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segunda-feira, 4 de abril de 2016

O que é a "Mordomia Cristã"?



Quando Deus presenteia seus filhos com dons e talentos especiais, cabe ao presenteado desenvolve-lo em amor e zelo, buscando constantemente aperfeiçoá-lo. Presentes não são dados e depois tomados, logo podemos concluir que os “dons/presentes” são sim irrevogáveis, o que não impede que o portador faça mal uso dele ou o torne inativo em sua vida.

Romanos 11:29 diz que os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento, ou seja, uma vez que o dom é entregue a alguém não há devolução ou troca, e ele estará sob total responsabilidade de seu portador.  Imagine agora que em seu aniversário alguém lhe presenteie com um “Bonsai” (pequena árvore doméstica de origem japonesa). Uma vez dada a você, aquela frágil árvore estará completamente em suas mãos, sujeita a sua vontade. Se for plantada, adubada, regada e podada com regularidade, ela irá se desenvolver-se tornando um lindo ornamento que trará benefícios a todo o ambiente. Mas se você não cuidar dela corretamente, ela irá murchar secar e morrer. Porem mesmo morta dentro de seu vaso, aquela planta continuará a ser sua.  Assim acontece com os Dons dados pelo Espírito. A partir do momento em que somos presenteados com eles, passamos a ser responsáveis pela produtividade ou pela inércia dos mesmos.

Agora imagine que se ao invés de te presentear com o Bonsai, aquela pessoa o tivesse “presenteado” com a “confiança” de que você cuidaria muito bem dele durante uma longa viagem que tivesse que fazer. Quando ele retornasse e fosse requerer de volta sua preciosa arvorezinha, como ela estaria?  Viva e radiante ou murcha e desfalecida? Devemos ter consciência que tudo o que temos é de Deus. Dele vem e para ele volta. O nome deste princípio é “mordomia”, e consiste no manejo responsável dos recursos do reino de Deus que foram confiados a uma pessoa. O termo “mordomo” vem do grego “oikos” / “oikonómos” e se refere a quem administra uma propriedade ou bens que são seus. O Novo Testamento evidencia que somos “mordomos” e “despenseiros” de Cristo (Lucas 12:42 / I Coríntios 4:1 / Tito 1:7 / I Pedro 4:10). A chave que abre as portas deste ministério (e todas as bênçãos inerentes a ele) é ser fiel. O termo “FIDELIDADE” vem do latim “fidelis”, e faz alusão a atitude de quem é leal, honesto, confiável e verdadeiro nos compromissos que assume, sendo constante em sua conduta. Numa definição mais pragmática, podemos dizer que a FIDELIDADE é uma observância rigorosa e exata da verdade, ou ainda, firmeza e lealdade. 

Escrevendo aos crentes em Roma, Paulo os aconselha que o ministério individual seja desenvolvido com zelo não remisso e fervor de espírito.  Remisso é ser negligente, tardio para fazer e vagaroso. Todos devemos ser zelosos nos diversos aspectos da nossa vida e tal zelo deve ser redobrado ao lidarmos com a obra do Senhor (Romanos 12:1-12). Uma vez que nossos talentos estão disponibilizados para a obra do Senhor com fidelidade e zelo, então sentiremos queimar no amago de nosso ser, aquilo que o apóstolo chamou de Fervor de Espírito.

John Wesley, renomado pregador britânico conhecido como “o tição tirado do fogo” (referência ao fato de ter sido salvo de um incêndio em sua infância), sentia a chama do Espírito queimar tão forte em seu coração que declarou: “Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo!”

Com tal fervor de espírito, John Wesley foi o estopim que causou uma explosão de avivamento na Europa entre os séculos XVII e XVIII. Ainda hoje o Espírito procura homens dispostos a serem capacitados com fervor capaz de incendiar o mundo.

O Princípio da Mordomia Cristã se aplica a todos os elementos de nossa vida, e sobre os quais serão requeridos resultados, tal como as nossas finanças, nossos filhos e nossos ministério. Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites. Mas aquele que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido (Lucas 12:48).
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