quarta-feira, 19 de abril de 2017

Ouvir, aprender e praticar


Em tempos tão “incertos” como são os de hoje, é de suma importância para nós, que inevitavelmente estamos a caminho da “maturidade”, refletir sistematicamente sobre os poucos anos de vida que nos é oferecido. A grande verdade, é que nossa mente não foi (ou não está), projetada para a velhice. Não muito gostamos de falar (e nem mesmo pensar) sobre a velhice, principalmente se formos "o tema" em questão.

Muitos chegam a entender a idade avançada como algo ruim, uma doença que precisa ser evitada. Isso acontece porque, por vezes, julgamos sermos melhores, maiores e mais sábios do que aquele que nos criou com estas características, um ser divino que sabe exatamente o que faz e nada pode lhe deter quando determina algo a nosso respeito. Falamos muito, mas na pratica, vivemos pouco nossas próprias convicções, renegando em vida muito daquilo de cremos e somos. Este tema tão necessário abrange três aspectos de suma importância, pois “todos” viveremos a realidade da velhice na própria pele, e pra quem não desejar “experimentar” a terceira idade, a única saída é exatamente a morte.

Logo, é preciso “ouvir”, “aprender” e “praticar”.

O primeiro passo é ouvir. Tiago nos diz em sua carta, que todo homem esteja pronto para ouvir e seja tardio para falar (Tiago 1: 19). Precisamos ouvir mais de Deus. Termos ouvidos abertos para as coisas do Espírito. Essa geração está seriamente afetada pela surdez espiritual. Só querem falar, falar, falar, mas não ouvem. Ao estudarmos a história de Israel (o povo de Deus), compreendemos através dos relatos bíblicos, que a causa das misérias e desgraças que sobrevieram contra aquela nação, foi exatamente por não ouvirem as ordens do seu Deus. Eles desprezaram a lei do Senhor e viraram as costas para o Deus que os havia libertado do Egito.

O preço foi alto e o sabor amargo. Enfrentaram penas duríssimas por sua falta. Um povo que se faz de surdo a voz do Senhor clama por ruína.  Estamos presenciando uma “infestação” de homens malignos dentro de nossas igrejas, exatamente como Paulo antecipou em seu aconselhamento ao jovem Timóteo: 

Pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreensão, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Por que virá tempos em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscência (II Timóteo 4.2-3).

Este tempo chegou, mas não podemos nos intimidar (ou conformar) com as ameaças do mau. Devemos falar  a verdade quer escutem ou deixe de ouvir. A melhor idade começa hoje, quando pavimentamos um caminho de luz na estrada que iremos caminhar.

Em segundo lugar, precisamos aprender. Jesus em suas palavras proclamou em alto e divino som: aprendei de mim, que sou humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas (Mateus 11:29). Jesus nos convida a “ir” até ele e aprender “Dele”. O Cristo é o nosso modelo, nosso guia, nosso farol e nossa âncora.

É dele (e com ele) que temos “tudo” a aprender. Jesus é o exemplo a ser seguido por quem deseja tomar parte em seu Reino Eternal. Não basta apenas olhar para a vida de nosso Senhor e admira-la, é preciso seguir seus passos e pisar em suas pisadas.

Isaías 53 é uma verdadeira cartilha para o Cristão, pois esmiúça quem é de fato o “Cristo”, e tudo o que Ele fez por nós... Somos sarados pelas suas pisaduras. Aprender com Jesus é fundamental, pois embora tenha morrido jovem para os padrões da terra, com apenas 33 anos, Ele ressuscitou e sua existência é de Eternidade em Eternidade, Senhor do tempo e Ancião de Dias (Daniel 7:13).

Por último, mas não menos importante, é preciso fechar o ciclo e colocar em pratica tudo o que se aprendeu.  Ouvir, aprender e praticar. Pôr em prática absolutamente tudo aquilo que nos é ensinado por Jesus. Se formos praticantes daquilo que ouvimos e aprendemos de nosso Senhor, não haverá limites em nosso servir a Deus.

E o Senhor não está limitado ao tempo, a coisa ou pessoas. Basta nos colocarmos nas mãos (e a disposição) de Deus para logo vivermos o seu agir. A Bíblia nos dá grandes exemplos de homens e mulheres que foram usados com poder e autoridade, mesmo tendo sua idade já bastante avançada: Noé, Abraão, Sara, Moisés, Josué e outros tantos exemplos virtuosos que não mediram esforço em fazer uma grande obra para Deus, sem usar “o tempo” ou “a idade” como desculpa para se esquivar do chamado.

Infelizmente, muitas igrejas têm desprezado os seus "velhos", não lhes dando atividades nos departamentos eclesiásticos, ignorando sua “bagagem de vida” e os deixando em situação de ostracismo e total abandono.


Deus quer nos ensinar através de pessoas com mais experiências, que viveram e sobreviveram a situações dramáticas, perderam tudo (ou quase tudo) e se levantaram das cinzas.  Servir a Deus não tem idade e nos preparamos para uma velhice produtiva, exatamente quando aprendemos sobre a vida com aqueles mais velhos e sábios que nós.

Pb. Bene Wanderley

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