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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

EBD: O Milagre da Porta Formosa


Texto Áureo
E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
Atos 3.6

Verdade Aplicada
Testemunhar a Cristo no poder do Espírito Santo é demonstrar em ações aquilo que vimos, ouvimos e vivemos.

Textos de Referência
Atos 3:1,2,4,6,7

Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona.
E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós.
E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram.


Atos dos Apóstolos

Lucas era um médico de origem gentílica que se converteu ao cristianismo e dedicou parte de sua vida para estudar minuciosamente o segredo do crescimento vertiginoso da inquietante “seita dos nazarenos” (Atos 24:5). Ele não apenas investigou detalhadamente os eventos miraculosos ocorridos em toda região da Judéia, como também passou a conviver com os apóstolos, se tornando amigo de alguns deles.  Toda essa pesquisa detalhada foi compilada em dois “tratados” (estudos) de esmero literário refinado e reconhecida historiografia helenista. O primeiro deles figura entre os chamados “Evangelhos Sinóticos”, e tem por objetivo apresentar “Jesus” aos gentios convertidos. Escrito totalmente em grego, a língua mais falada daquele tempo, Lucas mantém o foco narrativo no “Filho do Homem”, sendo o mais detalhista em relação à infância de Jesus e recuando sua genealogia até “Adão”, enquanto outros evangelistas partem de Abraão. Lucas narra uma grande quantidade de milagres realizados por Cristo, mas se atem de forma peculiar as parábolas e aos ensinamentos do Messias. O segundo tratado, endereçado explicitamente a Teófilo, se inicia ratificando o intento de Lucas com seu trabalho, ou seja, revelar aos seus leitores “tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia que foi recebido em cima” (Atos 1:1-2). Uma vez que ele narra a ascensão de Jesus, Lucas passa então a discorrer sobre as primeiras ações dos apóstolos, agora como mentores espirituais da Igreja recém estabelecida.

E sob a ótica de Lucas que alguns dos eventos mais impactantes da história do cristianismo nos são revelados, tais como a recomendação de Jesus pelo aguardo do “Parakletos” (Atos 1:4) e o derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos no ultimo dia da Festa de Pentecostes (Atos 2:4).  É Lucas também que narra a escolha dos novos apóstolos, sendo Matias escolhido como o substituto imediato de Judas Iscariotes (Atos 1:26), e Paulo vocacionado para exercer apostolado entre os gentios (Atos 9). Outro aspecto muito interessante desta obra é apresentar a Igreja se organizando como uma instituição, ganhando forma e doutrinas. É possível perceber um senso de prioridade muito bem delineado pelos discípulos, que se mantiveram irredutíveis em Jerusalém, esperando a capacitação espiritual prometida. Neste meio tempo, “todos” se ajuntaram no cenáculo, perseverando unanimes em oração. Se o recebimento do Espírito Santo abriu definitivamente as portas da Igreja, podemos seguramente dizer que a unidade apostólica foi o “tapete de boas vindas”. A oração contínua de 120 irmãos resultou na conversão massiva de mais de 3000 almas, assim que o primeiro “sermão público” foi ministrado (Atos 2:41-41).

Nos dias que se seguiram, estes números só fizeram aumentar, e a Igreja rapidamente ultrapassou a marca de 5.000 novos convertidos (Atos 4:4). O segredo de tamanho crescimento é revelado em Atos 2:42-47 e ratificado em Atos 4:31-35. A Igreja, como um todo, se mantinha fiel aos ensinamentos apostólicos, nas orações, na comunhão e no partir do pão. Entre eles não havia gente necessitada, pois aqueles que “tinham” repartiam com os que “não tinham”. Faziam refeições comunitárias, onde comiam juntos em alegria e humildade de coração. Todos cultivavam a mesma fé e tinham tudo em comum, sendo hospitaleiros uns para com os outros.  Perseveravam unânimes no templo, louvando a Deus e caindo na graça do povo. O amor era uma pregação prática e incessante, despertando interesse de todo tipo de gente por aquela nova fé. Uma vez atraídos pelos laços de fraternidade tão presente entre os cristãos, todos eram impactados pelo poder que residia na pregação dos apóstolos, que cheios de unção testificavam sobre a ressurreição de Cristo e ministravam a Palavra de Deus com tamanha ousadia, que até os alicerces do templo eram abalados, operando em nome de Jesus, grandes sinais e prodígios maravilhosos.


A chegada de um novo tempo

Durante três anos e meio no ministério, Jesus caminhou, orou, dormiu, manifestou Sua glória e instruiu Seus discípulos. Sua meta era que aprendessem e pusessem em prática aquilo que viram e ouviram. Aquele período de oração foi diferente, tanto para os discípulos de Jesus quanto para aquele homem que há quarenta anos mendigava à porta do templo. Em meio ao fluxo de pessoas que chegava naquela tarde, estavam Pedro e João, os quais, com muita autoridade em nome de Jesus, realizaram tal milagre. A Porta Formosa ou Dourada, também conhecida como portão oriental – Golden Gate, é a porta mais importante de Jerusalém. Era feita de latão de Corinto e ricamente ornada. Coberta de ouro e prata, com a luz do sol, a porta produzia um brilho reluzente. Naquela época, essa porta dava acesso ao pátio do Santuário e, posteriormente, ao Santíssimo Lugar, onde somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano. É a mesma porta pela qual Jesus entrou quando foi aclamado rei sob um jumentinho (Marcos 11:7-11), a qual foi selada após a Sua entrada triunfal e que somente será reaberta no dia de sua segunda vinda (Ezequiel 43:1-5 / 44:1-2). Essa porta é profética. Diante dessa porta, esse homem conheceu a verdade salvadora, a grandeza do nome de Jesus e a entrada para o Reino. A Porta Formosa ou Dourada dava acesso ao pátio onde ficavam as mulheres no templo de Salomão e era costume que os mendigos ficassem naquela porta para conseguir esmolas. Aquela era a porta da miséria humana e da prática da generosidade judaica e ali estava um coxo de nascença que vivia de esmolas. Durante toda sua vida, aquele homem esteve ali e sempre contou com as esmolas para sobreviver. As esmolas lhe ajudavam, mas não resolviam seu problema. Quando Pedro e João chegaram, sua vida mudou. A proposta não era a esmola; era a cura, o vigor, a força que precisava para nunca mais pedir. As esmolas apenas o incentivavam a acreditar que jamais precisaria ou poderia mudar de vida. O milagre lhe trouxe a capacidade de produzir, de abandonar a vergonha e glorificar a Deus (Atos 3:8). 

Era costume no Oriente os mendigos se sentarem à entrada dos templos ou santuários. Esse lugar era estratégico e considerado como o melhor de todos porque, quando as pessoas estavam a caminho para adorar a seu deus, estas também se dispunham a ser generosas com seu próximo. Esse homem era da idade de quarenta anos e estava acostumado a mendigar à porta do templo. Porém, naquele dia, ele recebeu o que esmola alguma compraria. O curioso é que o poder de Deus se manifestou do lado de fora do templo, enquanto que, do lado de dentro, o culto era apenas uma cerimônia religiosa e formal. Será que nossa formalidade também não está impedindo que os milagres se processem no interior do templo? Duas coisas aconteceram de imediato na vida do ex-coxo: ele foi curado e louvou a Deus pelo milagre recebido. Muito mais que uma esmola de ouro ou de prata, aquele coxo viu sua vida mudar imediatamente. Ele não podia andar e passou a saltar. Ele vivia da caridade alheia e agora tinha a oportunidade de trabalhar. O coxo ia todos os dias à porta Formosa do templo, mas não entrava na casa de Deus. Depois que recebeu seu milagre, Ele entrou no templo com suas próprias pernas e louvou a Deus.

O sentimento religioso pode nos cegar ao ponto de não vermos onde Jesus está se manifestando (Mateus 15:6 / II Coríntios 4:4). O milagre aconteceu fora do templo. A mesma virtude que se manifestou em Cristo para milagres se manifesta na vida de Seus seguidores (Lucas 5:17b / Atos 1:8). Como esse coxo, muitas pessoas chegam ao templo buscando uma ajuda que amenize seus sofrimentos, mas o Senhor deseja algo mais: a reconstrução de suas vidas. Da mesma forma que Pedro chamou a esse homem incapacitado de andar, o Senhor chama os incapacitados pelo pecado a caminhar no poder de seu nome (Atos 3:12). Existe um contraste muito grande nessa história. Do lado de dentro do templo, estavam os religiosos com seus cerimoniais e ainda aguardando a vinda do Messias. Do lado de fora, o Messias já havia vindo, estava se manifestando e eles não estavam vendo. Comente com eles que o coxo da porta Formosa é um exemplo de assiduidade ao templo. Diariamente, durante muitos anos, durante todo o tempo que o templo permanecia aberto para os fiéis, provavelmente o coxo estava lá. Tinha o seu lugar cativo do lado de fora do templo. Mas, foi preciso que um milagre acontecesse na vida dele para ele descobrir a motivação correta para estar no templo; louvar ao único e verdadeiro Deus!


O poder do nome

Pedro manda o mendigo olhar para ele e diz que não tem prata nem ouro. Mas, de repente, diz que é possuidor de algo poderoso e que vai lhe dar. Aquele mendigo recebe um inesperado presente, que não só contagia sua vida, mas a de todos que o conheciam (Atos 3:6). Um dito popular nos afirma que ninguém pode dar aquilo que não tem. Pedro e João sabiam que eram portadores de uma virtude sobrenatural e, confiados no nome de Jesus, eles se uniram para dar aquele homem o que ele jamais imaginou receber. O nome de Jesus foi o poder que impulsionou a fé no coração daquele homem (Atos 3:12). O Senhor deu a cada um de nós uma senha. Com ela, podemos entrar nas esferas do mundo espiritual e realizar grandes proezas. Esta senha é o poder de seu nome (Marcos 16:17-18). Pedro sabia disso quando afirmou: “o que tenho isso te dou” (Atos 3:6). Existe uma diferença muito grande entre pessoas religiosas e pessoas cheias do Espírito Santo. Pessoas cheias do Espírito Santo vivem de forma sobrenatural, creem em coisas aparentemente perdidas e, em nome de Jesus, fazem coisas extraordinárias.

Indo para a reunião, muitos deram esmolas àquele homem. De repente, ele entra andando ao lado de Pedro e João e começa a saltar e a pular dentro do templo. O fato mais surpreendente é que o milagre veio de fora para dentro do templo, quando deveria vir de dentro para fora. Esse homem, que antes era imperceptível, agora inflama a todos que ali estão e se torna o centro das atenções (Atos 3:8). Assim é o Evangelho. Ele saca o homem da posição da vergonha e esquecimento para confundir a todos aqueles que duvidam do impossível (Atos 3:10 / II Coríntios 1:26-29). Imediatamente, após ser curado, o homem entra no templo e segue com os discípulos até o pórtico de Salomão, um lugar que ele só imaginava como era, mas nunca tinha estado. Quanta alegria, quantos louvores não devem ter saído dos lábios daquele que era coxo e também dos que o viam! Agora aquele homem sabia que existia algo muito mais precioso que o ouro ou a prata que ajuntava em seus depósitos e que às vezes lhe faltava.  

Ele pediu uma esmola, Pedro lhe pediu atenção. Ele esperava receber algo (Atos 3:5). Pedro disse que não tinha prata nem ouro. Quando pensava em nada receber, recebeu além do que precisava, recebeu o que nunca teve: a capacidade de andar. Pedro e João representaram para aquele homem a esperança. Como servos do Senhor, somos também a esperança desse mundo paralisado. Todos os que se aproximam de nós, esperam receber alguma coisa. Todos nós temos algo a oferecer, mesmo que seja mínimo (Mateus 25:15). Podemos não ter prata nem ouro, mas podemos, como Pedro, estender a mão e ajudar a quem estiver à nossa porta (Atos 3:7). Pedro fez uma comparação do que portava sobre si, ao dizer que não tinha nem ouro nem prata. Talvez dissesse: “não sou como essa porta que brilha, mas não tem vida”. O brilho que reluzia sobre Pedro era mais forte e poderoso do que o brilho daquela Porta Dourada, onde todos os dias aquele homem ia buscar ajuda.


Seu nome será Jesus

Quando um guarda rodoviário levanta sua mão em direção a um veículo, não importa a marca, o valor, o tamanho ou a velocidade, perante a lei, todos tem que parar. Pragmaticamente, até o mais simples automóvel poderia, literalmente, passar por cima do policial sem nenhuma dificuldade, afinal, neste caso específico, a vantagem da “máquina” sobre o “homem” é abissal. A pergunta então é: Por que paramos? Simples. Sobre aquele homem está delegada uma autoridade que não podemos ignorar. Ali, enquanto exerce sua função, ele é a personificação da própria lei, e sabemos que desobedecer ao seu comando terá sérias consequências. Ele pode até ser um homem comum, mas a farda que ele veste e o distintivo que ostenta, o transformam em uma muralha moral que cidadãos de bens não se atrevem a ultrapassar. Da mesma maneira é o cristão. Olhando com olhos naturais, nada é possível ver além de nossa carcaça corruptível, porém, no mundo espiritual, estamos revestidos de uma autoridade tão poderosa que é capaz de curar enfermos, sobreviver a ataques mortíferos e colocar demônios em fuga (Mateus 16:17-18). Assim como um policial rodoviário, no momento em que realiza uma abordagem, é visualmente identificado pelo seu uniforme, também precisamos estar devidamente trajados no momento de exercer nossa autoridade espiritual. Este vestuário esta minuciosamente detalhado em Efésios 6:14-17, e consiste em se vestir de verdade, usar a couraça da justiça, e calçar os pés com o Evangelho. Ainda se faz necessário o uso do escudo da fé, do capacete da salvação e da espada que é a Palavra de Deus. Mas nada disto será proveitoso se não tivermos em mãos nosso distintivo oficial, a nossa credencial de representante do Reino dos Céus nesta Terra: O nome de Jesus.

Infelizmente muitos cristãos tem usado o nome de Jesus com um mantra poderoso ou uma palavrinha mágica. Somos ensinados desde pequenos que dizer o nome de “Jesus” ou proferir sentenças como “o sangue de Jesus tem poder” é o suficiente para afugentar o inimigo e nos livrar dos mais complexos problemas. Mas a realidade pode não ser tão simples assim. Quando Gabriel anunciou à Maria que ela seria a mãe do Messias, também lhe indicou o nome humano pelo qual deveria ser chamado, “Yehoshua”. Sendo uma das variações para Josué, aquele era um nome comum na sociedade daquele tempo, embora seu significado revelasse muito sobre a missão de Jesus, ou seja, “Deus Salva”. Falando sobre ele, o profeta Isaías revelou que o Messias vindouro seria como uma “plantinha sob o sol” e “raiz em terra seca” (Isaías 53:2). Em outras palavras, seria necessário olhar além das aparências para poder enxergar o que de tão especial havia naquele carpinteiro de Nazaré. O que a grande maioria não conseguiu entender, é que Jesus era o anunciado “EMANUEL” – Deus entre nós. Nele estava contida toda a virtude e a suprema autoridade. Se seu nome fosse João, Paulo, Moisés ou Isaque, seu poder miraculoso e seu propósito salvifico não seriam sofreriam qualquer alteração. Ele esta acima de qualquer nome.

Quando Jesus incumbiu seus discípulos de continuarem sua obra, revestindo-os de autoridade espiritual, os instruiu a sempre agirem em seu nome. “Não repetirem” seu nome sistematicamente ou mencionarem seu nome a revelia, mas sim “agir” como um “representante legal” de seu Reino. Paulo identifica o cristão como um “embaixador de Cristo” aqui na terra, “agindo” em nome de Jesus é não apenas “falando o nome de Jesus” (II Coríntios 5:10), e nos exorta a seguir o seu próprio exemplo, imitando Cristo em todas as esferas da vida (I Coríntios 11:1). Agir em nome de Jesus requer legalidade, e tal condução só é possível quando vivemos de modo a honrar a vontade de Deus em nós, fazendo de nossa existência um testemunho vivo do poder transformador do Evangelho. O “nome de Jesus” só terá impacto através de nossa boca, quando nossa vida honrar plenamente o “Jesus do nome”.


Milagres não acontecem por acaso

Esse milagre tem muito a nos ensinar sobre um poder que não está confinado a templos. Ele nos mostra que, antes mesmo de orar, a palavra de poder já faz parte de nossas vidas. Pedro não esperou cumprir uma liturgia, ele teve visão e entendimento para realizar tal feito.  Existem casos como Naamã, que o milagre passa por algumas fases até que seja completo. Mas nesse caso, o milagre foi instantâneo. Pedro proferiu a palavra, o levantou pelas mãos e ele começou a andar e saltar dentro do templo (Atos 3:7-9). Esse homem esteve ali durante toda sua vida, mas nada o impactou tanto quanto naquele dia. Pedro diz que o nome de Jesus produziu fé naquele homem e o fortaleceu pondo-o de pé (Atos 3:16). E conclui com uma grande verdade: “não foi nossa virtude nem nossa santidade que operou esse milagre, foi o poder do nome de Jesus (Atos 3:12b). Pedro usou a autoridade do nome, mas também usou a força para levantá-lo. Ele usou palavras e atos. Quando tivermos a fé para compreender que Jesus é a nossa fonte de poder, talvez tenhamos mais autoridade nesse nome para fazer o que a Bíblia nos autoriza.

As pessoas ficaram assombradas porque estavam acostumadas a vê-lo, sem jamais acreditar que aquele milagre fosse possível (Atos 3.10). Poderíamos viver esses momentos em nossos dias. Existem situações que nos acostumamos a ver, que achamos que nunca haverá mudanças. A Bíblia nos ensina que Pedro e João “fitaram os olhos naquele homem” (Atos 3:4). Eles viram algo que aos olhos naturais não se poderia discernir. Não é somente ir ao templo, mas ir ligado em Deus, pronto para o sobrenatural (João 14.12). A cura do coxo da porta Formosa foi testemunhada por muita gente que conhecia o homem e todos ficaram espantados, assombrados mesmo, até porque o ex-coxo se apegou a Pedro e João e todo o povo se ajuntou a eles no alpendre de Salomão. Pedro então aproveitou a oportunidade para falar de Jesus e enquanto eles pregavam a mensagem da salvação dentro do templo de Jerusalém, os sacerdotes e o capitão do templo prenderam os dois homens de Deus. Comente com eles que não adiantou prender Pedro e João, pois o milagre da porta Formosa e a pregação de Pedro gerou a conversão de quase cinco mil homens: “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil”. (Atos 4:4).

É preciso compreender que Pedro não pregou para depois orar por um milagre. De forma bastante natural, o milagre atraiu o povo para que então o apóstolo pudesse pregar (Atos 3:11-12). Ele começou apresentando o poder de Cristo, em seguida, apresentou o caminho para a salvação. Na época de Pedro, os milagres eram acontecimentos normais na vida dos homens de Deus. O que possuíam de diferente? Qual era o segredo? Eles andavam com Cristo, que cooperava com eles por onde quer que andassem (Marcos 16:20 / Atos 4:13). Eles não confiavam em suas próprias forças, estavam alicerçados no nome de Jesus (Atos 3:12). A palavra “nome” está vinculada à personalidade e à influência da pessoa. Quando o Antigo Testamento fala acerca do “nome de Deus”, está tratando da manifestação daquilo que Deus realmente é. Quando Pedro usou o nome de Jesus para levantar aquele coxo, estava invocando o poder e a virtude que estão contidos na personalidade de Jesus. Existem dois tipos de pessoas: as que veem as coisas aconteceram e as que fazem as coisas acontecerem. Devemos sempre pertencer ao segundo grupo. Jesus franqueou para todos os Seus o poder de reproduzir em Seu nome a mesma qualidade de vida que teve e as obras que realizou (Marcos 16:17).


Uma questão de Fé

A força motriz para que um milagre aconteça é sem dúvida a FÉ. Todo homem nasce dotado de FÉ, a qual chamamos FÉ NATURAL.  Poderíamos definir esta fé mais como “ACREDITAR” do que propriamente “CRER”. É esta fé que leva grande parte das pessoas a acreditar em DEUS e até mesmo os ateus nutrem suas próprias crenças, pois o homem naturalmente precisa crer e se apegar a algo que justifique sua existência, seja um ser superior ou uma ideologia. Todo cristão, em algum ponto de sua vida, também desenvolveu uma FÉ SOBRENATURAL em Cristo Jesus, e é esta FÉ que nos leva a obter salvação através da Graça (favor imerecido) - Pela Graça sois salvos; mediante a fé... E isto não vem de vós, é dom (presente) de Deus (Efésios 2:8) - A fé também é identificada como parte do Fruto do Espírito (Gálatas 5:22). Mas alguns indivíduos do Corpo de Cristo recebem uma capacitação especial para desenvolver uma fé que excede a da grande maioria, e foi a esse tipo de FÉ que Jesus se referiu quando disse que:  - Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível (Mateus 17:20). 

Essa FÉ específica, é a capacidade de se confiar em Deus de uma maneira completa e sobrenatural e se manifesta apenas em ocasiões especiais, em um número reduzido de pessoas (portadoras de tal DOM), visando à realização de obras extraordinárias em tempos de crise, desafios e emergências. A Bíblia está repleta de exemplos de homens que usaram a fé em situações adversas e através dela foram salvos. Em Juízes 15:16-19, após matar mil filisteus com uma queixada de jumento, Sansão precisa buscar socorro em Deus para não morrer de sede. Em I Reis 17:2-6, temos o profeta Elias confiando sua vida nas mãos (ou garras) de um corvo, que sobre ordenança divina trazia comida ao homem de Deus. Em Daniel 3:13-30, temos três jovens hebreus que se negam a adorar uma imagem e como consequência enfrentam a fornalha flamejante de Nabucodonosor. Lá dentro eles têm um milagroso encontro com o quarto homem. No capitulo seis do mesmo livro, encontramos o próprio Daniel realizando orações que o mandaram direto para uma cova cheia de leões famintos, e de lá, ele saiu ileso. Em Atos 12:1-12, toda a igreja de Jerusalém está em oração, clamando pela liberdade de Pedro, que já tem sentença de morte decretada. Durante essa vigília, um anjo precisa “acordar” o apóstolo para tira-lo da prisão. Em Atos 27:21-26, após sofrer um naufrágio, Paulo garante a seus companheiros de viagem que mesmo estando à deriva no mar, agarrados apenas em destroços e enfrentando a maior tempestade de suas vidas, todos vão sobreviver, e pela manhã o grupo chega sem perdas à ilha de Malta.

Em todos estes exemplos, vemos homens que se lançaram sem medo nos braços do Senhor, confiando a ele suas vidas. Nós como a igreja de Cristo hodierna, não podemos nos contentar em apenas “conviver” com as experiências da igreja primitiva relatadas nas páginas da Bíblia ou nos registros históricos, mas precisamos viver nossas próprias experiências com Deus, deixar escritas nossas histórias para impactar as gerações futuras, sentir na pele a Glória que há nas operações do Espírito Santo, acreditar no impossível e vivenciar milagres, surpreender a Deus de forma tão positiva que Ele passe a honrar nossa palavras como se fossem Dele, fazer com que nossos sonhos, desejos e crenças se tornem em realidade, e tudo isso só será possível através do desenvolvimento sadio e maduro da nossa FÉ.




Participe da EBD deste domingo, 16/08/2015, e descubra você também o maravilhoso poder de Jesus Cristo e o segredo do sucesso apostólico.

Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 96 - Editora Betel
Comentarista: Pr. Abner de Cássio Ferreira
Sinais, Milagres e Livramentos do Novo Testamento 
Lição 7

Comentários Adicionais (em verde):
Pb. Miquéias Daniel Gomes




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