Quem é obreiro e
participa ativamente no ministério cristão sabe que há muitos quesitos a serem
considerados quanto ao seu desenvolvimento. O conhecimento das Escrituras é um
dos principais requisitos, pois é essencial conhecer, amar e ensinar a Palavra
de Deus. Desde o Jardim do Éden até os
nossos dias, um dos focos do Diabo para provocar o homem a cair em tentação é
suscitar dúvidas acerca da Palavra de Deus (Mateus 4:1-10). Então, é mais do
que necessário que conheçamos a Palavra (Mateus 4:4 / Salmo 119:105).
Jesus, ao se dirigir aos
saduceus, afirma que o erro surge em função do fato de não conhecermos as
Escrituras (Mateus 22:29 / Oséias 4:6). Em outro momento, Cristo nos diz que,
ao conhecermos a Palavra, seguramente ela nos libertará (João 8.32). A Bíblia
contém a completa, suficiente e final revelação da vontade de Deus para o homem
(II Pedro 1:20-21). Conhecer a Sagrada Escritura implica em estuda-la com
cuidado e respeito. Cada obreiro deve ser um fiel, ardoroso e empenhado
estudante da Palavra de Deus (II Timóteo 3:16-17 / II Pedro 1:3 /
Judas 3 / Hebreus 1:1-4).
Amar a Palavra de Deus
está explicito em toda a Bíblia. O livro de Salmos expressa bem essa verdade
(Salmo 1:1-2). Davi declara: “Como amo a tua lei! Penso nela o dia todo” (Salmo
119:97). É importante observarmos que todo o Salmo 119 nos convida a amá-la,
estuda-la, compreendê-la e praticá-la. É evidente que muitos conhecem a Palavra
de Deus, mas não a praticam. Possuem apenas um conhecimento teórico e
especulativo. São apenas ouvintes, mas não praticam diariamente a Palavra do
Senhor (Tiago 1:22).
Além de ser homem
íntegro na sua relação com a igreja, o obreiro deve ter intimidade e
conhecimento das Escrituras (Tito 1:9). Deve ser um obreiro aprovado e que
maneja bem a Palavra da verdade (II Timóteo 2:15). Vivemos em uma época que as
pessoas, inclusive os cristãos (no caso, os evangélicos) desprezam a Palavra.
Salomão declara que quem despreza a Palavra nunca prosperará (Provérbios 13:13).
A Igreja sem o propósito de buscar maturidade na Palavra fica extremamente
vulnerável e volúvel (Hebreus 5:11-12).
Muitos líderes e
igrejas, deixando-se seduzir pela tentação dos números, se tornam superficiais
quanto ao ensino da Palavra de Deus. Há uma verdade que nós, cristãos, servos
do Deus Altíssimo, não podemos deixar de observar: obreiros fracos na Palavra
geram membros fracos em conhecimento, igrejas fracas em ensino, suscetíveis às
seitas e heresias (II Timóteo 4:2-5), sujeitas à rebelião e à contemplação
do completo esvaziamento em seus cultos. Muitos pastores, no afã de buscar o
crescimento de suas igrejas, abandonam o genuíno Evangelho e se rendem ao
pragmatismo prevalecente da cultura pós-moderna. Buscam não a verdade, mas o
que funciona; não é o certo, mas o que dá certo. Pregam para agradar seus
ouvintes e não para leva-los ao arrependimento. Pregam o que eles querem ouvir
e não o que eles precisam ouvir. Pregam outro evangelho, um evangelho
antropocêntrico, de curas, milagres e prosperidade, e não o Evangelho da cruz
de Cristo. Pregam não todo o conselho de Deus, mas doutrinas engendradas pelos
homens. Pregam não as Escrituras, mas as revelações de seus próprios corações.
O resultado desse
semi-evangelho é que muitos pastores e pregadores passam a fazer do púlpito um
balcão de negócios, uma praça de barganhas, onde as Bênçãos e os milagres de
Deus são comprados por dinheiro. O resultado é que o povo de Deus perece por
falta de conhecimento e de padrões.
Nas palavras de Paulo,
os presbíteros (ou bispos) são chamados essencialmente, para um ministério de
mestre, que necessita tanto do dom de ensino como de ser leal à mensagem que
ensina (Tito 1:9). Em 1 Timóteo 1.15; 4.9; e Tito 3.8, é declarado que a
Palavra é fiel e os que ensinam e pregam a Palavra também devem ser fiéis.
O obreiro deve
demonstrar capacidade para o ensino, deve exortar com poder, se ocupar do
conhecimento da verdade para aplicar corretamente a s Escrituras. É
valiosíssimo lembrar que o obreiro não deve ser neófito (I Timóteo 3:16). O
ministro deve ser um mestre na Palavra. Ele precisa ser um estudioso exemplar
da Bíblia e afadigar-se no texto bíblico (I Timóteo 5.17).
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