Texto Áureo
Atos 5:11
E houve um grande temor
em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas.
Verdade Aplicada
Deus conhece o interior
da alma de cada ser humano, Ele jamais é injusto. Quando age com juízo, é
porque viu o que nenhum de nós poderia ter visto.
Textos de Referência
Atos 5:3-5,
9
Disse então Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo e retivesses parte do preço da herdade?
Guardando-a, não ficava
para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em
teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
E Ananias, ouvindo estas
palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto
ouviram.
Então Pedro lhe disse:
Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis
aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a
ti.
Um casamento e dois funerais
Os primórdios
da Igreja foram marcados por uma intensa e irrepreensível união, tornando-se um
dos pilares que sustentaram seu crescimento assombroso. Nos primeiros capítulos
de Atos dos Apóstolos, o evangelista Lucas registra minuciosamente os fatores
que corroboraram para o estabelecimento desta unidade eclesiástica: A Igreja, como um todo, se mantinha fiel aos
ensinamentos apostólicos, nas orações, na comunhão e no partir do pão. Entre
eles não havia gente necessitada, pois aqueles que “tinham” repartiam com os
que “não tinham”. Faziam refeições comunitárias, onde comiam juntos em alegria
e humildade de coração. Todos cultivavam a mesma fé e tinham tudo em comum,
sendo hospitaleiros uns para com os outros. Perseveravam unânimes no
templo, louvando a Deus e caindo na graça do povo. O amor era uma pregação
prática e incessante, despertando interesse de todo tipo de gente por aquela
nova fé. Uma vez atraídos pelos laços de fraternidade tão presente entre os
cristãos, todos eram impactados pelo poder que residia na pregação dos
apóstolos, que cheios de unção testificavam sobre a ressurreição de Cristo e
ministravam a Palavra de Deus com tamanha ousadia, que até os alicerces do
templo eram abalados, operando em nome de Jesus, grandes sinais e prodígios
maravilhosos. Com um número cada vez maior de fiéis ingressando em suas
fileiras, seria apenas uma questão de tempo para que alguma “laranja podre”
fosse identificada no seio da congregação. E de fato, isto não demorou a
acontecer.
Uma das
práticas mais relevantes da Igreja Primitiva consistia em que cristãos mais
abastados se desfaziam de alguns bens e traziam o dinheiro angariado até os
apóstolos, afim de que os mesmos repartissem aquele valor entre os mais
necessitados. Lucas cita, por exemplo, que um levita natural de Chipre por nome
Barnabé, após vender uma propriedade, reverteu toda a renda em prol dos menos
favorecidos. Tal atitude generosa fez com que o mesmo fosse muito estimado pela
congregação, abrindo precedentes para que outros irmãos agissem da mesma forma.
Ananias e Safira, também venderam uma propriedade, mas não tornaram público o
valor da transação. Separaram uma parte do dinheiro obtido com aquela venda e
trouxeram o montante aos apóstolos, dizendo que estavam ofertando aos necessitados
todo o valor conseguido com a venda. Com isso, objetivaram ganhar em duas
frentes. Se por um lado poderiam empregar o dinheiro guardado em novas
propriedades, por outro seriam enaltecidos dentro da congregação por sua
generosidade desapegada. Buscando ser duplamente honrados, o casal decide que
cada um deverá levar separadamente, uma parte do dinheiro até os apóstolos,
ressaltando que ali estava sendo entregue tudo quanto tinham conseguido
arrecadar.
Porém,
esta atitude hipócrita e gananciosa, com motivações meramente carnais, desagradou
profundamente ao Espírito de Deus, que tomou aquela mentira como uma ofensa
pessoal. Pedro ficou incumbido da dura tarefa de transmitir ao casal a terrível
sentença desta irreverente ação. Ananias foi o primeiro a se achegar ao altar,
e assim que entregou sua “oferta” ao apóstolo, foi inquirido pelo homem de
Deus: - Por que você deixou Satanás
encher teu coração com mentiras? Alguém exigiu algo de você? A herança não era
tua? O dinheiro da venda não era teu? Por que, então, decidiu por este engodo,
mentindo não aos homens, mas sim ao próprio Deus? Assim que ouviu estas
palavras, Ananias foi atingido mortalmente pelo Senhor e faleceu imediatamente,
fazendo que um grande temor recaísse sobre toda congregação. Alguns jovens
obreiros se encarregaram de retirar o cadáver do cenáculo e sepulta-lo nas
imediações. Passadas três horas, Safira se apresenta diante de Pedro, e incauta
sobre o acontecido, repete a história contada anteriormente por seu marido. Diante
de mais esta mentira, Pedro informa aquela mulher que as mesmas pessoas que
sepultaram seu marido horas atrás, também seriam responsáveis pelo seu próprio
sepultamento. Ao saber de sua viúves, e tomando consciência da gravidade de seu
erro, imediatamente, Safira morreu.
Ananias e Safira –
Inimigos íntimos da Igreja
Corremos grandes riscos quando tentamos aparentar
ser o que não somos. Tal ação e denominada hipocrisia. É a dissimulação
deliberada. É a tentativa de fazer as pessoas acreditarem que somos mais
espirituais do que somos. Lucas faz questão de relatar a oferta de Barnabé
antes da oferta de Ananias e Safira (Atos 4:36. Seu intento é mostrar a
motivação do casal, os quais buscavam reconhecimento entre os apóstolos.
Ananias e Safira forma instigados por Satanás a buscarem glória humana e, tomados
pelo orgulho, cederam e planejaram uma estratégia (Atos 5:3). Satanás sabe que
não pode destruir a Igreja, por isso, tenta misturá-la perder a credibilidade
(Atos 20:28-3). O “Inimigo” sabe como enganar a mente e o coração dos membros
da Igreja, e como os manipular de modo que sigam suas ordens, mesmo sendo
cristãos sinceros (Efésios 6:5-9). Devemos ter em mente que Ananias e Safira
não foram condenados por roubar dinheiro de Deus, mas sim pela mentira
arquitetada em seus corações. Eles não tinham obrigação alguma de ofertar
qualquer valor pela propriedade vendida (Atos 5:4). A origem de seu pecado se
deu pelo desejo de reconhecimento (Atos 5:4-9), um pecado que, infelizmente,
lhes custou a vida (Tiago 1:15).
A igreja vivia um
altíssimo nível espiritual naquele tempo e qualquer pessoa que fizesse parte
dela não conseguira participar da comunhão por muito tempo sem que sua
falsidade fosse percebida. A intervenção poderosa de Pedro condenou a raiz do
pecado e manifestou um dom pouco ativado pelos cristãos em nossos dias: o dom
de discernir os espíritos, que é a habilidade ou capacidade, dada por Deus, de
se reconhecer a identidade, a personalidade e a condição dos espíritos em suas
diferentes manifestações ou atividades. Ananias e Safira teriam se tornado
pessoas influentes dentro da Igreja, caso Pedro não discernisse e a palavra de
juízo os julgasse (I Coríntios 12:1-11 / I João 4:1). Pedro tinha o dom de
discernimento espiritual e foi informado pelo Espírito Santo que Ananias e
Safira estavam mentindo. As palavras do apóstolo deixam bem claro que Ananias
tinha completa liberdade para conservar ou vender sua propriedade conforme bem
entendesse. Seu pecado se achava na sua mentira ao Espírito Santo e consistia,
assim, não em dar uma mera parte do preço ao fundo comum, mas, sim, em alegar
que o dinheiro representava a totalidade e não apenas parte do preço da
propriedade. Nem sequer se tratava apenas de procurar enganar os líderes
humanos da Igreja. Os líderes eram homens inspirados pelo Espírito e, portanto,
eram os representantes de Deus.
Enquanto os ataques do
inimigo forem externos, a Igreja estará segura, mas, quando estes penetrarem em
seu seio, esta ação deve ser cortada. A Igreja foi comprada com o precioso sangue
de Jesus e o zelo de Deus está sobre ela (Atos 20:28; Efésios 5:25). Satanás
tem por finalidade destruí-la ou enfraquecê-la com sua mentira, porque uma
Igreja sem poder é apenas mais uma religião no mundo (João 8:44 / 10:10). Três
qualidades distinguem a Igreja e, por isso, é vítima dos ataques inimigos.
Primeiro, ela é coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15), por isso é atacada com
as mentiras de Satanás. Em segundo lugar, a Igreja é o templo de Deus, onde Ele
habita (I Coríntios 3:16), por isso, ele deseja se mudar para dentro dela para
roubar sua perfeição. Por último, a Igreja é o exército de Deus e Satanás
procura se infiltrar nela para seduzir o maior número possível de traidores (II
Timóteo 2:1-5). Esta história nos dá um claro exemplo do julgamento pessoal de
Deus, pois se Ananias e Safira tivessem julgado o próprio pecado, não teriam
sofrido o julgamento de Deus (I Coríntios 11:31). No entanto, ao concordarem em
mentir, Deus teve de lidar seriamente com eles
Desde o
Jardim do Éden, Satanás tem enganado o ser humano de diversas maneiras, mas
nenhuma é tão eficiente quanto “simular” as ações de Deus. A Bíblia nos revela
que Deus é Espírito (João 4:34) e é também no campo espiritual que o Inimigo
atua em sistemas de poderes organizados. O homem também é um ser espiritual
“revestido de um corpo corruptível” (I Coríntios 15:35-54), o que faz deste
mundo invisível, um ponto chave em nossa vida cristã – “Pois não temos que lutar contra a carne e nem o sangue, mas sim,
contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas
deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais
(Efésios 6:12) ”. O termo espírito
ou espíritos aparece cerca de 990 vezes nas escrituras, sendo que em Hebreus
12:7-9, é aconselhado que nos sujeitemos a Deus, que é “Pai dos Espíritos”. Deus
é um ser espiritual, logo as ordens angelicais também o são, ministrando seus
desígnios e tornando-se visíveis aos homens apenas em ocasiões especiais
(Genesis 32:1-2; Juízes 6:11; I Reis 19:5; Neemias 9:6; Jó 1:6;
2:1; Salmos 68:17; 91:11; 104:4; Isaías 6:2,3; Daniel
8:15-17; Mateus 13:39; 13:41; 18:10; 26:53; Marcos 8:38; Lucas
22:43; João 1:51; Efésios 1:21; Colossenses 1:16; II
Tessalonicenses 1:7; Hebreus 1:13,14; 12:22; I Pedro 3:22; II Pedro 2:11; Judas 9; Apocalipse 12:7; 22:8,9). Se
os anjos do Senhor são espíritos, logo a terça parte dos renegados que foram
expulsos do paraíso também o são. Espíritos maldosos e enganadores, que atuam
nas esferas celestes (céu cósmico), aos quais comumente denominamos DEMÔNIOS. O
homem também possui um espírito dentro de si, que foi dado e será recolhido por
Deus (Eclesiastes 12:7), recebendo então uma destinação final baseado no julgamento
de seus atos enquanto vivente (Hebreus 9:27).
Considerando
estes fatores, podemos concluir que uma manifestação espiritual pode ser
oriunda de três fontes distinta: Espírito de Deus, espírito de demônios ou
espírito do homem. A manifestação do Espírito de Deus visa fortalecimento,
consolação, conselho, exortação e santificação do Corpo de Cristo. A
manifestação do espírito de demônios visa confusão, contendas, deturpação e
corrompimento deste mesmo Corpo. A manifestação do espírito do homem por sua
vez, age visando vanglória e interesses pessoais, como por exemplo, no caso de
Ananias e Safira. Para realizar o julgamento sobre as ações espirituais sem
cometer uma grave blasfêmia contra o Espírito Santo, atribuindo a ele uma ação
demoníaca ou vice-versa, faz-se necessário o Discernimento dos Espíritos.
Este DOM
nada mais é do que a capacidade e a habilidade sobrenatural de se reconhecer e
identificar o espírito (ou espíritos) que estão por detrás de uma manifestação
ou atividade, percebendo e distinguindo suas personalidades e condições. Este DOM é vital dentro da igreja, pois
qualquer espírito que queira “interagir com o mundo físico” precisará fazer uso
do corpo e das faculdades de um ser humano, o que nos trará imensos desafios e
batalhas tremendas dentro da congregação, exigindo do cristão essa habilidade
de identificar a manifestação espiritual e posteriormente, conhecendo a fonte,
saber como agir e reagir em relação a cada tipo de espírito. Uma vez
reconhecida à voz de Deus, postar-se em reverência para ouvir a mensagem. Se a
manifestação espiritual for identificada como oriunda de uma fonte maligna,
expulsar os demônios no nome de Jesus e trazer libertação a pessoa que está
sendo “usada” por esta força demoníaca. Caso seja identificado que a
manifestação não passa de uma atividade humana, repreender o responsável pela
mensagem, e assim evitar confusão junto à igreja. Caso não haja na congregação
pelo menos um indivíduo que possua tal DOM, toda a comunidade eclesiástica
ficará vulnerável a ação de espíritos enganadores e homens mal-intencionados
que se usurpam da “Palavra de Deus” para obter lucros abusivos e vantagens
pessoais, manipulando a fé dos fiéis. Todo membro do Corpo, deve constantemente
interceder por seus líderes e pastores, a fim de que estes homens sejam
capacitados por Deus a exercerem o bom discernimento e identificar as
manifestações nocivas que podem acontecer no seio da congregação.
Uma cultura orgulhosa e
materialista
A nova vida produzida
pelo Espírito Santo capacitava os primeiros cristão a viver em comunhão e a
dividir seus bens para suprir a necessidade dos menos favorecidos. Esta atitude
desafiava o espírito ambicioso dos moradores de Jerusalém, lugar onde o
Espírito Santo imprimia em cada cristão um modelo de Cristo (I Coríntios 11:1).
Na época do derramamento do Espírito, Roma estava no poder e disseminava uma
cultura de orgulho, arrogância e materialismo, onde os oprimidos, as viúvas,
órfãos e os pobres não tinham vez (Salmo 9:6). Por toda a extensão do império
encontravam-se monumentos e palácios que foram construídos para os heróis de
guerra. Porém, não havia qualquer preocupação com os pobres (Salmos 9:18). Do
lado judeu, a cobiça e o orgulho também predominavam. Os líderes religiosos se
inclinavam para a aquisição das riquezas e de propriedades (Eclesiastes 5:10 /
I Timóteo 6:10). Enquanto isso os fariseus viviam de artimanhas legais para
roubar as casas das viúvas. Assim, os órfãos eram abandonados e os desabrigados
sofriam ofensas. A classe trabalhista era sabotada no salário. Não havia mais
justiça, nem temor a Deus. Por todo Israel, a atitude predominante era a
seguinte: “Cada um por si”. Não havia satisfação porque cobiçosamente se
desejava mais e mais.
Durante centenas de
anos, os pobres haviam sido desprezados, mas, de repente, o Espírito Santo
soprou uma qualidade de vida contagiante, onde as pessoas vendiam propriedades,
compartilhavam suas alegrias e tinham tudo em comum (Atos 2:43-46). O mundo
presenciou o surgimento de crentes que amavam uns aos outros, eram cheios de
poder, não estavam presos a bens materiais e se preocupavam com os
necessitados. O Espírito Santo queria que eles fossem uma carta lida, um
testemunho vivo do amor de Deus para o mundo (II Coríntios 3:2). Eles pregavam
sem palavras, com atos. Foi exatamente esse clima que Ananias e Safira tentaram
sabotar. Não custa entender porque perderam a vida. A aparente generosidade de
Ananias não foi um ato de fé. Ananias não agiu licitamente, pelo que inclui o
verbo grego (nosphizomai) traduzido por reter (Atos 5:2-3). Esse verbo no Novo
Testamento só aparece aqui e em Tito 2.10 (traduzido por defraudar). “Reter”
aqui é no sentido de “subtrair”. Esse mesmo verbo aparece em Josué 7:1, na
Septuaginta, quando Acã tomou do “anátema” de Jericó.
Muitas pessoas servem a
Deus com reservas, não permitindo que o senhor preencha as áreas escuras de
suas almas. Ananias e Safira não foram punidos por causa de um pedaço físico de
terra, o juízo tem a ver com o território interno dos seus corações. Eles se
rebelaram contra a verdade. Acreditaram que podiam servir a Deus e estar
agarrados a alguma coisa. Pedro afirma que mentiram ao Espírito Santo (Atos 5:3).
A ganância em seus corações foi a chave que deu acesso legal à entrada de
Satanás e, com obstinada desobediência, permitiram que o inimigo enchesse seus
corações (Provérbios 26:2 / Efésios 4:7). O preço de uma vida triunfante não é
pequeno. Significa sujeitar a vida toda à Palavra de Deus, não deixando mais
nenhum lugar escuro, nenhuma luxúria oculta ou rebelião. Não devemos dar espaço
para Satanás entrar porque é tudo o que ele precisa para ganhar o direito de
entrar e estabelecer uma base poderosa em nossos corações (Tiago 4:7/ I Pedro
2:13).
Lições de um juízo inesperado
O testemunho que se
espalhou por toda Jerusalém é a mensagem que o Espírito Santo desejava disseminar
em todo o mundo. Somente o poder de Deus poderia suplantar aquele espírito de
materialismo que há séculos asfixiava Israel. Algumas pessoas confundem período
de graça com ausência de santidade divina. Embora não sejam comuns tais juízos.
Deus ainda os executa em nossos dias. Ninguém, exceto Deus, conheceu o que
havia de tão horrendo no coração de Ananias e Safira. Todavia, não há dúvidas
de que eles mexeram em casa de maribondo quando tentaram enganar a todos,
inclusive a Deus (Atos 5:3-4). Ananias significa “Deus é cheio de graça”, mas
ele descobriu que Deus também é santo. Safira significa “bela”, mas o pecado
tornou seu coração repugnante. Um avivamento não nos isenta de ter no seio da Igreja
pessoas com essa estirpe. Em tempos de grande avivamento, a presença de Deus é
real e quando essa presença é real pode tanto salvar quanto matar (II Samuel
6:6-7). Ressalte para eles que, no mesmo lugar que se produzia a vida, Ananias
e Safira encontraram a morte. Assim como Nadabe, Abiú e Uzá, eles foram irreverentes
e a presença de Deus para eles agiu como juízo em vez de graça (Levíticos
10:1-5 / I Crônicas 13:9-10).
Vivemos tempos difíceis
onde as pessoas misturam o santo com o profano, onde tudo é muito comum. Tempos
em que se vive uma graça sem responsabilidade, onde o temos a Deus parece não
fazer parte da vida de muitos cristãos. O que o Espírito Santo está tentando
nos comunicar com o juízo sobre esse casal? Será que sabemos o que significa
temor? Temor não é medo, é respeito, reverência! Eles tentaram enganar a Deus
como se Deus fosse uma pessoa qualquer! Eles não precisavam dar nada, a
propriedade lhes pertencia. Também não precisavam forjar valores. Era somente
dizer: “eu quero dar isso! ”. Morreram por querer aparentar o que não eram. Por
isso, eles se tornaram exemplo para que todos vissem o quanto Deus é santo (Jó
28:28 / Provérbios 1:7; 10:27). O motivo da ira de Deus se encontra nos
versículos 3 e 4 – eles mentiram ao Senhor! Ananias e Safira venderam um
terreno e afirmaram que o ofertaram o valor total da venda para ajudar os
irmãos pobres. Eles queriam parecer pessoas generosas, mas, ao mesmo tempo,
queriam ficar com uma parte do dinheiro. Decidiram mentir, dizendo que sua
oferta foi o valor integral da venda do terreno. Deus não obrigou ninguém a
vender terras ou a dar o valor total de suas propriedades. Pedro reconheceu o
direito de Ananias e Safira de ficar com o seu terreno: “Conservando-o, porventura, não seria teu? Uma vez que decidiram
vender, não foram obrigados a doar o valor total. Pedro acrescentou: “E, vendido, não estaria em teu poder? ”
(Atos 5:4). Ananias e Safira queriam o “crédito” por uma doação generosa, sem o
sacrifício de perder todo o valor do terreno. Mentiram para Deus e para os
homens e foram cobrados por essa infeliz atitude.
A irreverência matou
Ananias e Safira. No entanto, o grande questionamento é se foram ou não salvos.
Segundo o que as Escrituras nos informam, poderíamos acreditar que não (I Coríntios
6:9-10 / Apocalipse 22:15). Todavia, o que convém é entendermos que Deus é
soberano e não precisa dar explicação de seus atos. Somente Ele viu realmente o
que havia em seus corações e se agiu dessa forma é porque viu muito mais além
daquilo que vemos (Jeremias 17:10). Pedro também lhes deu a oportunidade de
dizer a verdade, ele apenas condenou a mentira. Entretanto, foi o Espírito de
Deus que executou o julgamento (Atos 5:4-11 / Gálatas 6:7). Ananias e Safira
esperavam dar um pouco a Deus e receber crédito por muito. O seu esquema era
desonesto e o julgamento de Deus foi rápido e severo. Não precisavam terminar
dessa maneira. Esse é o preço da hipocrisia e da insensatez. Em vez de fama e
sucesso, alcançaram a vergonha e o fracasso.
O juízo sobre a vida de
Ananias e Safira nos ensina que ninguém deve brincar com o Espírito Santo, nem
deixar de levar a sério a importância de se dizer a verdade. A graça é a
oportunidade para se viver retamente; o juízo é a resposta para quem se utiliza
da graça para ser desonesto.
O perigo das “boas intenções”
Há um
ditado popular que diz: de boas intenções, o inferno está cheio. De fato, as
boas intenções não justificam ações impensadas, levianas ou displicentes. Basta
lembrar do caso de Saul, que recebeu do Senhor a ordem de subir contra os
amalequitas e aniquilar tudo que encontrasse pelo caminho. Ele reuniu um
poderoso exército com 210 mil homens e subiu contra Amaleque, mas contrariando
a instrução divina, poupou a vida de Agague, rei dos amalequitas e ainda tomou
como espólio de guerra os seus rebanhos de vacas, ovelhas e carneiros. Esta
atitude de Saul acendeu a ira do Senhor contra ele, e Samuel foi enviado para
repreende-lo. O rei tentou justificar seu erro com um argumento que convenceria
a maioria de nós: trouxe estes animais para sacrificar ao Senhor. Mas a
resposta de Saul a essa justificativa foi a celebre frase: É melhor obedecer do
que sacrificar (I Samuel 15:22).
O amor e o
zelo estão intrínsecos em Deus, fazendo parte de sua personalidade. Logo, o
Grande "Eu Sou" vela pela sua palavra e sempre a fará se cumprir.
Uzá, ao tentar segurar a Arca com suas próprias mãos, negligenciou o zelo de
Deus. Como sacerdote, ele sabia exatamente como proceder, mas foi conivente com
desleixo demonstrado na tentativa de levar a Arca para Israel. Todas as intenções
eram boas... Davi ansiava pelo retorno da presença de Deus. O povo
desejava que a Arca voltasse para casa. Os sacerdotes se apressaram para que
nenhum minuto fosse desperdiçado. Mas todos se esqueceram que não basta desejar
a presença de Deus.... Antes é exigido preparo, cuidado e santificação.
Deus não visita casa bagunçada. Ele vem até seu povo, mas é necessário
atender os pré-requisitos. Deus faz suas exigências e homem que deseja
compartilhar de sua presença precisa atender. Uzá se esqueceu disso, assim como
nós nos esquecemos também. A Arca não poderia ser guiada por bois, Uzá estava
do lado da carroça... Quando a Arca pareceu estar em risco de queda, ele se
prontificou a ampará-la, mas se esqueceu que Deus não necessita de mãos humanas
para estar de pé. Deus é bom, mas é justo... Deus é amor, mas também é
zelo...
É preciso
se atentar a estes detalhes, afim de preparar o ambiente para a chegada de
Deus. Caso contrário, colocamos nossa vida em perigo. Certa vez, ao ser
questionado sobre porque Deus matou Uzá, um rabino respondeu: A pergunta
correta não é porque Deus matou Uzá, mas sim porque nós continuamos vivos.
Participe da EBD deste domingo, 30/08/2015, e descubra você também o maravilhoso poder de Jesus Cristo e o segredo do sucesso apostólico.
Material Didático:
Revista Jovens e Adultos nº 96 - Editora Betel
Comentarista: Pr. Abner de Cássio Ferreira
Sinais, Milagres e Livramentos do Novo Testamento
Lição 9
Lição 9
Comentários Adicionais (em verde):
Pb. Miquéias Daniel Gomes
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