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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Redes ao Mar! (Palavra Pastoral - Julho 2015)


Naquela manhã, Simão personificava a decepção de uma noite de trabalho improdutiva, a preocupação, o cansaço, e principalmente a frustração, decorrente de uma longa jornada infrutífera.  Sua letargia se opõe a alegria da multidão que se aglomera na praia para ouvir o sermão de um jovem pregador chamado Jesus. Pessoas eufóricas e ansiosas pelas surpresas que o dia reservava dividindo o espaço com pescadores cansados e mau pagos que só queriam limpar suas redes e irem para casa descansar. Mas Jesus tinha outros planos. Ele se aproxima de Simão e pergunta: - Me empresta seu barco?  E lá se vão mar adentro, Jesus, o dono da esperança, e Pedro, que já não tinha esperança alguma. Estava armado o cenário de um grande milagre.

Diante de ambos, o grande Mar da Galiléia, elemento essencial para o que irá acontecer. São 22 quilômetros de comprimento por 12 de largura. Lucas o identifica pelo termo técnico correto, “Lago de Genesaré”, João o chama pelo título mais passional de “Mar de Tiberíades”... Mas o nome pouco importa, e sim o que ele tem a oferecer. Jesus usa o barco de Simão Pedro como um púlpito, e é a partir dele que termina sua pregação. Então, o pescador frustrado é convidado a voltar ao epicentro de sua frustração e desafiado a repetir o gesto que o levou ao retumbante fracasso da noite passada: - Lançai a Rede!

Pedro retruca de imediato: - Mestre, a noite toda fizemos isto e não pescamos um único peixe... Mas se retrata imediatamente: -  Segundo sua palavra, eu lançarei!

O capítulo cinco de Lucas é o único texto bíblico a usar o termo grego EPISTATA, que literalmente quer dizer “aquele que tem o direito de mandar”. Pedro obedeceu ao comando do Epistata e o milagre aconteceu. Tamanha foi à quantidade de peixes apanhados, que o barco quase naufragou por excesso de peso.

Quero finalizar este texto te lembrando de quatro verdades espirituais, que são imutáveis, mesmo que você tente ignorar:

1ª) Todo mundo tem um barco

2ª) Todo mundo tem uma rede

3ª) Todo mundo (voluntária ou involuntariamente) está em mar aberto

4ª) Jesus está no barco dizendo o que deves fazer (mesmo que você não o ouça).

O que nos faz diferentes uns dos outros é se estamos dispostos a ouvir a voz de Jesus e lançar nossa rede outra vez... Mesmo que o eco da frustração insista em ressoar inconveniente em nossos corações e mentes...
 

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