quinta-feira, 14 de abril de 2016

EBD - Jogos: largos passos em direção ao abismo



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 99 - Editora Betel
Fruto do Espírito - Lição 03
Comentarista: Pr. Israel Maia

Comentários Adicionais
Pb. Bene Wanderley
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Cp. Lucas Passarelli Gomes


Texto Áureo
II Coríntios 5.17
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 

Verdade Aplicada
O fruto do Espírito é capaz de refrear a dependência emocional causada pelo uso descontrolado de jogos virtuais.

Textos de Referência
João 10:7-10, 12, 14

Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.
Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.
O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.
Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.
Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.


Resumo Histórico
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

A palavra “JOGO” vem do latim “JOCUS”, que significa “divertimento” ou “brincadeira”. O ato de “jogar” pode ser entendido como uma atividade física ou intelectual que integra um sistema de regras e define um indivíduo (ou um grupo) vencedor e outro perdedor.  Em resumo, para que exista um vencedor, alguém precisa perder. O problema é que os seres humanos têm imensa dificuldade em lidar com perdas. Então, algo que lhe deveria ser “divertido” e “prazeroso”, por vezes, se torna motivo de dor e pesar. Escavações arqueológicas já descobriram em diversas partes do mundo, um tipo de dado quadrado feito com pedaços de ossos de carneiro ou veado, usado numa espécie de jogo bem primitivo. O mesmo objeto aparece em pinturas encontradas nas tumbas egípcias que remontam a mais de 35.000 anos. Artefatos gregos também têm gravuras de homens arremessando pedaços de ossos para dentro de círculos. Já na idade média, os cruzados europeus desenvolveram diversos jogos envolvendo “dados”, chamados pelos árabes de AL ZAHR, de onde se acredita, tenha derivado a expressão “JOGOS DE AZAR”.  A grande verdade é todas as civilizações desenvolveram seus próprios jogos, propiciando a seus indivíduos, entretenimento e desenvolvendo um senso de competição amigável. Porém, o oportunismo e a ambição, modificaram drasticamente o comportamento de muitos “jogadores”. A intenção por traz dos jogos passou de “divertimento” para obtenção de “lucro”. E infelizmente, onde o dinheiro impera, o mal alastra suas raízes (I Timóteo 6:10).

Neste contexto, o jogo pode ser definido como arriscar dinheiro na tentativa de multiplicá-lo em algo que é contra as probabilidades. E se a Bíblia não faz menções explícitas ao ato de “se jogar”, ela é incisiva na questão do desperdício de dinheiro. Quem investe seu capital em jogos de azar ou bilhetes de loteria, tem ínfimas possibilidades de retorno, e perde a chance de usar seu dinheiro para algo mais proveitoso. Alias, também desperdiçamos nosso dinheiro quando assistimos a um filme medíocre no cinema, realizamos um passeio desagradável, quando pagamos por mais do que podemos comer, realizamos uma compra maior que nossa demanda ou adquirimos um produto desnecessário. Em suma, o cristão precisa ser criterioso antes de investir o dinheiro que por Deus lhe é confiado, exercendo com zelo a mordomia de suas finanças. O desejo que ficar rico instantaneamente ou ganhar muito dinheiro sem fazer esforço é o combustível das grandes jogatinas e das apostas mais arriscadas, e esta sim, é uma motivação anti-bíblica (Gêneses 3:19). Alias, o vicio nasce exatamente da necessidade de se recuperar aquilo que se perdeu, e com isso, ganhos irrisórios parecem justificar perdas astronômicas em mesas de pôquer, máquinas caça níqueis, bingos e roletas. Uma verdadeira avalanche de dívidas em decorrência de uma utopia que poderia ter sido evitada se a aposta inicial não fosse feita.  

O primeiro jogo desenvolvido para computador foi criado em 1958, nos Estados Unidos, mas somente na década de 70, esta “diversão eletrônica” se tornou realmente popular, com o sucesso comercial do Atari. Nesta época, surgem também os ARCADES com fichas (fliperamas), que se tornam febre entre os jovens. Especialistas já questionavam a influência deste tipo de jogo sobre seus usuários. Nos anos 80, o vídeo game explode em vendas, entrando em muitos lares ao redor do mundo. Em meados de 1996, os consoles caseiros e os computadores já tinham hardware superior aos arcades. Os PCs com placas de vídeo 3D e os jogos via internet/lan decretaram o fim de uma era. Atualmente, com inúmeras plataformas (muito caras) lançando anualmente centenas de títulos no mercado (igualmente caros), a indústria de jogos faturou cerca de U$$ 75.000.000.000 no último ano. Gráficos realistas, jogabilidade on line, roteiros cinematográficos e muita violência explícita, são alguns dos motivos que atraem um número cada vez maior de ávidos consumidores.

Cientes deste mercado voraz, diariamente são lançados jogos para todo tipo de aparelho eletrônico, inclusive os disponibilizados dentro das redes sociais. Obviamente, a Bíblia não condena o “vídeo game”, até porque se trata de uma invenção do século XX. Porém, a Palavra de Deus se mostra atemporal quando nos aconselha a fugir de tudo que possa ser danoso a nossa índole, fé, moral e caráter (I Tessalonicenses 5:22). Quem faz uso desta tecnologia para divertimento, precisa ser extremamente disciplinado. Proibir qualquer tipo de jogo ao cristão é um autoritarismo desmedido que não se sustenta em bases bíblicas. Por outro lado, não impor limites e criar parâmetros, é ser omisso  com um perigo real e danoso (I Coríntios 6:12). É preciso entender que um “jogo” é absolutamente trivial e descartável diante de outras atividades com os quais estamos compromissados, seja com Deus, com nossa família ou com a igreja.



Jogos de Azar
Comentário Adicional
Cp. Lucas Passarelli Gomes

Estamos vivendo num mundo que tem ditado normas e costumes e aqueles que não se enquadram, vive como alienados, e, em muitos casos são ridicularizados pela sociedade explicitamente ou de forma velada.Esta pressão psicológica, não é uma casualidade, mas algo planejado com objetivos definidos. É uma forma de escravizar o homem e tirar-lhe o seu sustento, a consequência está escancarada aos olhos da própria sociedade. Famílias são desfeitas, homens e mulheres desesperados fazem qualquer coisa para manterem seus vícios. E o grande idealizador desta desgraça, o diabo, está muito satisfeito com os resultados obtidos. O Senhor Deus nos garantem que somos novas criaturas, homens resgatados pelo Sangue de Jesus, das garras e governo satânico para vivermos uma nova realidade, segundo os princípios determinados pelo Senhor, que estão expostos nas Escrituras e nos ensinamentos dos seus santos servos. Cremos no Eterno que detém em suas mãos o controle de todas as coisas e que não desampara os seus escolhidos. Portanto, o fator “sorte” é mais uma das muitas ilusões cultivadas pelo homem. É inadmissível que alguém, que foi lavado e restaurado no sangue do Senhor Jesus possa em sã consciência tomar o dinheiro que ganhou através do seu suor, - para a honra e glória do Senhor (I Coríntios 10:31) - e mesmo sabendo que não é de sua propriedade - Tudo o que temos pertence ao Senhor, inclusive nossa vida (I Coríntios 10:26 / II Coríntios 5:7,15,17; ), e o aposta num dos muitos jogos à disposição. (loterias, bingos, telesena, corrida de cavalo, carta, caça-níqueis, raspadinhas e tantos outros). Quando o crente insiste em tal prática, é reflexo da ausência de comunhão com o Senhor e o Espírito de Deus não habita mais em seu ser. Não importa a sua condição de membro ou até mesmo autoridade de uma igreja. Assemelha-se “ao tumúlo caiado”(Mateus 23:27), sobre o qual referiu-se nosso Senhor.

Segundo o dicionário Aurélio, Jogo de Azar é aquele em que a perda ou o ganho dependem mais da sorte que do cálculo, ou somente da sorte
Os crentes que apreciam os jogos de azar, estão através de seus atos estão afirmando: “Senhor, estou arriscando o teu dinheiro e a minha fé, na esperança que faça-me vitorioso ou ganhador”. Isto é colocar o Senhor à prova, tentar a Deus e resulta em pecado. (Deuteronômio 6:16 /  Lucas 4:10-12 / Isaías 55.2).  Os jogos de azar são aparentemente inofensivos, mas, é apenas a aparência; pois, seus efeitos sobre a vida do homem são extremamente destrutivos; tornam-se em obsessão e compulsão, além de vício. O apostador habitual leva ruína à sua vida e de seus familiares; alguns chegam ao extremo de cometerem crimes, com a finalidade de conseguir dinheiro para manter o vício ou saudar agiotas.

A difusão dos jogos de azar em nosso país, plantam na cabeça da sociedade que a fama, sucesso e fortuna estão disponíveis a todos, sem a necessidade de trabalho ou esforço. “É só fazer uma fézinha!” Sabe-se que isto não é verdade. Os crentes que deixam-se levar por esta situação, estão plantando e colhendo os frutos da carne: ambição, miséria, avareza, preguiça, imediatismo e outros males mais. E sabemos qual o fim dos que ouvem e vivem segundo a carne. Amado, se esta prática é comum em tua vida, hoje o Espírito de Deus o aconselha a abandoná-la e a clamar pela restauração.Um coração cheio de arrependimento sempre é ouvido pelo Todo-Poderoso. Declaram as Escrituras: “Purifiquemo-nos de toda imundície da carne e do espírito.” (II Coríntios 7:1). 


Um mundo desconhecido

Nos últimos tempos, um grande número de pessoas dedica muito tempo aos jogos virtuais, que têm, cada vez mais, aprisionado a muitos, levando-os, em diversos casos, a uma situação de total dependência. Quando alguém é apresentado a um jogo virtual, nunca é advertido acerca do perigo que está correndo, caso se deixe levar pelos diversos caminhos que surgirão diante dele à medida que vier a se tornar um exímio praticante. Os jogos virtuais, geralmente, tendem a levar o indivíduo a lugares onde haverá uma grande possibilidade da perda de controle, transformando-o em um consumidor dependente de tais jogos. Sempre que chega em casa, aquele que está começando uma vida que o irá transformar em prisioneiro virtual, mal cumprimenta os presentes e segue direto ao local onde está a máquina (seja ela qual for). Nem sempre quem tem esse tipo de comportamento é um dependente de jogos. Muitos são dependentes da Internet, pois a rede virtual está repleta de outros atrativos que podem levar o indivíduo ao vício. Entretanto, o nosso foco é mostrar o que pode sofrer aquele que se transforma em um dependente de jogos. Devemos ressaltar que os indivíduos com esse comportamento alegam que não são dependentes, mas sim que desfrutam, apenas, de alguns momentos de distração, o que não é verdade. Indivíduos com esse tipo de comportamento podem sim ser dependentes de tecnologia e de jogo. Psiquiatras atestam que a compulsão por jogos virtuais, ou on-line, como são conhecidos, é um problema cada vez mais real. Este comportamento, associado ao vício em Internet, poderá desencadear uma série de problemas. Em casos de rotina diária alterada, a dependência é um fato.

A comunidade científica tem cada vez mais estado alerta no que diz respeito ao surgimento daqueles que eles consideram uma das categorias mais perigosas de jogos on-line: os chamados MMORPG (sigla em inglês para os jogos de interpretação de personagens on-line para vários jogadores). Estes tipos de jogo são extremamente perigosos, pois criam uma situação onde o jogador tem que criar um avatar (personagem virtual) para viver situações falsas de guerras travadas, em sua maioria na Idade Média. Esse ambiente fictício sugere que as missões vencidas outorgam mais poder ao avatar, fazendo com que este jogador seja admirado pelos outros jogadores. O pai da mentira é o diabo (João 8:44). Toda vez que ele tenta ludibriar a humanidade esta é a arma principal que dispõe. Sendo assim, em um ambiente fictício, ele tem como criar meios para levar o indivíduo à perdição. Ao observarmos tais jogos com olhos espirituais, não é difícil perceber mais uma artimanha do inimigo aprisionar o homem em meio as suas mentiras. O fato de se tornar vitorioso faz com que o usuário seja cada vez mais admirado por outros jogadores, ficando assim preso ao jogo por muito tempo, tendo comprometida a sua vida social e, consequentemente, a sua comunhão com Deus. A falsa realidade do jogo é um agravante para causar dependência.

Assim como o MMORPG, existem outros tipos de jogos muito perigosos, como MOBA e FPS Online. Tais categorias de jogos aprisionam o usuário pelo fato de o mesmo, a medida em que se torna vitorioso, ganhar notoriedade. Outro perigo é o fato de o jogador, em busca de ter mais poder, passar a pagar por isso. O jogo então invade outra área da vida do indivíduo: a financeira. A partir de então, este começa a ter o seu orçamento comprometido, entrando em um caminho de dívidas. Como agravante, temos hoje os aplicativos de jogos para tablets e smartphones, que têm invadido o mercado de forma voraz, aumentando assustadoramente o número de dependentes e usando o prazer pela recompensa como agente viciante. Os jogos virtuais estão sendo cada vez mais procurados. Nas duas primeiras lições desta revista, vimos como a tecnologia foi apresentando os meios de comunicação e relacionamentos virtuais. Agora, estamos diante de algo mais preocupante que tem transformado personalidades. Muitos usuários da Internet têm perdido horas preciosas jogando e se endividando com esse tipo de “diversão”. A grande maioria desses jogos enfatizam a violência como forma de atração. A obra do diabo é matar, roubar e destruir (João 10:10). Logo, não podemos desprezar o componente maligno nos jogos.


Pombas e Serpentes
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Muitas pessoas citam as escrituras para validar todo tipo de jogatina. Isso porque em diversas passagens bíblicas, o termo “lançar sorte” é usado no momento de importantes decisões. Em Levíticos, Arão lançou sorte sobre dois bodes, para assim definir qual deles seria entregue ao Senhor. Josué realizou um sorteio para distribuir a terra conquistada entre as famílias hebréias. Neemias usou o mesmo critério na escolha dos que morariam dentro das muralhas, e os apóstolos escolheram o substituto de Judas Iscariotes numa técnica  semelhante ao nosso “cara e coroa”. A diferença destes casos para a jogatina a qual muitos se submetem, é um oceano de proporções colossais. Quando estes homens de Deus lançavam sorte sobre uma questão, não estavam buscando ganhos pessoais, brincando com o acaso, ou se divertindo com as possibilidades. Eles estavam em quebrantamento e oração, buscando do Senhor a resposta para a solução mais justa de uma causa específica. Deus era louvado antes, durante e depois.  Salomão explicou brilhantemente este argumento em Provérbios 16:33: - A sorte é lançada no colo, mas a decisão vem do Senhor. Até mesmo os marinheiros pagãos que usaram este recurso para expor  Jonas como a causa da tempestade que enfrentavam, foram direcionados por Deus, pois a motivação de suas ações era louvável. Quem se embrenha pelo mundo perigo dos jogos, sejam “de azar” ou “eletrônicos”, certamente não tem em si, motivações tão nobres.

Mas antes de demonizar qualquer jogo, apelar para possíveis simbolismo nos naipes de um baralho ou teorizar sobre as conspirações em cassinos e casas de apostas, é preciso ser pragmático e entender que ambientes de jogatinas (de qualquer espécie), testificam fortemente contra a nossa fé. Primeiro porque quando buscamos retirar destes lugares algum ganho, colocamos em xeque a capacidade de Deus como nosso provedor. Estamos, literalmente, recorrendo a Mamon, desejando ostentar uma vida que não condiz com o perfil descrito por Jesus para quem deseja ser seu servo. Seja na vida real ou a vivida ilusoriamente dentro de um computador (Lucas 9:24 / 16:13).

Ambientes de jogos são portas abertas para outras perniciosidade, como, bebidas, tóxicos e luxurias. E se não tivermos forças para dizer não a um jogo, certamente seremos fracos para mergulhar em abismos ainda mais escuros. Lembre-se sempre das palavras do Salmo 1:1: - “Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!” Seja assentado numa mesa de pôquer, ao redor de roleta, no balcão de uma casa de aposta ou conectado para um jogo multiplayer, corremos o imenso risco de estarmos fazendo exatamente o que deveríamos evitar. Sabendo onde Satanás mora, por que cargas d’água insistimos em visitá-lo? Não é nem uma questão de santidade, e sim de inteligência, pois como Jesus nos instruiu, é preciso ser simples como as pombas, mas prudentes como as serpentes (Mateus 10:16)


A melhor aposta
Comentário Adicional
Cp. Lucas Passarelli Gomes

A partir do século 20, tem-se dado maior ênfase aos bens materiais, e a tecnologia moderna os tornou disponíveis em variedades e quantidades que jamais foram possíveis antes. As viagens aéreas tornaram também possível que se vá com mais facilidade a lugares distantes. Mas todas estas coisas exigem dinheiro. Os jogos a dinheiro apresentam a atração do “dinheiro fácil”, muito dinheiro.  A promessa de grandes prêmios exerce poderosa influência. A maior loteria do mundo, a El Gordo da Espanha, paga anualmente cerca de Cr$ 32,2 bilhões (US$ 460 milhões), no Natal. No ano de 1979, os membros de uma igreja católica romana em Granollers amealharam uns Cr$ 6.500 milhões (US$ 92 milhões) como resultado da venda de alguns desses bilhetes pelo seu sacerdote. Na Grã-Bretanha, pagou-se a certo homem, em fevereiro de 1980, uma soma pouco inferior a Cr$ 161 milhões (US$ 2,3 milhões) como dividendo de uma loteria esportiva. À medida que os prêmios aumentam, os atrativos se tornaram mais fortes.  Daí, há a excitação envolvida no jogo de azar. Num mundo em que os problemas são imensos, alguns verificam que os vôos fantasiosos para um mundo de riquezas dão sabor à vida. Afinal de contas, alguém tem de ganhar. “Bem que poderia ser eu!”, pensa cada jogador.

Por certo, nem todos se tornam jogadores viciados, mas o perigo é real. Conforme os “Jogadores Anônimos” apontam: “Uma vez um homem caia nas garras deste vício [o jogo], ele perde todo o controle, todo o senso dos valores morais.” Em todo sentido, tal pessoa é um perdedor. Quando existe tanta coisa em jogo, seria muito mais sábio não se deixar envolver nisso, em primeiro lugar!  Embora muitos talvez invejem quem ganha no jogo, sentem-se mais inclinados a respeitar e a confiar num homem que é um trabalhador árduo. Seu ponto de vista é amiúde resultado de experiência. A Bíblia também recomenda o trabalho honesto, ao invés de se confiar na sorte. “Você conhece um homem que trabalhe diligentemente? Ele será bem sucedido e comparecerá à presença de reis!” Assim disse o sábio Rei Salomão, ao resumir o assunto (Provérbios 22:29), Salmos e Provérbios Vivos.  Similarmente, o apóstolo Paulo, ao escrever aos cristãos em Éfeso, aconselhou-nos que um homem deveria fazer “com as mãos bom trabalho”. Desse modo, Paulo acrescenta, também poderá ter “algo para distribuir a alguém em necessidade”. É muito melhor dar sob tais circunstâncias do que dar dinheiro ganho por sorte!  (Efésios. 4:28).

O dinheiro é um recurso, assim como são o tempo, a saúde e a capacidade. Mesmo que, ao apostarmos, não sejamos motivados pela ganância e achemos que nem nós nem nossa família sofreremos nenhuma dificuldade econômica, temos que considerar adicional responsabilidade moral. A Bíblia insta conosco a que “pratiquemos o bem, para sermos ricos em obras excelentes, para sermos liberais, prontos para partilhar”. Apenas desta forma, ela nos lembra, poderemos apegar-nos firmemente à verdadeira vida. (I Timóteo 6:17). Um cristão procura realizar o máximo de bem que possa, mediante a utilização sábia de seu tempo, e de qualquer dinheiro de que disponha. Para ele, esta é uma razão suficiente para evitar o jogo a dinheiro, qualquer que seja a sua forma, não importa quão grandes ou pequenas sejam as apostas. E lembre-se: “Temos a mente de Cristo” (I Coríntios 2:16), é nosso dever pensar e agir como Ele agiu.


A prova da dependência

Existem muitas discussões acerca de até onde a compulsão por jogos pode chegar. Muitos entendem que o viciado em jogos sofre do mesmo tipo de dependência que o usuário de drogas psicoativas. Inclusive, já existem estudos que comprovam a semelhança dos tipos de dependência. A dopamina é um neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar no cérebro. Assim como o uso de drogas, o jogo está associado à liberação de dopamina, que age no sistema de recompensa do cérebro que busca por sensações agudas de prazer. No entanto, a Palavra de Deus afirma que a alegria provém do Espírito Santo (Neemias 8:10). Aquele que tem o Espírito Santo não busca prazer em agentes externos, pois a verdadeira alegria é produzida em seu interior pela ação do amadurecimento do fruto do Espírito, do qual uma das características é o gozo, que pode ser traduzido também por alegria (Galatas 5:22). O indivíduo quando está pleno do Espírito Santo tem em si a alegria permanente. Em sua carta aos Efésios, o apóstolo Paulo nos esclarece que não devemos buscar prazer em nenhuma substância que possa nos tirar da nossa razão (Efésios 5:18). O homem quando está embriagado perde a capacidade de tomar decisões corretas em relação aos outros e a sí próprio. Entendemos assim que, por agir no cérebro no mesmo sítio que agem as drogas, o jogo tira do indivíduo a experiência de uma alegria verdadeira.

Na maioria dos casos em que identificamos um indivíduo com compulsão pelo jogo, o mesmo está vivendo uma crise de baixa autoestima. O fato de o jogo lhe presentear com o reconhecimento virtual promove uma sensação de prazer, fazendo com que ele, cada vez mais, fique aprisionado no ambiente do jogo. Um avatar poderoso ganha muitos seguidores e também muitos adversários virtuais, que irão tentar derrotá-lo. Tanto os seguidores como os adversários funcionam como combustível, alimentando e motivando-o a continuar jogando, pois, no ambiente do jogo, o indivíduo recebe o reconhecimento que não experimenta no mundo real. Ser vitorioso no jogo aciona vários pontos que elevam a sua autoestima. Existem pessoas que vivem uma vida miserável em busca de reconhecimento. Um fato que essas pessoas desconhecem é que a humanidade já foi escolhida por alguém que foi capaz de dar a sua vida para perdoar os seus pecados. Ser valorizado por homens nunca será suficiente para quem sofre um vazio existencial, que só o Espírito Santo preencherá. João 15:16 nos mostra o porquê de termos sido escolhidos: para darmos frutos. Se ficarmos aprisionados em um mundo de mentiras oferecidos por jogos, estaremos fora do propósito do Senhor para nossas vidas.

O número de gamers, como são chamados os jogadores virtuais, tem aumentado cada vez mais por todo o mundo. Isto tem atraído em grandes proporções gigantes da área de tecnologia e de entretenimento que, associados a empresas produtoras de jogos, têm fornecido um número sem fim de atrações e produtos voltados para este mercado. Feiras como a E3, em Los Angeles (Estados Unidos), e a Gamescom, em Colônia (Alemanha), embalam em ritmo frenético o crescimento deste mercado. Mentes cada vez mais brilhantes têm se dedicado a criação de novos jogos, buscando cada uma delas abocanhar a maior fatia deste que tem se apresentado como o mercado mais promissor da área de tecnológica no século XXI. Em busca do crescimento diversificado, as grandes produtoras de filmes também têm emprestado seus personagens para a indústria de jogos. Em alguns casos, são os personagens de jogos que ganham a sua versão para as telas dos cinemas, criando, assim, um mercado conjunto que atrai cada vez mais um número imenso de seguidores. Os executivos deste ramo só visam o lucro, não se preocupando em nada com a saúde de seus usuários, da mesma forma como agem os traficantes de drogas. Em breve, este poderá se tornar um problema de saúde pública.



HUMANADA
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

Em I Pedro 2:11, o apostolo nos aconselha: - Amados, exorto - vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma. Estamos vivendo dias difíceis, onde é crescente a falta do amor genuíno que nos é ensinado na palavra de Deus. Cada vez mais, estamos vendo o povo de Deus sendo atacado pelos ardis de Satanás, e o adversário tem sido bem sucedido em afetar a vida de muitos crentes. O veneno da rebelião tem alcançado suas vítimas e com isso irrompe uma geração de crentes cada vez mais fracos e doentes na alma e no espírito. Com os avanços tecnológicos da pós-modernidade e a necessidade crescente de algo que venha satisfazer os anseios do homem em um curto período de tempo, as sutis distrações diabólicas cada vez mais tomam uma proporção assustadora, levando as pessoas para longe do seu Criador e consequentemente das pessoas pela qual são amadas. Sabemos muito bem que o diabo nada tem de bom a oferecer. Mas, infelizmente as pessoas não se dão conta disso, pois existe dentro de cada um de nós o desejo pelo o novo, queremos de alguma forma nos sentir grandes, importantes, admirados, capazes de vencer coisas e pessoas, e com isso investimos nosso tempo e dedicamos nosso empenho em busca da satisfação pessoal. Sabendo disso (com muita propriedade) o inimigo de nossas almas investe pesado se apropriando de coisas e pessoas, para tentar destruir os filhos de Deus.

Nessa lição estamos estudando sobre uma grande diversidade de perigos que os jogos virtuais e a internet vêm causando na vida de crianças, jovens e adultos. É grande o número de casos de patologias clínicos e espirituais decorrentes desta exposição nociva, e que está espalhada pelo mundo inteiro. Sabemos que a pós-modernidade e seus avanços tecnológicos, em si, não são de todo um mal, mas, é sim desvirtuada pela forma como é usada e por quem é usada. E o diabo tem se valido desses meios para disseminar seu veneno para destruir a alma do homem, o aprisionado em vários pecados. Sabemos que o pecado e o principal meio de fazer com que o homem perca a comunicação com o seu Criador. Os famosos “games” são potenciais armas destruidoras de personalidade, pois não são poucos os problemas que famílias inteiras têm enfrentado com os tais jogos virtuais e on-line. Além dos distúrbios mentais temos também os distúrbios espirituais na vida de muitos crentes.

Assim como os vícios das drogas, da pornografia, do alcoolismo e de tantos outros males, o vício dos jogos virtuais vem causando males quase que irreversível na sociedade. Uma das coisas que os jogos virtuais têm causado nas pessoas é o fato delas perderem o interesse pela vida em sociedade. Os viciados nesse tipo de distração (se é que podemos chamar essa coisa de distração, já que particularmente eu prefiro o termo “destruição de mente”), são as pessoas que passam a ter um modo de vida cibernética, deixam de lado sua humanidade para se transformar num hibrido de pessoa com máquina, que também podemos chamar de “humanada”: mistura de alma humana com o nada. As pessoas ficam com suas mentes vazias, suas vidas no mundo real já não tem sentido e seu intelecto está seco e suas emoções paralisadas. Valendo-se da liberdade poética, diria que são verdadeiros zumbis ambulantes. E esse é o projeto de Satanás, tornar as pessoas vazias de Deus é das coisas maravilhosas que o Criador fez (Lucas 11:24-26). O que precisamos fazer é, urgentemente, voltar a termos uma vida de intensa oração com quebrantamento, agrupar o remanescente fiel e levá-los a buscar um avivamento regenerador. Só seremos fortes quando formos capazes de produzir com abundancia (e sem distrações) o Fruto do Espírito.


Lições práticas

O acesso a determinadas informações pode, para muitos, causar espanto e, para outros, desdém. Entretanto, quem detém a informação sempre sai na frente. O propósito desse estudo é justamente colocar a Igreja na vanguarda dos fatos. Todo mal começa em pequenas proporções e hoje muitos fabricantes de jogos têm acessado os usuários, através dos aplicativos de smartphones, com jogos aparentemente inofensivos. Entretanto, estes podem ser uma porta para um caminho sem volta. O aumento na produção de jogos busca formatar um novo tipo de comportamento que deverá pré-estabelecer um modelo de sociedade alienada dos fatos reais. A Igreja, como sempre, deve sociabilizar o indivíduo e apresentar a única verdade que o preencherá completamente (João 14:6).

Existe sempre algo orquestrado contra a humanidade para destruí-la. Quando não atinge seu objetivo, surge uma outra estratégia que visa destruir a mais perfeita das criaturas de Deus. Estamos diante dessa nova estratégia, onde os jogos vêm tomando o espaço que deveria ser dedicado a uma maior comunhão com Cristo, em busca das coisas concernentes ao Reino de Deus (Atos 2:42). Preencher a mente com a Palavra de Deus certamente é um meio que libertará a muitos da prisão virtual provocada pelos jogos. Quanto mais se afastarem de tais práticas, mais abrigarão espaço para um contato íntimo com o Criador. A leitura bíblica é o melhor exercício para quem tem uma mente ativa em busca da superação de seus limites. Superar limites é a tônica principal apresentada nos jogos. É isso que buscamos? Precisamos conhecer mais e mais quem tudo fez para que pudéssemos ter uma vida abençoada. Não basta conhecer a Deus, é necessário prosseguir em conhecê-Lo (Oséios 6:3). Somente o caminhar com Ele será capaz de afastar o indivíduo da prática do jogo, lhe proporcionando uma vida saudável e repleta de realizações. Experimentar o quanto é bom viver uma vida em Cristo fará do homem um ser vitorioso com novas características e sem a necessidade de criar um avatar (II Coríntios 5:17).

Em Seu discurso aos judeus (João 10:7-14), Jesus se apresenta como o bom Pastor e apresenta o diabo como ladrão e mercenário. Muitos têm sido instrumentos de Satanás para tirar a pessoa de Cristo do centro de nossas vidas. Os jogos se apresentam como uma opção de lazer e distração, uma porta falsa para a felicidade. Quando identificamos a Porta verdadeira e entramos por ela, passamos a viver uma felicidade real, que só é encontrada no bom Pastor (João 10:10). Quando alguém se envolve com jogos, começa a desenvolver uma falta de interesse em todas as outras áreas de sua vida. Para o servo de Deus, esta falta de interesse atinge diretamente a sua comunhão com o Criador, provocando o esfriamento da sua fé. Ao perceber este tipo de comportamento, entre seus membros, a Igreja deve cerrar fileiras em oração, pois só a oração tem poder para reverter a situação.

Conclusão


Muitos são os fatores que estão levando o indivíduo em direção ao abismo que são os jogos. A única maneira de se livrar deste mal é através do amadurecimento do fruto do Espírito, que produz no homem um sentimento de conforto, tranqüilidade e prazer.




O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível. 
Este fruto só será completo e de qualidade inquestionável se for constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o Fruto do Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade, participe neste domingo, 10 de abril de 2016, de nossa EBD.




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