Quando Deus presenteia
seus filhos com dons e talentos especiais, cabe ao presenteado desenvolve-lo em
amor e zelo, buscando constantemente aperfeiçoá-lo. Presentes não são dados e
depois tomados, logo podemos concluir que os “dons/presentes” são sim irrevogáveis,
o que não impede que o portador faça mal uso dele ou o torne inativo em sua
vida.
Romanos 11:29 diz que os
dons e a vocação de Deus são sem arrependimento, ou seja, uma vez que o dom é
entregue a alguém não há devolução ou troca, e ele estará sob total
responsabilidade de seu portador. Imagine agora que em seu
aniversário alguém lhe presenteie com um “Bonsai” (pequena árvore doméstica de
origem japonesa). Uma vez dada a você, aquela frágil árvore estará
completamente em suas mãos, sujeita a sua vontade. Se for plantada, adubada,
regada e podada com regularidade, ela irá se desenvolver-se tornando um lindo
ornamento que trará benefícios a todo o ambiente. Mas se você não cuidar dela
corretamente, ela irá murchar secar e morrer. Porem mesmo morta dentro de seu
vaso, aquela planta continuará a ser sua. Assim acontece com os Dons
dados pelo Espírito. A partir do momento em que somos presenteados com eles,
passamos a ser responsáveis pela produtividade ou pela inércia dos mesmos.
Agora imagine que se ao
invés de te presentear com o Bonsai, aquela pessoa o tivesse “presenteado” com
a “confiança” de que você cuidaria muito bem dele durante uma longa viagem que
tivesse que fazer. Quando ele retornasse e fosse requerer de volta sua preciosa
arvorezinha, como ela estaria? Viva e radiante ou murcha e desfalecida?
Devemos ter consciência que tudo o que temos é de Deus. Dele vem e para ele
volta. O nome deste princípio é “mordomia”, e consiste no manejo responsável
dos recursos do reino de Deus que foram confiados a uma pessoa. O termo
“mordomo” vem do grego “oikos” / “oikonómos” e se refere a quem administra uma
propriedade ou bens que são seus. O Novo Testamento evidencia que somos
“mordomos” e “despenseiros” de Cristo (Lucas 12:42 / I Coríntios 4:1 / Tito 1:7
/ I Pedro 4:10). A chave que abre as portas deste ministério (e todas as
bênçãos inerentes a ele) é ser fiel. O termo “FIDELIDADE” vem do latim
“fidelis”, e faz alusão a atitude de quem é leal, honesto, confiável e
verdadeiro nos compromissos que assume, sendo constante em sua conduta. Numa
definição mais pragmática, podemos dizer que a FIDELIDADE é uma observância
rigorosa e exata da verdade, ou ainda, firmeza e lealdade.
Escrevendo aos crentes
em Roma, Paulo os aconselha que o ministério individual seja desenvolvido com
zelo não remisso e fervor de espírito. Remisso é ser negligente, tardio
para fazer e vagaroso. Todos devemos ser zelosos nos diversos aspectos da nossa
vida e tal zelo deve ser redobrado ao lidarmos com a obra do Senhor (Romanos
12:1-12). Uma vez que nossos talentos estão disponibilizados para a obra do
Senhor com fidelidade e zelo, então sentiremos queimar no amago de nosso ser,
aquilo que o apóstolo chamou de Fervor de Espírito.
John Wesley, renomado
pregador britânico conhecido como “o tição tirado do fogo” (referência ao fato
de ter sido salvo de um incêndio em sua infância), sentia a chama do Espírito
queimar tão forte em seu coração que declarou: “Dai-me cem homens que
nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o
mundo!”
Com tal fervor de
espírito, John Wesley foi o estopim que causou uma explosão de avivamento na
Europa entre os séculos XVII e XVIII. Ainda hoje o Espírito procura homens
dispostos a serem capacitados com fervor capaz de incendiar o mundo.
O Princípio da Mordomia Cristã
se aplica a todos os elementos de nossa vida, e sobre os quais serão requeridos
resultados, tal como as nossas finanças, nossos filhos e nossos ministério. Aquele
servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o
realiza, receberá muitos açoites. Mas aquele que não a conhece e pratica coisas
merecedoras de castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito
será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido (Lucas 12:48).
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