A
megalomaníaca estátua idealizada por Nabucodonosor e erigida na planície de
Dura, província da Babilônia, era uma impressionante peça de ouro com absurdos
29, 4 metros de altura e aproximadamente 3 metros de largura.
O
aspecto e a forma da escultura não foram descritos no texto bíblico, mas
supõe-se que pode ter sido uma homenagem a Nabopolassar (pai de Nabucodonosor),
um ídolo de Bel (o deus oficial da Babilônia) ou ainda, como acreditam a
maioria dos estudiosos, uma representação do próprio monarca.
No
ápice de seu orgulho e altivez, o rei convocou para a inauguração de sua obra
prima, toda a população da Babilônia, incluindo os sátrapas, juízes, políticos,
tesoureiros e régulos de todas as províncias. Durante a cerimônia, a grande
orquestra executaria uma música especifica (provavelmente composta em honraria
ao próprio rei), e ao final da mesma, quando as buzinas tocassem, todos, sem
exceção, deveriam se ajoelhar perante a estátua. Quem desobedecesse tal ordem,
seria lançado imediatamente em uma fornalha ardente. Contrariando as
expectativas, enquanto todos se curvaram, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se
mantiveram irredutíveis em pé, firmes como rocha. Imediatamente, os três jovens
foram denunciados: - Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os
negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; esses
homens, ó rei, não fizeram caso de ti.
O
rei ficou furioso, mas consumido pelo orgulho próprio, Nabucodonosor se negou a
aceitar uma negativa ao seu decreto, e ordenou que o ritual fosse repetido,
pois certamente os retardatários haviam perdido o “tempo” correto para se
prostar. Para espanto geral, quando todos se curvaram pela segunda vez, os três
jovens hebreus continuaram em pé, mais firmes do que nunca: - "Ó
Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na
fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos
livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não
prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste
erguer".
Nabucodonosor
ordenou que fosse setuplicada a intensidade das chamas. Os três jovens hebreus
não ofereceram qualquer resistência à punição decretada, mesmo assim, o rei
ordenou que eles fossem amarrados, e que seus soldados mais fortes conduzissem
os réus. Quando foram lançados na fornalha, com pés e mãos amarrados, o calor
era tão intenso que foi capaz de matar os guardas que se aproximaram das
chamas, mas nada pode fazer contra os hebreus, exceto queimar as cordas que os
prendiam... Quando Nabucodonosor olhou para sua fornalha, percebeu que os
jovens caminhavam tranquilamente lá dentro, e não estavam sozinhos, pois um
quarto homem, com aspectos divinos lhes fazia companhia.
Porém,
uma das mais corriqueiras curiosidades sobre o episódio da fornalha é sem
dúvidas, onde estava Daniel. Teria ele se curvado perante a estatua e por
isso também não foi lançado na fornalha com seus amigos?
A
resposta para esta pergunta pode ser mais simples do que parece, já que Daniel
havia se tornado um estadista influente e respeitável, e com a Babilônia
vassalando dezenas de nações ao redor do mundo, é perfeitamente plausível que
Daniel estivesse em uma viagem diplomática. Porém, quando nos focamos apenas
neste detalhe da história, perdemos o foco de uma valiosa lição e nos
esquecemos de que Deus tem projetos específicos para cada um de nós. Naquele
momento, a fornalha não era um teste para Daniel, e sim para seus amigos (para
Daniel estava reservada uma cova cheia de leões para enfrentar).
As
opções que se apresentavam a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego eram escassas:
negar o seu Deus ou morrer. Sem titubear, eles tomam uma decisão, colocando
suas vidas nas mãos de Deus. Viver ou morrer não era para eles uma questão
relevante, e nem seria definida pelo decreto do rei. Deus é quem lhes daria a
destinação que lhe fosse aprazível.
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