De
acordo com a mente de Cristo e Seus ensinos deixados nos evangelhos, a unidade
deve ser um fator de identificação da Igreja (João 13:34-35; 15.12).
Entretanto,
é exatamente a falta de unidade que mais ocorre nesses dias. Isso indica que
estamos em crise, pois somos um povo dividido. A igreja de Corinto representa
tipicamente o comportamento de uma igreja sem unidade (I Coríntios 1:10). Eles
tinham problemas no culto, nas relações entre os irmãos, nas relações
familiares e a igreja ainda tinha aqueles que se dividiam em grupos ou partidos
(I Coríntios 1:11-13). Em Filipenses 2.1-5, Paulo escreve sobre a importância
vital da unidade cristã. Ele afirma que a unidade espiritual da Igreja é
produzida por Deus. Para a igreja em Éfeso, ele confirma que a unidade é
construída sobre o fundamento da verdade (Efésios 4:1-6).
Essa
unidade não é externa, mas interna. Não se trata de unidade denominacional, mas
espiritual, pois fazemos parte da família de deus e estamos ligados ao Corpo de
Cristo (I Coríntios 12:27). Ainda exortando os irmãos filipenses, o apóstolo
aponta que, para vencer a crise da unidade, devemos nos afastar do partidarismo
e da vanglória.
A
palavra grega “Koinonia” significa comunhão. A ideia básica inserida aqui é
compartilhar. As escrituras sempre enfatizam a necessidade da Igreja ser um
espaço de vivência comunitária, fraterna e amiga. Essa prática foi entendida
pelos primeiros cristãos como de importância tal que faz parte do indispensável
credo apostólico luterano – “Creio na comunhão dos santos”. Essa comunhão
envolve o no Corpo de Cristo os salvos de todos os lugares e de todas as
épocas.
O
sentido básico de “Koinonia” é compartilhar alegrias e tristezas (Romanos
12:15). Associada a essa noção está a ideia de responsabilidade, isto é,
membros do Corpo de Cristo que têm compromisso uns para com os outros viverão a
comunhão dos santos. É comum vermos as igrejas serem marcadas por divisões
tolas, quase sempre por motivos fúteis. Muitas sofrem prejuízos de todos os
tipos quando os membros não vivem em harmonia e união. Precisamos viver
intensamente a comunhão, pois ela também faz parte da razão de ser da Igreja no
mundo.
Provavelmente
é no campo da ética em que vivemos nossa maior crise. Muitos líderes e crentes
em geral estão se esquecendo que a Igreja é sal da terra e luz do mundo e estão
se deixando levar pelo espírito de corrupção que domina este mundo (Mateus
5:13-16). Líderes que se corrompem, compram e não pagam, envolvem-se em
negócios escusos com políticos desonestos e negociam, inclusive, o próprio
rebanho.
Seguramente,
deriva-se dessas ações a nossa recente falta de credibilidade. Oque antes era
referência de confiança, hoje é visto com outros olhos. O mundo passou a ver a
Igreja como um lugar de exploradores por causa de uns poucos que nos
envergonham. No entanto, a Igreja de Cristo, salva e remida, é formada de
homens honestos.
Será
que Deus está satisfeito com crentes mentirosos e desonestos? Que compram
diplomas e títulos? Com servos que se aproveitam de políticos desonestos para
tirarem vantagens pessoais? Com líderes que contribuem para que a Igreja do
Senhor vá para a justiça e até para a imprensa por negócios escusos? Com
pessoas que negociam até os votos da Igreja em campanha eleitorais? Estará o
dono da obra, o Senhor da seara, satisfeito conosco?
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