Em 1993, uma
professora do ensino fundamental, solicitou a sua classe, que todos escrevessem
uma redação sobre a Páscoa. Enquanto corrigia os textos, observou que as
temáticas abordadas se repetiam sistematicamente: almoço, chocolate, coelhos e
ovos de páscoa. Tudo conforme o planejado.
Porém, havia
naquela classe um aluno evangélico, frequentador de Escola Bíblica, e que
basicamente se alfabetizou nas páginas das Sagradas Escrituras. Ele escreveu
uma redação baseado em suas próprias convicções e na sua forma de interpretar a
Bíblia. Falou sobre a noite em que os israelitas saíram do Egito, e celebraram
a primeira Páscoa.
Explicou que
a celebração envolvia a morte de um cordeiro novo, que sua carne deveria ser
servida assada, tendo como acompanhamento pão sem fermento e ervas amargas.
Também deu grande ênfase ao sangue do cordeiro degolado, que deveria ser
aspergido sobre os umbrais das portas.
Concluiu sua
redação dizendo que a Páscoa em nada tinha a ver com ovos de chocolate e
coelhos, mas sim, com sacrifícios e libertação.
A professora
ficou estarrecida. Uma criança de oito anos não deveria ter uma visão mórbida
sobre uma celebração tão “inocente” e pueril. Ela, então, chamou os pais na
escola, para descobrir qual era o “problema” daquele menino.
Eu estava
lá. Era o pai. A criança que escreveu aquela redação, coincidentemente, é hoje
o nosso editor.
Mais que uma
festa social, a Páscoa é uma celebração espiritual. E isso, incomoda o mundo.
Soa estranho. Mórbido. Anormal.
O verdadeiro
sentido da Páscoa é celebrar a liberdade de um povo, que viu Deus mover céus e
terra a seu favor. É a maior festa nacional de Israel. Uma tradição milenar (Êxodo
12:1-14).
Na semana de
sua morte, Jesus reuniu seus discípulos para a celebração de uma “páscoa”
antecipada. Cristo surpreendeu a todos quando trocou os elementos da mesa,
apresentando o “pão” como seu corpo que seria repartido pela humanidade, e o
“vinho”, símbolo de seu sangue que seria derramado por todos nós. Estava
estabelecida a NOVA ALIANÇA.
Desde então,
Jesus é a nossa verdadeira Páscoa. O cordeiro assado na cruz, cujo sangue foi
aspergido em nossa vida.
Não sou
embaixador da lei “oito ou oitenta”. Se em 2017, você quiser aproveitar a
Páscoa e me presentear com chocolate, não se acanhe. Eu aprecio muito esta
deliciosa mistura de cacau e leite. Vou degustá-lo demoradamente, como todo bom
chocolate merece.
Mas, não
passará disto. Apenas chocolate.
O problema,
é que nossas crianças crescem ouvindo musiquinhas sobre coelhos botadores de
ovos achocolatados, a mídia associa a Páscoa com o consumo obrigatório de
chocolates e o mundo se embriaga de excessos.
Como
cristãos, podemos sim comprar ovos coloridos e trufados que enchem a casa de
sabor no domingo de Páscoa, mas, nunca poderemos esquecer da essência desta
comemoração.
Primeiro,
Deus elaborou um plano para nossa Salvação. Escolheu um povo para si e o
libertou da servidão. Pela fé, fazemos parte deste povo, que recebeu como
presente de Páscoa, não um coelho saltitante, mas sim, uma ovelha que se
entregou a morte por nós.
Aproveite
sem moderação deste cordeiro pascal.
Cristo,
nossa verdadeira Páscoa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário