A
morte de Jesus foi, sem dúvidas, um dos eventos mais impactantes da história.
Ainda hoje, é impossível não se emocionar ao ver uma cena que represente a crucificação
de Cristo ou ouvir uma narrativa (ou canção) que nos remeta a via crucis e a
paixão do Salvador. Se dois milênios depois, ainda somos profundamente afetados
por este acontecimento, imagine o impacto vivenciado pelos seguidores de Jesus,
que testemunharam todo este drama ao vivo e em cores.
Cristo
teve centenas de seguidores e simpatizantes ao longo de seu ministério, dentro
os quais, destacavam-se setenta discípulos. Depois de uma intensa noite de
oração, Jesus escolheu dentre eles, doze homens para formar seu “círculo de
confiança”, os quais viriam a ser conhecidos como “apóstolos”. A morte de seu
mentor e líder não apenas causou grande comoção nestes homens, como abalou as
estruturas do grupo. Um deles traiu o Mestre, outro se tornou um renegado e os
demais se omitiram, confusos e assustados. Apenas João se manteve leal aos pés
da cruz.
Com
Jesus morto e sepultado, aqueles homens se reuniram a portas fechadas no
cenáculo. Ao longo de três intensos anos, eles andaram com Cristo. Dormiram
sobre o mesmo teto, comeram da mesma porção, caminharam os mesmos caminhos,
conheceram as mesmas pessoas, frequentaram as mesmas festas. Olhavam para os
olhos do próprio Mestre enquanto bebiam da fonte de seu inesgotável saber. Cada
ensinamento, cada palavra de vida eterna chegou primeiro aos seus ouvidos,
receberam afago e carinho. Desfrutaram da beleza que há na correção feita em
amor e da doçura existente numa severidade empática. Homens privilegiados com
um chamado exclusivo e pessoal, testemunhas oculares de cada milagre,
participantes de cada página da mais bela história já registrada.
Tinham
motivos de sobra para crer, mas por um instante duvidaram, pois aparentemente
seu Mestre tinha ido embora numa viagem sem retorno e agora eles estavam
sozinhos, a mercê da própria sorte. O caminho fora interditado, a verdade tinha
sido sepultada e a vida estava morta.
A
incerteza do futuro rouba a paz e inquieta o espírito. O cenário que se
descortinava diante daqueles homens era nebuloso e repleto de desesperança. O
que fazer da vida quando se assiste aquele que é a própria VIDA agonizar e
morrer? Os discípulos estavam silenciosos porque lhes faltavam palavras. O que
teriam para falar se a voz que os instruía se calará para sempre? Eles
abandonaram Jesus em seu momento de maior agonia e sofrimento, e agora se
sentiam sozinhos. Medo, dúvidas, insegurança, frustração, vergonha...
Sentimentos que em nada corroboram para a paz. Aqueles homens estavam sendo
consumidos por tribulações.
Mas
o sepulcro frio e escuro só conteve Jesus por três dias. Na manhã de domingo,
um Cristo vivo e radiante aparece a Maria Madalena e ordena: Vá e diga aos
outros que eu ressuscitei! Ao ouvir esta notícia, os discípulos se enchem de
esperança e correm ao jardim onde Cristo jazia, porém, chegando ao tumulo, nada
vêem além de um lugar vazio... Tão vazio quanto seus lúgubres corações. A
inquietação de nossa alma não só perturba nosso espírito, como também esmaga a
fé e limita nossa visão de futuro. Esquecemo-nos até mesmo das promessas feitas
por aquele que é fiel.
Na
tarde daquele dia, um grupo desfalcado está isolado do mundo, recluso entre
paredes seladas quando Cristo se faz presente entre eles. Jesus poderia lhes
inquirir sobre a debandada da última sexta feira, ou recriminá-los pela omissão
e ainda expor as negativas de Pedro. Mas não... O Cristo entrega a eles aquilo
que mais precisam no momento:
-
Recebam a minha “PAZ” (Lucas 24:37).
Jesus
estava de volta. Diferente, é verdade, mas ainda assim o mesmo Messias amável e
benigno que conheciam tão bem. O bom Mestre sabia que ainda havia muito
trabalho a ser feito e seus discípulos precisavam de muita “lapidação” antes de
serem os fundamentos que estavam destinados a ser (Apocalipse 22:14). Embora
fossem eles os escolhidos, ainda não estavam preparados. Criam, mas não
confiavam. Foram devidamente instruídos, mas não estavam capacitados. Aqueles
eram homens especiais, escolhidos pelo próprio Cristo, pois havia dentro de
cada um potencial para pavimentar a estrada do evangelho que se estenderia pela
posteridade, mas sem alguém para pegá-los pelas mãos e conduzi-los
constantemente, com certeza, iriam errar o caminho.
Então, em corpo presente, Jesus os estabiliza com sua PAZ, pois somente sobre um terreno estável é possível edificar com segurança. Depois, Cristo lhes envia o Espírito Santo, que é quem, ainda hoje, produz em nós a mesma PAZ entregue a Jesus aos seus apóstolos.
Então, em corpo presente, Jesus os estabiliza com sua PAZ, pois somente sobre um terreno estável é possível edificar com segurança. Depois, Cristo lhes envia o Espírito Santo, que é quem, ainda hoje, produz em nós a mesma PAZ entregue a Jesus aos seus apóstolos.
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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