Estudar escatologia é como tentar entender o enredo de filme lendo apenas a sua sinopse. Tudo o que podemos ter são vislumbres de eventos futuros, sem nunca de fato, imaginar com precisão os detalhes ou entender a magnitude dos fatos. Se o Arrebatamento da Igreja é citada com riqueza com detalhes pelo apostolo Paulo em I Coríntios 15:51-52 e I Tessalonicenses 4:16-17, permitindo boa compreensão teológica sobre o assunto, temas como “As Bodas do Cordeiro” requerem muita conjectura e uma boa dose de interpretação.
E este foi exatamente o tema da QUARTA FORTE ESCATOLÓGICA, realizada no
dia 06 de abril de 2016, na qual o Pb. Miquéias Daniel Gomes, explanou sobre “A
Festa das Bodas do Cordeiro”, evento que marca a união definitiva entre o
Cordeiro de Deus (Cristo) e sua Noiva (a Igreja).
Após o “Arrebatamento da Igreja”, enquanto os salvos comparecem diante
do Tribunal de Cristo para receberem seus galardões, a Terra começa a vivenciar
os eventos da Grande Tribulação. Durante os 42 meses iniciais, o Anticristo se
firmará no cenário mundial como um líder político de escala global, aclamado
pelos principais governantes do planeta. Ele será responsável por um cenário de
paz plastificada, moldada por mentiras e sinais miraculosos produzido por
forças malignas. Em contra partida, esse líder sanguinário destilará sua fúria
contra todos os que se negarem a adorar sua imagem e aceitar sua marca. Nenhuma
força na terra se mostrará capaz de parar o enfrentar, até que os juízos de
Deus iniciem a derrocada do mal. É durante esta transição entre “tribulação” e
“grande tribulação”, quando o poder de Deus se revela aos homens com
intensidade jamais vista, que na Glória é anunciada as “Bodas do Cordeiro”
(Apocalipse 19:7).
Para melhor entendermos as “Bodas do Cordeiro”, vale uma rápida analise
do contexto cultural no qual vivia João, o autor do livro das revelações. Naquele tempo, o casamento judaico se dava em três fases distintas:
(1º) Era assinado um contrato de casamento entre o noivo e os pais da
noiva. O compromisso era validado quando a família da noiva pagava um dote ao
noivo. A partir daí, o casal estava “desposado” (noivos), situação vivida por
Maria e José durante a encarnação de Cristo.
(2º) Um ano depois, o noivo reunia seus amigos e familiares para buscar
sua noiva. Um desfile era realizado pelas ruas da cidade, como os participantes
levando em suas mãos tochas acessadas. Durante o cortejo, todos cantavam e
dançavam. Durante todo o tempo da espera, a noiva se preparava para o casamento
com uma serie de banhos especiais, a fim de se manter limpa e perfumada. Nas
ultimas horas, suas amigas se mobilizavam para adorná-la com belos enfeites, a
fim de surpreender o noivo.
(3º) Já reunidos, os noivos se dirigiam para o local da festa, a famosa
“Bodas de Casamento”, que dependendo do poder aquisitivo da família, poderia
durar muitos dias.
Espiritualmente falando, Cristo já firmou um compromisso com sua Igreja,
e ele mesmo pagou um dote por ela, preço pago com o sangue derramado na cruz.
O Arrebatamento da Igreja é o ápice do grande cortejo, quando o Noivo
virá para buscar sua Noiva. Ela, então, receberá vestes novas (Apocalipse 19:8)
e no Tribunal de Cristo, será finalmente adornada, ataviada para o encontro
definitivo (I Coríntios 3:10-15).
“As Bodas do Cordeiro” é a celebração definitiva da união eterna entre
Cristo e sua Igreja. A festa tem a duração de três anos e meio, ocorrendo entre
o Tribunal de Cristo e a Batalha do Armageddon. Felizes são aqueles que irão
tomar parte das Bodas do Cordeiro, a saber, os santos que já descansam no
Senhor, a Igreja Arrebatada e os Mártires da Grande Tribulação. Enquanto alguns
terão coroas na cabeça, outros terão palmas nas mãos, mas todos estarão
exultando em alegria.
Sobre a celebração, nada podemos antever. Segundo o apostolo Paulo, que
em visão testificou as maravilhas celestes, o que existe ali são maravilhas “inenarráveis”:
- Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais
penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (I
Coríntios 2:9).
Jesus declarou aos seus discípulos que estava voltando para o paraíso, a
fim de preparar para eles uma morada especial. Pelo relato de Apocalipse 21 e
22, temos um vislumbre da Nova Jerusalém, uma cidade real e minuciosamente construída.
A partir daí, podemos conjecturar que os ornamentos e artefatos que serão
usados nas Bodas do Cordeiro, além de serem produzidos com o mais nobre dos
materiais, foram também produzidos de forma “artesanal” por habilidosas mãos
celestiais. Tudo será singular e magnífico.
Quando ceou com seus discípulos na noite que antecedeu sua morte, Jesus
instituiu a cerimônia que hoje chamamos de “Santa Ceia do Senhor”, onde
substituiu os elementos da páscoa judaica por “pão” e “vinho” como um memorial
de seu sacrifício. Naquela oportunidade, Jesus revelou aos discípulos que
desejava ardentemente celebrar aquele momento com eles, pois não voltaria que cear
com seus amigos, até que chegasse o “grande dia” em que “ela” seria realizada
no Reino de Deus (Lucas 22:16). Naquele instante, o coração de Cristo já
queimava em comoção, esperando pelas “Bodas do Cordeiro”.
Durante a ceia aquela noite, mesmo aflito pela eminência de sua morte,
Jesus consolou seus discípulos, instruiu-os acerca do Reino, revelou a eles verdades
espirituais e adorou ao pai com hinos e orações.
Jesus ministrou em pessoa a primeira ceia, que marcou o inicio de longo
sofrimento e pavimentou o “estreito” e “difícil” caminho até o céu. Ele também será
o celebrante da ultima ceia, “As Bodas do Cordeiro”, que desta vez marca o
inicio de uma eternidade de paz e felicidade, onde Deus enxugará de nossos
olhos toda lágrima.
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