O relato de Lucas 7 nos
mostra que o religioso Simão estava
começando a ver Jesus com outros olhos. Seu interesse em ouvir as palavras do
Mestre nos leva a crer que a sementinha do Reino de Deus dava sinais de brotar
em seu coração. Mas ao assistir a cena da pecadora ungindo os pés de Jesus,
ficou tão abalado, que sua infante fé, minguou como manteiga no fogo.
Em seus pensamentos
Simão conjecturava que não havia qualquer possibilidade de Jesus ser de fato um
profeta, pois um homem dotado da revelação divina, teria discernimento para
compreender o quão pecadora aquela mulher era, e assim, jamais permitir que a
mesma o tocasse. Jesus, ciente dos pensamentos de seu anfitrião, educadamente
pede que o mesmo lhe de permissão para contar uma história.
O Mestre discorre sobre
dois homens endividados, cujos bens estão empenhorados ao mesmo credor. Um
deles possui uma dívida altíssima que ele não tem a menor condição de pagar. Já
dívida do outro, embora também seja alta (e o pagamento esteja muito atrasado),
é 10 vezes menor. O credor, porém, decide perdoar ambas as dívidas, e manda
notificar aos envolvidos, que nenhum deles lhe deve se quer um centavo. Então,
Jesus questiona a Simão sobre qual dos homens deveria mostrar mais gratidão, e
em resposta, ouve o obvio: Aquele que devia mais. O Mestre,
concorda com o raciocínio de Simão e completa dizendo: - Desta vez, seu
julgamento está correto.... Mas deixe-me te explicar uma coisa...
É neste ponto que fica
explícito o abismo que separa a liberdade cristã encontrada na graça e o
legalismo pragmático implícito na religiosidade.
Aquela mulher, despida
de moralidade hipócrita e desarmada das formalidades sociais, se torna um
exemplo a ser seguido por cada cristão. Simão é lembrado que no momento da
recepção de Jesus em sua casa, nem mesmo um beijo no rosto (tão inerente a
cultura da época) lhe foi dado pelo anfitrião, mas a mulher, desde o momento
que chegou, não parava de beijar seus pés. Simão também não tinha oferecido uma
vasilha com água para que seus convidados lavassem as mãos (outro ritual
relevante naquela sociedade), mas a “pecadora” lavou seus pés com lágrimas.
Simão não ofereceu um único pedaço de pano para que Jesus enxugasse o suor de
seu rosto, mas a mulher enxugava seus pés com os próprios cabelos. Simão, não
disponibilizou uma única gota de óleo para ungir a cabeça de Jesus... A pecadora verteu o mais
caro dos perfumes para ungir seus pés.
E por que tamanha diferença?
Jesus é taxativo ao afirmar: - Quem já foi perdoado sabe amar...
E por que tamanha diferença?
Jesus é taxativo ao afirmar: - Quem já foi perdoado sabe amar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário