quarta-feira, 6 de abril de 2016

Quarta Forte Escatológica - Bodas do Cordeiro


Estudar escatologia é como tentar entender o enredo de filme lendo apenas a sua sinopse. Tudo o que podemos ter são vislumbres de eventos futuros, sem nunca de fato, imaginar com precisão os detalhes ou entender a magnitude dos fatos. Se o Arrebatamento da Igreja é citada com riqueza com detalhes pelo apostolo Paulo em I Coríntios 15:51-52 e I Tessalonicenses 4:16-17, permitindo boa compreensão teológica sobre o assunto, temas como “As Bodas do Cordeiro” requerem muita conjectura e uma boa dose de interpretação.

E este foi exatamente o tema da QUARTA FORTE ESCATOLÓGICA, realizada no dia 06 de abril de 2016, na qual o Pb. Miquéias Daniel Gomes, explanou sobre “A Festa das Bodas do Cordeiro”, evento que marca a união definitiva entre o Cordeiro de Deus (Cristo) e sua Noiva (a Igreja).

Após o “Arrebatamento da Igreja”, enquanto os salvos comparecem diante do Tribunal de Cristo para receberem seus galardões, a Terra começa a vivenciar os eventos da Grande Tribulação. Durante os 42 meses iniciais, o Anticristo se firmará no cenário mundial como um líder político de escala global, aclamado pelos principais governantes do planeta. Ele será responsável por um cenário de paz plastificada, moldada por mentiras e sinais miraculosos produzido por forças malignas. Em contra partida, esse líder sanguinário destilará sua fúria contra todos os que se negarem a adorar sua imagem e aceitar sua marca. Nenhuma força na terra se mostrará capaz de parar o enfrentar, até que os juízos de Deus iniciem a derrocada do mal. É durante esta transição entre “tribulação” e “grande tribulação”, quando o poder de Deus se revela aos homens com intensidade jamais vista, que na Glória é anunciada as “Bodas do Cordeiro” (Apocalipse 19:7).

Para melhor entendermos as “Bodas do Cordeiro”, vale uma rápida analise do contexto cultural no qual vivia João, o autor do livro das revelações. Naquele tempo, o casamento judaico se dava em três fases distintas:

(1º) Era assinado um contrato de casamento entre o noivo e os pais da noiva. O compromisso era validado quando a família da noiva pagava um dote ao noivo. A partir daí, o casal estava “desposado” (noivos), situação vivida por Maria e José durante a encarnação de Cristo.

(2º) Um ano depois, o noivo reunia seus amigos e familiares para buscar sua noiva. Um desfile era realizado pelas ruas da cidade, como os participantes levando em suas mãos tochas acessadas. Durante o cortejo, todos cantavam e dançavam. Durante todo o tempo da espera, a noiva se preparava para o casamento com uma serie de banhos especiais, a fim de se manter limpa e perfumada. Nas ultimas horas, suas amigas se mobilizavam para adorná-la com belos enfeites, a fim de surpreender o noivo.

(3º) Já reunidos, os noivos se dirigiam para o local da festa, a famosa “Bodas de Casamento”, que dependendo do poder aquisitivo da família, poderia durar muitos dias.

Espiritualmente falando, Cristo já firmou um compromisso com sua Igreja, e ele mesmo pagou um dote por ela, preço pago com o sangue derramado na cruz.

O Arrebatamento da Igreja é o ápice do grande cortejo, quando o Noivo virá para buscar sua Noiva. Ela, então, receberá vestes novas (Apocalipse 19:8) e no Tribunal de Cristo, será finalmente adornada, ataviada para o encontro definitivo (I Coríntios 3:10-15).

“As Bodas do Cordeiro” é a celebração definitiva da união eterna entre Cristo e sua Igreja. A festa tem a duração de três anos e meio, ocorrendo entre o Tribunal de Cristo e a Batalha do Armageddon. Felizes são aqueles que irão tomar parte das Bodas do Cordeiro, a saber, os santos que já descansam no Senhor, a Igreja Arrebatada e os Mártires da Grande Tribulação. Enquanto alguns terão coroas na cabeça, outros terão palmas nas mãos, mas todos estarão exultando em alegria.

Sobre a celebração, nada podemos antever. Segundo o apostolo Paulo, que em visão testificou as maravilhas celestes, o que existe ali são maravilhas “inenarráveis”: - Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (I Coríntios 2:9).

Jesus declarou aos seus discípulos que estava voltando para o paraíso, a fim de preparar para eles uma morada especial. Pelo relato de Apocalipse 21 e 22, temos um vislumbre da Nova Jerusalém, uma cidade real e minuciosamente construída. A partir daí, podemos conjecturar que os ornamentos e artefatos que serão usados nas Bodas do Cordeiro, além de serem produzidos com o mais nobre dos materiais, foram também produzidos de forma “artesanal” por habilidosas mãos celestiais. Tudo será singular e magnífico.

Quando ceou com seus discípulos na noite que antecedeu sua morte, Jesus instituiu a cerimônia que hoje chamamos de “Santa Ceia do Senhor”, onde substituiu os elementos da páscoa judaica por “pão” e “vinho” como um memorial de seu sacrifício. Naquela oportunidade, Jesus revelou aos discípulos que desejava ardentemente celebrar aquele momento com eles, pois não voltaria que cear com seus amigos, até que chegasse o “grande dia” em que “ela” seria realizada no Reino de Deus (Lucas 22:16). Naquele instante, o coração de Cristo já queimava em comoção, esperando pelas “Bodas do Cordeiro”.

Durante a ceia aquela noite, mesmo aflito pela eminência de sua morte, Jesus consolou seus discípulos, instruiu-os acerca do Reino, revelou a eles verdades espirituais e adorou ao pai com hinos e orações.

Jesus ministrou em pessoa a primeira ceia, que marcou o inicio de longo sofrimento e pavimentou o “estreito” e “difícil” caminho até o céu. Ele também será o celebrante da ultima ceia, “As Bodas do Cordeiro”, que desta vez marca o inicio de uma eternidade de paz e felicidade, onde Deus enxugará de nossos olhos toda lágrima. 


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