Texto
Áureo
E disse Pedro: Não tenho prata nem
ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
levanta-te e anda.
Atos 3.6
Verdade
Aplicada
Testemunhar a Cristo no poder do
Espírito Santo é demonstrar em ações aquilo que vimos, ouvimos e vivemos.
Textos
de Referência
Atos 3:1,2,4,6,7
Pedro e João subiam juntos ao templo
à hora da oração, a nona.
E era trazido um varão que desde o
ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo
chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
E Pedro, com João, fitando os olhos
nele, disse: Olha para nós.
E disse Pedro: Não tenho prata nem
ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
levanta-te e anda.
E, tomando-o pela mão direita, o
levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram.
Atos
dos Apóstolos
Lucas era um médico de origem
gentílica que se converteu ao cristianismo e dedicou parte de sua vida para
estudar minuciosamente o segredo do crescimento vertiginoso da inquietante
“seita dos nazarenos” (Atos 24:5). Ele não apenas investigou detalhadamente os
eventos miraculosos ocorridos em toda região da Judéia, como também passou a
conviver com os apóstolos, se tornando amigo de alguns deles. Toda essa pesquisa detalhada foi compilada em
dois “tratados” (estudos) de esmero literário refinado e reconhecida
historiografia helenista. O primeiro deles figura entre os chamados “Evangelhos
Sinóticos”, e tem por objetivo apresentar “Jesus” aos gentios convertidos.
Escrito totalmente em grego, a língua mais falada daquele tempo, Lucas mantém o
foco narrativo no “Filho do Homem”, sendo o mais detalhista em relação à
infância de Jesus e recuando sua genealogia até “Adão”, enquanto outros
evangelistas partem de Abraão. Lucas narra uma grande quantidade de milagres
realizados por Cristo, mas se atem de forma peculiar as parábolas e aos
ensinamentos do Messias. O segundo tratado, endereçado explicitamente a
Teófilo, se inicia ratificando o intento de Lucas com seu trabalho, ou seja,
revelar aos seus leitores “tudo que Jesus
começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia que foi recebido em cima”
(Atos 1:1-2). Uma vez que ele narra a ascensão de Jesus, Lucas passa então a
discorrer sobre as primeiras ações dos apóstolos, agora como mentores
espirituais da Igreja recém estabelecida.
E sob a ótica de Lucas que alguns dos
eventos mais impactantes da história do cristianismo nos são revelados, tais
como a recomendação de Jesus pelo aguardo do “Parakletos” (Atos 1:4) e o
derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos no ultimo dia da Festa de
Pentecostes (Atos 2:4). É Lucas também
que narra a escolha dos novos apóstolos, sendo Matias escolhido como o
substituto imediato de Judas Iscariotes (Atos 1:26), e Paulo vocacionado para
exercer apostolado entre os gentios (Atos 9). Outro aspecto muito interessante
desta obra é apresentar a Igreja se organizando como uma instituição, ganhando
forma e doutrinas. É possível perceber um senso de prioridade muito bem
delineado pelos discípulos, que se mantiveram irredutíveis em Jerusalém,
esperando a capacitação espiritual prometida. Neste meio tempo, “todos” se ajuntaram
no cenáculo, perseverando unanimes em oração. Se o recebimento do Espírito
Santo abriu definitivamente as portas da Igreja, podemos seguramente dizer que
a unidade apostólica foi o “tapete de boas vindas”. A oração contínua de 120
irmãos resultou na conversão massiva de mais de 3000 almas, assim que o
primeiro “sermão público” foi ministrado (Atos 2:41-41).
Nos dias que se seguiram, estes
números só fizeram aumentar, e a Igreja rapidamente ultrapassou a marca de 5.000
novos convertidos (Atos 4:4). O segredo de tamanho crescimento é revelado em
Atos 2:42-47 e ratificado em Atos 4:31-35. A Igreja, como um todo, se
mantinha fiel aos ensinamentos apostólicos, nas orações, na comunhão e no
partir do pão. Entre eles não havia gente necessitada, pois aqueles que “tinham”
repartiam com os que “não tinham”. Faziam refeições comunitárias, onde comiam
juntos em alegria e humildade de coração. Todos cultivavam a mesma fé e tinham
tudo em comum, sendo hospitaleiros uns para com os outros. Perseveravam unânimes no templo, louvando a
Deus e caindo na graça do povo. O amor era uma pregação prática e incessante,
despertando interesse de todo tipo de gente por aquela nova fé. Uma vez
atraídos pelos laços de fraternidade tão presente entre os cristãos, todos eram
impactados pelo poder que residia na pregação dos apóstolos, que cheios de
unção testificavam sobre a ressurreição de Cristo e ministravam a Palavra de
Deus com tamanha ousadia, que até os alicerces do templo eram abalados,
operando em nome de Jesus, grandes sinais e prodígios maravilhosos.
A
chegada de um novo tempo
Durante três anos e meio no
ministério, Jesus caminhou, orou, dormiu, manifestou Sua glória e instruiu Seus
discípulos. Sua meta era que aprendessem e pusessem em prática aquilo que viram
e ouviram. Aquele período de oração foi diferente, tanto para os discípulos de
Jesus quanto para aquele homem que há quarenta anos mendigava à porta do
templo. Em meio ao fluxo de pessoas que chegava naquela tarde, estavam Pedro e
João, os quais, com muita autoridade em nome de Jesus, realizaram tal milagre.
A Porta Formosa ou Dourada, também conhecida como portão oriental – Golden
Gate, é a porta mais importante de Jerusalém. Era feita de latão de Corinto e
ricamente ornada. Coberta de ouro e prata, com a luz do sol, a porta produzia
um brilho
reluzente. Naquela época, essa porta dava acesso ao pátio do Santuário e,
posteriormente, ao Santíssimo Lugar, onde somente o sumo sacerdote entrava uma
vez por ano. É a mesma porta pela qual Jesus entrou quando foi aclamado rei sob
um jumentinho (Marcos 11:7-11), a qual foi selada após a Sua entrada triunfal e
que somente será reaberta no dia de sua segunda vinda (Ezequiel 43:1-5 /
44:1-2). Essa porta é profética. Diante dessa porta, esse homem conheceu a
verdade salvadora, a grandeza do nome de Jesus e a entrada para o Reino. A Porta
Formosa ou Dourada dava acesso ao pátio onde ficavam as mulheres no templo de
Salomão e era costume que os mendigos ficassem naquela porta para conseguir
esmolas. Aquela era a porta da miséria humana e da prática da generosidade
judaica e ali estava um coxo de nascença que vivia de esmolas. Durante toda sua
vida, aquele homem esteve ali e sempre contou com as esmolas para sobreviver.
As esmolas lhe ajudavam, mas não resolviam seu problema. Quando Pedro e João
chegaram, sua vida mudou. A proposta não era a esmola; era a cura, o vigor, a
força que precisava para nunca mais pedir. As esmolas apenas o incentivavam a
acreditar que jamais precisaria ou poderia mudar de vida. O milagre lhe trouxe
a capacidade de produzir, de abandonar a vergonha e glorificar a Deus (Atos
3:8).
Era costume no Oriente os mendigos se
sentarem à entrada dos templos ou santuários. Esse lugar era estratégico e
considerado como o melhor de todos porque, quando as pessoas estavam a caminho
para adorar a seu deus, estas também se dispunham a ser generosas com seu
próximo. Esse homem era da idade de quarenta anos e estava acostumado a
mendigar à porta do templo. Porém, naquele dia, ele recebeu o que esmola alguma
compraria. O curioso é que o poder de Deus se manifestou do lado de fora do
templo, enquanto que, do lado de dentro, o culto era apenas uma cerimônia religiosa e formal. Será que
nossa formalidade também não está impedindo que os milagres se processem no
interior do templo? Duas coisas aconteceram de imediato na vida do ex-coxo: ele
foi curado e louvou a Deus pelo milagre recebido. Muito mais que uma esmola de
ouro ou de prata, aquele coxo viu sua vida mudar imediatamente. Ele não podia
andar e passou a saltar. Ele vivia da caridade alheia e agora tinha a
oportunidade de trabalhar. O coxo ia todos os dias à porta Formosa do templo,
mas não entrava na casa de Deus. Depois que recebeu seu milagre, Ele entrou no
templo com suas próprias pernas e louvou a Deus.
O sentimento religioso pode nos cegar ao ponto de
não vermos onde Jesus está se manifestando (Mateus 15:6 / II Coríntios 4:4). O
milagre aconteceu fora do templo. A mesma virtude que se manifestou em Cristo
para milagres se manifesta na vida de Seus seguidores (Lucas 5:17b / Atos 1:8).
Como esse coxo, muitas pessoas chegam ao templo buscando uma ajuda que amenize
seus sofrimentos, mas o Senhor deseja algo mais: a reconstrução de suas vidas.
Da mesma forma que Pedro chamou a esse homem incapacitado de andar, o Senhor
chama os incapacitados pelo pecado a caminhar no poder de seu nome (Atos 3:12).
Existe um contraste muito grande nessa história. Do lado de dentro do templo,
estavam os religiosos com seus cerimoniais e ainda aguardando a vinda do
Messias. Do lado de fora, o Messias já havia vindo, estava se manifestando e
eles não estavam vendo. Comente com eles que o coxo da porta Formosa é um
exemplo de assiduidade ao templo. Diariamente, durante muitos anos, durante
todo o tempo que o templo permanecia aberto para os fiéis, provavelmente o coxo
estava lá. Tinha o seu lugar cativo do lado de fora do templo. Mas, foi preciso
que um milagre acontecesse na vida dele para ele descobrir a motivação correta
para estar no templo; louvar ao único e verdadeiro Deus!
O
poder do nome
Pedro manda o mendigo olhar para ele
e diz que não tem prata nem ouro. Mas, de repente, diz que é possuidor de algo
poderoso e que vai lhe dar. Aquele mendigo recebe um inesperado presente, que
não só contagia sua vida, mas a de todos que o conheciam (Atos 3:6). Um dito
popular nos afirma que ninguém pode dar aquilo que não tem. Pedro e João sabiam
que eram portadores de uma virtude sobrenatural e, confiados no nome de Jesus,
eles se uniram para dar aquele homem o que ele jamais imaginou receber. O nome
de Jesus foi o poder que impulsionou a fé no coração daquele homem (Atos 3:12).
O Senhor deu a cada um de nós uma senha. Com ela, podemos entrar nas esferas do
mundo espiritual e realizar grandes proezas. Esta senha é o poder de seu nome
(Marcos 16:17-18). Pedro sabia disso quando afirmou: “o que tenho isso te dou”
(Atos 3:6). Existe uma diferença muito grande entre pessoas religiosas e pessoas
cheias do Espírito Santo. Pessoas cheias do Espírito Santo vivem de forma
sobrenatural, creem em coisas aparentemente perdidas e, em nome de Jesus, fazem
coisas extraordinárias.
Indo para a reunião, muitos deram
esmolas àquele homem. De repente, ele entra andando ao lado de Pedro e João e
começa a saltar e a pular dentro do templo. O fato mais surpreendente é que o
milagre veio de fora para dentro do templo, quando deveria vir de dentro para
fora. Esse homem, que antes era imperceptível, agora inflama a todos que ali
estão e se torna o centro das atenções (Atos 3:8). Assim é o Evangelho. Ele
saca o homem da posição da vergonha e esquecimento para confundir a todos
aqueles que duvidam do impossível (Atos 3:10 / II Coríntios 1:26-29). Imediatamente, após ser
curado, o homem entra no templo e segue com os discípulos até o pórtico de
Salomão, um lugar que ele só imaginava como era, mas nunca tinha estado. Quanta
alegria, quantos louvores não devem ter saído dos lábios daquele que era coxo e
também dos que o viam! Agora aquele homem sabia que existia algo muito mais
precioso que o ouro ou a prata que ajuntava em seus depósitos e que às vezes
lhe faltava.
Ele pediu uma esmola, Pedro lhe pediu
atenção. Ele esperava receber algo (Atos 3:5). Pedro disse que não tinha prata
nem ouro. Quando pensava em nada receber, recebeu além do que precisava,
recebeu o que nunca teve: a capacidade de andar. Pedro e João representaram
para aquele homem a esperança. Como servos do Senhor, somos também a esperança
desse mundo paralisado. Todos os que se aproximam de nós, esperam receber
alguma coisa. Todos nós temos algo a oferecer, mesmo que seja mínimo (Mateus
25:15). Podemos não ter prata nem ouro, mas podemos, como Pedro, estender a mão
e ajudar a quem estiver à nossa porta (Atos 3:7). Pedro fez uma comparação
do que portava sobre si, ao dizer que não tinha nem ouro nem prata. Talvez
dissesse: “não sou como essa porta que brilha, mas não tem vida”. O brilho que
reluzia sobre Pedro era mais forte e poderoso do que o brilho daquela Porta
Dourada, onde todos os dias aquele homem ia buscar ajuda.
Seu
nome será Jesus
Quando um guarda rodoviário levanta
sua mão em direção a um veículo, não importa a marca, o valor, o tamanho ou a
velocidade, perante a lei, todos tem que parar. Pragmaticamente, até o mais
simples automóvel poderia, literalmente, passar por cima do policial sem
nenhuma dificuldade, afinal, neste caso específico, a vantagem da “máquina”
sobre o “homem” é abissal. A pergunta então é: Por que paramos? Simples. Sobre
aquele homem está delegada uma autoridade que não podemos ignorar. Ali,
enquanto exerce sua função, ele é a personificação da própria lei, e sabemos
que desobedecer ao seu comando terá sérias consequências. Ele pode até ser um
homem comum, mas a farda que ele veste e o distintivo que ostenta, o
transformam em uma muralha moral que cidadãos de bens não se atrevem a ultrapassar.
Da mesma maneira é o cristão. Olhando com olhos naturais, nada é possível ver
além de nossa carcaça corruptível, porém, no mundo espiritual, estamos
revestidos de uma autoridade tão poderosa que é capaz de curar enfermos,
sobreviver a ataques mortíferos e colocar demônios em fuga (Mateus 16:17-18).
Assim como um policial rodoviário, no momento em que realiza uma abordagem, é
visualmente identificado pelo seu uniforme, também precisamos estar devidamente
trajados no momento de exercer nossa autoridade espiritual. Este vestuário esta
minuciosamente detalhado em Efésios 6:14-17, e consiste em se vestir de
verdade, usar a couraça da justiça, e calçar os pés com o Evangelho. Ainda se
faz necessário o uso do escudo da fé, do capacete da salvação e da espada que é
a Palavra de Deus. Mas nada disto será proveitoso se não tivermos em mãos nosso
distintivo oficial, a nossa credencial de representante do Reino dos Céus nesta
Terra: O nome de Jesus.
Infelizmente muitos cristãos tem
usado o nome de Jesus com um mantra poderoso ou uma palavrinha mágica. Somos
ensinados desde pequenos que dizer o nome de “Jesus” ou proferir sentenças como
“o sangue de Jesus tem poder” é o suficiente para afugentar o inimigo e nos
livrar dos mais complexos problemas. Mas a realidade pode não ser tão simples
assim. Quando Gabriel anunciou à Maria que ela seria a mãe do Messias, também
lhe indicou o nome humano pelo qual deveria ser chamado, “Yehoshua”. Sendo uma
das variações para Josué, aquele era um nome comum na sociedade daquele tempo,
embora seu significado revelasse muito sobre a missão de Jesus, ou seja, “Deus
Salva”. Falando sobre ele, o profeta Isaías revelou que o Messias vindouro
seria como uma “plantinha sob o sol” e “raiz em terra seca” (Isaías 53:2). Em
outras palavras, seria necessário olhar além das aparências para poder enxergar
o que de tão especial havia naquele carpinteiro de Nazaré. O que a grande
maioria não conseguiu entender, é que Jesus era o anunciado “EMANUEL” – Deus
entre nós. Nele estava contida toda a virtude e a suprema autoridade. Se seu
nome fosse João, Paulo, Moisés ou Isaque, seu poder miraculoso e seu propósito
salvifico não seriam sofreriam qualquer alteração. Ele esta acima de qualquer
nome.
Quando Jesus incumbiu seus discípulos
de continuarem sua obra, revestindo-os de autoridade espiritual, os instruiu a
sempre agirem em seu nome. “Não repetirem” seu nome sistematicamente ou
mencionarem seu nome a revelia, mas sim “agir” como um “representante legal” de
seu Reino. Paulo identifica o cristão como um “embaixador de Cristo” aqui na
terra, “agindo” em nome de Jesus é não apenas “falando o nome de Jesus” (II
Coríntios 5:10), e nos exorta a seguir o seu próprio exemplo, imitando Cristo
em todas as esferas da vida (I Coríntios 11:1). Agir em nome de Jesus requer
legalidade, e tal condução só é possível quando vivemos de modo a honrar a
vontade de Deus em nós, fazendo de nossa existência um testemunho vivo do poder
transformador do Evangelho. O “nome de Jesus” só terá impacto através de nossa
boca, quando nossa vida honrar plenamente o “Jesus do nome”.
Milagres não acontecem por acaso
Esse milagre tem muito a nos ensinar sobre um poder
que não está confinado a templos. Ele nos mostra que, antes mesmo de orar, a
palavra de poder já faz parte de nossas vidas. Pedro não esperou cumprir uma
liturgia, ele teve visão e entendimento para realizar tal feito. Existem casos como Naamã, que o milagre passa
por algumas fases até que seja completo. Mas nesse caso, o milagre foi
instantâneo. Pedro proferiu a palavra, o levantou pelas mãos e ele começou a
andar e saltar dentro do templo (Atos 3:7-9). Esse homem esteve ali durante
toda sua vida, mas nada o impactou tanto quanto naquele dia. Pedro diz que o
nome de Jesus produziu fé naquele homem e o fortaleceu pondo-o de pé (Atos
3:16). E conclui com uma grande verdade: “não foi nossa virtude nem nossa
santidade que operou esse milagre, foi o poder do nome de Jesus (Atos 3:12b).
Pedro usou a autoridade do nome, mas também usou a força para levantá-lo. Ele
usou palavras e atos. Quando tivermos a fé para compreender que Jesus é a nossa
fonte de poder, talvez tenhamos mais autoridade nesse nome para fazer o que a
Bíblia nos autoriza.
As pessoas ficaram assombradas porque estavam
acostumadas a vê-lo, sem jamais acreditar que aquele milagre fosse possível
(Atos 3.10). Poderíamos viver esses momentos em nossos dias. Existem situações
que nos acostumamos a ver, que achamos que nunca haverá mudanças. A Bíblia nos
ensina que Pedro e João “fitaram os olhos naquele homem” (Atos 3:4). Eles viram
algo que aos olhos naturais não se poderia discernir. Não é somente ir ao
templo, mas ir ligado em Deus, pronto para o sobrenatural (João 14.12). A cura
do coxo da porta Formosa foi testemunhada por muita gente que conhecia o homem
e todos ficaram espantados, assombrados mesmo, até porque o ex-coxo se apegou a
Pedro e João e todo o povo se ajuntou a eles no alpendre de Salomão. Pedro
então aproveitou a oportunidade para falar de Jesus e enquanto eles pregavam a
mensagem da salvação dentro do templo de Jerusalém, os sacerdotes e o capitão
do templo prenderam os dois homens de Deus. Comente com eles que não adiantou
prender Pedro e João, pois o milagre da porta Formosa e a pregação de Pedro
gerou a conversão de quase cinco mil homens: “Muitos, porém, dos que ouviram a
palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil”. (Atos 4:4).
É preciso
compreender que Pedro não pregou para depois orar por um milagre. De forma
bastante natural, o milagre atraiu o povo para que então o apóstolo pudesse
pregar (Atos 3:11-12). Ele começou apresentando o poder de Cristo, em seguida,
apresentou o caminho para a salvação. Na época de Pedro, os milagres eram
acontecimentos normais na vida dos homens de Deus. O que possuíam de diferente?
Qual era o segredo? Eles andavam com Cristo, que cooperava com eles por onde
quer que andassem (Marcos 16:20 / Atos 4:13). Eles não confiavam em suas
próprias forças, estavam alicerçados no nome de Jesus (Atos 3:12). A
palavra “nome” está vinculada à personalidade e à influência da pessoa. Quando
o Antigo Testamento fala acerca do “nome de Deus”, está tratando da
manifestação daquilo que Deus realmente é. Quando Pedro usou o nome de Jesus
para levantar aquele coxo, estava invocando o poder e a virtude que estão
contidos na personalidade de Jesus. Existem dois tipos de pessoas: as que veem
as coisas aconteceram e as que fazem as coisas acontecerem. Devemos sempre
pertencer ao segundo grupo. Jesus franqueou para todos os Seus o poder de
reproduzir em Seu nome a mesma qualidade de vida que teve e as obras que
realizou (Marcos 16:17).
Uma questão de Fé
A
força motriz para que um milagre aconteça é sem dúvida a FÉ. Todo homem
nasce dotado de FÉ, a qual chamamos FÉ NATURAL. Poderíamos definir esta
fé mais como “ACREDITAR” do que propriamente “CRER”. É esta fé que leva grande parte
das pessoas a acreditar em DEUS e até mesmo os ateus nutrem suas próprias
crenças, pois o homem naturalmente precisa crer e se apegar a algo que
justifique sua existência, seja um ser superior ou uma ideologia. Todo cristão,
em algum ponto de sua vida, também desenvolveu uma FÉ SOBRENATURAL em Cristo
Jesus, e é esta FÉ que nos leva a obter salvação através da Graça (favor
imerecido) - Pela Graça sois salvos; mediante a fé... E isto não vem de
vós, é dom (presente) de Deus (Efésios 2:8) - A fé também é identificada
como parte do Fruto do Espírito (Gálatas 5:22). Mas alguns indivíduos do Corpo
de Cristo recebem uma capacitação especial para desenvolver uma fé que excede a
da grande maioria, e foi a esse tipo de FÉ que Jesus se referiu quando disse
que: - Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte:
Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível (Mateus 17:20).
Essa FÉ específica, é a capacidade de se
confiar em Deus de uma maneira completa e sobrenatural e se manifesta apenas em
ocasiões especiais, em um número reduzido de pessoas (portadoras de tal DOM),
visando à realização de obras extraordinárias em tempos de crise, desafios e
emergências. A Bíblia está repleta de exemplos de homens que usaram a fé em
situações adversas e através dela foram salvos. Em Juízes 15:16-19, após matar
mil filisteus com uma queixada de jumento, Sansão precisa buscar socorro em
Deus para não morrer de sede. Em I Reis 17:2-6, temos o profeta Elias confiando
sua vida nas mãos (ou garras) de um corvo, que sobre ordenança divina trazia
comida ao homem de Deus. Em Daniel 3:13-30, temos três jovens hebreus que se
negam a adorar uma imagem e como consequência enfrentam a fornalha flamejante
de Nabucodonosor. Lá dentro eles têm um milagroso encontro com o quarto homem.
No capitulo seis do mesmo livro, encontramos o próprio Daniel realizando
orações que o mandaram direto para uma cova cheia de leões famintos, e de lá,
ele saiu ileso. Em Atos 12:1-12, toda a igreja de Jerusalém está em oração,
clamando pela liberdade de Pedro, que já tem sentença de morte decretada.
Durante essa vigília, um anjo precisa “acordar” o apóstolo para tira-lo da
prisão. Em Atos 27:21-26, após sofrer um naufrágio, Paulo garante a seus
companheiros de viagem que mesmo estando à deriva no mar, agarrados apenas em
destroços e enfrentando a maior tempestade de suas vidas, todos vão sobreviver,
e pela manhã o grupo chega sem perdas à ilha de Malta.
Em
todos estes exemplos, vemos homens que se lançaram sem medo nos braços do
Senhor, confiando a ele suas vidas. Nós como a igreja de Cristo hodierna, não
podemos nos contentar em apenas “conviver” com as experiências da igreja
primitiva relatadas nas páginas da Bíblia ou nos registros históricos, mas
precisamos viver nossas próprias experiências com Deus, deixar escritas nossas
histórias para impactar as gerações futuras, sentir na pele a Glória que há nas
operações do Espírito Santo, acreditar no impossível e vivenciar milagres,
surpreender a Deus de forma tão positiva que Ele passe a honrar nossa palavras
como se fossem Dele, fazer com que nossos sonhos, desejos e crenças se tornem
em realidade, e tudo isso só será possível através do desenvolvimento sadio e
maduro da nossa FÉ.
Participe da EBD deste domingo, 16/08/2015, e descubra você também o maravilhoso poder de Jesus Cristo e o segredo do sucesso apostólico.
Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 96 - Editora Betel
Comentarista: Pr. Abner de Cássio Ferreira
Sinais, Milagres e Livramentos do Novo Testamento
Lição 7
Lição 7
Comentários Adicionais (em verde):
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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