segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Quais critérios foram usados para escolher os livros da Bíblia ?

Certa vez, o presidente americano Abraham Lincoln declarou: Estou ultimamente ocupado em ler a Bíblia. Tirai o que puderes deste livro pelo raciocínio e o resto pela fé, e, vivereis e morrereis um homem melhor. A grande verdade é que ninguém consegue se manter impassível diante da Bíblia, e este é de fato, o único livro capaz de mudar o destino de um homem, no agora e na eternidade.

A Bíblia é na verdade uma compilação de livros (como se fosse uma mini-biblioteca), escrita ao longo de 1.600 anos por mais de 40 autores diferentes. Em sua versão “protestante”, contem 66 livros, sendo 39 no Velho Testamento e 27 no Novo Testamento, divididos em 1.189 capítulos e 31.103 versículos (este número pode chegar a 31.171 dependendo da versão).  Aqueles que se opõem ao conceito de que a Bíblia seja um livro sagrado, apresentam como principal argumento o fato dela ter sido escrita e compilada por homens, e isto de fato, é verdade.

O Velho Testamento, por exemplo, possui em sua vasta lista de autores nomes como Moisés, Salomão, Jeremias e Esdras, sendo estes livros catalogados, compilados e reconhecidos pelos mais eruditos rabinos judeus, e somente em 250 d.C., é que houve um consenso sobre quais livros comporiam o cânon vecchio testamentário. No caso do Novo Testamento, nomes como Paulo, Lucas, João, Pedro, Mateus e Tiago figuram entre os principais escritores, sendo que foram os chamados “pais da igreja”, tais como Clemente, Policarpo e Irineu, alguns dos responsáveis pela catalogação dos evangelhos e epístolas, sendo a mesma finalizada apenas em 397 d.C.

Para um livro estar no cânone sagrado foram observados alguns elementos. No caso do Velho Testamento, foi considerado se o livro fazia parte do cânon hebraico, se ele foi citado por Jesus ou seus discípulos e se seus ensinamentos não contradiziam outros livros. Foi exatamente estes critérios que separaram o que hoje consideramos “sagrados” dos chamados “livros apócrifos”, que embora tenham valor histórico inquestionável, não são considerados divinamente “inspirados”.

Para o Novo Testamento os critérios foram ainda mais exigentes. O autor precisaria ser um apóstolo ou ter tido ligação direta com um deles. O livro precisaria ser aceito pelo Corpo de Cristo como um todo. O conteúdo obrigatoriamente deveria ser de consistência doutrinária e ensino ortodoxo. O livro teria que conter provas de alta moral e valores espirituais que refletissem a obra do Espírito Santo.

Nenhum livro passaria por este crivo se não fosse inspirado pelo próprio Deus, e foi exatamente Ele, que se encarregou não apenas de “inspirar” os autores, como também “direcionar” os compiladores nas escolhas corretas de quais livros deveriam compor as Escrituras, tornando a Bíblia em nossa única regra de fé, sendo que os ensinamentos nela contidos, são as bases do genuíno cristianismo.

Em nenhum momento, porém, a Bíblia se impõe sobre o homem, exigindo dele uma fé cega e atitudes inconsequentes. Muito pelo contrário, a própria Bíblia se coloca na posição de ser verificada, testada, analisada, meditada, conferida e interpretada. Somente após esmiuçar a Palavra, e deixá-la fluir voluntariamente aos recônditos do coração, e que o homem poderá finalmente entender as palavras de Paulo em II Timóteo 3:16 - Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.


A doutrina bíblica é a chave para sermos bem-sucedidos na caminhada cristã. Infelizmente, por não ser valorizada, assistimos uma série de novas “doutrinas” surgindo, não para a glória de Deus e sim para o próprio homem. Isso tem feito com que a Igreja do Senhor Jesus experimente um desvio doutrinário e Paulo exorta Timóteo a admoestar quanto aos falsos ensinos que estavam entrando na Igreja (I Timóteo 1:3). Esse desvio doutrinário se caracteriza de várias formas, levando cristãos à distorção ou até mesmo ao abandono da fé.

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