Material
Didático
Revista Jovens e
Adultos nº 99 - Editora Betel
Fruto do
Espírito - Lição 10
Comentarista: Pr. Israel Maia
Comentários
Adicionais
Pb. Miquéias
Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Texto Áureo
Romanos 15:14
Eu próprio, meus irmãos, certo
estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de
todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outro.
Verdade Aplicada
Bondade é a capacidade de
praticar o bem, sem expectativa de recompensa.
Textos de Referência
Efésios 5:9
Porque o Fruto do Espírito está
em toda bondade, e justiça, e verdade.
Romanos 15:2
Portanto, cada um de nós agrade
ao seu próximo no que é bom para edificação.
Efésios 4:28
Aquele que furtava não furte
mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha que
repartir com o que tiver necessidade.
Salmos 145:6-7
E se falará da força dos teus
feitos terríveis; e contarei a tua grandeza. Publicarão abundantemente a
memória da tua grande bondade e cantarão a tua justiça.
A
perfeita bondade
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Na lição passada, aprendemos que a
“benignidade” é condição de “ser bom”, e não apenas a “ação de fazer o bem”.
Ser benigno é ter a bondade inserida na próprio caráter, e não apenas
praticá-la de forma ocasional. Logo, estas duas características do Fruto
Espiritual são complementos uma da outra, pois a benignidade é a bondade
interiorizada, enquanto que a bondade é a benignidade exteriorizada. O
termo “bondade”, vem da palavra grega AGATHOUSE, e pode ser interpretada como a
qualidade correspondente a ser bom, ou seja, a capacidade de manifestar
satisfatoriamente alguma perfeição, que se pode aplicar a pessoas, coisas e
situações. A bondade pode significar também a disposição permanente de uma
pessoa em fazer o bem, e neste contexto, tem por sinônimo a benevolência. Quando nos deparamos com o termo
“perfeição”, só o podemos aplicar plenamente ao próprio Deus, então, o único
ser realmente “bom” em todos os aspectos da existência é o próprio criador
(Salmos 23:6, 31:19, 52:1). Os salmistas declaram confiadamente não apenas o fato
de Deus ser bom, mas também o descreve como sendo o autor de toda generosidade
e a essência da bondade. Como filho de Deus, o cristão deve buscar
constantemente a bondade, vivendo sua vida moldada na vida do próprio Cristo,
manancial inesgotável de bondade e ternura. Não devemos nos contentar com uma
bondade teórica, onde nos limitamos a não fazer o mal, mas sim colocar as mãos
na “massa” exercendo na pratica toda a bondade que existe em nós por meio do
amor de Cristo. Um vislumbre deste dever cristão pode ser no próprio código
penal brasileiro, onde a omissão de socorro é tratada como crime. Ou seja, não
fazer o bem e tão grave quanto se fazer o mal. Adolf Hitler, sádico genocida,
construiu seu império de terror tendo como alicerce a omissão dos líderes
mundiais que se fizeram de cego as atrocidades cometidas pelo partido nazista
alemão. Atribui-se a Martin Luther King a celebre frase: "O que me
preocupa não é grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons”.
A bondade não é um sentimento, é um incentivo a ação; pois quando os bons deixam de agir, não há mais oposição que impeça a vitória da maldade. Conta-se a fábula, que numa certa fazenda, um rato corria desesperado pelo curral pedindo ajuda aos outros animais, pois o fazendeiro tinha comprado uma ratoeira. Entretanto, a “vaca” lhe respondeu: - O que isto tem a ver comigo, o problema é todo seu! A mesmo resposta ele ouviu da galinha quando passou pelo galinheiro e do porco, quando pediu ajuda no chiqueiro. Ninguém se interessava pelos problemas do rato, estavam mais interessados em suas próprias vidas e não tinham tempo para pensar em ratoeiras. Naquela noite, o rato achou que seria seu fim, mas antes que sucumbisse ao queijo fácil, outro ser foi vitimado pela ratoeira. Era uma serpente, que desavisada se enroscou na armadilha e agora lutava desesperadamente para fugir. Ainda no escuro, a mulher do fazendeiro não percebeu aquele engano e foi picada. O veneno agiu rápido e ela adoeceu profundamente. Para tratar da enferma, o fazendeiro decidiu preparar uma canja e para isso foi ao galinheiro e matou sua galinha mais gorda. A mulher, porém, só piorou. Muitos familiares vieram visitá-la, e para alimentar a todos, o fazendeiro matou seu porco. Dias depois a mulher faleceu. Amigos de todas as partes vieram para o funeral. Era preciso muita carne para preparar uma refeição pra aquela gente, e então, lá se foi a vaca.
A bondade não é um sentimento, é um incentivo a ação; pois quando os bons deixam de agir, não há mais oposição que impeça a vitória da maldade. Conta-se a fábula, que numa certa fazenda, um rato corria desesperado pelo curral pedindo ajuda aos outros animais, pois o fazendeiro tinha comprado uma ratoeira. Entretanto, a “vaca” lhe respondeu: - O que isto tem a ver comigo, o problema é todo seu! A mesmo resposta ele ouviu da galinha quando passou pelo galinheiro e do porco, quando pediu ajuda no chiqueiro. Ninguém se interessava pelos problemas do rato, estavam mais interessados em suas próprias vidas e não tinham tempo para pensar em ratoeiras. Naquela noite, o rato achou que seria seu fim, mas antes que sucumbisse ao queijo fácil, outro ser foi vitimado pela ratoeira. Era uma serpente, que desavisada se enroscou na armadilha e agora lutava desesperadamente para fugir. Ainda no escuro, a mulher do fazendeiro não percebeu aquele engano e foi picada. O veneno agiu rápido e ela adoeceu profundamente. Para tratar da enferma, o fazendeiro decidiu preparar uma canja e para isso foi ao galinheiro e matou sua galinha mais gorda. A mulher, porém, só piorou. Muitos familiares vieram visitá-la, e para alimentar a todos, o fazendeiro matou seu porco. Dias depois a mulher faleceu. Amigos de todas as partes vieram para o funeral. Era preciso muita carne para preparar uma refeição pra aquela gente, e então, lá se foi a vaca.
Em Gálatas 6:2,
após discorrer sobre os perigos das falsas doutrinas, Paulo orientou aos irmãos
da Galácia que levassem a carga uns dos outros, e que se
ajudassem nas dificuldades e trabalhassem juntos para eliminar aquele
grande mal da igreja, a serem bons e praticar a bondade. Em outras palavras,
podemos interpretar o conselho do apóstolo da seguinte maneira: “Quando há uma
ratoeira na fazenda... Todos estão em perigo!” Que tenhamos muita pressa em
ajudar ao necessitado e socorrer ao aflito, da mesma forma que Deus cuida de
nós. Davi sabia de sua obrigação com a prática diária da bondade, pois desfrutava
plenamente da bondade de Deus. Exatamente por isto, no Salmo 23:6 ele declara
que “era
seguido pela bondade e pela misericórdia todos os dias da sua vida”.
Fazendo o bem e
desprezando o mal
Bondade não é o mesmo que
benignidade, pois determina uma ação mais imediata nas relações interpessoais.
Ser bom quer dizer praticar a bondade independente de alguma recompensa. O
indivíduo que desenvolve a bondade passa a ter atitudes altruístas em prol de
alguém ou da comunidade. É impossível ser fiel a Deus e não se importar com o
mal alheio, pois a bondade é a capacidade de fazer o bem e desprezar o mal (Mateus
21:13). A bondade é a prática do amor. É ser uma benção na vida daqueles que
estão próximos (Romanos 15:14). A prática da bondade será sempre acompanhada
por uma recompensa divina, pois habilita o homem a alcançar o favor do Criador,
ao passo que o que escolhe fazer o mal receberá condenação (Provérbios 12:2).
Ser bom para o cristão é uma obrigação, pois pela graça de Deus recebeu a maior
de todas as bênçãos oferecidas à humanidade através de Cristo. Praticar a
bondade nem sempre é entregar coisas materiais aos necessitados, mas sempre
estar disposto a oferecer algo que mudará. Ser bom proporciona um grande
sentimento de satisfação para quem pratica a bondade (Atos 3:8). O terceiro
capítulo do livro de Atos dos Apóstolos nos dá um grande exemplo de bondade
apresentado através das vidas dos apóstolos Pedro e João. Muitas vezes pensamos
que nunca poderemos agir de forma altruísta por não termos uma condição
financeira favorável à realização de ações filantrópicas. Se observarmos o que
ofereceu Pedro àquele homem, perceberemos que somos proprietários de um bem
muito maior do que todo o dinheiro do mundo (Atos 3:6).
A bondade é também generosidade.
O indivíduo habituado a praticar o mal recebe de Cristo, através do
amadurecimento do Fruto do Espírito, a capacidade de ser bom! Praticar a
bondade passa a ser algo extremamente gratificante, pois percebe que através de
suas ações muitas pessoas são abençoadas e a recompensa para sua vida também
virá em forma de bênçãos sem medidas (Mateus 10:42). Praticar a bondade garante
um prêmio e isto faz com que passemos a desejar afetuosamente o amadurecimento
do fruto do Espírito. Todas as bênçãos que recebemos do Espírito Santo devem
ser compartilhadas. Sempre que compartilhamos estas bênçãos elas se multiplicam
em nossas vidas. No caso do Fruto do espírito Santo, quanto mais agirmos com
longanimidade, benignidade e distribuirmos bondade, mais receberemos de volta
da parte do Espírito de Deus. Compartilhar o Fruto do Espírito santo é o mesmo
que servir a Deus com alegria (Efésios 6:6). Sempre que dividimos com o próximo
o que recebemos de Deus estamos dando a ele a oportunidade de conhecer o quanto
é Maravilhoso o Deus que nós servimos.
Os apelos midiáticos tendem a
levar a humanidade para atitudes de perversidade, mostrando a todo tempo uma
vida fora dos padrões bíblicos, aliando este estilo de vida a uma vida
próspera. O uso de drogas e prostituição, entre outros, são representados como
símbolos de liberdade e sucesso financeiro. Entretanto, este estilo de vida
afasta o indivíduo da presença de Deus. Ser bom também é mostrar a
todos o que está garantido ao homem que escolhe andar segundo os conceitos do
mundo, que se nega a viver segundo os conselhos (Salmo 1). A sociedade tem cada
vez mais tentado perverter todo o sentimento de amizade e comunhão natural que
as pessoas podem desenvolver entre si. Hoje vivemos um momento de completo
sentimento de inversão de valores. Entretanto, o povo de Deus dispõe de uma
arma infalível contra este sistema corrupto instalado pela mídia inescrupulosa.
Enfatize para os alunos que o fruto do Espírito Santo tem poder para
transformar o homem a ponto de fazê-lo agir completamente diferente do modelo
apregoado pelos apelos midiáticos e tecnológicos (Isaías 41:6).
Bondade: a prática do Amor
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley
Vivemos em um mundo
onde a prática da bondade tem sido cada vez mais escassa. Pouco se se fala em
fazer o bem ao semelhante, pois o foco tem sido outro, e só nos dispomos a buscar
aquilo que nos favorece. Nesta busca vaidosa e egoísta, temos cometido pecados imagináveis. Olhando
pela nossa ótica, tudo está perfeitamente bem, desde que o “eu” esteja sendo
favorecido, e o resto é apenas “resto”. Mas, não podemos deixar de ver com os
olhos espirituais a realidade do mundo que nos cerca, e como cristãos temos que
fazer aquilo que nos foi ordenado a fazer, devemos suprir as pessoas com o “sabor” do
Fruto do Espírito amadurecido em nós, abastecer o mundo com o divino Amor. Deixar
de cumprir nossa tarefa cristã é pecado de omissão!
Jesus é o nosso
maior exemplo de bondade. Ele mesmo falou: eu sou o bom pastor que dou minha
vida pelas minhas ovelhas (João 10). Ele deu sua vida em resgate de nossas
almas, e este foi o maior gesto de bondade que o mundo presenciou. A bondade é
a capacidade de praticarmos o bem, sem esperar algo em troca. É fazer o bem sem
medir circunstâncias ou antever esforços; é bem diferente da lógica do mundo que diz “fazei o bem para que depois você seja
reconhecido ou recompensado”. Faça o “bem”, mas, o faça porque é um privilégio
e um dever de todo cristão praticar boas obras em conjunto com a fé. Quantas
pessoas podem ser curadas pela simples prática da bondade? Eu respondo: muitas... mais do que se pode imaginar.... É incalculável os inúmeros benefícios da ação
bondosa de um cristão. Ser bondoso é ser generoso. Temos que aprender a
compartilhar as bênçãos de Deus. Servir com os nossos bens (espirituais mais
que matérias) é praticar a bondade em essência e com comprometimento.
Desfrutando da bondade
de Deus
O Fruto do Espírito é
representado no homem pela manifestação do caráter de Deus naquele que o busca.
Em Cristo experimentamos a bondade do Senhor personificada. Através de Jesus. A
humanidade pode desfrutar das mais ricas bênçãos advindas das mãos de Deus pela
Sua infinita bondade (Lamentações 3:25). Desde a criação do homem, o Criador
providenciou para que todas as coisas estivessem à sua disposição (Gêneses 2:7-15).
A bondade de Deus proporcionou ao homem viver em um lugar onde tudo era
perfeito. Por um ato de desobediência, o homem perdeu tudo que havia recebido
das mãos do Criador, pois, ao entregar o Jardim do Éden para que Adão cuidasse,
lhe advertiu que não deveria tocar na árvore do conhecimento do bem e do mal (Gêneses
2:17). Ser bom faz parte da essência de Deus. Sendo assim, Ele não levou em
conta o pecado e providenciou por um ato de bondade um plano de salvação para a
humanidade, fornecendo uma nova vida em Cristo (Efésios 2:1). O plano de
salvação foi um ato de bondade, pois a bondade não espera nenhum tipo de
recompensa por parte daquele que foi beneficiado por ela. Ser bom é inerente ao
caráter divino, logo Deus não pode tomar nenhuma atitude que irá prejudicar a
humanidade. Ainda que Ele tome uma atitude de repressão, essa é tomada por amor
(Provérbios 3:12 / Hebreus 12:6). Toda a atitude tomada por Deus tem por
objetivo o bem da humanidade.
A bondade de Deus não cessou
depois do pecado. Se levarmos em conta que tudo que a humanidade desfruta é
pela bondade dEle, concluímos que a Sua generosidade é sem medida. O Senhor tem
nos garantido o que é necessário para uma vida abençoada e feliz. Ele nos deu
vida e providenciou que tivéssemos saúde para que, com o nosso próprio esforço,
pudéssemos trabalhar e ganhar o nosso sustento e, sobretudo, alcançar uma vida
digna e feliz. A felicidade alcançada pelo indivíduo através das bênçãos
recebidas de Deus deve ser compartilhada. Assim como Ele foi generoso (João 3:16),
devemos expressar a nossa generosidade com os que estão próximos. O
amadurecimento da característica do fruto do Espírito Santo conhecida como
bondade nos leva a sermos generosos. Se em algum momento alcançarmos bens
materiais que sejam suficientes para nos garantir uma vida tranquila, devemos
estar dispostos a usar de bondade para com o próximo. Da mesma maneira que Deus
foi bom nos valorizando, devemos valorizar a pessoa humana sendo bons para com
ela. Ser bom é dividir o que recebemos das mãos do Senhor. Usar de generosidade
é expressar o que há de melhor em nós, isto é, o fruto recebido do Espírito
Santo (II Coríntios 8:2).
Quando intencionava levar o homem
a pecar, Satanás usou sua arma mais perigosa: a mentira. Em seu diálogo com
Eva, afirmou que o Criador não estava disposto a dar ao homem conhecer os
mistérios da eternidade (Gêneses 3:4-5). Tal afirmativa do inimigo não é
verdadeira, pois o Senhor nunca se furtou de se fazer conhecido do Seu povo (Hebreus
8:10-11). Durante Seu ministério terreno Deus humanizado fez questão de revelar
Seus segredos (Mateus 13:11). À Igreja, Ele autorizou Paulo a mostrar como
receberíamos os mistérios dos céus (Efésios 1:9), fazendo dos Seus servos
guardiões destes ministérios (I Coríntios 4:11). Caso o indivíduo não saiba
como agir com bondade, peça sabedoria ao Criador, pois até a Sua sabedoria Ele
nos dá com liberalidade, que é uma expressão de bondade. Ao tomarmos parte na
natureza divina através de Cristo começamos a retornar para a condição perdida
com a queda de Adão. O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, isto é,
justo e bom (Gêneses 1:26). Ao promovermos o amadurecimento do Fruto do
Espírito Santo em nós, começamos a desenvolver todas as Suas características.
Vale a pena ser destacado que o homem verdadeiramente regenerado deverá estar
sempre pronto a compartilhar a bondade recebida das mãos do Espírito Santo.
Recompensas Divinas
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes
II Reis 4 nos conta
a história de uma mulher viúva que se vê as voltas com uma situação
desesperadora. Seu marido havia falecido, e deixado uma dívida que ela não
tinha condições de pagar. Assim, como era usual na época, os credores vieram a
sua casa para levar seus filhos como escravos. Mas o que parece ser uma
história de má administração financeira, pode esconder um dos mais belos gestos
de bondade registrado em toda a escritura. Embora o texto bíblico pouco revele
sobre as origens desta família e omita o nome do marido falecido, o
respeitadíssimo historiador Flávio Josefo revela no nono livro de sua obra “História dos Hebreus”,
não apenas a identidade deste homem, como também a origem de sua imensa
dívida. Quando a rainha Jezabel ordenou o massacre dos profetas do Senhor
que exerciam seu ministério em Israel e se posicionavam contra o culto à Baal,
um funcionário do palácio, mordomo do rei, escondeu por conta própria cerca de
100 profetas, preservando suas vidas durante os meses de perseguição.
Arriscando seu emprego e correndo o risco de ser condenada a morte por traição,
Obadias, que era um homem temente a Deus, conduziu esses profetas para dentro
de covas secretas, e ali fornecia para eles água e comida. Esta corajosa
atitude benevolente está inclusive registrada no livro de I Reis 18:3-4.
Posteriormente, o próprio Obadias teria ingressado no ministério profético, se
tornando um dos alunos de Eliseu. Segundo Flavio Josefo, Obadias tomou vários
empréstimos com credores, a fim de subsidiar a permanência dos profetas nos
respectivos esconderijos, contraindo para si uma dívida muito alta.
Infelizmente, o
déficit foi tão acentuado, que Obadias faleceu antes de conseguir quitá-lo,
deixando sua família no vermelho. Com o risco de perder seus filhos para os
credores, a pobre viúva recorre a Eliseu, que naquele tempo liderava uma escola
de profetas. Diante do maior profeta daquela geração, a mulher traz à memória
os feitos do marido, deixando claro que havia chegado a hora dos profetas
fazerem algo por quem tanto tinha feito por eles: - Teu servo, meu marido, morreu, e tu sabes que ele temia ao
Senhor. Mas agora veio um credor que está querendo levar meus dois filhos como
escravos (II Reis 4:1). Naquele tempo, a dívida de uma pessoa era cobrada até
mesmo das gerações futuras, e a escravidão, muitas vezes, era a única forma de
quitar débitos cada vez mais exorbitantes. Aquela família seria destruída por completo, caso a
ameaça dos credores de concretizasse. Eliseu conhecia a história de sacrifícios
que contextualizavam aquela situação. Ele não deixaria que a extrema
generosidade de Obadias se transformasse em um fardo pesaroso para aquela
família. Logo que tomou ciência dos acontecimentos, o profeta fez a
seguinte pergunta para a viúva: - “Que te hei de
fazer? - Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem em casa, senão uma botija de azeite” (II Reis 4:2).
E foi com o pouco
azeite que aquela família tinha em sua casa, que o milagre da provisão
aconteceu. Deus tem a capacidade de “criar” do nada, mas quando é preciso, usa as
nossas obras como ferramentas de seu poder. Foi Deus quem enviou o dilúvio, mas
coube a Noé construir a arca. Deus abriu o Mar Vermelho, mas a chave usada foi
o cajado de Moisés. Deus enviou fogo do céu, mas foi a oração de Elias que
disparou o gatilho divino. Deus multiplicou o azeite da botija, mas coube a
pobre viúva tomar vasos emprestados e deitar o azeite sobre eles. Mesmo que
nossa ferramenta seja insignificante e nossos subsídios estejam quase no fim,
se os colocarmos nas mãos do Senhor, então, do “quase nada” muito se pode
fazer. Sansão tinha uma queixada de jumento, mas ao colocá-la a disposição de
Deus, ela se transformou em uma das mais poderosas armas da história. Davi
precisou de uma pedra lançada com fé para derrubar um gigante armado até os
dentes. Um menino que apresentou ao Senhor cinco pães e dois peixinhos, além de
contribuir para alimentar uma multidão, retornou para sua casa com vários
cestos abarrotados de comida. Quando o profeta pediu que aquela viúva
fornecesse a matéria prima do milagre, tudo o que ela tinha era alguns
mililitros de azeite e a lembrança da generosidade abnegada de seu marido. Mal sabia
ela, que aquela pequena quantidade de óleo, garantiria a sua aposentadoria. Com
Deus, o pouco faz muito. Obadias não obteve retorno financeiro em vida com seu ato de bondade, mas mesmo sem saber, sua ação resultou em benção para as gerações futuras.
Lições práticas
Ao iniciarmos o estudo desta
segunda seção do Fruto do Espírito (Galatas 5:22), declaramos que a
longanimidade, benignidade e bondade são difíceis de serem desenvolvidas
porque, em muitos casos, mexem com traços inerentes à nossa personalidade. Estas
três características são responsáveis pelo bom relacionamento que o servo de
Deus deve procurar desenvolver com todos os que estão ao seu alcance. Isso
significa que em muitos momentos deveremos abrir mão de nós mesmos para sermos
longânimes, benignos e bondosos. Uma vez que somos salvos, lavados e remidos
pelo sangue do Cordeiro (Mateus 26:28), não podemos nos relacionar com o próximo
fora dos padrões bíblicos (I João 1:7). Agir fora dos padrões bíblicos
promoverá um afastamento natural entre o homem e o Criado, pois esta atitude nos
distancia de sua natureza (I Reis 1:16). Quando agimos de acordo com a Palavra
de Deus, estamos demonstrando a transformação promovida pelo amadurecimento do
Fruto do Espírito Santo em nossas vidas.
A ação produzida pelo
amadurecimento do Fruto do Espírito Santo irá nos garantir uma vida de paz com
os outros e tal postura nos elevará a condição de servos verdadeiramente
santificados pela Palavra. Uma conduta de cristão irá nos proporcionar viver
diante do Senhor por toda eternidade (Hebreus 12:14). A santificação é o único
meio de ver o Senhor. O amadurecimento do fruto é parte indispensável do
processo de santificação. Se deixarmos levar por informações negativas
apresentadas pelos meios de comunicação, estaremos abrindo mão de ter comunhão
com os nossos irmãos, uma exigência de Jesus para que possamos caminhar em
direção ao céu (Atos 2:42). Todos os dias temos nossas casas invadidas por
notícias que visam nos aterrorizar com a violência praticada por homens sem
Deus. Sabemos que a violência sempre existiu e sempre existirá. Entretanto,
este tipo de informação visa nos tirar do convívio benéfico que desfrutamos com
os nossos irmãos quando vamos à igreja. Merece ser especialmente destacado que
nos afastar da comunhão é tudo que o inimigo quer, pois ele sabe que quando
estamos juntos somos mais resistentes às tentações (Eclesiastes 4:9-12) e assim
teremos mais condições de desenvolver o amadurecimento do Fruto do Espírito
Santo.
Ser bom pode, para muitos,
parecer sinônimo de tolo. Entretanto, sabemos que o nosso Criador em todo tempo
se mostrou bom para a humanidade. Ser bom é desafiar todos os conceitos
pregados pela cibercultura que, segundo Pierre Lévy, “designa a cultura
contemporânea marcada pelas novas tecnologias digitais e como ocorrem
interações entre as novas tecnologias e a sociedade”. O servo fiel deve manter
a postura de acordo com o que aprendeu através do Evangelho (II Timóteo 3:13-15).
Por mais que sejamos tentados pelos apelos midiáticos e tecnológicos, não
podemos deixar de andar segundo os verdadeiros preceitos da Palavra de Deus (Salmo
119:105). Destaque para os alunos que a cada dia que passa surgem novos
conceitos que, aliados a um sem número de informações, empurram o indivíduo
para um abismo emocional, tirando-lhe o foco do que lhe foi fornecido pelo
Espírito Santo.
Conclusão
Quando
recebemos o fruto do Espírito, é plantado em nós um bom tesouro. A partir deste
instante, o coração começa a produzir coisas boas e a compartilhar bondade, não
permitindo que maus sentimentos sejam reproduzidos através de atos falsos de
bondade (Mateus 12:35).
O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos
progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade
espiritual perceptível. Este fruto só será
completo se for constituído de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão e temperanças. Para aprender ainda mais sofre o
Fruto do Espírito, e a frutificação espiritual na era da pós modernidade,
participe neste domingo, 05 de JUNHO de 2016, de nossa
EBD.
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