quinta-feira, 20 de agosto de 2015

EBD - A unção que produz milagres


Texto Áureo
Isaías 10:27
E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo, do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção.

Verdade Aplicada
A responsabilidade nos qualifica para a unção, pois o que nos confirma diante de Deus e das pessoas é a maneira como vivemos e administramos o poder que nos foi concedido por Ele.

Textos de Referência
Lucas 4:18-21

O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor.
E, cerrando o livro, e tornando a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.


A unção e seu significado

É preciso urgentemente entender que não se pode operar milagres sem a unção do Espírito. Todavia, nosso maior problema não seja a unção em si, mas compreender de maneira plena o que ela realmente significa. A Igreja Primitiva logrou sucesso em sua geração. Ela foi poderosa, unida, cheia de fé, perseverante e incrivelmente impactante (Atos 2:42-47). No entanto, tudo isso aconteceu não somente porque tinha unção, mas porque compreenderam o significado do que estava sobre suas vidas. A palavra “unção” é constantemente usada em nosso vocabulário e temos inventado uma grande quantidade de qualificativos para lhe dar um significado lógico. Em nome de uma palavra se pode usar e fazer muitas coisas. Todavia, unção não é uma palavra fácil de explicar, é como Deus. Será que é fácil explicar a Deus? A palavra é conhecida, mas como explicar o que há por trás dessa palavra? Devemos entender que a unção é uma palavra que pertence a nosso vocabulário, ela não é somente uma palavra religiosa. As pessoas não são ungidas somente para cumprir os propósitos de Deus, também são ungidas legalmente para que cumpram uma função de um rol determinado em um lugar de governo (Romanos 13:1-7 / Tito 3:1). Existem palavras que são muito comuns em nosso vocabulário. Todavia, uma palavra pode ser conhecida, mas isso não significa que descobrimos a profundidade que nela existe (I Coríntios 8:2). Jesus pediu aos discípulos que aguardassem pela unção e, com muita paciência, durante quarenta dias, lhes revelou tudo acerca do poder que estavam para receber (Atos 1:3-4 / Lucas 24:49). Aqueles homens eram pessoas simples, mas com a unção, se tornaram homens poderosos e até hoje ficamos perplexos pelo que realizaram. A unção incendiou aqueles homens e eles incendiaram o mundo. Quando a “unção” chega e entendemos seu significado, nada mais é impossível para nós (Marcos 9:23).

Unção é como um “foro” legal que se dá a uma pessoa quando assume um lugar de governo. Um exemplo disso é quando alguém se torna um político e é eleito para uma função. Essa pessoa, momentos antes desse decreto, era um cidadão comum, mas através desse decreto legal, algo acontece a essa pessoa, ela é coberta com esse foro e ele lhe habilita a exercer certo grau de influência e autoridade. A partir daí, ela tem acesso direto a lugares que antes não tinha, tem autoridade para fazer o que como cidadão comum não poderia. Todavia, isto é específico e implica não em poder, mas em grande responsabilidade (Isaías 61:1 / Eclesiastes 7:1ª).  A unção é verdade e não mentira (I João 2:20-21), portanto o Espírito de Deus está preocupado em guiar o seu povo para a verdade. A unção está ligada à ortodoxia doutrinária e não aos vários modismos pós-modernos que invadem as igrejas nesses últimos dias. Buscar a cada dia ser cheio do Espírito é ser cada dia cheio da unção de Deus. Deve-se buscar a unção, não para ter um poder místico, alheio ao ensinado na Bíblia. Deve-se buscar ser cheio da unção para não se desviar das verdades bíblicas.  

Precisamos estar cientes de que ao ungir alguém, Deus o faz na intenção de converter esse alguém em um libertador (Isaías 61:1). A unção não é para desfrute pessoal, é para produzir liberdade para as pessoas. Quando uma pessoa assume um lugar no governo de uma nação, o que se espera com essa nomeação é que sua gestão sirva para que os cidadãos vivam em maior liberdade e prosperidade. Quando Deus unge a um homem ou uma mulher, Ele unge para que produzam liberdade. Somos humanos e podemos sentir algo especial em uma reunião, mas isso não define a unção. A unção tem a ver com foros legais que nos capacitam a levar adiante o propósito de Deus na terra, que sempre será o de libertar pessoas (Lucas 4:18-19).  A unção pode ou não ter influência em nossos sentimentos, no entanto, não necessariamente, a unção tem a ver com a percepção sentimental do que acontece em uma reunião ou culto.


Vasos de Barro

O cristão precisa ter a consciência de que é proveniente do pó da terra. Assim sendo, somos vasos de barro na mão do oleiro, e é necessário que estes vasos estejam desembocados para que o Espírito Santo os encha com o óleo precioso da unção. O apóstolo Paulo nos advertiu em II Coríntios 4:7 que a excelência do poder que há em nós vem e é de Deus, e ele deposita seus tesouros dentro de vasos comuns. Uma vez que o crente entende que ser cheio do Espírito é uma dádiva concedida e não um mérito conquistado, ele estará apto a exercer com dignidade as atribuições que o Espírito lhe conceder. A fim de capacitar a IGREJA para a grande obra a ela destinada, o Espírito “presenteia” indivíduos com “poderes” sobrenaturais e os capacita a realizar “obras” além da capacidade ou compreensão humana. Esse poder concedido não visa engrandecimento de pessoas, mas sim contribuir para o crescimento e fortalecimento da comunidade, edificando o Corpo de Cristo.  Através de seu Espírito, Deus derrama sobre cada servo uma unção especifica, como se fosse uma ferramenta personalizada que otimiza o trabalho do Espírito Santo entre nós. Paulo usa quatro termos gregos distintos para descrever tais “ferramentas” que são entregues a Igreja para potencializar o cumprimento do “IDE” de Jesus: Pneumatikon e Charismata - ambos traduzidos por DONS (Espirituais); Diakoniai -  traduzido por MINISTÉRIOS e Energermáton - traduzido por OPERAÇÕES.

Segundo o moderno dicionário da língua portuguesa “Michaelis”, o termo “DOM” (do latim DONU), pode significar dádiva, presente, merecimento, mérito, dote natural, talento, prenda, aptidão, faculdade, capacidade, habilidade especial, bem que se goza, concessão da providência, bem espiritual proporcionado por Deus, graça ou mercê.  Note que há muitas definições para esta palavra em nossa língua, sendo que algumas delas conotam sentido de merecimento ou méritos. Na versão inglesa da Bíblia “King James”, o termo usado para traduzir do grego a palavra CHARISMATA (dom) é “spiritual gifts”, que literalmente significa “presentes espirituais”.

Dons Espirituais em nada tem a haver com capacitação natural, aptidão física ou intelectual. Não pode ser conseguido mediante esforço meramente humano ou formação acadêmica. É algo concedido, dado, que só pode ser recebido por um indivíduo através da ação do Espírito Santo em sua vida. Isso não implica em dizer que os dons serão dados ao revés, de forma irracional. Dons são concedidos mediante a necessidade da Igreja e são agraciados com os mesmos, pessoas que cultivem o desejo de recebê-los, busque-os em oração e se posicionem debaixo da vontade do Senhor, dando lugar ao agir do Santo Espírito, pois Paulo aconselha que a igreja procure com zelo os Dons Espirituais (I Coríntios 14:1). É buscando em perseverança e oração contínua, disponibilizando sua vida ao Senhor, que o cristão estará apto a exercer com responsabilidade os dons recebidos. Não podemos ignorar, porém, que os dons naturais de uma pessoa também são dados por Deus e devem ser usados para louvor e glória de seu nome, assim como toda a capacitação secular do homem, deve ser colocada a serviço do Senhor.


Unção significa responsabilidade

Nossa preocupação deve ser não transmitir ideias errôneas acerca daquilo que é unção. Porque se a unção representa um foro legal, ela pode ser mal-usada e pode frear ou atrasar (não abortar) os propósitos eternos de Deus na Terra. Deus espera que um espírito de responsabilidade reine em sua Igreja. Hoje é fácil ser chamado de pastor, ministro, ter títulos. Devemos tomar cuidado com isso porque, infelizmente, tem-se ungido pessoas irresponsáveis que a única coisa que fazem é atrasar a obra de Deus sobre a Terra. Esse é um pecado quase irreversível, quando um irresponsável governa (Provérbios 28:16ª / 29:2). A unção não tem nada a ver com um nível de responsabilidade que opera em nós. Estamos acostumados a ouvir acerca de vários tipos de unção, mas nenhuma delas jamais produziu uma geração livre. Uma pessoa não pode ser livre se não se faz responsável. Quando Deus dá foro legal a uma pessoa, Ele espera que essa pessoa venha administrar essa unção com responsabilidade. Quando Ele nos unge, não pensa num mecanismo que não funcione, porque, assim como Ele não falha, espera que você também não falhe, pois antes de crermos nele, Ele já creu em nós.

É preciso entender que o primeiro pecado que entrou na Terra não foi o adultério, fornicação ou roubo. Foi o pecado da irresponsabilidade. A irresponsabilidade é a mãe ou o pai de todos os pecados (Gêneses 2:16, 17: 3.6-13). A irresponsabilidade de Adão o lançou fora do Éden. A história poderia ter sido outra. Noé foi chamado para salvar o mundo e sua missão era construir uma arca. Ao chegar a salvo em terra firme, Noé plantou uma vinha, se embebedou e amaldiçoou seu próprio filho. Quando foi responsável salvou o mundo; quando foi irresponsável, amaldiçoou sua própria casa. A mesma unção que produz salvação, também produz maldição (Gêneses 6:13-14; 9.20-25). Foi a misericórdia de Deus que fez com que Ele perguntasse a Adão como sabia que estava nu. Adão tinha a chance de dizer para Deus que tinha feito tudo errado, mas ele era irresponsável, como todo homem, e, por causa dessa irresponsabilidade, o pecado entrou no mundo. Com Caim, filho de Adão, o filho gerado debaixo do pecado, aconteceu a mesma coisa. Deus também pergunta para ele sobre o irmão, Abel, mas ele responde também com irresponsabilidade e diz que não tinha visto. É preciso compreender que a irresponsabilidade gera mentira. Adão joga a culpa no próprio Deus quando diz “a mulher que tu me deste”. Até o momento do pecado, ele estava bem satisfeito com a mulher e com Deus, que o havia dado. Mas quando Deus o confronta por causa do pecado, ele transfere a culpa para Deus, para a mulher que o Senhor o havia dado.

Podemos delegar autoridade, jamais responsabilidades. Assim como vemos os danos deixados por u m governo em uma nação, vemos os danos que podemos causar ao Reino de Deus sendo irresponsáveis. Unção não se negocia e muitos estão misturando as coisas, buscando o caminho mais fácil. Ao alertar Ester acerca da iminente destruição dos judeus, Mardoqueu estava chamando a atenção de Ester para que entendesse que ela não veio ao palácio somente para viver como rainha. Ela estava naquela posição para atuar em prol do povo de Deus (Ester 4:13-14). Deus lhe deu uma posição e um chamado para que fosse responsável. Pesquisas indicam que muitos políticos, além de não representarem a população, também não suprem suas expectativas e necessidades. Isto é, eles têm a posição, mas não são responsáveis.


Conhecendo a própria vocação

A palavra vocação vem do grego Klésis e de suas variantes Klétos, Káleo ou Klésin, e significa chamado, convite ou convocação. É um termo que abrange a todos nós. Há um propósito divino em nossa passagem pela terra (Provérbios 16:4), e só seremos completamente realizados (e consequentemente, felizes), quando cumprirmos esses desígnios a nós reservados. Todos somos vocacionados, e não existem exceções quanto a isto. Deus não criou seres humanos desocupados e inúteis. Ele criou gente para trabalhar, para se ocupar, para executar sua vontade pessoal, para se colocar como instrumento na concretização de seus propósitos. O homem de Deus não precisa ficar esperando um chamado extra especial. Pela sua própria origem e seu DNA missionário, a Igreja já está vocacionada, chamada, separada, eleita e designada para proclamar as Boas Novas (Marcos 16:15). Existe, porém, uma vocação específica, que embora seja diferente para cada um, possui certa uniformidade estrutural, e é embasada nela que nosso ministério se desenvolve e a unção é outorgada. Somos chamados por Deus, passamos a ser “incomodados” pelo Espírito a fim de nos engajarmos no ministério, partimos para o entendimento daquilo que nos “provoca” e “inquieta”, alcançamos o discernimento de nossa inquietação, descobrindo nossa vocação específica, iniciamos nossa preparação ministerial e assumimos nossa posição estratégica dentro da grande Obra do Senhor. Podemos resumir todo esse processo dizendo que Deus chama o homem; o homem busca a Deus; o homem recebe um sinal eficaz de sua vocação; o homem assume uma posição diante de Deus.

Logo, a VOCAÇÃO ESPECÍFICA se sustenta em quatro pilares: O CHAMADO (que parte de Deus), o DISCERNIMENTO (o vocacionado reconhece seu chamado), a PREPARAÇÃO (o vocacionado parte em busca do aprimoramento) e o EXERCÍCIO (o vocacionado assume para si a missão proposta). É claro que na prática, nem sempre é tão fácil identificar corretamente nossa vocação. Não que Deus seja impreciso ao chamar, mas sim devido à complexidade da natureza humana daquele que é chamado. Existem, porem, certos fatores estimulados pela providência divina que são indicadores de uma vocação genuína, tais como intensa compulsão interior, crescente amor à alma dos pecadores, inquietante consciência da falta de obreiros, comprovada aptidão natural, percepção gradual da natureza especifica da vocação e persistente vitória sobre os obstáculos a vocação. É extremamente relevante evidenciar que alguns sinais que consideramos como respostas conclusivas sobre nossa vocação podem ser ambíguos e duvidosos, devendo ser analisados como muita cautela, como por exemplo, a tradição familiar, influência de terceiros, facilidade no aprendizado teológico, insucesso na vida pessoal ou profissional, qualificação natural, motivação externa, atração por status eclesiásticos e sedução por vantagens. Uma vez que reconhecemos nossa vocação, devemos passá-la no teste da submissão, pois historicamente ela é mostrada como uma grande virtude de todo discípulo, e está estritamente ligada a humildade, pois todo aquele que almeja ensinar, precisa primeiramente aprender Logo a submissão deve ser espontânea e real, caracterizada pela humildade, pelo esvaziamento do “EU” e pela renúncia. Por mais intensa que seja sua vocação, há um tempo determinado para que ele aflore e seja reconhecida pelos homens, e isto se dará no tempo de Deus. Jamais tente apressar as coisas ao seu favor.

Seja sempre o mais preciso possível nas avaliações, reavaliações e releituras de sua caminhada, procurando ser sincero consigo mesmo e com seu Deus naquilo que é essencial para seu ministério, acentuando mais os pontos de luzes que nos são evidentes, do que os sombrios, obscuros e vazios que de certa forma causem incertezas em seu processo de reconhecimento vocacional... Nestes casos, procure resposta em Deus, Pai das Luzes, em quem não há dúvidas, mudanças ou variações (Tiago 1:17).


A unção traz benefícios e ônus

Ao longo de toda a trajetória bíblica, observamos os sucessos e os fracassos de pessoas ungidas, onde alguns começaram muito bem, mas terminaram pessimamente. A vontade de Deus é que terminemos bem e ser responsável é fundamental para que isso aconteça. Se tomarmos como exemplo a unção de Davi, iremos notar que ele foi ungido, mas levou treze anos para poder reinar. E por que? O plano de Deus era que aprendesse com as falhas de Saul. Ele deveria servir Saul, observá-lo e viver à sua sombra, para que não fosse irresponsável. Deus usou um Saul externo para matar o Saul interno que havia dentro de Davi. A mesma unção que levou Davi ao palácio também o levou para a caverna; a mesma unção que fez de Davi um herói, também o fez vilão; Davi matou um gigante, mas seu pior gigante era ele mesmo. Quando Davi foi responsável, Israel prosperou, os exércitos foram organizados e Deus foi glorificado. Davi agiu irresponsavelmente, pecou com Bate-Seba, matou Urias, perdeu a família e manchou a nação (I Samuel 18:8; II Samuel 12:7-14). Os conflitos entre árabes e judeus estão alicerçados numa atitude errada tomada por Abraão, quando, em vez de ouvir a Deus, ouviu a voz de Sarai, sua esposa. Ismael, o pai do islamismo, é descendente de Abraão, fruto do seu relacionamento com Agar. Sua irresponsabilidade gerou uma nação escrava e inimiga de Deus.  

A geração de Josué foi a geração da conquista da terra da promessa, mas, após a morte dessa geração, nasceu uma geração que, além de não conhecer ao Senhor, tampouco conhecia a obra que Ele fizera a Israel (Juízes 2.10). Viver na terra santa pode ser tão perigoso quanto viver no deserto. Uma geração pode roubara benção de outra e trazer tragédias sem medidas a uma nação. Essa geração foi irresponsável, viveu na terra para si mesma. Além de nada produzir, ainda deixou um legado de problemas. A história está marcada por oscilação, ausência de Deus, escravidão e sofrimento. Ao longo do livro de Juízes, geração após geração, Israel sofreu as consequências da sua própria incredulidade. Por não acreditarem na Palavra de deus sobre o perigo de se envolver com os povos idólatras que permaneciam na terra, criaram laços com esses povos e foram castigados, exatamente como o Senhor havia avisado. A expressão que melhor representa o período dos juízes é repetida algumas vezes no livro e serve como conclusão no último versículo (Juízes 21:25; 17:6; 18:1; 19:1). Esta descrição da época não precisava ser negativa, pois o povo não ficou sem Deus nem sem lei. Se cada um tivesse achado reto fazer a vontade do Senhor, Israel teria evitado muito sofrimento. Mas, quando acharam reto fazer o errado, trouxeram sobre si a ira de Deus.

A responsabilidade nos qualifica para unção. Ser responsável é o primeiro sinal de uma vida ungida (Provérbios 13:14; 21:20). Por isso, muitos não buscam ser livres, porque ter liberdade é viver com responsabilidade, Os Israelitas não entraram na Terra Prometida porque eram livres no corpo, mas escravos na mente. Eles aborreciam Faraó, mas queriam seu serviço e comida (Números 21:5). Não devemos culpar os outros de nossa condição, nós somos o que decidimos ser. Se tornamos escravos de alguma coisa é porque agimos de maneira irresponsável. Ressalte para eles que a escravidão é uma forma de conceber a vida (Gálatas 5:1).  Um bom negócio ocorre quando as duas partes agem de maneira responsável. No entanto, quando fazemos negócios e uma das partes é irresponsável, teremos problemas. Deus sempre será responsável para conosco. Façamos então a nossa parte. Sejamos responsáveis.


Buscando o Equilíbrio

O cristão precisa buscar constantemente o equilíbrio em todas as esferas de sua vida. Exatamente por isso, uma das características da frutificação espiritual é a temperança ou domínio próprio (Gálatas 5:22). Sem estar bem equilibrado sobre os pilares de sua fé, a espiritualidade do homem de Deus pode ser corrompida por fatores externos. Homens como Sansão e Davi, que tiveram diversas experiências pessoais com Deus, amargaram derrotas frustrantes quando fizeram uso equivocado da unção sobre eles outorgada, algumas delas, com resultados irreversíveis. Esses erros foram oriundos de intempéries da própria natureza humana, tais como ira, luxúria e vaidade. Ao contrário do que muitos possam pensar, a unção não neutraliza nossas falhas de caráter ou as debilidades e as fraquezas de nosso ser. Muitas vezes, elas ficam ainda mais evidentes, e é exatamente por isso que o crente precisa produzir frutos espirituais em abundância, para equilibrar sua existência e enquadra-la nos princípios divinos. Grandes homens da história, mesmo se dedicando a uma vida de oração e consagração, foram mortalmente atingidos por Satanás em seus pontos mais frágeis, pois se esqueceram da vigilância. Jesus nos alertou em Mateus 26:41, que até mesmo o mais fortalecido espírito pode sim ser vitimado pelas fraquezas da carne. Exatamente por isso, antes de fortalecer o espírito com oração, é preciso neutralizar a carne com vigilância. O crente que ora constantemente, mas não vigia ,está a um passo da queda. O crente que vigia, mas não ora, vive em constante "coma espiritual". É preciso encontrar o equilíbrio, vigiando e orando na mesma proporção.

Muitos cristãos têm buscado incessantemente a “unção” de Deus sobre sua vida, mas se perdem numa busca irresponsável e inconsequente. A “unção” pode ser entendida como um “revestimento de autoridade”, e com ela, diversos encargos serão acrescidos em nosso ministério, e se faz necessário esmero e preparo para lidar com cada um deles.  Quando os apóstolos se reuniram para escolher os primeiros diáconos da Igreja, foi exigido que os candidatos fossem cheios de “unção” e de “sabedoria” (Atos 6:2-3). Embora unção e sabedoria precisem trabalhar em conjunto, elas são adquiridas separadamente e é possível que um indivíduo possuía uma delas, mas não tenha outra, e desta forma, o fracasso espiritual é apenas questão de tempo. Unção sem sabedoria nos transforma em fanáticos religiosos, e sabedoria sem unção converge para um ministério pragmático. É preciso buscar ambas com a mesma intensidade. Segundo o relato de Lucas 2:40, este processo foi necessário até mesmo no desenvolvimento ministerial do próprio Cristo, já que o evangelista enfatiza que o menino Jesus crescia em estatura, em graça e em conhecimento.

Jesus foi colocado em situações onde apenas uma resposta muita sabia o livraria da armadilha elaborada pelos fariseus. Em Marcos 12:17, um grupo mal-intencionado questiona o Mestre sobre qual era a atitude correta: não pagar os impostos para ofertar no templo, ou deixar de ofertar no templo para poder pagar impostos. Qualquer resposta possível iria contra alguma lei, fosse a dos homens ou a de Deus. Jesus surpreendeu a todos com um celebre: “Daí a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Já em João 8:7, uma mulher pega em adultério é levada até Jesus para ser apedrejada. Validar a barbárie contrariaria a mensagem de amor e perdão que ele pregava, mas se posicionar contra a execução iria contra a lei mosaica. O Mestre mais uma vez cala a multidão com um estonteante “aquele que não tem pecados atire a primeira pedra... Jesus é para nós o maior referencial de como a sabedoria aliada a unção pode ser usada para nos livrar de uma tentação, desfazer um conflito teológico e até mesmo salvar uma vida. Além de uma busca incessante por unção, devemos sempre buscar sabedoria em Deus que a concederá a todos que pedirem (Tiago 1:5), e esta sabedoria nos ajudará a servir ao Senhor com idoneidade e em poder. 


Participe da EBD deste domingo, 23/08/2015, e descubra você também o maravilhoso poder de Jesus Cristo e o segredo do sucesso apostólico.

Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 96 - Editora Betel
Comentarista: Pr. Abner de Cássio Ferreira
Sinais, Milagres e Livramentos do Novo Testamento 
Lição 8

Comentários Adicionais (em verde):
Pb. Miquéias Daniel Gomes




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