Após trazer a realidade
cada elemento do universo, o Criador tinha por hábito avaliar a própria
criação. Em regra geral, concluía que tudo estava “muito bom”. Mas houve uma
exceção: A solidão do homem. Deus então fez Adão adormecer e de uma de suas
costelas forjou a mulher. Ao despertar de seu sono e se deparar com a mais bela
das criaturas, Adão compôs o mais belo (e romântico) poema de todos os tempos:
“Esta, sim, é osso dos
meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi
tirada". Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua
mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gênesis 2:23-24).
O fato de Deus ter
escolhido uma das costelas do próprio homem como a matéria prima da qual se
origina a mulher não é mera coincidência. Nem da cabeça, para não se sentir
superior a ele, e nem dos pés, para não ser por ele pisada; mas sim do lado,
próximo ao coração. No texto original, o termo usado para identificar a
“costela” é TSELA, que pode ser traduzida literalmente por “LADO”, e da mesma
palavra se origina TSELEM, que significa “IMAGEM” ou “SEMELHANÇA”. Mesmo
tendo funções distintas dentro de uma relação, homem e mulher, macho e fêmea,
Adão e Eva, são duas faces de uma mesma moeda, reflexo um do outro, partes que
se completam para formar o todo. Adão entende perfeitamente esta linda
realidade que Deus engenhosamente planejara para a felicidade plena de sua mais
amada criação, e então testifica para que todo o Jardim posso partilhar de sua
alegria: Esta agora é ossos dos meus ossos, carne da minha carne...
Adão a chama de “Mulher”, Deus a chama de “Eva” e concede a ela um título muito
especial: “EZER” (Gênesis 2:18).
A expressão “EZER” tem sido interpretada de diversas formas: ajudadora, auxiliadora, adjuntora. A tradução literal para esta palavra é “Ajuda” ou “Auxilio”, mas para os poetas inveterados (Adão manda lembranças), da mesma raiz etimológica podemos transliterar a palavra “Tesouro”. Assim, quando Deus diz que fará para ele uma “ezer”, está subjetivamente dizendo que dará ao homem o “maior e melhor” presente que ele poderá receber na vida. Salomão, um “especialista” na arte do casamento (embora tenha errado miseravelmente na quantidade), entendeu muito bem o propósito de Deus ao apresentar Eva para Adão:
Quem encontra uma esposa
descobre algo excelente: recebeu uma bênção especial do SENHOR (Provérbios
22:18). E tratando-se de benção conjugal, a recíproca
também verdadeira.
Uma vez unidos, homem e
mulher se fundem num único ser. O corpo de um passa a pertencer ao outro e os
sonhos do outro passa a depender daquele um. Um vínculo é estabelecido no
corpo, na alma e no espírito. Dois se tornam em um, num amálgama que já não se
pode desfazer. Adão declarou está verdade em Gênesis 2:24; Jesus a validou em
Marcos 10:12 e Paulo a ratificou em Efésios 5:22-35. É como se fossem duas
folhas de papel coladas, dois tijolos cimentados, duas vigas de metal
soldadas... É até possível separá-las, mas será inevitável marcas, ranhuras e
danos permanentes. Separados, viverão para sempre como apenas uma metade, pois
o “todo” que haviam se tornado, simplesmente deixa de existir.
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