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domingo, 18 de dezembro de 2016

O Natal pelo mundo


A palavra natal no português vem do latim nātālis, derivada do verbo nāscor (nāsceris, nāscī, nātus sum), que faz referência ao “nascimento”. Daí se originaram também “natale” (italiano), “noël”  (francês), “nadal” (catalão) e navidad (castelhano). Natal (com inicial maiúscula) é o nome da festa religiosa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo, a figura central do Cristianismo. O dia de Natal, 25 de dezembro, foi estipulado pela Igreja Católica no ano de 350 através do Papa Julio I, sendo mais tarde oficializado como feriado.

Origem do Natal

A Bíblia não diz nada sobre o dia exato em que Jesus nasceu e por isso a comemoração do Natal não fazia parte das tradições cristãs no início. O Natal começou a ser celebrado para substituir a festa pagã da Saturnália, que por tradição acontecia entre 17 e 25 de dezembro. A comemoração do Natal em substituição dessa celebração foi uma tentativa de facilitar a aceitação do cristianismo entre os pagãos. Apesar disso, alguns estudiosos afirmam que Jesus teria nascido em Abril, e que a data foi instituído pela Imperador Romano Constantino para agradar os cristãos.

O Natal é uma data comemorativa cultural, que para os cristãos simboliza o nascimento de Jesus Cristo. No entanto, o feriado festivo do dia 25 de dezembro é marcado pela religião e por isso nem todas as culturas absorvem a tradição de celebrar a data. Assim sendo, vários países não comemoram a data e outros trazem um significado diferente para o dia. Culturas como o islamismo, budismo, judaísmo, hinduísmo, taoísmo, xintoísmo são algumas das quais o significado do nascimento de Cristo não faz relação com o conhecido no cristianismo.  

O Islamismo

Países islâmicos como a Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Turquia, Egito, Nigéria, Libia e Irã dão maior relevância aos ensinamentos de Maomé, profeta que teria vivido entre os anos 570 e 632 d.C, posteriores a Jesus, e que teria vindo completar a sua mensagem. Os muçulmanos aceitam a figura de Jesus Cristo como um dos cinco profetas que vieram trazer a palavra de Deus ao homem. Por conta disso, eles mantêm apenas uma relação de respeito com a data, mas ela não é considerada sagrada para seu credo. Eles comemoram apenas duas festas religiosas: o Eid wl-Fitr, que é a comemoração após o término do mês de jejum (Ramadã) e o Eid al-Adha, onde comemoram a obediência do Profeta Abraão a Deus. O Eid el-Fitr é comemorado no 1° dia do mês de Shawwal, o décimo mês do calendário islâmico. Em 2013, esse dia foi celebrado em 7 de agosto. Já em 2014, será no dia 28 de julho, de acordo com os cálculos do calendário.

Já o Eid al-Adha, também conhecido como Grande Festa ou Festa do Sacrifício, é um festival muçulmano que sucede a peregrinação para Meca. É comemorado a partir do décimo dia do mês de Dhu al-Hijjah (no último mês do ano lunar no calendário islâmico), e a festa tem duração de quatro dias. Em 2013, ocorreu em 15 de outubro e em 2014 será comemorada no dia 4 de outubro. Nessas comemorações, os muçulmanos se reúnem nas mesquitas para ler e lembrar o nascimento do profeta, sua vida, seus valores; algumas vezes também há grupos de música entoando cantos para enaltecer o nome do profeta e sua lembrança.

Budismo

Já os países que adotam o budismo como religião, caso de vários países da Ásia como Vietnã, China, Tibet, Camboja, Coreia do Sul, Butão, Burma, Hong Kong, 
Japão, Mongólia, Cingapura, Sri Lanka, Tailândia, não se envolvem com a característica particular do nascimento de Jesus Cristo. Eles admiram e respeitam a tradição, mas Jesus para a crença é considerado um “Bodhisattva”, ou seja, um ser de sabedoria elevada, que segue  uma prática espiritual que visa remover obstáculos e beneficiar todos os demais seres. O budismo não possui textos que sejam adotados universalmente entre os adeptos da religião e cada seita budista possui seus próprios textos sagrados, de apenas seguir on ensinamentos de Buda. Assim, os budistas ocidentais não comemoram o dia 25 de dezembro como “cunho” cristão, mas em pensamento espiritual.

A data mais importante para os budistas é chamada Visakha Bucha, já que os adeptdos celebram o nascimento, a iluminação e a morte de Buda, seu fundador. Normalmente é comemorado no mês de maio, num dia de lua cheia de acordo com o sexto mês lunar. Em 2013, a celebração foi realizada no dia 24 de maio e em 2014 será no dia 13 de maio.

Judaísmo

Os judeus não comemoram nem o Natal nem o Ano Novo nos “moldes” cristãos – apesar de reconhecerem que Jesus existiu, não há uma relação de divindade com ele. Para essa cultura, principalmente em 
Israel, a comemoração de fim de ano é o Hanukah, que significa festa das luzes em hebraico e lembram as vitórias contra a opressão, a discriminação e a perseguição religiosa.  A data marca a vitória dos judeus sobre os gregos há mais de dois mil anos, na batalha pela liberdade de seguir a sua religião. A festa de Hanukah para os judeus começa no 25º dia do mês judaico de Kislev e dura oito noites. Em 2013, o início coincide com o dia 27 de dezembro.

A festa consagra a vitória dos judeus contra uma província grega que tentava impor o politeísmo. Segundo os crentes, para cada um dos dias é acesa uma vela até que todo o candelabro esteja aceso no último dia de festa. Também teria havido um milagre: o óleo para acender as velas do templo, que seria suficiente para apenas um dia, durou oito. Na comemoração, peru e bacalhau são substituídos por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite. E em vez de desembrulharem presentes à meia-noite, as crianças recebem dinheiro.

Hinduísmo

O hinduísmo, cultura tradicionalmente presente na 
Índia, tem como suas principais celebrações Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. São festas relacionadas a energias, danças e cantos e que tem apenas um significado: adorar a “energia Divina”. O Durga Puja é a festa da energia divina. Já o festival de Ganesh é celebrado nos estados do sul da Índia, com danças alegres e cantos. O Diwali é o “festival das luzes” em que em cada casa, em cada templo são colocadas milhares de luzes,  que ficam acesas toda a noite.

Taoísmo

A cultura taoista é predominantemente encontrada na 
China e faz qualquer celebração no Natal. A religião tem inúmeras datas onde se comemora o nascimento de grandes mestres ou a ascensão deles – também há rituais de exorcismo, alquimia e magia. O Ano Novo chinês, comemorado segundo o calendário lunar, é um dos períodos mais importantes para a sociedade chinesa, já que fazem uma pausa no trabalho para festejar com a família. Em 2013, a data foi comemorada no dia 10 de fevereiro e em 2014 será celebrada em 30 de janeiro

Xintoísmo

O xintoísmo, cujos deuses são elementos e s eres da natureza, é contemplado predominantemente no Japão. O dia 25 de dezembro não é fixado como Natal, mas sim como uma data comercial e sem importância religiosa. A data é mais parecida com o dia dos namorados, comercialmente – eles preferem comprar presentes para a pessoa amada.

O Impacto Econômico

O natal é normalmente o maior estímulo econômico anual para muitos países ao redor do mundo. As vendas aumentam bastante em quase todas as áreas de varejo e além de introduzirem novos produtos para as pessoas comprarem, como brindes, decoração e suprimentos. Nos Estados Unidos, a "temporada de compras de Natal" começa já em outubro. No Canadá, os comerciantes começam campanhas publicitárias, pouco antes do Dia das Bruxas (31 de outubro), e intensificam a sua comercialização em novembro. No Reino Unido e na Irlanda, a temporada de compras de Natal começa a partir de meados de novembro, no momento em que a comemoração de natal das ruas é montada. Nos Estados Unidos, foi calculado que um quarto de todos os gastos pessoais acontece durante a temporada de compras de Natal. 

Dados do United States Census Bureau revela que as despesas em lojas de departamento em todo o país subiu de 20,8 bilhões de dólares em novembro de 2004 para 31,9 bilhões de dólares em dezembro de 2004, um aumento de 54%. Em outros setores, o aumento dos gastos pré-natal foi ainda maior, havendo um aumento de compras de 100% nas livrarias e 170% em lojas de jóias no período entre novembro e dezembro. No mesmo ano, o emprego em lojas de varejo americanas aumentou de 1.6 a 1.8 milhões nos dois meses que antecederam o Natal.. Indústrias completamente dependentes do natal incluí os fabricantes de cartões de natal, os quais 1,9 bilhões são enviados nos Estados Unidos a cada ano, e árvores de natal vivas, das quais 20,8 milhões foram cortadas nos Estados Unidos em 2002. No Reino Unido, em 2010, até £ 8 bilhões era esperado para serem gastos on-line no natal, aproximadamente um quarto do total das vendas de varejo.

A Árvore de Natal

A árvore de Natal é um dos símbolos mais populares das celebrações natalinas. Normalmente, a árvore de natal pode ser um pinheiro ou mesmo artificial (feita de plástico e com várias cores diferentes). Seguindo a tradição, as famílias enfeitam a árvore com objetos que simbolizam o Natal (como bolas de várias cores, pinhos, neve artificial e etc) e luzes coloridas. O pinheiro simboliza a vida, pois é uma das poucas árvores que sempre se mantêm verde, mesmo durante o inverno, quando a maioria das árvores perdem as folhas. O costume de enfeitar árvores de Natal é comum entre católicos, protestantes, ortodoxos e mesmo por ateus ou agnósticos.

Alguns pesquisadores e estudiosos das tradições cristãs dizem que a árvore de Natal surgiu por volta do ano 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. De acordo com a lenda, Lutero caminhava pela floresta e ficou encantado com a visão de um pinheiro coberto de neve e sob o brilho das estrelas no céu. Quando chegou em casa, tentou reproduzir para seus familiares a linda imagem que havia visto, usando galhos de um pinheiro, algodões (para simbolizar a neve) e algumas velas e outros adereços, imitando as estrelas.

Outra versão alega que as árvores de Natal, da forma como são conhecidas atualmente, surgiram na Alemanha entre o século XVI e XVIII. A tradição só chegou nos Estados Unidos e à outros países europeus no século XIX. No Brasil, o costume entre os cristãos de enfeitar árvores de Natal só apareceu no começo do século XX.

Para uma abordagem mais teológica sobre os elementos que envolvem as celebrações natalinas, recomendamos a postagem “Devemos comemorar o Natal?

Compilado por:
Cp. Lucas Passareli

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