Pelos padrões bíblicos, o núcleo de uma família é
essencialmente formado por pai, mãe e filhos. Nesta equação, cabe ao
homem o papel de “cabeça da casa”, exercendo liderança social e espiritual
junto aos seus (Efésios 5:23 / I Coríntios 11:9). Sob ele recai uma tríplice
função, que em via de regra, não pode ser rejeitada, postergada ou abandonada:
rei, profeta e sacerdote. Este ministério tridimensional engloba todas as
atribuições designadas pelo criador ainda no jardim do Éden, bem como os
encargos espirituais decorrentes de sua autoridade paternal (Gêneses 1:27-29;
2:15-25, 3:17-20).
Como “rei”, ele deve dominar com austeridade sobre
sua casa, fazendo desta liderança o seu parâmetro para qualquer outra atividade
secular que venha desenvolver (I Timóteo 3:4). Cabe ao homem arcar com sustento
de seu lar, provendo alimento, moradia e vestuário, bem como alicerçar sua casa
em princípios morais e estabelecer pilares emocionais em sua família. Como
“profeta”, cabe ao pai ser um porta-voz de Deus para sua prole, ensinando os
preceitos divinos e zelando pela Lei do Senhor. Neste aspecto, ele
“literalmente” traz Deus para dentro de sua casa, tanto por meio de suas
palavras (ensinamentos), quanto por suas ações (exemplos). Já no ofício
sacerdotal ele faz o caminho inverso, levando sua família até Deus por meio de
orações, súplicas e consagrações diárias.
A mulher por sua vez e a genitora da vida,
portadora da semente divina. Desde os primeiros dias de gestação, a ligação com
o feto, ou melhor, a sintonia com seu filho já é espetacular. Ainda ali, já
aflora um amor que supera a tudo e a todos. Não importa o frio, a fome, o sono
ou a dor, a mãe está integralmente presente, protegendo, acalentando e
abençoando aquele ser indefeso, que ela defende com unhas e dentes. Esse amor
só faz aumentar, nunca cessa e jamais lhes será tirado. Mas não para por aí. Quando
analisamos o texto de Provérbios 31, nos deparamos como uma série de virtudes
inerentes ao “ministério da edificação”, que no âmbito familiar, deve ser
exercido pela mulher com plenitude de sabedoria.
Obviamente, na conjuntura social em que vivemos, as
funções exclusivistas destinadas a “pais” e “mães” estão intrinsecamente
miscigenadas, sendo compartilhadas de forma profícua para a sustentabilidade da
família. Este compartilhamento de responsabilidades, porém, não altera os
valores espirituais dos ministérios familiares que devem ser preservados com
zelo e honestidade, pois Deus jamais pedirá a “Sara” um sacrifício que cabe
somente a “Abraão” e vice-versa. A beleza reside exatamente no complemento
perfeito que reside na união de forças, fator de equilíbrio na balança da vida.
Pais fortes, filhos fortes. Pais vacilantes, filhos fracos e sem
determinação. Alguém já disse certa vez que o lar é a oficina aonde os filhos
são construídos. Lares abençoados fabricam filhos abençoados.
Muitos pais colhem lágrimas amargas porque não
plantam para o futuro. Querem honrar cargos, buscam reverência instantânea e
esquecem que estamos semeando para a posteridade. Questionamos publicamente a
Deus pelo que não recebemos e com isso matamos a fé de nossos filhos, pois veem
seus pais como figuras murmuradoras e críticas que estão estacionados na fé,
decepcionadas com Deus, com a igreja e com os irmãos. Seguindo esse
exemplo deturpado, eles têm seu caráter moldado num clima de frieza espiritual.
E se ao invés de murmuração e palavras ofensivas,
nossos filhos ouvissem orações de agradecimentos?
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