Texto
Áureo
Jeremias
1.7
Mas o Senhor
me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar,
irás; e tudo quanto te mandar dirás.
Verdade
Aplicada
Missões é
doutrina bíblica. Não se trata de modismo ou fruto da criatividade da Igreja.
Textos de
Referência
Isaías
6.5-8
Então,
disse eu: Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios
impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei,
o Senhor dos Exércitos!
Mas um dos
serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com
uma tenaz; e com ela tocou a minha boca e disse: Eis que isto tocou os teus
lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado.
Depois
disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.
Sementes de Bondade
Muitos enxergam o Antigo
Testamento como um texto retrogrado, arbitrário e incoerente com a realidade do
mundo moderno. Mas, para todos aqueles que se dedicam a uma leitura sistemática
e responsável destes livros milenares, verdades eternas choram de suas páginas
amareladas e castigadas pelo tempo. É ali, através dos relatos de patriarcas,
visões, poemas, cânticos e profecias, que entendemos com clareza o caráter de
Deus. Enquanto muitos estudiosos se voltam a discussão de um Deus iracundo,
vingativo e destruidor, através da revelação do Espírito Santo, conseguimos
entender as motivações do Criador por de trás de suas ações mais drásticas:
Amor. Deus ama o ser humano, e desde o Éden, tem se dedicado em trazer a
humanidade de volta para si, mesmo que para isso, por vezes, seja preciso agir
com severidade e rigor. Embora seja difícil a assimilação, a grande verdade, é
que Deus permitiu a morte de gerações inteiras, para com isso, dar aos povos
uma chance de recomeços. Oportunidades de voltar a fazer o que era certo. Deus
sempre agiu visando a redenção do homem. E, infelizmente, a redenção sempre
esteve ligada ao derramamento de sangue. Por causa disto, é comum encontramos
pessoas que transformam as páginas no Antigo Testamento em roteiros para filmes
de terror, sem entender que ele é de fato, uma ode ao amor eternal do Criador.
Devemos ter
consciência que amor e justiça são atributos da personalidade de Deus. Ambos
agem de forma simbiótica, não havendo possibilidade de uma prevalecer sobre a
outra. Deus é bom porque é justo, e é justo porque é bom. Ele estabeleceu
diretrizes que indicam ao homem o caminho a ser seguido rumo ao destino por Ele
planejado antes da fundação do mundo. Uma estrada certeira que conduz a
salvação, onde não há erro e nem dolo. Infelizmente, o homem sempre escolhe
atalhos (Jeremias 29:11). Estas decisões erradas da humanidade, jamais
irão alterar o plano original de Deus, mas, certamente, aceleraram um processo
imediato de intervenção, seja para bem ou para mal.
Quando lemos
os primeiros capítulos de Gêneses, testemunhamos o declínio moral e espiritual
da humanidade. Nos dias de Noé, vemos Deus se confrontando com a terrível
realidade dos homens que se tornaram maus e inconsequentes. Corromperam-se, e
neste processo, corromperam a terra também. Era preciso uma intervenção, que
possibilitasse uma chance de recomeço. A
tragédia do dilúvio, neste caso, era apenas uma consequência das próprias ações
da humanidade. A sentença de que o pecado atrairia a morte sobre o mundo, já
tinha sido lavrada no Éden, conforme registrado em Gênesis 2:17. Logo,
Deus estava em seu total direito de tomar para si as vidas que lhe eram devidas
em decorrência da calamidade pecaminosa que havia se espalhado pelo mundo. O
dilúvio apenas “adiantaria” o processo.
Mesmo assim, o Senhor ansiava encontrar arrependimento na humanidade, e por 120 anos, as portas da arca foram mantidas abertas para quem desejasse entrar. A escolha entre o “barco” e as “águas” foi tomada pelo homem, e não por Deus. De qualquer forma, o plano original estava mantido. Os desígnios de Deus convergiam para que a terra fosse povoada a partir de uma família, e neste caso, Deus mantém sua estratégia, apenas substituindo Adão por Noé. Muda-se os personagens, mas a história, do ponto de vista eterno, continua inalterável. Numa linguagem figurada, podemos dizer que Deus não mexeu no tabuleiro, apenas reposicionou as peças.
Mesmo assim, o Senhor ansiava encontrar arrependimento na humanidade, e por 120 anos, as portas da arca foram mantidas abertas para quem desejasse entrar. A escolha entre o “barco” e as “águas” foi tomada pelo homem, e não por Deus. De qualquer forma, o plano original estava mantido. Os desígnios de Deus convergiam para que a terra fosse povoada a partir de uma família, e neste caso, Deus mantém sua estratégia, apenas substituindo Adão por Noé. Muda-se os personagens, mas a história, do ponto de vista eterno, continua inalterável. Numa linguagem figurada, podemos dizer que Deus não mexeu no tabuleiro, apenas reposicionou as peças.
Os leitores
mais atentos entendem que o “arrependimento sentido por Deus” por ter criado o
homem, fala de sua tristeza pela condição humana. E este, foi de fato, o marco
para um recomeço, onde o "sangue" que clamava na terra foi “lavado.”
Uma nova semente de bondade estava sendo plantada através de Noé. As gerações
seguintes cometeram os mesmos erros de seus antepassados, mas, cumprindo a
promessa feita de retardar a destruição, Deus investiu ao longo da história em
novos começos. Em Abraão, Ele iniciou Israel (uma nação para ser modelo).
Em Jesus, iniciou a Igreja (um povo santo e separado para ser luz do
mundo). Futuramente, iniciará em Cristo, um reino perfeito de paz e
felicidade permanente, descrito nos últimos capítulos de Isaías. Apocalipse
21:1 nos fala de um novo céu e uma nova terra, já que o primeiro céu e a
primeira terra tinham passado; e o mar já não existia mais. O plano divino
chegará ao seu ápice. Neste dia, a porta da arca estará definitivamente
fechada, mas, hoje, as “comportas” ainda estão escancaradas.
Se na
antiguidade, a arca foi o meio proporcionado por Deus afim de que os que
cressem escapassem da morte, hoje, essa “saída” é Jesus. Ele é a arca onde
devemos nos refugiar, e esta é a mensagem que devemos pregar, independente de
quem a escute e aceite.
Expansão e Abrangência
Pb. Bene Wanderley
Como já
temos visto no transcorrer das lições anteriores, “ a obra missionária” é um
propósito que está no coração de Deus desde a eternidade. E como bem já sabemos,
o primeiro Missionário foi o próprio Deus. Na lição aqui estudada, iremos
expandir este conceito. Temos em Gêneses 1:27-28, a revelação bíblica de nossa
criação. O texto é claro quando diz, que Deus criou o homem à sua imagem e
semelhança, e ali mesmo lhe agraciou com a bênção de ser fecundo, isto é, com o
poder de multiplicação. Deus disse ao primeiro casal: - Multiplicai-vos, encham
a terra, sujeitai-vos e a dominai. Que coisa gloriosa é a missão do homem sobre
a terra. Deus planejou para o homem um futuro maravilhoso e grandioso. Deus,
deu ao homem poder de multiplicar, de dominar e de reinar. Isso está no cerne
do homem.
Dentro
desta perspectiva bíblica, fica impossível ignorar, que a vontade de Deus é que
os homens sejam multiplicadores. Multiplicar é o propósito primordial de
Missões. Isto tem tudo a ver com o próprio Deus, pois Ele mesmo é um ser
infinito. Não se pode enumerar as suas maravilhas, é incalculável o número dos
seus dias. Quando Deus começa seu relacionamento com o homem, fica bem claro o
que Deus espera da humanidade. Expansão e abrangência. Chegamos então a um
momento de clareza em entendimento, de que a “Missão” é o ato e o poder de
multiplicar. É o dom que Deus deu para o homem, e o que Ele espera de sua igreja.
Esse é o ponto de partida do Antigo Testamento, como base das Missões segundo
Deus.
Em seguida
Gêneses 3, encontramos a a segunda base de "Missão" no Antigo
Testamento. Neste texto, Deus vem à procura do homem já decaído, o chamando
pelo nome, mesmo sabendo onde ele estava. Neste texto está explícito o coração
Missionário de Deus. Missão é ir
justamente onde se encontra os pecadores, e mesmo sabendo de seu triste estado,
estar dispostos a busca-los com carinho e amor. Deus poderia ir direto ao esconderijo
onde o homem estava, mas veja como Deus age em relação ao homem perdido. Ele
chama o homem, ele vai em busca dele e espera a resposta deste mesmo homem.
Esse é um dos princípios básicos da obra missionária.
Em Gêneses
3: 14-15, Deus declara o plano de resgate de todos os homens, estabelecendo um
tempo onde viria um “outro homem” que definitivamente iria desfazer, aniquilar,
destruir, esmiuçar as obras do mal. No transcorrer dos séculos Deus trabalhou,
influenciou e transformou homens e mulheres, com o fim único de salvar os
pecadores de seus delitos e pecados. Vemos isso nos registros do Antigo
Testamento, na vida de muitos homens e mulheres que Deus levantou com o único
propósito; trazer o homem de volta para um relacionamento com ele.
O Antigo
Testamento está repleto de ação missionária, desde Adão até a chegada do
Messias. Os relatos e fatos são claros. Com a chegada do Cristo, as escrituras
são esclarecidas de forma magnânima e com uma proeza espetacular. As formas que
Jesus Cristo dá aos seus dias terrestres é o cumprimento exato do Antigo
Testamento em forma de seu ministério. Em Jesus Cristo vemos o Deus de Gêneses
andando, se movendo, se relacionando com os homens, se manifestando como um de
nós. Temos uma missão como igreja; dar sequência a obra missionaria de Deus.
Material
Didático
Revista
Jovens e Adultos nº 104 - Editora Betel
Evangelismo,
Missões e Discipulado – Lição 7
Missões no Antigo Testamento
Comentarista: Bp.
Oídes José do Carmo
Introdução
Enfatizaremos
nesta lição, assim como os missiólogos e escritores dos séculos XX e XXI, que o
Antigo Testamento é a base para a atividade missionária da Igreja entre todas
as nações e povos do mundo.
1. O
planejamento de Missões.
É
praticamente impossível compreender a obra missionária no contexto histórico do
Antigo Testamento sem o entendimento correto do plano da redenção estabelecido
desde o princípio.
1.1.
Conceito de Missões no Antigo
Testamento.
Como temos
estudado nas lições anteriores, desde o princípio, a Bíblia revela a missão de
Deus (Missio Dei), por intermédio do povo separado por Deus, para alcançar todo
o mundo, por causa do amor de Deus, para restaurar a Sua criação ao propósito
original. Tal revelação passa pela benção e orientação ao primeiro Casal (Gn
1.27-28), pelo Criador perguntando pelo primeiro homem após a queda, a promessa
feita e a providência divina (Gn 3.9, 15, 21), e por tantos que foram chamados,
vocacionados e enviados pelo Senhor Deus, denunciando o pecado, anunciando o
juízo divino, convocando ao arrependimento e revelando a vinda do Messias, o
Salvador Jesus Cristo, para consumar o plano divino de salvação (2Pe 2.5; Jd
14; Sl 22; Is 53).
É importante
aproveitar a presente lição para enfatizar a necessidade dos discípulos de
Jesus Cristo em conhecer as Escrituras como um todo. Missões é doutrina
bíblica. Não se trata de modismo ou fruto de estudos teológicos, ou resultado
da criatividade da liderança eclesiástica. Assim como não é um plano divino
somente criado no tempo do Novo testamento. Portanto, é fundamental considerar
o princípio hermenêutico de conhecer plenamente as Escrituras. Constataremos,
então, que a atividade missionária tem sua origem na natureza de deus e não na
natureza da Igreja. O professor de teologia na Universidade de Birmingham, J.G.
Davis, Escreveu que Deus é “um ser centrífugo”. O Deus revelado na Bíblia é o
Deus Missionário.
1.2.
Princípios da obra missionária.
No Antigo
Testamento encontra-se os princípios básicos da atividade missionária. O
próprio Jesus Cristo frequentemente relacionava a Sua identidade e missão às
Escrituras Sagradas do Antigo testamento. Após Sua ressurreição, Ele revela aos
discípulos que tanto Seu sofrimento, Sua morte e Sua ressurreição, como
atividade missionária da Igreja – “pregasse o arrependimento e a remissão dos
pecados em todas as nações” (Lc 24.46-47) -, já estavam previstos nos escritos
do Antigo Testamento.
Alguns dos
principais missionários que podem ser destacados: as Escrituras Sagradas, em
sua totalidade, revelam a ação global de Deus para salvar a humanidade; o
propósito último da criação de todas as coisas: a glória de Deus (Sl 19.1; Is
43.7); o alcance é mundial (Gn 3.15; Is 53); Deus chama, capacita e envia seres
humanos na atividade missionária – Abraão, José, Moisés, profetas, etc. – (Is
6.8; Jr 1.7). Refletindo nos princípios bíblicos encontrados no Antigo
Testamento que norteiam a obra missionária, aprendemos, como escreveu John
Stott, “a interpretar cada texto à luz de tudo é a parte, à luz do todo”.
1.3.
O texto bíblico usado por Pedro
e Paulo.
Há a
tendência de pensar sobre atividade missionária como uma tarefa estabelecida a
partir da Grande Comissão (Mt 28.18-20). Contudo, com base em textos bíblicos
que registram as palavras dos apóstolos Pedro e Paulo, Missões é um assunto
bíblico que está presente nas Sagradas Escrituras muitos séculos antes do
registro do Evangelho de Mateus. A exposição de jesus cristo mencionada em
Lucas 24.44-47 foi tão impactante que nos registros das mensagens dos
apóstolos, quando estes queriam enfatizar que o plano divino de salvação era
para todos os homens (não apenas os judeus), não constam as palavras da Grande
Comissão, mas, sim, o chamado “verso misterioso”: Gênesis 12.3. Os apóstolos,
Pedro e Paulo o citaram, respectivamente (At 3,25-26; Gl 3.8).
É possível
que, pelo fato de estarem atuando num contexto de conflito com os religiosos
judeus, Pedro e Paulo não tenham citado as palavras de Jesus da Grande
Comissão. Mas, estrategicamente, mencionaram um texto do Antigo Testamento, que
era conhecido dos Seus oponentes. Contudo, o uso de Gênesis 12.3 por parte da
Igreja Primitiva é indicação clara de que o Novo Testamento é continuação do
propósito original do Deus Missionário. Na epístola aos Gálatas, Paulo pontua a
ligação existente entre a aliança abraâmica e o Evangelho proclamado por ele
(Gl 3.6-9, 13-16).
2.
A contínua ação do Deus
Missionário.
Mesmo nos
períodos mais longínquos e sombrios da história, o Deus Missionário sempre teve
na terra Suas testemunhas.
2.1.
Revelação Geral e Revelação Especial.
Interessante
que a própria natureza é uma testemunha, conforme encontramos em Atos 14.15-17
e Romanos 1.18-21. O Deus Missionário se revelou. É possível conhece-Lo. Deus
testemunha, por meio da criação, Sua providência, Seu cuidado, Seu amor e da
Sua própria imagem nos seres humanos. Esta revelação é identificada nos estudos
teológicos como a Revelação Geral. A Revelação Especial contém os mandamentos,
o plano divino de salvação, as Escrituras Sagradas, a pessoa de Jesus Cristo.
Muitos foram
chamados por Deus para testemunhar a Revelação e tornar conhecido a Revelação
Especial: Raabe (Js 2.9-11); Abel (Hb 11.4); Enoque (Gn 5.22,24); Noé (Gn
6.8-9), chamado “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5); José, que além de ser
testemunha do Senhor no Egito (Gn 39.9; 40.8; 41.16), foi o instrumento de Deus
para preservar os descendentes de Abraão (Gn 45,5-8).
2.2. O
Evangelho anunciado a Abraão.
É
interessante ressaltar que o próprio Deus “anunciou primeiro o evangelho a
Abraão” (Gl 3.8). A mensagem divina das boas-novas anunciava que Abraão seria
abençoado e que a bênção alcançaria “todas as nações”. Aqui encontramos a
continuidade da revelação do plano divino de salvação: a semente da mulher (Gn
3.15) viria por intermédio da descendência de Abraão. Mais adiante, Deus repete
a promessa a Isaque (Gn 26.1-5).
O Deus
missionário estava atento aos descendentes de Abraão que há mais de
quatrocentos anos estavam no Egito. A Bíblia registra: “e clamaram; e o clamor
subiu a Deus” (Êx 2.23). O Senhor Deus ouviu o clamor e “lembrou-se do seu
concerto” (Êx 2.24). A partir daí, Deus age para libertá-los. Vai ao encontro
de Moisés e o envia ao Egito para tirá-los dali e conduzi-los à terra que
prometeu aos descendentes de Abraão (Gn 15.13-16). A manifestação do poder de
Deus no Egito, no deserto e na travessia do Jordão foram verdadeiros
testemunhos não apenas para Israel, mas também para as demais nações (Js
2.9-11).
2.3. A
ação missionária na Terra Prometida.
Raabe, que
acolheu os espias em sua casa, na cidade de Jericó, é um exemplo de pessoas que
não era descendente de Abraão, mas, ao ouvir sobre os atos do poderosos de Deus,
declarou: “porque o Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo da
terra” (Js 2.11). A misericórdia e o amor de Deus alcançaram ela e todos que
estavam em sua casa. Ela conta na genealogia de Jesus Cristo (Mt 1.5), e na
galeria de heróis da fé (Hb 11.31). Afinal, a promessa feita a Abraão tem
alcance mundial: “todas as famílias da terra”.
Os exemplos de
Raabe e também de Rute, a moabita (Rt 1.16), que após conviver com sua sogra
fez a conhecida declaração de fé, servem de ilustração para a mensagem do Salmo
67, um dos muitos salmos com mensagem missionária: “Deus tenha misericórdia de
nós e nos abençoe... Para que se conheça na terra o teu caminho, e em todas as
nações a tua salvação” (Sl 67.1-2). Este salmo lembra a promessa abraâmica e
como a bênção alcançará pessoas de todos os povos e nações, por intermédio da
fé (Gl 3.7-9).
3.
Israel a nação missionária.
O projeto
divino para Israel como nação escolhida por Deus foi que como tal pudesse
exercer um papel missionário no mundo.
3.1.
Israel, a nação testemunha.
Encontramos
em Êxodo 19.4-6 que o propósito de Deus ao libertar Israel do Egito era que o
povo se aproximasse dEle e fosse povo exclusivo dEle, sacerdotal e santo. Assim
seria um povo separado para adorar a Deus e, então, fazer conhecido o caminho e
a salvação do Senhor entre todos os povos, para que todos louvem e temam ao
Deus todo-Poderoso (Sl 67). O apóstolo Pedro, inspirado pelo Espírito Santo,
identifica a Igreja com as mesmas características e responsabilidades
atribuídas a Israel (1Pe 2.9). É preciso que cada discípulo de jesus Cristo
conheça e viva estes chamado e vocação.
Devemos
atentamente observar o que disse o apóstolo Paulo acerca de nossa eleição e do
tropeço de Israel: “E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição,
a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! Porque, se a sua rejeição é
a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os
mortos? Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza,
enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão
enxertados na sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este
segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em
parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim,
todo o Israel será salvo, como está escrito: de Sião virá o Libertador, e
desviará de Jacó as impiedades” (Rm 11.12, 25, 24-26).
3.2.
Ação missionária dos profetas.
Autor da
salvação e da obra missionária, Deus levantou profetas, homens que dEle
recebiam diretamente uma mensagem de juízo ou despertamento para que o povo se
voltasse para Sua presença (Am 3.7). Talvez a história do profeta Jonas seja um
dos principais referenciais missionários do Antigo Testamento, por constar o
mandato do Deus Missionário ao povo escolhido com relação a outro povo. Uma
introdução à Grande Comissão entregue por Jesus Cristo à Igreja (Mt 28.18-20).
O Deus de
Israel é também o Deus de Nínive, mas o profeta Jonas procurou fugir de Deus e
da missão recebida. Ainda não tinha compreendido que Deus havia escolhido
Israel para ser Seu instrumento, atraindo a adoração de todos os povos à Sua
glória. E nós?
3.3.
O reino de Judá disperso e
exilado.
A
infidelidade trouxe o juízo de Deus ao reino de Judá. Os habitantes foram
exilados na Babilônia e apenas os pobres dentre o povo foram deixados na terra
de Judá (Jr 30.1-10). Foi nesse período que, sem a adoração no templo, os
judeus fundaram sinagogas em muitos lugares, para não perderem a sua cultura e
adoração. Jesus reconheceu o zelo missionário dos fariseus, mas reprovou sua
hipocrisia (Mt 23.15). Foi a partir dessas sinagogas que Paulo fundou várias
igrejas cristãs em vários países.
Importante
ressaltar que até durante o cativeiro de Judá ocorreu atividade missionária,
por intermédio de judeus tementes a Deus, como os profetas Ezequiel e Daniel.
Vide os testemunhos pagãos (2Cr 36.22-23; Dn 2.46-47; 6.25-27). Assim como,
também, as sinagogas (“lugares de reunião”) contribuíram para disseminar, entre
os judeus nascidos na dispersão e os habitantes das cidades em centenas de
regiões fora da Palestina, as promessas divinas de restauração, a fé monoteísta
dos judeus, os feitos poderosos de Deus ao longo da história e a expectativa da
vinda do Messias, o Salvador do mundo. O próprio Jesus Cristo anunciava a
chegada do Reino de Deus nas sinagogas. As sinagogas atraíam também os gentios,
que eram despertados pela exposição das Sagradas Escrituras.
Conclusão.
O antigo
Testamento está repleto de princípios bíblicos e registros de atividades
missionárias. Deus já estava agindo para tornar conhecido Seu plano de salvação
em toda a terra. Que cada discípulo de Cristo esteja consciente da
responsabilidade de prosseguir com a obra missionária nesta geração.
Neste trimestre, estudaremos sobre a
missão primordial da Igreja! As treze lições enfocarão evangelismo, missões e
discipulado. Será uma oportunidade para lembrar que a responsabilidade no
cumprimento da missão não está restrita aos pastores, missionários e
evangelistas, mas, sim, que pertence a todo discípulo de Cristo (Mt 28.19-20).
Trata-se de continuar a obra iniciada por Jesus Cristo, que estava prevista
desde o princípio. Ainda há povos, tribos e nações não alcançados pelo
evangelho de Jesus. E, mesmo no Brasil, muitos são os desafios para cumprirmos
o mandamento do Senhor, em diversos ambientes e com diferentes grupos sociais.
Para aprender como alcança-los, participe neste domingo, 13 Agosto de 2017 da
Escola Bíblica Dominical.
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