A palavra natal no português vem do latim nātālis,
derivada do verbo nāscor (nāsceris, nāscī, nātus sum), que faz referência
ao “nascimento”. Daí se originaram também “natale” (italiano), “noël” (francês),
“nadal” (catalão) e navidad (castelhano). Natal (com inicial maiúscula) é o nome
da festa religiosa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo, a figura
central do Cristianismo. O dia de Natal, 25 de dezembro, foi estipulado pela
Igreja Católica no ano de 350 através do Papa Julio I, sendo mais tarde
oficializado como feriado.
Origem do Natal
A Bíblia não diz nada sobre o dia exato em que
Jesus nasceu e por isso a comemoração do Natal não fazia parte das tradições
cristãs no início. O Natal começou a ser celebrado para substituir a festa pagã
da Saturnália, que por tradição acontecia entre 17 e 25 de dezembro. A
comemoração do Natal em substituição dessa celebração foi uma tentativa de
facilitar a aceitação do cristianismo entre os pagãos. Apesar disso, alguns
estudiosos afirmam que Jesus teria nascido em Abril, e que a data foi
instituído pela Imperador Romano Constantino para agradar os cristãos.
O Natal é uma data comemorativa cultural, que para
os cristãos simboliza o nascimento de Jesus Cristo. No entanto, o feriado
festivo do dia 25 de dezembro é marcado pela religião e por isso nem todas as
culturas absorvem a tradição de celebrar a data. Assim sendo, vários países não
comemoram a data e outros trazem um significado diferente para o dia. Culturas
como o islamismo, budismo, judaísmo, hinduísmo, taoísmo, xintoísmo são algumas
das quais o significado do nascimento de Cristo não faz relação com o conhecido
no cristianismo.
O Islamismo
Países islâmicos como a Indonésia, Paquistão,
Bangladesh, Turquia, Egito, Nigéria, Libia e Irã dão maior relevância aos
ensinamentos de Maomé, profeta que teria vivido entre os anos 570 e 632 d.C,
posteriores a Jesus, e que teria vindo completar a sua mensagem. Os muçulmanos
aceitam a figura de Jesus Cristo como um dos cinco profetas que vieram trazer a
palavra de Deus ao homem. Por conta disso, eles mantêm apenas uma relação de
respeito com a data, mas ela não é considerada sagrada para seu credo. Eles
comemoram apenas duas festas religiosas: o Eid wl-Fitr, que é a comemoração
após o término do mês de jejum (Ramadã) e o Eid al-Adha, onde comemoram a
obediência do Profeta Abraão a Deus. O Eid el-Fitr é comemorado no 1° dia do
mês de Shawwal, o décimo mês do calendário islâmico. Em 2013, esse dia foi
celebrado em 7 de agosto. Já em 2014, será no dia 28 de julho, de acordo com os
cálculos do calendário.
Já o Eid al-Adha, também conhecido como Grande
Festa ou Festa do Sacrifício, é um festival muçulmano que sucede a peregrinação
para Meca. É comemorado a partir do décimo dia do mês de Dhu al-Hijjah (no
último mês do ano lunar no calendário islâmico), e a festa tem duração de
quatro dias. Em 2013, ocorreu em 15 de outubro e em 2014 será comemorada no dia
4 de outubro. Nessas comemorações, os muçulmanos se reúnem nas mesquitas para
ler e lembrar o nascimento do profeta, sua vida, seus valores; algumas vezes
também há grupos de música entoando cantos para enaltecer o nome do profeta e
sua lembrança.
Budismo
Já os países que adotam o budismo como religião, caso de vários países da Ásia como Vietnã, China, Tibet, Camboja, Coreia do Sul, Butão, Burma, Hong Kong, Japão, Mongólia, Cingapura, Sri Lanka, Tailândia, não se envolvem com a característica particular do nascimento de Jesus Cristo. Eles admiram e respeitam a tradição, mas Jesus para a crença é considerado um “Bodhisattva”, ou seja, um ser de sabedoria elevada, que segue uma prática espiritual que visa remover obstáculos e beneficiar todos os demais seres. O budismo não possui textos que sejam adotados universalmente entre os adeptos da religião e cada seita budista possui seus próprios textos sagrados, de apenas seguir on ensinamentos de Buda. Assim, os budistas ocidentais não comemoram o dia 25 de dezembro como “cunho” cristão, mas em pensamento espiritual.
A data mais importante para os budistas é chamada
Visakha Bucha, já que os adeptdos celebram o nascimento, a iluminação e a morte
de Buda, seu fundador. Normalmente é comemorado no mês de maio, num dia de lua
cheia de acordo com o sexto mês lunar. Em 2013, a celebração foi realizada no
dia 24 de maio e em 2014 será no dia 13 de maio.
Judaísmo
Os judeus não comemoram nem o Natal nem o Ano Novo nos “moldes” cristãos – apesar de reconhecerem que Jesus existiu, não há uma relação de divindade com ele. Para essa cultura, principalmente em Israel, a comemoração de fim de ano é o Hanukah, que significa festa das luzes em hebraico e lembram as vitórias contra a opressão, a discriminação e a perseguição religiosa. A data marca a vitória dos judeus sobre os gregos há mais de dois mil anos, na batalha pela liberdade de seguir a sua religião. A festa de Hanukah para os judeus começa no 25º dia do mês judaico de Kislev e dura oito noites. Em 2013, o início coincide com o dia 27 de dezembro.
A festa consagra a vitória dos judeus contra uma
província grega que tentava impor o politeísmo. Segundo os crentes, para cada
um dos dias é acesa uma vela até que todo o candelabro esteja aceso no último
dia de festa. Também teria havido um milagre: o óleo para acender as velas do
templo, que seria suficiente para apenas um dia, durou oito. Na comemoração, peru e bacalhau são substituídos
por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite. E em vez de desembrulharem
presentes à meia-noite, as crianças recebem dinheiro.
Hinduísmo
O hinduísmo, cultura tradicionalmente presente na Índia, tem como suas principais celebrações Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. São festas relacionadas a energias, danças e cantos e que tem apenas um significado: adorar a “energia Divina”. O Durga Puja é a festa da energia divina. Já o festival de Ganesh é celebrado nos estados do sul da Índia, com danças alegres e cantos. O Diwali é o “festival das luzes” em que em cada casa, em cada templo são colocadas milhares de luzes, que ficam acesas toda a noite.
Taoísmo
A cultura taoista é predominantemente encontrada na China e faz qualquer celebração no Natal. A religião tem inúmeras datas onde se comemora o nascimento de grandes mestres ou a ascensão deles – também há rituais de exorcismo, alquimia e magia. O Ano Novo chinês, comemorado segundo o calendário lunar, é um dos períodos mais importantes para a sociedade chinesa, já que fazem uma pausa no trabalho para festejar com a família. Em 2013, a data foi comemorada no dia 10 de fevereiro e em 2014 será celebrada em 30 de janeiro
Xintoísmo
O xintoísmo, cujos deuses são elementos e s eres da natureza, é contemplado predominantemente no Japão. O dia 25 de dezembro não é fixado como Natal, mas sim como uma data comercial e sem importância religiosa. A data é mais parecida com o dia dos namorados, comercialmente – eles preferem comprar presentes para a pessoa amada.
O Impacto
Econômico
O natal é normalmente o maior estímulo econômico
anual para muitos países ao redor do mundo. As vendas aumentam bastante em
quase todas as áreas de varejo e além de introduzirem novos produtos para as
pessoas comprarem, como brindes, decoração e suprimentos. Nos Estados Unidos, a "temporada de
compras de Natal" começa já em outubro. No Canadá, os comerciantes começam
campanhas publicitárias, pouco antes do Dia das Bruxas (31 de outubro), e
intensificam a sua comercialização em novembro. No Reino Unido e na Irlanda, a temporada de compras
de Natal começa a partir de meados de novembro, no momento em que a comemoração
de natal das ruas é montada. Nos Estados Unidos, foi calculado que um quarto de
todos os gastos pessoais acontece durante a temporada de compras de
Natal.
Dados do United
States Census Bureau revela
que as despesas em lojas de departamento em todo o país subiu de 20,8 bilhões
de dólares em novembro de 2004 para 31,9 bilhões de dólares em dezembro de
2004, um aumento de 54%. Em outros setores, o aumento dos gastos pré-natal foi
ainda maior, havendo um aumento de compras de 100% nas livrarias e 170% em
lojas de jóias no período entre novembro e dezembro. No mesmo ano, o emprego em
lojas de varejo americanas aumentou de 1.6 a 1.8 milhões nos dois meses que
antecederam o Natal.. Indústrias completamente dependentes do natal incluí
os fabricantes de cartões de natal, os quais 1,9 bilhões são
enviados nos Estados Unidos a cada ano, e árvores de natal vivas, das quais
20,8 milhões foram cortadas nos Estados Unidos em 2002. No Reino Unido, em 2010, até £ 8 bilhões era esperado para serem gastos on-line no
natal, aproximadamente um quarto do total das vendas de varejo.
A Árvore de
Natal
A árvore de Natal é um dos símbolos mais
populares das celebrações natalinas. Normalmente, a árvore de natal pode
ser um pinheiro ou mesmo artificial (feita de plástico e com várias cores
diferentes). Seguindo a tradição, as famílias enfeitam a árvore com objetos que
simbolizam o Natal (como bolas de várias cores, pinhos, neve artificial e etc)
e luzes coloridas. O pinheiro simboliza a vida, pois é uma das poucas árvores
que sempre se mantêm verde, mesmo durante o inverno, quando a maioria das
árvores perdem as folhas. O costume de enfeitar árvores de Natal é comum
entre católicos, protestantes, ortodoxos e mesmo por ateus
ou agnósticos.
Alguns pesquisadores e estudiosos das tradições
cristãs dizem que a árvore de Natal surgiu por volta do ano 1530, na Alemanha,
com Martinho Lutero. De acordo com a lenda, Lutero caminhava pela floresta
e ficou encantado com a visão de um pinheiro coberto de neve e sob o brilho das
estrelas no céu. Quando chegou em casa, tentou reproduzir para seus familiares
a linda imagem que havia visto, usando galhos de um pinheiro, algodões (para
simbolizar a neve) e algumas velas e outros adereços, imitando as estrelas.
Outra versão alega que as árvores de Natal, da
forma como são conhecidas atualmente, surgiram na Alemanha entre o século XVI e
XVIII. A tradição só chegou nos Estados Unidos e à outros países europeus no
século XIX. No Brasil, o costume entre os cristãos de enfeitar árvores de Natal
só apareceu no começo do século XX.
Para uma abordagem mais teológica sobre os
elementos que envolvem as celebrações natalinas, recomendamos a postagem “Devemos comemorar o Natal?”
Compilado por:
Cp. Lucas Passareli
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