Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98
- Editora Betel
Casamento e Família - Lição 12
Comentarista: Pr.
Valdir Alves de Oliveira
Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Cp. Lucas Passareli Gomes
Texto Áureo
I Pedro 5:7
Lançando sobre ele toda a vossa
ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
Verdade Aplicada
Nosso Deus é poderosamente capaz
de cuidar de cada um de nós, mesmo diante de nossas maiores preocupações.
Textos de
Referência
I João 2:13-16
Pais, escrevo-vos, porque
conhecestes aquele que é desde o princípio. Mancebos, escrevo-vos, porque
vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai.
Eu vos escrevi, pais, porque já
conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois
fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.
Não ameis o mundo, nem o que no
mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é
do Pai, mas do mundo.
Vontade de mudar o Mundo
Comentário Adicional
Cp. Lucas Passareli Gomes
A “juventude” é o fogo da alma que
recusa a conformar-se. É aquela que está insatisfeita com o próprio status, que
proclama querer mudar o mundo e se sente frustrada por não saber como. Controlar
ou emancipar a juventude? Eis o dilema de nosso tempo. O inconformismo que
caracteriza os jovens, é a força renovadora que move o mundo, mas também algo
que incomoda os já acomodados. Acomodados, despreparados ou desconhecendo a
realidade do universo juvenil, muitos de nós desqualificamos a juventude,
vendo-a como um incômodo ou como uma fase de passageira rebeldia. Ao invés de
emancipar, desejamos controlar, dominar, moralizar. Bravamente, ao longo
dos tempos, os jovens resistiram e mantiveram acesa a ideia de mudar o mundo.
Desejam, profundamente, que seus ideais (e mundo) sejam uma nota só. Seus sonhos são
suas ideias em teimosia. Os jovens têm consciência de que precisam controlar o
seu “fogo ardente”. Mas desejariam que este controle fosse deles, não daqueles
que representam qualquer autoridade (pais, professores, psicólogos,
legisladores, juízes, polícia). Rejeitam serem pensados pelos outros. Essa
aparente “rebeldia”, é o sinal de que a juventude continua sadia, cumprindo com
o seu papel provocador de mudanças. A "rebeldia", aos olhos da Filosofia, é a atitude de quem quer ser protagonista de sua história, nunca o coadjuvante, até porque ,a Filosofia, como o inconformismo, motiva o individuo na busca e
seus próprios caminhos, mesmo sem dar garantias do destino final. É preciso compreender a juventude como uma
categoria social, que varia no tempo, de sociedade para sociedade e segundo as
diferenças internas de cada civilização. Por isso, a definição do que é juventude,
tem que ser feita na contextualização histórica dos jovens que se quer
compreender. Outra ideia fundamental é a de que a juventude é vivida de modo
distinto segundo as condições econômicas, culturais, de raça, gênero (e tantas
mais), como aponta a coleção “Ofício de Professor: Aprender mais para ensinar melhor". Neste aspecto, é preciso
aumentar a disposição para o diálogo e a escuta com os jovens de nosso tempo,
procurando compreender os desejos, sonhos, medos e angústias que os movem. A
busca pelo conceito de juventude deve ser superior aos nossos preconceitos.
Muitas iniciativas da sociedade,ONGs, entidades e igrejas nasceram da compreensão que o jovem quer, precisa
e pede o nosso apoio. E estas organizações tem dedicado ao trabalho com a
juventude, empregando o protagonismo juvenil, a arte e a espiritualidade como
formas de potencializar as energias da juventude. Seus êxitos comprovam que com
oportunidades, a juventude toma os melhores caminhos. Aliás, os jovens nunca
dispensaram atitudes de apoio, escuta, compreensão e orientação. Eles gostam de
ser desafiados pelos adultos. A assim chamada “rebeldia", tem causas que
até a justificam como uma atitude saudável. Jovens e adultos, no entanto, precisamos
descobrir quais são as causas pelas quais vale uma vida. A violência e a
agressão, em forma de rebeldia, não podem ser toleradas. Por sua vez, a
“rebeldia saudável” (manifesta em questionamentos oportunos) é um ingrediente indispensável para fomentar as renovações de que a sociedade
precisa. Mas a opção é da sociedade: apostar e empenhar-se na emancipação e
inclusão da juventude ou considerá-la como constante ameaça contra a ordem
social. Cada opção tem seu preço. Se questionar é necessário, obedecer é
prudente.
Em Provérbios 23:19-22 a palavra
nos diz o seguinte: “Ouça, meu
filho, e seja sábio; guie o seu coração pelo bom caminho. Não ande com os que
se encharcam de vinho, nem com os que se empanturram de carne. Pois os bêbados
e os glutões se empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos. Ouça o seu
pai, que o gerou; não despreze sua mãe quando ela envelhecer. ” Essas
palavras nos arremetem ao decálogo, dado por Deus ao seu povo, mais
precisamente ao mandamento sobre o qual
existe uma promessa para a vida de quem o cumprir: “Honra a teu pai e a
tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te
dá (Êxodo 20:12)” Aqui fica bem claro como devemos
agir para com nossos pais, os quais já passaram por várias situações e agora
almejam transmitir esse ensinamento para os filhos, que infelizmente, em nome
da “tal” rebeldia, grande parte da
juventude não esta interessada neste aprendizado, e acabam sendo levados ao engano e ao erro de
ter vontade de querer fazer algo certo, mas sem ter experiência necessária. Tudo acaba saindo as avessas. Outros
acabam se perdendo em um mundo perverso de ilusões, decepções e engano. Uns por
influencias maléficas começam a
fumar, outros a beber e num estagio ainda pior, muitos seguem pelo caminho da
prostituição, onde jovens banalizam seu corpo por troca de prazeres
passageiros. Tudo parece ser bom, na hora do ato em si, mas quando passa o
“momento” a pessoa se sente usada, como se fosse apenas um objeto. O pior, é que
alguns jovens já têm a suas mentes cauterizadas pelo pecado, e já nem se sentem
incomodada com isso.
Em Romanos 13:13 a palavra de
Deus nos diz: “Comportemo-nos com decência, como quem age á luz do dia, não em orgias
e bebedeiras, não em imoralidades sexual e depravação, não em desavença e inveja.
” Em nome da “liberdade” e da
“rebeldia”, muitos jovens estão perdendo
o seu tempo com coisas banais, supérfluas
e superficiais, sendo que eles poderiam estar usando toda essa força e
energia na obra de Deus, assim como está escrito em Eclesiastes 12:1-3: “Lembre-se
do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e
se aproximem os anos em que você dirá: “Não tenho satisfação neles”; antes que
se escureçam o sol e a luz, a lua e as estrelas, e as nuvens voltem depois da
chuva; quando os guardas da casa tremerem e os homens fortes caminharem
encurvados; quando pararem os moedores por serem poucos, e aqueles que olham
pelas janelas enxergarem embaçado. Muitos se sentem atraídos por valores
que o mundo tem priorizado como essencial. Somos a geração do desnecessário, onde o
jovem “top do momento” é aquele que ostenta colares, pulseiras, roupas de
marcas e tantas outras banalidades, que muitas das vezes nem ele mesmo tem
condições de adquirir. Vivemos uma época de exibicionismos, onde o "eu" não se contenta em apenas ter, tendo que "mostrar" o que se tem (ou não tem, o que é ainda pior). No
fim, tudo isso é vaidade! A juventude passa muito rápido, e por isso cada
segundo deve ser aproveitado da melhor maneira. Enquanto houver força, enquanto
houver saúde, devemos investir a nossa vida em alguma coisa que vale a pena.
Nada é mais seguro e certo do que investir no Reino de Deus, que vai durar
para sempre. Os jovens que dedicam as suas vidas ao Senhor não ficarão frustrados,
porque Deus certamente abençoa aqueles que o servem. Não perca tempo com coisas
fúteis, viva para o Senhor desde a juventude! Seja um rebelde abençoado... Rebele-se
contra o mundo e seus prazeres efêmeros. Oferte sua liberdade para Deus.
Crises e Desafios
O jovem faz parte do projeto de
Deus chamado família. Por isso, abordaremos as demandas da juventude no
contexto pessoal, espiritual e familiar no mundo contemporâneo, tendo como base
os princípios da Palavra de Deus. A vida é repleta de oportunidades, dramas e
desafios, mas é na juventude que essas facetas da existência se apresentam de
forma mais intens. Nessa fase é preciso sabedoria. A sociedade e até mesmo a
família cobram do Jovem uma definição em diversas áreas da vida. Essa pressão por
todos os lados pode resultar em crises prejudiciais ao desenvolvimento saudável
do indivíduo. Uma das muitas crises que podem atingir o jovem cristão é a crise
de identidade. O filho pródigo da parábola contada por Jesus é um exemplo disso
(Lucas 15:11-31). Motivado pela curiosidade e insatisfação com sua realidade, o
filho mais novo busca numa terra distante a mudança que deseja, para perceber,
depois de algum tempo e de algumas perdas, que o melhor lugar para estar era de
onde nunca deveria ter saído, isto é, a casa do pai. A crise de identidade é
vencida através da aceitação de si mesmo e da própria realidade. A rebeldia e a
revolta devem ser substituídas pela fé, que nos faz crer que quem somos e onde
estamos hoje não determina quem seremos e onde estaremos amanhã (Filipenses 4:13).
José no Egito é um exemplo de jovem que não perdeu a identidade, mesmo longe da
sua família. Apesar de ter sido vendido como escravo e depois ir parar na
prisão, José não perdeu a sua essência, não se esqueceu de quem era. Mesmo na
adversidade, ele não se revoltou, mas confiou que Deus poderia mudar a sua
sorte como, de fato, aconteceu (Gêneses 42:41-44).
Autoestima é o conceito que a
pessoa tem de si mesma. É como ela se vê. Uma pessoa com autoestima saudável se
ama, se respeita, se aceita, se valoriza, se acha digna. A baixa estima é o
sentimento oposto. Quem possui baixa autoestima está sempre pra baixo. Tem
problemas com a própria aparência, se acha incapaz de tudo e por isso não tenta
nada e perde oportunidades incríveis. Uma pessoa assim vive insegura, tem
dificuldades de se relacionar e fazer amigos porque acha que não será aceita.
Muitas vezes a baixa autoestima evolui para um quadro depressivo. Não se
esqueça que Satanás usa esses equipamentos para impedir seu crescimento. Somos
aquilo que pensamos (Provérbios 23:7). Por isso, proteja seus pensamentos (Colossenses
3:1). A baixa autoestima é um problema mais comum do que parece. O físico
Maxwell Maltz calculou que 95% de todas as pessoas de nossa sociedade sentem-se
inferiores. Não é saudável nos compararmos com os outros. A mídia desse mundo
quer ditar os padrões de sucesso e beleza, que não podem ser alcançados por
todos. As pessoas que sofrem desse mal devem procurar aconselhamento e, sempre
ter em mente que a verdade bíblica é poderosa para nos libertar dos pensamentos
mentirosos (João 8:32).
Existem três grandes desafios que
o jovem cristão deve aceitar para que possa glorificar a Cristo de maneira
plena em sua vida. Primeiro, o desafio moral. Em um mundo de verdades relativas
e valores invertidos, fazer a coisa certa, na hora certa e de maneira certa,
conforme a Palavra de Deus, é um grande desafio. Segundo, o desafio
intelectual. Ainda existe muita gente que pensa que o Evangelho é para gente
ignorante, sem estudo e desprovida de informação. Essa nova geração de cristãos
deve mostrar ao mundo que eles estão enganados. Deus precisa de jovens
capacitados, qualificados e íntegros em todas as esferas da sociedade. Por
último, o desafio espiritual. O jovem deve ter caráter, ser estudioso,
“antenado”, mas não pode abdicar da sua comunhão com Deus. Jesus crescia em
estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens (Lucas 2:52). Ele é
nosso modelo de crescimento integral. Podemos citar três exemplos bíblicos de jovens
que se destacaram e fizeram a diferença em seu tempo, aceitando os três maiores
desafios para os jovens cristãos no mundo atual. Primeiro, José, que resistiu
às investidas da mulher de Potifar. Venceu o desafio moral, segundo Daniel e
seus amigos. Jovens inteligentes e capazes para viverem na corte babilônica.
Venceram o desafio intelectual. Por último, a jovem Ester, que não abriu mão da
sua identidade mesmo com risco de morte. Venceu o desafio espiritual.
Vitória sobre o Maligno
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
O apóstolo Paulo foi um grande
entusiasta da atuação ministerial do jovem dentro das comunidades cristãs. Para
ele, a juventude era a fase mais profícua para o trabalho eclesiástico, pois na
sua concepção, o obreiro casado deveria destinar a maior parte de seu tempo
para a sua família, enquanto que o jovem, poderia se dedicar quase que
integralmente a Obra do Senhor (I Coríntios 7:31-40). Mais do que falar sobre a
utilidade dos jovens na igreja, Paulo aplicava o conceito em seu próprio
ministério, investindo pesado em obreiros com pouca idade e sem muita
experiência, entre os quais podemos citar Apolo, Tito e João Marcos. Um de seus mais conceituados “pupilos”, foi
sem duvidas, Timóteo. Nascido em Listra,
sendo bem educado por Eunice e Loide (respectivamente, mãe e avó), o menino
chamou a atenção do apóstolo por sua vocação ministerial, e ainda na sua
juventude, tornou-se um dos companheiros de Paulo em suas viagens missionárias.
Mais tarde, foi escolhido para pastorear a igreja de Éfeso, uma das comunidades
cristãs de maior representatividade na época.
Foi para este seu filho na fé, que Paulo deixou um dos mais importantes
aconselhamentos no tangente ao trabalho eclesiástico realizado por alguém
de tenra idade: - Nunca deixe ninguém menosprezar seu ministério pelo fato de
você ainda ser jovem. Pelo contrário, seja para eles um exemplo a ser seguido,
na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza (I Timóteo 4:12).
Alias, Paulo não foi o único apostolo a ressaltar valores inerentes a juventude
cristã. Em sua primeira carta, João
incluiu os jovens em sua lista de destinatários, e ratifica: Jovens, eu lhes
escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece em vocês e por isso, já venceram o Maligno (I João 2:14).
A juventude é uma das mais
intensas e complexas fases da vida. Marca a saída da adolescência e o alvorecer
da maturidade. E o período onde as decisões mais importantes precisam ser
tomadas, e o caráter se define de forma quase perpétua. Obviamente, Satanás é astuto,
e ciente da ebulição emocional da juventude, atua ferozmente contra a vida do
jovem, pois sabe que existem muitas brechas para serem exploradas. Porém, o
inimigo comete o mesmo erro que muitos crentes incautos também tende a cometer: achar que a juventude é espiritualmente fraca. Quando coloca sua vida sem
sujeição a Deus, o jovem se torna uma fortaleza intransponível, neutralizando os
ataques satânicos e pondo em fuga o maligno. Jovens são fortes porque o Poder
do Senhor se aperfeiçoa exatamente onde reside suas maiores fraquezas (II
Coríntios 2:9). Com tantas alternativas a sua disposição, o jovem que determina em
seu coração conservar-se em fidelidade ao Senhor, é um rochedo que nem mesmo
os mais intensos abalos pode derrubar. José era um garoto de 17 anos quando foi
levado ao Egito, que se revelou para ele como a “terra das oportunidades. O
jovem hebreu decidiu dizer “NÃO” quando as circunstâncias imploravam por um
“SIM”. Ele mostrou imensa força onde homens com muito mais maturidade e
experiência, simplesmente fraquejaram. Daniel e seus amigos, não tinham mais
que 16 anos quando chegaram a Babilônia. Juntamente com outros nobres de Israel
foram conduzidos ao palácio de Nabucodonosor para ali, serem treinados na
cultura caldeia. Tiveram seus nomes trocados, suas vestimentas foram
substituídas, a alimentação teve que ser readequada, seus cultos já não eram
permitidos. Mesmo assim, eles optaram por não se contaminar com a idolatria
babilônica e jamais se esquecerem de seu Deus.
José, Daniel, Ananias, Misael e
Azarias... Em terras estrangeiras, se
quer ouviam o pronunciar de seus nomes verdadeiros... Eram chamados de Safenate,
Belsassar, Sadraque, Mesaque e Abde-Nego... O ambiente em que passaram a viver
testou o limite da fé de cada um deles, tentando os transformar em “estrangeiros
da própria terra”. Mas estes jovens não se deixaram corromper pelo meio em que
viviam, e jamais se esqueceram de quem eram, de onde tinham vindo e nem de seu
Deus. O mundo tentou moldá-los a sua imagem, mas eles não perderam sua
identidade e nem renegaram suas convicções. Pelo contrário, a postura por eles
adotada numa terra longínqua, e por vezes hostil, é que influenciou
positivamente as pessoas que lhes cercavam. Assim como eles, o jovem cristão
precisa “escolher” entre Deus e o Mundo, entre os prazeres efêmeros e a glória
eternal. Este não é um processo fácil. Todos os jovens citados, enfrentaram
situações extremas, que os desafiaram a viverem no limite da fé, e são
lembrados até hoje, por que se provaram fortes o suficiente para vencer o
maligno e honrar ao Senhor com suas escolhas, mesmo que elas, os
colocassem em conflito com o mundo. Ageu profetizou que nos últimos dias, Deus
levantaria os jovens como profetas, homens e mulheres dotados de visão
espiritual sem precedentes. Potencial, a juventude tem... O que falta é
determinação para escolher de que lado realmente quer ficar. Não existe meio
termo ou empate técnico, ou vencemos o maligno ou somos vencidos por ele.
O papel do jovem
cristão na família
Enquanto não forma seu próprio
lar, a grande maioria dos jovens mora com os pais e isso implica em assumir
algumas responsabilidades dentro de casa. Este princípio deve ser preservado do
nascimento até o fim da vida. Honrar aos pais é o primeiro mandamento com
promessa (Êxodo 20:12). O mandamento não foi “Honra a teu pai e tua mãe se eles
forem legais com você”, ou ainda, “honra a teu pai e tua mãe quando eles
estiverem com a razão”. O mandamento foi: “Honra a teu pai e tua mãe”. Honrar e
muito mais do que obedecer. É apoiar, proteger cuidar, não criticar e nutrir um
profundo respeito por aqueles a quem Deus conferiu a autoridade sagrada de pai
e mãe. Se alguém não sabe como honrar seus pais, então deve colocar-se no lugar
deles e pensar que deve tratá-los da mesma forma que gostaria de ser tratado e
cuidado quando tiver seus próprios filhos. É preciso reconhecer a bênção de
possuir uma família, principalmente pai e mãe. Muitos tratam mal seus pais, são
indiferentes, mas, na hora que eles faltam, são tomados por um profundo remorso
por acharem que poderiam ter feito mais por eles e não fizeram. Os filhos
sábios produzem alegria na família (Provérbios 10:1-5).
Existem algumas contribuições que
o jovem cristão pode praticar dentro de casa para que o lar seja o mais
abençoado e agradável. São elas: contribuição espiritual através da oração,
intercessão e compartilhamento das coisas espirituais com os membros da
família; contribuição financeira, ajudando no orçamento familiar; contribuição
emocional, mantendo abertos os canais de comunicação. Arcar com estas
responsabilidades não é fácil, mas contamos com o Espírito Santo como nosso
ajudador. A convivência familiar é um treinamento e um exercício constante que
deverá ser praticado o resto da vida. Os membros da família são diferentes,
assim como serão diferentes os futuros cônjuges e os futuros filhos. Essa é uma
ótima oportunidade para observar como pode ou deve ser o ambiente familiar.
Quem tem dificuldade de conviver em família, enquanto filho e irmão, pode levar
essa deficiência para sua futura família.
Seria maravilhoso se todos
pudessem dizer como Josué “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”; mas nem todos
possuem essa felicidade. Muitos jovens fazem parte de uma família onde um ou
mais membros não conhecem a Cristo; e quantos sofrem perseguição, afronta e
escárnio por causa da sua fé! O que fazer quando a família não é crente?
Primeiro, os pais devem ser honrados e amados mesmo que eles não compreendam
seu estilo de vida. Além disso, toda família deve ser alvo de oração e
intercessão (Tiago 5:16). Por último, tenha um bom testemunho. A família não
cristã, ainda que seja contrária à fé, não deve ser vista como inimiga ou
instrumento do diabo. Se alguém é perseguido dentro do seu lar, isso acontece
por causa da ignorância espiritual que cegou entendimento dos incrédulos (II
Coríntios 4:4). Não há garantia bíblica de que toda uma família irá se
converter a Cristo. A única certeza que um jovem cristão deve possuir é que a
sua conduta cristã na família não será uma pedra de tropeço e escândalo a ser
usada como desculpa por algum membro da família para não entregar ao Senhor.
Afora isso, os pais não crentes devem ser obedecidos, desde que não firamos
princípios estabelecidos na Palavra de Deus. Assim como a mulher cristã
conquista o marido não crente com seu testemunho, o jovem crente poderá ganhar
sua família com sua conduta cristã.
Responsabilidade para com Deus
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley
Todo cristão tem muitas
responsabilidades no que tange sua vida social (família, escola, trabalho), bem
como em sua caminhada com Cristo. Os jovens não são exceção a esta regra. A
decadência da espiritualidade no meio do povo cristão, e a grande
permissividade moral que atingi nossos jovens hoje me dia, vem exatamente da falta de TERMOS genuinamente BÍBLICOS
em muitos de nossos púlpitos. A deficiência de um caráter cristão embasado na Bíblia e cristocêntrico, tem afetado diretamente até crentes maduros, quiçá,
os nossos jovens. A busca por autossatisfação, pela perigosa superação de limites antes
tido como tabu pela igreja e até na sociedade, tem levado muitos crentes à
falência espiritual, e corrompido até mesmo sua moral como indivíduo. A
juventude é pega neste fogo cruzado, e infelizmente, muitas são as vítimas
fatais. É lamentável, e chega a ser desumana, a forma vil e anti-bíblica com a
qual muitos pais cristão tem conduzido suas famílias. O desleixo pelas Escrituras
é notório dentro de muitos lares. Se um pai não tornar a Bíblia Sagrada na
única regra de fé em sua casa e deixar de praticar uma fé genuína na pessoa do Senhor
Jesus, vai gerar filhos machucados emocionalmente, rebeldes, avessos a
afetividade, incapazes de amar, portadores de corações obstinados, verdadeiras
frontes de ferro contra a moral e a ética. Só um trabalho profundo e doloroso de
reestruturação familiar, poderá mudar esse triste quadro que estamos presenciando.
É preciso uma reavaliação minuciosa do papel fundamental que o jovem cristão deve
ter na família, na igreja e na sociedade.
Entre tantos exemplos bíblicos, desta realidade, podemos
citar o exemplo clássico de Moisés, que teve sua vida guardada por Deus em um
dos momentos mais difíceis da história do povo hebreu. O caos era total, as
emoções eclodiam, a morte afrontava as famílias hebreias, mães perdendo
os seus filhos, choro e muita dor. Mas
em meio aos desafios e as grandes dificuldades, entra em cena uma família construída
sobre bases sólidas, certos que o Deus poderia ajuda-los. Sendo assim,
mantiveram suas mentes voltadas para a promessa de um libertador, mantendo uma chama
acesa no coração daquele lar. A crise, a morte e o medo, não puderam sufocar a crença daquela família. Tomados pela fé fizeram o que tinham de fazer. Colocaram o
menino em um cesto de palhas, vedado e bem forrado, equipado com tudo que era
necessário para o momento. Ao colocarem o menino nas águas do rio Nilo, tiveram
a maior experiência de suas vidas. Fé a toda prova. O bebê foi resgatado pela
filha de faraó. Deus estava no comando daquela história, pois era o centro
daquela família, Deus era o supridor de suas. E isso
influenciou na formação do caráter dos filhos, Arão, Mirian e o pequeno Moisés,
que viriam a ser grandes personalidades no meio da nação de Israel. Moisés
teve o mundo de seu tempo aos pés e recusou a vida de regalias e privilégios
que lhe era oferecido por Faraó; sem jamais deixar de ser quem realmente era:
um hebreu. Após um longo período de aprendizado no deserto, Moisés voltou com
uma nova visão das coisas e com uma missão específica, que era de libertar o
seu povo da escravidão e os estabelecer como famílias solidificadas na lei do
seu Deus. Na própria lei estava escrita: honra teu e tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias sobre a terra. (Êxodo 20:12). Quem amaldiçoar a seu pai
ou a sua mãe certamente morrerá. (Êxodo 21:17). Antes da saída do Egito, Deus
deu ordens expressas sobre como cada indivíduo deveria se comportar dentro da
família (Êxodo 12:24-28). Todo estudante da Bíblia sabe que desde o início da
criação, Deus tem se preocupado com a organização familiar. Esta é uma questão
de honra para o Senhor. E os filhos
são reflexos de uma família em todos os seus ângulos e facetas. Pais tem o desafio sagrado de formar filhos segundo os
princípios bíblicos, e se isso não acontece, surge então a perniciosa
deformidade de caráter cristão em sua prole. É dificultoso esse assunto, pois
tudo depende de como é a vida em família, e como isto reflete em sua relação
com a sociedade. Para vencer essas barreiras , é necessária uma
genuína conversão, um despojar de si mesmo e um esforço gigantesco. João, o
apóstolo do amor, afirmou que os jovens são fortes (I João 2: 14-17). Um jovem
forte tem a capacidade de ouvir e praticar a Palavra. Não ama o mundo e nem as
coisas que no mundo há.
Ele também se prepara para um
futuro que se encaixe perfeitamente nos planos de Deus, visando a construção de
uma família justa e equilibrada. E esse é um dos mais importantes desafios propostos
ao jovem cristão, pois a falta de referência no lar, na sociedade e até mesmo na igreja,
tem influenciado negativamente nos casamentos, formando lares despreparados
para os dilemas desse século. A promiscuidade tem invadido nossa juventude, a
velha falácia que destruiu a paz e comunhão do primeiro casal, ainda soa pelos
corredores e porões da nossa vida. A antiga serpente, anda pelos nossos jardins
tentando nos seduzir com suas mentiras, como o velho “não tem nada não”, e suas
propostas açucaradas de "que se pode ser o que quiser, até mesmo um protótipo de
deus". Satanás tem convencido nossa juventude que qualquer proibição é
ultrapassada e que é preciso ser livre “em si mesmo”. Infelizmente, muitos tem
caído neste engano, quebrando princípios estabelecidos por Deus. Vislumbrados
com esta liberdade ilusória, o jovem cristão nem se atenta ao fato que esta se rebelando
contra seu Criador. Estamos realmente vivendo dias terríveis, mas aquele que perseverar
até o fim será salvo (Mateus 24:24).
O preparo para
construir uma família
O casamento não é uma obrigação,
é uma opção. Pode ser que alguém queira optar por viver solteiro, mas tanto os
que desejam se casar quanto os que desejam permanecer solteiros precisam ter a
motivação e a preparação adequada (I Coríntios 7:7-40). Para que seja
bem-sucedido, o casamento necessita de motivações corretas. Citemos alguns
motivos pelos quais as pessoas não devem se casar. 1) para sair da casa dos
pais, pois querem liberdade. 2) para serem felizes. O casamento só acrescenta
felicidade para quem já é feliz antes de se casar. 3) para poderem fazer sexo
sem pecar. O casamento é muito mais que sexo. 4) por causa da pressão da
sociedade e da família: por interesses materiais e egoístas. 5) por achar que
está passando da idade e bate aquela aflição. 6) porque está todo mundo
casando. 7) por causa de “visões, revelações e profecias”. Existem algumas
razões pelas quais as pessoas escolhem não casar. Primeiro, comodidade. Muitos
não têm vontade de casar porque não querem deixar o conforto da casa dos pais.
Segundo, medo. Há aqueles que não querem se casar por medo de não dar certo.
Terceiro, dedicar-se a Deus. Os outros não querem se casar porque desejam se
entregar totalmente a Deus sem as preocupações que o casamento exige. Por
último, pecado. Há quem não queira se casar porque não quer compromisso e
prefere viver uma vida de pecado. Essa não é uma postura cristã, pois Deus nos
chamou para a santificação (I Tessalonicenses 4:7).
Se há motivações erradas para
casar, também existem as razões corretas para isso. Primeiro, quero casar, pois
amo essa pessoa. Lembrando que amor é muito mais que sentimento. É
comportamento, comprometimento, atitude e ação. A paixão passa; o amor fica.
Segundo, quero casar para fazer o outro feliz. Ao contrário da motivação
egoísta, deve-se pensar na pessoa amada em primeiro lugar. Por último, “quero
casar com o(a) meu(minha) melhor amigo(a) para o resto da vida”. A amizade deve
existir antes de tudo. Você já deve ter conhecido várias pessoas que casaram
achando que a pessoa era de um jeito, mas ela era de outro, pois não existiu a
amizade. Na amizade você conhece verdadeiramente o(a) outro(a)e quer ficar
com ele(a) assim mesmo. O importante ter em mente que o casamento
cristão é para o resto da vida (Marcos 10:8-9).
O que um jovem cristão deve fazer
com sua vida enquanto se casa? Simples; viva sua vida na presença de Deus, seja
feliz e se prepare. Quantos se ocupam em encontrar a pessoa certa ao invés de
buscarem ser a pessoa certa. Procure conhecer a si mesmo. Existem bagagens que
são levadas para o casamento, mas quanto menos melhor. Muitos traumas e
complexos são adquiridos ao longo da nossa história, a maioria no seio
familiar. Esses problemas, se não forem tratados, serão levados para o futuro
casamento. Além disso, lembre-se: “Quem casa quer casa”. Então, estude, tenha
uma profissão, busque uma boa colocação no mercado de trabalho, não se esqueça
de servir a igreja e, o mais importante: priorize Jesus em sua vida (Mateus 6:33).
Os solteiros e os jovens casados devem buscar conselhos com os casais mais
experientes, os anciãos. Quantas vezes estes são esquecidos e deixados de lado?
Porém, seus cabelos brancos representam a experiência de vida que possuem. É
interessante ouvir suas histórias e descobrir os segredos para encontrar um bom
marido e uma boa esposa, e como manter um casamento feliz e duradouro para
o resto da vida.
Conclusão
Apesar de todas as demandas que
os jovens possuem, cremos que na Palavra de Deus encontramos orientação,
resposta e direção para tudo o que precisam. Além disso, nosso Deus não está
distante (Salmo 37:17-18). Ele está bem perto para falar e revelar a sua
vontade (Salmo 25:12).
Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 20 de março de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás.
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