João identifica Jesus
como “o Verbo” (a palavra que vive) e declara que “Ele” estava com Deus no princípio
e que “Ele” era Deus, e que sem “Ele” nada teria sido criado. Sobre “Ele”, o
próprio Deus declarou: Este é meu filho amado, e nele tenho prazer! Jesus -
Filho unigênito de Deus, aquele que “era” ontem, “é” hoje e para sempre.
Desde os primórdios da
criação; adorado nos céus, louvado por milhares de anjos, revestido de glória e
luz. Verbo vivo e eterno, imaculado e perfeito, reluzindo em todo esplendor. E
então, porque Deus amou o mundo, o “Verbo” se fez “carne” e habitou entre nós.
Deus presente entre mortais, vivendo como um de nós.
Nada de especial era
percebido naquele homem em um primeiro olhar. Seu jeito era simples, seu rosto
era familiar demais para ser percebido. Ele havia nascido em uma pequena cidade
e se criado em uma região sem maiores relevâncias. Sua profissão não era nobre
e seu nome extremamente comum... Enfim, nada havia naquele carpinteiro de
Nazaré que despertasse nossa curiosidade em conhecê-lo melhor.
Ele era como uma pequena
planta sob o sol, debaixo da qual não se procura sombra. Ele era como raiz
escondida embaixo de uma terra seca, a qual poucos se aventuram em encontrar.
Não havia no seu rosto uma beleza que saltasse aos olhos, pelo contrário, sua
pele estava queimada de sol e seus cabelos ressecados pelas longas caminhadas
no deserto e castigado pela salinidade do mar da Galiléia. Quando ele passava
pela rua, muitas pessoas viravam o rosto para não vê-lo, pois se sentiam superiores
à ele e diziam que seu sofrimento era merecido e que de alguma forma o
próprio Deus o estava oprimindo. E mesmo fazendo inúmeros julgamentos em
relação a sua aparência, bastavam alguns minutos para que se esquecessem
completamente, pois dele não faziam causo algum.
O que todos não sabiam é
que aquele trabalhador braçal e de aparência tão insignificante, era na verdade
o Cordeiro de Deus que seria levado em silêncio até o matadouro e daria sua
vida por todos que o desprezaram, inclusive “eu” e “você”. Deus imputaria sobre
ele uma multidão de pecados, sem que ele cometesse nenhum deles, pois pela
transgressão de todos nós que na cruz ele foi mortalmente atingido. E ali, no
madeiro, um inocente em cuja boca nunca houve engano, era condenado pelos erros
de toda a humanidade, e para aniquilar o poder da morte sobre seus próprios
algozes, ele foi cortado da terra dos viventes, suportando a dor física da
crucificação e carregando o fardo mui pesado de nossas iniquidades, ovelhas
desgarradas que seguíamos nossos próprios caminhos errantes. E nós nem se quer
percebemos que ele era ferido por causa das nossas transgressões e moído pelas
nossas iniquidades. O castigo que nele foi infligido, na verdade era a chave
que abria a porta para nossa paz e pelas suas pisaduras estávamos sendo
curados. Ele expirou pelos nossos pecados e seu sacrifício agradou ao Senhor,
que o fez enfermar por nossa causa.
O seu trabalho porem não
foi em vão e se estenderá pela posteridade. Ele ressuscitará e vera o resultado
de seu esforço, e se alegrará, pois a sua justiça irá justificar a muitos e
nossa iniquidades (que ele já levou sobre si) deixarão de existir!
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