Nascemos
com data de validade. Isto é um fato. Poucas são as certezas de nossa
existência, e a mais concreta delas é que, por mais longa e bem vivida que
seja, um dia a vida chega ao fim. Alguém já definiu a existência como sendo “um
pacote que a parteira envia ao coveiro”. De fato, começamos a envelhecer no
exato momento em que nascemos, e esta é uma estrada para a qual não existe
retorno.
Em Gêneses
6:3, ainda nos primórdios da existência humana, a vida de uma pessoa foi datada
com 120. Séculos depois, Moisés abaixa consideravelmente esta expectativa: A
duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam
a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e
nós voamos” (Salmo 90:10).
Muitas são
as situações que colaboram para o aumento ou diminuição da expectativa de vida
de um indivíduo, como por exemplo, seus hábitos alimentares, condições
biológicas e o ambiente onde vive. Assim, enquanto em países com maior
desenvolvimento proporcionam condições para uma vida mais longa, áreas de
pobreza ou conflito, expõem seus moradores aos riscos de uma morte precoce. Em Mônaco,
na Europa, a expectativa de vida é de 89 anos, já na subdesenvolvida Republica
de Chade , na África Equatorial, espera-se que o indivíduo morra antes de
completar 50 anos.
Segundo um
relatório emitido em 2015 pela CIA (Central Intelligence Agency), o Brasil
ocupa a 129ª posição no ranking mundial de expectativa de vida: 73,5 anos.
Estudos apresentados pelo IBGE (Instituto de Geografia e Estatística) são ainda
mais otimistas, indicando que o brasileiro, em média, quase chega aos 75 anos.
Estas estatísticas apontam para o fato que estamos vivendo “mais” e “melhor”, e
indicam um crescimento exponencial de idosos no país, uma população que
chegará a 30 milhões de pessoas já na próxima década.
Desde
2003, o “Estatuto do Idoso” está em vigor no Brasil, garantindo que aqueles que
chegaram à “terceira idade”, tenham assegurados seus direitos constitucionais,
bem como uma série de benefícios conquistados com muita luta. Mesmo assim, a
“consciência coletiva” ainda é deficiente em reconhecer muitos aspectos da lei,
e infelizmente, somos uma nação que ainda desrespeita seus idosos, ofendo a
lei, a ética e a Bíblia. Diversas culturas ao redor do mundo honram seus
anciões, pois entendem que a sabedoria por eles adquirida ao longo dos anos,
são pedras que pavimentam o caminho dos mais jovens.
Segundo a
Bíblia, a velhice é um momento de beleza única , onde o acumulo de experiências
e o amadurecimento paulatino proporciona oportunidades singulares, seja vivendo
a própria vida, ou na generosidade de ensinar outros a vivê-la com mais
intensidade. Dizemos que alguém jovem é “cheio de vida”. Esta é uma afirmação
teórica, pois não sabemos nada sobre o amanhã, e em qual esquina a brevidade
dos dias nos cercará. Porém, se afirmamos que um idoso é “cheio de vida”,
estamos apenas constatando uma verdade já comprovada pelos anos.
As rugas
em sua pele são como mapas registrando os caminhos trilhados. Enquanto o jovem
está tentando descobrir quem é e para onde vai, o ancião tem domínio de si
experiência para indicar qual é estrada menos perigosa. Provérbios
20:29 nos diz que a glória do jovem esta na sua força, mas a beleza da idoso, é
exatamente seu cabelo branco. A maioria dos teólogos entende que na Bíblia, uma
geração corresponde a 70 anos. Ainda no último século, sociólogos determinavam
que uma geração durava cerca de 25 anos.
Hoje, em
decorrência do avanço da tecnologia, especialistas dizem que a passagem de uma
geração para outra acontecesse a cada 10 anos. No ano 2000, a sociologia
identificou o nascimento da “Geração Z”, e em 2010, assistiu espantada o
surgimento da chamada “Geração Alfa”.
Com tantas
transformações, o idoso se sente cada vez mais deslocado e desnecessário. Suas
habilidades não são mais úteis no mundo moderno, e não há mais abertura para
novos aprendizados. Não é verdade. Deus tem desígnios especiais para cada
geração, e propósitos específicos para cada fase de nossa vida.
A velhice
na mão de Deus ganha ares de juventude, se renova em força, tornando-se
profícua e abençoadora: Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as
suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e
não se cansam (Isaías 40:29-31).
Em Deus, a
“terceira idade” nada mais é do que à hora de voltar a sonhar: E os
velhos terão sonhos...(Ageu 2:17).
Nenhum comentário:
Postar um comentário