuamos para receber? Cultuamos por conveniência social?
A importância da união fraternal e da adoração comunitária é vital dentro do
cristianismo, tanto que a chegada do Espírito Santo se deu enquanto “todos”
estavam reunidos no “cenáculo” (Atos 2). Porém, o culto deve exceder as paredes
de um templo. Todo homem é composto de corpo, alma e espírito, e
este espírito veio de Deus e anseia voltar para Deus, e como muitas vezes nos
desligamos completamente do espiritual em prol de coisas efêmeras e temporais,
nosso espírito se conturba na ânsia de estar na presença do Senhor, causando a
deficiência da tão desejada “paz de espírito”. Um culto é exatamente a exteriorização desta
necessidade, quando abrimos mão de afazeres hodiernos e compromissos
extraordinários, para dedicarmos um tempo específico ao nosso Deus. Em síntese,
o culto pode ser definido como sendo o encontro do homem com Deus, podendo ser
praticado individualmente ou de forma coletiva.
A motivação correta
para prestação de um culto é a adoração, exaltar ao Senhor sobre todas as
coisas, e ofertar-lhe todos os aspectos de nossa vida. Uma vez que assim
procedemos, algumas benesses recaem sobre nós através da graça e da
misericórdia do nosso Deus, como por exemplo o fortalecimento da nossa fé, a
aquietação de nosso espírito e compreensão do sobrenatural. Infelizmente, temos
prestado “cultos” deturpados tanto na essência, quanto no propósito, afinal,
templos religiosos ficam abarrotados de crentes superficiais que buscam apenas
seus próprios interesses, e ao invés de prezarem por uma adoração genuína, entregando
seu melhor para Deus, só querem “receber” o seu “milagre” ou ouvir uma palavra
direcionada que massageie o seu ego. Quando isto não
acontece, é comum ouvirmos alguém dizer: - Hoje o culto não foi bom!
É
preciso entender que o culto litúrgico realizado em comunidade é diferente do
culto racional prestado por cada indivíduo (Romanos 12:1). Digamos que numa
igreja, onde 100 pessoas estão reunidas, enquanto a liturgia segue seu fluxo,
outros 100 cultos estão sendo prestados individualmente, pois o culto, em essência,
é pessoal. Cada um é responsável pela prestação de seu culto e não pode terceirizar
o fracasso do mesmo. Se um cantor desafina, a responsabilidade é dele, se a
mensagem pregada é insossa e incompreensível, a culpa é toda do pregador,
porém, nada disso pode ser desculpa para um culto ruim, pois a responsabilidade
do culto é de quem o está prestando. Se o culto não foi bom, a culpa não é do
pastor, do ministério de louvor ou dos obreiros, pois quem define os rumos de
um culto prestado ao Senhor, é o próprio indivíduo. O sucesso de um culto passa
pelos elementos ofertados, que basicamente, é aquilo que trazemos para “oferecer”
(Hebreus 11:4). Não prestamos um culto para receber, e sim para entregar. O
segredo de um culto bem-sucedido está na qualidade do que eu tenho a oferecer, e
isso inclui a própria vida. Nunca responsabilize ninguém pela baixa qualidade
de seu culto, pois a responsabilidade é toda sua!
A triste verdade é que
temos investido cada vez mais em cultos pirotécnicos que aprazem aos homens, e
menos em cultos sinceros, que agradam ao nosso Deus. A maior benção que podemos
receber em um culto nem de longe é uma cura miraculosa, uma revelação
portentosa ou uma descarga poderosa de poder; mas sim o simples fato de
desfrutar da presença gloriosa de Deus.
Características
do falso culto
Jesus denunciou o culto
hipócrita, causado pelo apego à mera formalidade, aos ritos, sem
correspondência interior. Por fora tudo estava correto, mas interiormente essas
ações litúrgicas não eram expressões de um coração agradecido. Era por essa
razão que aquele culto se tornava uma coisa abominável ao Senhor. Quando
examinarmos o falso culto, aprendemos que ele é sempre seguido pela maioria.
Elias reclama que ele está só e que os profetas de Baal são 450! (I Reis 18:22).
Precisamos lembrar desta verdade solene: a maioria se perderá. Foi assim na
época de Noé e de Sodoma. O povo de Deus foi dizimado e permaneceu o “toco”, a
“santa semente”, salvou-se o “renovo”. Não é diferente hoje. Muitos são
chamados e poucos os escolhidos. Na época dos profetas, a multidão ia ao
templo, mas o seu coração estava longe do Senhor.
Nos tempos hodiernos,
muitas igrejas crescem em número e “poder”, mas, perdem na santidade, no
caráter e na fidelidade; e isto é um fato histórico. Todas as vezes que a
igreja cresceu na quantidade diminuiu na qualidade. Jesus disse que o caminho
largo é seguido por vasta maioria. Estamos adequando nossa fé, nossa religião
aos reclamos do mundo. Cristãos mundanizados enchem a Igreja hoje e avançamos
mais para a imitação do mundo. A nossa diferença com os ímpios desaparece.
Pensamos como eles, falamos como eles e nos divertimos como eles. Vivemos de
igual modo. Parece que nos enchemos de toda vaidade, quando nos acham parecidos
com o mundo (Hebreus 12:14). Isso não é normal!
O culto falso é um culto
em que falsos fogos são admitidos. Elias estabeleceu que o fogo deveria vir do
céu (I Reis 18:23). Deus não aceita fogo estranho em seu culto. Os dois filhos
de Arão morreram por causa disto: trouxeram fogo estranho ao culto do Senhor.
Há muita coisa estranha hoje no culto a Deus. Muitos por falta de conhecimento
das escrituras têm admitido no culto o fogo do “entusiasmo”, fabricados por
“animadores” e acrescentam novidades ao culto, tornando-o um “show”. Será que
Deus está se agradando de tudo isso? Onde estão aqueles cultos simples, sem
muitos aparatos, mas que superavam em tudo os mais sofisticados cultos de hoje?
Não necessariamente a falta de logística, mas onde está aquela unção que, até
os ensaios, Jesus batizava com Espírito Santo e vidas eram transformadas?
Os profetas de Baal
desenharam uma extraordinária coreografia. Eles dançavam. As religiões
primitivas procuraram servir aos seus deuses com danças (I Reis 18:26). O culto
é chamado por Paulo de culto racional (Romanos 12:1-2). No Novo Testamento, o
culto é pela fé, pois o justo vive pela fé. Os profetas de Baal gritavam,
manquejavam e se cortavam (I Reis 18:26-28). Era um culto longo. (I Reis 18:29).
Muitos movimentos, muitas palavras, muitas repetições. Nosso Deus é de ordem,
paz e harmonia.
O falso culto é sempre
voltado para impressionar. Quanto mais pompa, menos poder. A busca desenfreada
de emoções pode ser uma compensação psicológica de vazio espiritual. Não foi
assim na época de Malaquias? Enganoso é o coração! Quanto cuidado devemos ter!
Resumindo, enfrentar o culto falso é um dever que exigirá de nós a profunda
convicção, fé que se põe contra todas as heresias; exigirá uma definição, uma
atitude de maturidade que não se encontra com a maioria; exige um apego à
verdadeira espiritualidade contra os pseudos “fogos” das armadilhas
psicológicas, que não se deixa impressionar pela manifestação que visa enganar
os incautos. Que Deus nos encha de sabedoria para termos vitória nesta luta
(Atos 8:9-11).
Características do
Verdadeiro Avivamento
Comentário
Adicional
Pb.
Miquéias Daniel Gomes
Muitos dizem somos a “Geração do
Avivamento”, mas poucos entendem de fato o que um “AVIVAMENTO” significa. O
relato da Batalha dos Deuses no Monte Carmelo registra um dos maiores
avivamentos já realizados, afinal em um único dia, toda a nação de Israel
reconheceu a superioridade do Deus de Elias sobre os deuses cananitas Baal e
Asera. Os gritos de “só o Senhor é Deus” ecoaram por todo reino, enquanto
altares pagãos eram derrubados. E é exatamente esta a essência de um verdadeiro
avivamento: TRANSFORMAÇÃO. Quando Elias ergueu sua voz, imediatamente “fogo”
desceu do céu sobre o altar, e ali o avivamento começou. Infelizmente, muitos
pregadores modernos tentam reduzir o conceito de avivamento apenas no “cair do
fogo”, mas se esquecem que o “fogo pelo fogo”, acaba se apagando. O avivamento
começa com Elias desafiando a fé do povo, conclamando sua nação para vivenciar
um grande mover sobrenatural. Antes de clamar pelo fogo, Elias toma o cuidado
de corrigir todos os desvios, fendas e imperfeições de seu próprio altar, e
depois, manda molhar toda a estrutura, bem como abrir valas no entorno e
enche-las de água. A água é um símbolo da Palavra de Deus e também do
Espírito Santo. Antes do fogo cair, é necessário que haja uma manutenção
preventiva no altar, que aqui tipifica a própria vida do adorador. Depois,
é preciso que a PALAVRA DE DEUS seja despejada em abundância sobre este
mesmo altar, ao ponto de fazer as valas transbordarem. Fogo que cai sem antes o
altar ser regado, não passa de pirotecnia.
Com o altar preparado e encharcado, chegou a hora do fogo descer. É um
momento lindo e especial, de vislumbre, deleite e glória, que marcará para
sempre a história de quem o vivenciar, mas como todo bom e inesquecível
momento, a queda do fogo é passageira. O que fica de fato, são seus efeitos. A
água evapora, simbolizando que a PALAVRA voltou para Deus cumprindo o seu
propósito (Isaías 55:10-11). A carne sobre o altar é consumida, incinerada,
queimada ao ponto desaparecer, e quando isso acontece, o Espírito é fortalecido
(I Colossenses 3:1-3). Quando o fogo cai, mas a água continua nas valas e a
carne se mantem mal passada sobre o altar, é por que de fato, não houve avivamento
real ali. O fogo também pode representar separação. Quando Elias foi
levado ao céu por um redemoinho, primeiro um carro de fogo desceu dos céus e
passou entre ele e seu discípulo Elizeu, separando quem ficaria, de quem seria
arrebatado. O fogo do verdadeiro avivamento tem esta característica de
evidenciar “os que são” dos que “NÃO são” (II Reis 2:1-11).
Se o fogo caindo é uma visão deslumbrante, a próxima cena do avivamento
é assustadora, mas imprescindível. Ao perceber que estava sendo enganado pelos
falsos profetas, o povo de Israel reconhece a soberania do Deus de Elias e
literalmente, elimina os mestres do paganismo. Em pouco tempo, cerca de
novecentos profetas de Baal e Asera são mortos ao fio da espada pelo
turba enfurecida, transformando os seiscentos metros do Monte Carmelo, numa
grande cascata de sangue, e a montanha num depósito de muitos cadáveres. Visão
desagradável, não é? Mas é exatamente aí que reside a beleza do AVIVAMENTO,
pois quando ele é genuíno, as coisas mudam, e nada é como antes. Quem
experimenta o verdadeiro avivamento, não aceita mais em sua vida, a causa raiz
de seu erro, e extermina o mal de uma vez por todas, por mais doloroso que
possa ser este processo (Mateus 18:9). Todo evento onde o fogo cai do
céu, mas a carne não queima, a água não evapora, o altar continua fendido e os
profetas de Baal e Asera continuam vivos não trouxe de fato, qualquer tipo de
avivamento. Foi apenas um belo espetáculo, e nada mais.
Características
do culto restaurado
O culto falso é mera
catarse psicológica, mera movimentação física. Resulta no vazio (Efésios 2:11-12).
O divórcio entre a adoração e a vida prática é inevitável. É um culto templário
apenas (Atos 17:16). É um teatro, um “Show”, mas sem nenhum vínculo de vida prática.
Elias restaurou o antigo altar de seus pais (I Reis 18:30). O mesmo altar em
que adoravam seus antepassados. Há os que pensam que “novidade” é a marca do
verdadeiro culto. Pensam que algo para ser bom tem de ser novo. Criam
preconceitos contra o antigo (Jó 12:12). Esquecem as solenes palavras do sábio
de que “nada há novo debaixo do céu” (Eclesiástico 1:9). As heresias vão e
voltam apenas com uma nova roupa. Os pecados dos homens continuam os mesmos (Romanos
3:23). O homem não inventou nova forma de pecar, pratica os mesmos pecados
condenados por Moisés. Não conseguiu outro escape, senão pelo arrependimento e
fé em Jesus (Efésios 2:8). Devemos permanecer na “doutrina dos apóstolos” (Atos
2:42). Nosso altar está delineado a na Palavra (João 4:23). Na vida prática, o
falso adorador é mundano. Ele vive mentindo, fazendo falcatruas, traindo,
escandalizando e sem ética cristã alguma (Atos 13:6-12).
Elias mostra precisão.
Ele usa pedras e não outro material (I Reis 18.31). Não quis fazer uso de sua
criatividade. Obedece. Doze pedras conforme a Palavra. Poderia ter feito um
altar mais vistoso! Com mais luzes! Também obedece ao horário (I Reis 18.36).
Deus havia determinado a hora do sacrifício. Elias obedeceu e invoca o nome do
Senhor. O que temos de gente criativa hoje, inventando novas formas cultuais
(2Sm 6.3-7). Nosso culto deve ser de acordo com a Palavra (I Coríntios 14:26).
Enfrentar o falso culto
é tarefa para quem tem olhos para ver. Não podem enxergar os que estão com suas
vistas obscurecidas pela ignorância (II Coríntios 4:4). Por isso é necessário
ter convicção. S convicção tem um resultado imediato que chamamos definição. Os
que adoram a Deus não podem viver titubeando. Não vão seguir a maioria. No
culto verdadeiro, fogo falso não tem lugar. Não se confunde entusiasmo, nem se
provocam emoções para alegrar ambientes. Na adoração verdadeira, o profeta
Elias ensina que o altar antigo em sua verdade revelada, não deve ser
substituído, mas restaurado, isto é, voltar à Palavra! Esse é o caminho.
Elias se dirigiu a Deus
da Aliança, Deus de seus pais. Nosso Deus tem uma história com Seu povo. Ele é
um Deus que se revelou nos caminhos de Sua Palavra, na expressão de nossa
história. Ele é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó (1Rs 18.36). Nosso culto é
voltado para o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Deus trino de nosso
credo. O Deus que nunca abandonou Seu povo, mas que tem pelos milênios se
mostrado Salvador (Mateus 4:10).
O individualismo moderno
criou deuses diversos: “deus do pastor beltrano” e “deus do missionário sicrano”.
E cada deus tem seu cultinho ou o “show” que merece, de acordo com o meio
econômico, eletrônico e criativo. O culto de Elias se dirigiu ao Deus Soberano.
Para Elias, o Senhor é Deus. Isto conclui também o povo, após a adoração, com o
milagre do fogo, que caiu do céu e queimou o sacrifício (I Reis 18:39). Nosso
Deus é um Deus soberano, Ele opera maravilhas segundo a Sua vontade. Elias cria
neste Deus. Ele encheu o altar com águas (I Reis 18:34). Deus iria mostrar Seu
poder contrariando as leis naturais, a fim de que aquele povo cego visse. Para
Elias, Deus era o Senhor absoluto do coração do povo (I Reis 18:37). É Deus que
convence, salva, escolhe e chama. É Deus quem faz o coração do homem voltar-se
para Ele. Aqui está o cerne da doutrina verdadeira da salvação. A salvação
depende exclusivamente do Senhor. Ele manifesta Seu poder, é soberano e dirige
com determinação os destinos do mundo. O ministério do profeta Elias atesta a
universalidade da soberania divina.
Conclusão
O culto deve ser como a Palavra de Deus estabelece! Devemos adorar o
Deus do nosso credo! O Deus de Abraão, Isaque e Jacó! O Deus Soberano e
Amoroso, que, em Cristo e por Cristo, nos abriu o caminho até Ele na verdadeira
adoração espiritual. Que o Eterno seja sempre glorificado!
Vivemos para adorar. Deus criou o homem para que este O adorasse. O
combustível da adoração é a comunhão com Deus. Uma comunhão verdadeira e
despretensiosa começa em um lugar secreto. Adoração é decidir investir a vida
no Eterno. É quando nos redescobrimos em Deus e todas as demais coisas são
periféricas diante de tão grande descoberta. Deus não procura adoração, mas
adoradores. Para compreender ainda mais os princípios da verdadeira adoração,
participe deste domingo, 25 de dezembro de 2016, da Escola Bíblica Dominical.
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