quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Quarta Forte com Ev. Bruno Ribeiro


A Quarta Forte deste dia 31 de agosto de 2016, foi chuvosa e muito abençoada, com a participação de jovens obreiros da região, e a ministração especial do cantor Lucas Paulo.

O preletor especialmente convidado foi o Ev. Bruno Ribeiro, que ministrou sobre a ação de nosso Deus na vida de quem é fiel a seus propósitos, assim como Ana confiou ao Senhor suas necessidades, sendo por Ele atendidas.

Em regra geral, o organismo feminino “clama” pela maternidade, tornando o desejo de ser “mãe” em um poderoso sentimento instintivo. Logo, a incapacidade de ter filhos, causa na mulher uma grande frustração.  Durante muito tempo, difundiu-se o pensamento de que era a mulher a responsável pela geração dos filhos do casal. Logo, se o casal não tivesse filhos, o problema era da mulher. Naquela ocasião, essas conclusões eram validadas mais pelos conceitos sociais vigentes do que pela ciência. Ana viveu em um período onde a infertilidade era considerada uma enfermidade punitiva da parte de Deus, em decorrência de pecados cometidos pela mulher. 

Uma esposa que não gerava filhos, era descriminalizada pela sociedade, e muitas vezes, desprezada pelo marido, já que a poligamia era usual na antiguidade.

Ana desfrutava de um privilégio que poucas em seu tempo obtiveram. Mesmo sendo estéril, e seu marido tendo uma segunda esposa que lhe dava filhos, Elcana, seu esposo, amava Ana acima de qualquer coisa, e dava a ela prioridades em tudo. Mesmo assim, aquela mulher se sentia profundamente angustiada e externava incisivamente sua tristeza, pelo fato do direito da maternidade lhe ter sido negado. Esta constante debilidade emocional de Ana, começou a criar um certo desgaste na própria relação marido/mulher, tanto que Elcana a inquiriu com certa rispidez, dizendo: Meu amor não te vale mais do que 10 filhos?

Outro fator agravante para a avanço depressivo de Ana, foi a atuação deliberada de Penina, a outra esposa de Elcana, que aproveitando-se do fato de gerar filhos, buscava constantemente posição de destaque dentro da casa, utilizando a infertilidade de Ana como uma arma ofensiva, pois sempre que este tema era evocado na família, a esposa “mais” amada ficava em posição de inferioridade, enfraquecida e fragilizada. Portanto, Elcana não conseguia entender sua esposa, e aquela que poderia ser sua melhor amiga e confidente, por possuir os mesmos anseios e instinto materno, acabava usando a dor de Ana como uma poderosa ferramenta de insultos contra ela. 

Deus atraiu Ana para si através de sua dor e sofrimento, Ele não somente mudou sua vida pessoal, mas alterou o curso da história dos judeus, que naqueles dias passavam por um declínio espiritual terrível, pois a nação vergonhosamente chafurdava no pecado e na corrupção.

Enquanto orava no tempo em Siló, Ana era observada pelo sacerdote Eli, que assentado em uma cadeira, assistia a bucólica cena. . Devido a grande tristeza em seu coração, aquela mulher “literalmente” se jogou ao solo, e sua boca apenas balbuciava palavras, sem que sons audíveis fossem emitidos. Mais uma vez, Ana é incompreendida, desta vez por seu líder espiritual, que se aproximando dela, a acusa de estar embriagada. 

Quanta injustiça, pois naquele exato momento, em lágrimas, Ana fazia um voto ao Senhor, dizendo: "Ó Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados" (1 Samuel 1:10:11).

Ao tomar conhecimento da história de Ana, imediatamente o sacerdote Eli abandona sua posição inquiridora, e age como um verdadeiro homem de Deus precisa agir: “Vá em paz, e que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu" (I Samuel 1:17). Bastaram estas palavras de animo, para que Ana tivesse suas forças revigoradas. A partir deste momento, as lágrimas cessam, a tristeza vai embora, seu semblante se transforma e ela volta a se alimentar (I Samuel 1:18). Na prática, Ana saiu do templo da mesma forma que entrou: sem nenhum filho em seu ventre e ainda estéril.

Mas agora, ancorada nas palavras de Eli, ela tinha certeza que Deus atenderia o pedido feito em oração. Ana não teve seu filho nos braços imediatamente, mas isso não a fez perder a esperança readquirida, pois agora, tudo era uma questão de tempo: O Tempo de Deus. E o que talvez nem ela soubesse, é que já na manhã seguinte, o milagre começou a acontecer:

Na manhã seguinte, eles se levantaram e adoraram ao Senhor; então voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve relações com sua mulher Ana, e o Senhor se lembrou dela. Assim Ana engravidou e, no devido tempo, deu à luz um filho. E deu-lhe o nome de Samuel, dizendo: "Eu o pedi ao Senhor". Quando no ano seguinte Elcana subiu com toda a família para oferecer o sacrifício anual ao Senhor e para cumprir o seu voto, Ana não foi e disse a seu marido: "Depois que o menino for desmamado, eu o levarei e o apresentarei ao Senhor, e ele morará ali para sempre" (I Samuel 1:19-22)



Informe Gospel Nº 80 - Eleições Municipais

Estamos vivendo  um período eleitoral, e como sempre, enquanto alguns irmãos entram de cabeça na militância política, outros buscam se isolar de todo processo, pois consideram a política como algo maléfico. 

Política no sentido geral é trabalhar para o bem comum da sociedade. Política pode envolver ajudar pessoas em necessidade, alertar as autoridades e ajudar a resolver problemas ou até trabalhar no governo. A Bíblia nos chama a cuidar dos outros e a ser uma bênção em tudo o que fazemos (Tiago 1:27). 

Todo o crente pertence ao Reino dos Céus. Mas isso não significa que não pode se envolver na política do seu país. O cristão, enquanto vive aqui na terra, tem dupla nacionalidade. Isso significa que tem direitos e deveres para com o seu país terrestre e com o seu país eterno. Ignorar a política numa sociedade democrática é irresponsável. 

Como cidadãos temos o poder para escolher quem vai governar. Se não fizermos também não temos direito de queixar quando um governador ruim é eleito, porque o nosso voto podia ter colocado uma pessoa mais honesta no seu lugar. É também o dever de todo o cidadão crente exigir que seus governantes sejam íntegros e cooperar com eles para melhorar a sociedade (I Pedro 2:13-14). Preocupados com está questão, o Informe Gospel Nº 80 traz uma matéria especial sobre as atribuições de prefeitos e vereadores, afim de ajudar o eleitor cristão a se orientar para um voto consciente e abençoador. O cristão deve votar em quem acredita que vai fazer o melhor para a sua sociedade. 

Antes de votar é muito importante analisar com cuidado as opções e o que cada candidato pretende fazer, não só a sua propaganda (1 Tessalonicenses 5:21). Por exemplo, um candidato pode ser muito carismático mas seus planos podem estar completamente desajustados com as necessidades do povo. Também é muito importante orar e pedir orientação a Deus na sua escolha. E mesmo que seu candidato não ganhe, ore pelo governo, para que seja sábio e traga paz (1 Timóteo 2:1-2). Foi Deus que deu autoridade ao governo mas se deixarmos Deus de fora, quem fica com a autoridade é o diabo.

E nosso informativo de setembro tem ainda muito mais... O Pr. Wilson Gomes nos traz um belíssimo aconselhamento pastoral no texto “CRER, BUSCAR E PERSISTIR”, temos ainda o impactante relato do irmão Ray Alan Zaratin no testemunho “UMA PROVA VIVA DO SEU PODER”. O Informe Gospel Nº 80 traz ainda o Humor Gospel, a Agenda de Setembro, Datas Comemorativas e todos os eventos que farão do mês da independência, em um mês de transformação para sua vida.

O Informe Gospel Nº 80 já está disponível, e pode ser retirado gratuitamente (nos horários de culto) em nosso templo na Rua Silvio Aurélio Abreu, 595, Jardim Florestal - Estiva Gerbi.

A Cartilha do Vencedor



A Bíblia está repleta de passagens que demonstram o poder da fé. A fé como uma característica do Fruto de Espírito, possibilita ao cristão um poder sobrenatural de andar em cima dos vendavais e voar acima das tempestades, pois não há nada mais poderoso no reino espiritual do que a fé. Essa dádiva de Deus nos é dada como garantia de uma vida plena em Cristo Jesus.

A nossa fé tem tamanha importância para Deus, que Ele nos deixou escrito nas Sagradas Escrituras, mais precisamente no livro de Hebreus, capítulo de número 11, a cartilha do vendedor. Aliás, esta epístola anônima, começa exatamente trazendo a revelação de Deus; dizendo:

- Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de várias maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também, fez o universo. Ele (Jesus) é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentado todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter a purificação dos pecados, assentou - se à direita da Majestade, nas alturas. Tendo - se tornado tão superior aos anjos quando herdou mais excelente nome do que eles (Hebreus 1:1-4).

Aleluia! Jesus é o nosso Senhor e com ele herdamos também todas as coisas. Ele nos deu do seu Espírito e com essa herança temos o poder de Deus em nós, que nos capacita a viver uma vida virtuosa, através do amadurecimento do Fruto do Espírito.  E não há vida mais vitoriosa que esta. O escritor aos hebreus nos revela que a fé é o firme fundamento de coisas abstratas, e a certeza daquilo que não vemos, mas esperamos.

Em Efésios 6:16, Paulo identifica  a fé como um escudo que apaga todos os dardos inflamados do diabo. Arma de defesa poderosa e acessível, que está disponível para todos os servos de Jesus. Todos podem se apropriar dessa arma de defesa, e vencer as artimanhas de Satanás. A fé é o caminho que nos leva a ter uma vida que agrada a Deus (Hebreus 11:6). A fé nos dá garantia de que a volta de Jesus Cristo será iminente e que todos os que servem ao Senhor com fidelidade serão arrebatados. A fé é a fidelidade em ação.

A Bíblia esta repleta de exemplos de homens que usaram a fé em situações adversas e através dela foram salvos. Em I Reis 17:2-6, temos o profeta Elias confiando sua vida nas mãos (ou garras) de um corvo, que sobre ordenança divina trazida comida ao homem de Deus. Em Daniel 3:13-30, temos três jovens hebreus que se negam a adorar uma imagem e como consequência enfrentam a fornalha flamejante de Nabucodonosor. Lá dentro eles têm um milagroso encontro como quarto homem. No capítulo 6 do mesmo livro, encontramos o próprio Daniel realizando orações que o mandaram direto para uma cova cheia de leões famintos, e de lá, ele saí ileso.

Em Atos 12:1-12, toda a igreja de Jerusalém está em oração, clamando pela liberdade de Pedro, que já tem sentença de morte decretada. Durante essa vigília, um anjo precisa “acordar” o apóstolo para tirá-lo da prisão. Em Atos 27:21-26, após sofrer um naufrágio, Paulo garante a seus companheiros de viagem que mesmo estando a deriva no mar, agarrados apenas em destroços e enfrentando a maior tempestade de suas vidas, todos vão sobreviver, e pela manhã o grupo chega sem perdas a ilha de Malta.

Em todos estes exemplos, vemos homens que se lançaram sem medo nos braços do Senhor, confiando a ele suas vidas. Nós como a igreja de Cristo hodierna, não podemos nos contentar em apenas “conviver” com as experiências da igreja primitiva relatadas nas páginas da Bíblia ou nos registros históricos, mas precisamos viver nossas próprias experiências com Deus, deixar escritas nossas histórias para impactar as gerações futuras, sentir na pele a Glória que há nas operações do Espírito Santo, acreditar no impossível e vivenciar milagres, surpreender a Deus de forma tão positiva que Ele passe a honrar nossa palavras como se fossem Dele, fazer com que nossos sonhos, desejos e crenças se tornem em realidade, e tudo isso só será possível através do desenvolvimento sadio e maduro da nossa fidelidade para com Deus.

Colaboração: Pb. Bene Wanderley

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Biografia - Robert Cleaver Chapman




Nascido na Dinamarca, em 1803, de uma rica família comerciante inglesa, Robert Cleaver Chapman cedo revelou uma aptidão por línguas e uma paixão pela literatura. A família Chapman tinha ligações estreitas tanto com anglicanos quanto com quakers. Aos 15 anos, ele foi a Londres para estudar Direito. Aos 20 anos, o popular e honrado jovem havia começado a praticar esta profissão.

Naquele mesmo ano, ele ouviu um pastor independente, Harrington Evans, pregar o Evangelho e confiou em Cristo para a salvação. Logo depois, Chapman pediu que Evans o batizasse. Evans achou que ele deveria esperar, mas Chapman insistiu: “vou me apressar, e não me demorar em guardar os Seus mandamentos”.

Devido a seu testemunho intrépido, Chapman foi excluído pela família e amigos das ricas festas em Londres, no elegante bairro de West End. Então ele começou a visitar os mais pobres de Londres, mesmo depois de receber uma substancial herança. Sua prática de Advocacia prosperava, mas Chapman ficava desiludido quando via cristãos levando outros cristãos à corte. Ele não compreendia como podiam tão facilmente colocar de lado proibições específicas contra as demandas de I Coríntios 6.

Em 1832, Thomas Pugsley convidou Chapman para visitar Barnstaple, no oeste da Inglaterra. Foi provavelmente Pugsley quem apresentou Chapman a George Müller e os dois se tornaram amigos íntimos por toda a vida. Logo, a pequena e rigorosa congregação Batista na Capela Ebenezer – que havia demitido quatro ministros diferentes em nove anos – convidou Chapman para ser seu pastor. Chapman orou, deu sua herança de presente e aceitou o convite. Quando os amigos o preveniam de que a sua pregação era muito confusa, ele respondia, “Existem muitos que pregam a Cristo, mas não muitos que vivem Cristo. Meu grande alvo será viver Cristo”.

Chapman tinha concordado em ministrar na Capela Ebenezer com uma condição: “que estivesse totalmente livre para ensinar tudo que encontrasse nas Escrituras”. Pacientemente começou ensinando e, ainda que às vezes pudesse ter forçado uma mudança com o voto da maioria, continuava visitando os lares e esperava resignadamente até que todos fossem de um só pensamento.

Quando um irmão visitante insistiu para Chapman adiantar-se sobre certos assuntos doutrinários, ele escreveu que “não poderia forçar a consciência dos meus irmãos e irmãs. E continuei meu ministério, instruindo-os pacientemente na Palavra. Eu sabia que bem poderia ter sustentado o caso com uma grande maioria, mas julguei ser mais agradável a Deus labutar em prol de guiar a todos para uma só mente”. Ele acrescentou depois: “no devido tempo, através da espera e com a bênção de Deus sobre nós, chegamos todos a um mesmo pensamento”.

Seis anos após ter vindo a Barnstaple, ele refletiu sobre esta maneira de fazer as coisas: “o que gozamos agora do amor mútuo e unidade do Espírito aqui, nunca teria sido nossa porção se qualquer outro curso tivesse sido tomado”.

Precisou de um longo tempo para chegar ao culto público na Ceia do Senhor e alguns saíram quando a congregação começou a praticá-lo. A cerimônia consistia de um período devocional aberto a vários irmãos para pregar, orar ou escolher um hino. Em seguida todos que eram nascidos de novo estavam convidados a participar do pão e vinho. Na imediata sequência, Chapman ou algum outro professor reconhecido dava o ensino final. Chapman nunca afirmou que este modelo estava declarado nas Escrituras, mas sentia-o assegurar dois essenciais princípios bíblicos: liberdade para os irmãos tomarem parte da forma como o Espírito os guiasse e o reconhecimento de dons específicos em certos irmãos.

Anos depois, quando aqueles que tinham deixado Ebenézer demandaram pelo edifício, Chapman consultou documentos e descobriu que a congregação atual tinha boas razões legais para ficar com a capela. “Contudo” escreveu depois, “nós lhe demos a capela, da mesma maneira que eu deveria dar meu casaco ao homem que o exigisse. Vocês não ficarão surpresos quando eu contar que logo o Senhor deu-nos uma capela muito melhor. Ele não será devedor ao homem”.

Em agosto de 1836, conversando com Chapman, a ideia de Müller sobre o batismo como exigência para a comunhão mudou, sobretudo com respeito à toda questão da recepção para a comunhão da igreja. Então, sob a influência de Chapman, Müller decidiu que “nós devemos receber todos aqueles que Cristo têm recebido (Romanos 15:7), independentemente da medida de graça ou conhecimento que eles tenham alcançado até então”.

O genro de George Müller disse que Chapman foi um dos mais antigos e íntimos amigos de Müller. Chapman estava provavelmente com Müller quando este decidiu começar o trabalho com órfãos. Em 1843, Müller recebeu fundos para Chapman pagar a construção de uma nova capela na rua Grosvenor, em Barnstaple. Chamada simplesmente “A sala”, logo foi lotada com multidões que vinham ouvir a bem desenvolvida pregação de Chapman. Ele havia aprendido expressar profundas verdades na mais simples linguagem. Pessoas de todas classes sociais aceitavam a Cristo e tornavam-se parte da congregação.

O antigo advogado também gostava muito de pregar ao ar livre. Ele descobriu logo que, em Barnstaple, as pessoas não viriam para a capela ouvir o Evangelho, então resolveu levar o Evangelho para onde as pessoas estavam. Recusando melhores alojamentos, Chapman ocupava uma cabana em uma área de favela, localizada entre tavernas e casas de jogo. Ele procurava viver próximo daqueles a quem veio servir. Também reconheceu que, para ele, o orgulho era um pecado que o rondava sempre. “Meu orgulho nunca levou a melhor!”, zombaria mais tarde por ter escolhido viver em alojamentos.

O jovem solteiro abria sua casa aos visitantes e às vezes uns vinte sentavam-se à sua mesa. O hospedeiro confiava em Deus para as provisões e elas sempre chegavam a tempo para a próxima refeição. Havia grande animação na mesa, mas nenhuma conversa frívola era permitida. Um dos regulamentos da casa proibia alguém de falar mal de uma pessoa ausente – Chapman graciosamente reprovava qualquer um que infringisse esta política. Chapman insistia em limpar os sapatos de seus hóspedes. “Nos tempos antigos”, ele dizia, “era costume lavar os pés dos santos. Agora que não é mais este o costume, faço o que mais se aproxima disso e limpo os seus sapatos”. (Naqueles dias, as águas de esgoto e o lixo cobriam as ruas e ficavam grudados nos sapatos das pessoas).

As 03:30 da madrugada, Chapman levantava-se para um banho frio. Ele andava 16 quilômetros antes do seu café da manhã às 07:00 horas, depois gastava a manhã sozinho na leitura, meditação e oração. Depois da refeição do meio-dia visitava crentes, fazia evangelismo porta-a-porta, lidava com a correspondência e conversava com hóspedes. Depois do jantar, ele muitas vezes participava de estudos bíblicos em casa. Às 21:00 horas tomava um banho quente e ia para a cama. “Controlado demais”, alguns poderão dizer. Mas isto produziu nele uma riqueza de experiência com Deus e com homens que era inigualada naquele tempo, ou mesmo hoje.

Chapman almejava por alguém para trabalhar com ele em Barnstaple. Ele acreditava que uma equipe, igual a Müller e Craik, podia ensinar melhor os conceitos bíblicos de ministério. Mas era dele a tarefa difícil de esperar os dons aparecerem, então encorajava o uso deles enquanto aqueles que ele havia treinado saiam para outras áreas da Inglaterra ou além-mar, para a Índia e a Espanha. A respeito dos dons espirituais, ele disse que “o mero falar – e o falar para edificar – são coisas diferentes. Enquanto os dotados são algumas vezes vagarosos para exercitar seus dons, os não dotados de maneira nenhuma são igualmente reticentes!”.

A discórdia estava se formando em Plymouth. Numa tentativa de fazer uma reconciliação entre J. N. Darby e B. W. Newton, Chapman presidiu uma reunião em Londres, em 1848. Tregelles referiu-se a ele como “o chefe do encontro” e disse que sob a sua influência, a atmosfera era “toda de autojulgamento e humilhação”. Chapman também assistiu outros encontros de líderes durante o tempo de tribulação e sempre insistiu no amor, na tolerância e na unidade em Cristo.

Quando Chapman falava com um irmão que considerava os assuntos de forma diferente dele, ele comentava que ambos “julgavam um motivo de auto-humilhação o não poderem concordar inteiramente” e sentia que isso não era “razão para conflito e separação. Deus logo faria de Seus filhos um só, se eles fixassem sempre seus rostos, como o querubim, na direção do trono da graça”.

Mais tarde, depois dos confrontos de Plymouth, Chapman encontrou-se com outros líderes em Bath para discutir o transtorno. Ali, Chapman chamou a atenção de J. N. Darby: “você deveria ter esperado bem mais tempo antes de se separar”. “Eu esperei seis meses”, respondeu Darby. “Se tivesse sido em Barnstaple, nós teríamos esperado seis anos”, disse Chapman. Em outra ocasião, Chapman disse aos seus amigos: “é melhor perder a sua carteira do que a sua calma!” Disse também: “quando a intercessão mútua toma o lugar da acusação mútua, logo as diferenças e as dificuldades dos irmãos são vencidas”.

Quando professores e assembleias foram forçados a escolher partidos, depois da controvérsia de Bethesda, Chapman tornou-se um líder entre os Irmãos Abertos ou Independentes. Henry Pickering escreveu que “seu coração se abriu para todos que são de Cristo, e assim, qualquer que fosse o nome que levassem, eram bem-vindos por ele. Da mesma forma, suas intercessões abrangiam toda Igreja de Deus”. Os escritos e o espírito de Chapman foram admirados por muitos, incluindo C. H. Spurgeon. Ele era chamado a muitas partes para aconselhar assembleias problemáticas. Este era seu dom particular: lidar com situações e pessoas difíceis. Anos depois, J. N. Darby ouviu por acaso algum dos seus partidários exclusivistas criticando Chapman. “Deixem Robert Chapman em paz”, ele insistiu. “Nós falamos sobre os lugares celestiais, mas ele vive neles”.

Neste tempo, mais de 800 pessoas ouviam Chapman pregar aos domingos. Seus sermões completos às vezes eram impressos no jornal local. Esta era sua qualidade: a pregação cheia do Espírito que as pessoas queriam ouvir. Embora Chapman fosse muito procurado como conferencista, o trabalho pastoral em Barnstaple foi sua alegria maior.

Ele sempre encorajava pessoas jovens porque acreditava que podia aprender alguma coisa de crentes mais jovens. Embora mais idoso, não se esquecia de que havia praticado um ministério completo antes de ter 29 anos. Em Barnstaple, o jovem recebia tarefas para executar na igreja, na mais breve oportunidade. Quando Chapman recebeu a notícia de que seu querido amigo George Müller havia falecido (1898), sentou-se por cinco minutos com a cabeça curvada. Depois disse, “não é para qualquer homem julgar seu Mestre, mas eu fui salvo cinco anos antes de George Müller. Acho que deveria ter ido primeiro”.

Chapman continuou partilhando do púlpito de Barnstaple até os 98 anos. Os ouvintes diziam que “suas palavras sempre foram de peso, mas sua influência – a própria atmosfera que sua presença criava – era ainda mais poderosa”. Em 2 de junho de 1902, em seu centésimo ano, ele sofreu uma paralisia parcial. Em 12 de junho, Robert Cleaver Chapman, que ensinou às pessoas o que significa amar, entrou no repouso do seu Senhor.

A longa vida e a santidade simples do caráter de Robert Cleaver Chapman”, escreveu o historiador Roy Coad, “fizeram-no notável patriarca e conselheiro dos Irmãos Abertos do século 19 (este grupo adenominacional de cristãos é mais conhecido no Brasil como “Casa de Oração”) . É difícil estudar a vida de algum homem proeminente entre eles, durante alguma parte do século, que não foi influenciado de alguma maneira por este homem excepcionalmente piedoso e humilde. Barnstaple tornou-se a Meca dos Irmãos”.


segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Por que cremos na ressurreição?


Embora a cruz, seja de fato, o símbolo de fé mais adotado por cristãos em todo o mundo, o elemento mais significativo para nossa fé é, sem duvidas, o “tumulo”. O diferencial do cristianismo para qualquer outra religião do planeta é exatamente o fato que seu fundador, líder mais proeminente e profeta majoritário, morreu como homem em prol de sua causa. Mas ressuscitou como Deus.

Sem a ressurreição, Cristo seria apenas mais um mártir como tantos outros, e nada de divino seria identificado nele. A importância da ressurreição de Cristo foi abordada com muita propriedade na lição nº 1 da Revista Betel Jovens e Adultos Nº 96, referente ao terceiro trimestre de 2015.

A realidade e historicidade da ressurreição são os pilares mais importantes do Cristianismo. Tudo o que somos e cremos está firmado nela (I Coríntios 15:14).

O pecado exigia um alto preço: a morte. No entanto, qual seria o homem que cumpriria a exigência divina, visto que o mesmo possui natureza pecaminosa? A missão de Cristo só foi completada após Sua ressurreição. Morrer resolveria apenas a questão da justiça. Todavia, continuaríamos subjugados pelo poder do pecado e da morte (I Coríntios 15:22). Era necessário que Ele vencesse a morte e nos desse a possibilidade de vencer juntamente com Ele (Filipense 2:8 / Colossenses 2:13-15).

Com a ressurreição, o poder salvífico de Deus, que já estava em evidência através dos milagres de Jesus, se tornou para a cristandade a realidade determinante. Desse modo, os milagres de outrora passaram a ser vistos como protótipos e ilustrações daquilo que é possível se experimentar através da fé (Marcos 9:23 / João 14:12).

O grande milagre da cruz fez recair sobre nós a graça, que nos permite resistir e vencer esses poderes, dando-nos capacidade para viver em obediência a Deus e em liberdade num mundo da morte. Somente sob a cruz de Jesus Cristo pode ser experimentado também o poder de sua ressurreição (II Coríntios 4:6-12 / Filipenses 3:9-10). É por esse motivo que a graça, favor imerecido, nos basta (II Coríntios 12:7).

Milagre é o poder da graça que, embora não satisfaça sempre os desejos subjetivos, fornece a energia para resistir à morte, à lei e ao pecado. Dessa forma, para o apóstolo Paulo, milagre não é preterição da morte, do pecado e do sofrimento. Explique para os alunos que a ressurreição de Jesus não eliminou todos os poderes malignos de uma vez por todas. Argumente que eles ainda existem. Nós, cristãos, ainda vivemos expostos a estes poderes, porém, em Cristo Jesus, somos mais que vencedores (Romanos 8:37). Milagre é o poder da vitória sobre os mesmos. Milagre é a força para resistir e a capacidade para viver em nova obediência a Deus e em liberdade num mundo da morte. Somente sob a cruz de Jesus Cristo pode ser experimentado também o poder de sua ressurreição (II Coríntios 4:8 / Filipenses 3:10).

A mensagem dos apóstolos estava alicerçada única e exclusivamente na ressurreição de Cristo (I Coríntios 15:13 / Filipenses 3:9-10). Mesmo sofrendo perseguição, eles afirmavam que jesus era a esperança da humanidade. Propagando a fé, tudo o que esses homens esperavam era o desprezo, as prisões, os tormentos e a morte. No entanto, com uma fé heroica, esses homens suportaram firmes todas estas misérias. É magnífico perceber que eles viram coisas espetaculares porque jamais retrocederam. Eles foram expostos a mortes miseráveis, contudo, os sobreviventes prosseguiram com maior vigor e determinação.

É extremamente importante lembrar que toda fé cristã tem por conteúdo básico a ressurreição de Jesus dentre os mortos. O poder vivificador de Deus salvou Jesus da morte e O entronizou como Senhor. Por esta razão, diante dEle todo joelho se dobrará nos céus, na terra e debaixo da terra e toda língua confessará que Ele é o Senhor, para glória de Deus Pai (Filipenses 2:10- 11).  O poder de Deus está a disposição de todos nós (João 14:12). Milagres não são coisas do passado. Eles são e sempre serão uma realidade na vida de todo aquele que crê. Um dos propósitos mais importantes pelo qual Deus nos ungiu foi para nos tornar testemunhas do seu poder (Atos 1:8 / Marcos 16:17).


domingo, 28 de agosto de 2016

Sobrevivendo ao Naufrágio



Livremente inspirado na ministração do Pb. Pedro Antonio Gabriel, no Culto da Família realizado em  28 de agosto de 2016.

Saulo era um proeminente fariseu, nascido na cidade de Tarso (Ásia Menor), onde hoje se localiza o sul da Turquia. Membro destacado do sinédrio e mestre da lei instruído aos pés de Gamaliel, desde muito cedo tomou parte dos rituais e costumes judaicos, já que sua família descendia da tribo de Benjamim (embora tenha herdado de seu pai o título de cidadão romano). Zeloso pela lei mosaica e defensor irredutível da religião judaizante, Saulo viu no crescente da “seita dos nazarenos” uma ameaça real aos preceitos que acreditava.

Motivado pelo precedente aberto com a morte de Estevão e valendo-se de seu prestígio junto a elite religiosa de seu tempo, Saulo conseguiu a autorização de perseguir, prender e até matar os cristãos, alegando que os mesmos blasfemavam contra a lei e contra Deus. Porém, esta iniciativa bárbara, partiu de um coração determinado a defender sua fé até as últimas consequentes, e, portanto, Saulo empenhava-se virtuosamente em sua missão, certo que estava realizando um trabalho para o próprio Deus, eliminando da terra uma ideologia perniciosa e herética.

Saulo descobriu que um grande contingente de cristão estava atuando na cidade de Damasco, e imediatamente solicitou permissão para intervir ali. Porém, no meio do caminho, Ele teve sua vida transformada por um encontro glorioso, já que o próprio Cristo lhe interceptou. O jovem rabino avistou uma luz tão intensa, que não apenas o fez cair de seu cavalo, como também cegou seus olhos. Do meio do clarão, ouviu uma voz que lhe questionou: - Saulo, Saulo... Por que estás me perseguindo? Ele, atônito e assustado procurou imediatamente saber quem lhe falava, e a resposta que ouviu o surpreendeu grandiosamente: - Eu sou Jesus.... Aquele que você persegue!

Assim que tomou conhecimento que o Jesus dos cristãos, era o Deus que tanto amava, Saulo sujeitou sua vida a vontade de seu Senhor, seguindo passa a passo cada ordenança recebida. Por três dias continuou cego, sendo acolhido na casa de um cristão chamado Judas. Manteve-se em jejum e oração, até que Ananias foi enviado para lhe impor as mãos, e neste mesmo instante, além de recuperar sua visão, Saulo foi batizado com o Espirito Santo. Imediatamente começou a pregar o mesmo evangelho que tanto buscou destruir. Isso causou uma grande turbulência na cidade, e o perseguidor passou a ser perseguido, tendo que fugir de Damasco.

Apenas três anos depois de sua conversão ele voltaria a Jerusalém por indicação de Barnabé, sendo discipulado por Pedro e Tiago, o irmão de Jesus. Retornou a sua cidade natal, onde permaneceu pregando naquela região, até que Barnabé o convidou para trabalhar com ele na igreja de Antioquia. Ao todo, ele realizou três viagens com propósitos missionários, onde fundou grande parte das igrejas neo testamentárias, sendo que seus escritos para algumas delas estão no canon sagrado.

Levar a palavra de Jesus ao máximo de pessoas possível se tornou o lema e o objetivo da vida de Paulo, que não media esforços para alcançar as almas nas regiões mais longínquas da terra. Nos anos em que atuou como missionário, Paulo enfrentou todo tipo de afronta e perseguição, experimentou privações extremas, vivenciou desprezo, solidão e escárnio. Em II Coríntios 11:23-28, um breve resumo de suas agruras é realizado durante a defesa de seu apostolado ante a caluniadores: São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudezAlém das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. 

Em tudo, porém, Paulo se sentia fortalecido em Deus e combatia o bom combate da fé. Depois de ser preso em Jerusalém, Paulo abriu mão de sua liberdade pela chance de pregar em Roma, um antigo desejo seu, mesmo que para isso, tivesse que chegar ali algemado como um prisioneiro.

No final de sua terceira viagem missionária, enquanto retornava para casa, Paulo visitou seu amigo Felipe e ali recebeu do profeta Ágabo um alerta dizendo que se voltasse a Jerusalém seria preso. Ansioso por concluir sua tarefa missionária, o apóstolo dos gentios continuou sua jornada, alegando que estava pronto para morrer por Cristo. Como predito, Paulo viveria naquela cidade o mais desafiador momento de seu ministério, enfrentando uma série de acusações que culminaram em seu linchamento público, onde só não morreu em decorrência da intervenção da guarda romana.

Foi levado aos líderes da religião judaica para responder pelas acusações que pesavam contra ele, onde se mostrou brilhante na própria defesa. Percebendo a fragilidade do sinédrio, fez valer sua cidadania romana e apelou para ser julgado em Roma. Com isto, além de um julgamento neutro, ainda teria a oportunidade de evangelizar a capital do império, onde ainda não havia estado como cristão.

A burocracia fez com que Paulo ficasse em Cesária por alguns meses, sob escolta de soldados romanos, tendo audiências e sendo sabatinado por todo tipo de autoridade, entre eles, Claudio Lísias , Félix e Festo, sem nunca renunciar sua fé ou mudar uma vírgula de sua mensagem. Depois de muitas indas e vindas, noites na prisão e incessantes interrogatórios, finalmente Paulo é absolvido pelo rei Herodes Agripa II, mas ao invés de desfrutar da liberdade concedida, opta por seguir prisioneiro, embarcando numa viagem cheia de contratempos pelo Mar Mediterrâneo.

Aproveitando-se da calma momentânea das águas, a tribulação se lança ao mar rapidamente, e tudo parecia estar indo muito bem, até que a embarcação foi apanhada pela fúria do tufão “Euro-Aquilão” vindo do nordeste de Creta. Com o navio sendo açoitado pelas ondas e arrastado sem direção pelo vento, logo a tripulação percebe que a embarcação não é párea para a natureza. Afim de aliviar o peso do barco, eles começam a se desfazer das cargas, e para não ficarem ao sabor dos ventos, se livraram da armação do velame do navio. Durante dias nenhum daqueles homens viu o sol e nem as estrelas, e desencorajados, deixaram de se alimentar, perdendo por completa as esperanças. Paulo descobriu que os tripulantes do navio tramavam abandonar o barco em um bote, deixando os “prisioneiros” para traz. Imediatamente comunicou o fato a Júlio, que tomou medidas disciplinares para que todos trabalhassem em conjunto. No 14º dia de tormenta, Paulo insistiu para que todos se alimentassem, pois, o navio se perderia, mas as pessoas seriam salvas (Atos 27:21-26).

Após a refeição, os homens avistaram uma praia, e se livrando do resto da comida para aliviar a embarcação, tentaram levar o já fragilizado barco rumo a terra seca. Porém, no meio do caminho, o navio se chocou com um recife, encravando a quilha na areia. Com o impacto, a embarcação se desfragmentou, sendo varrida pelas ondas. Como era usual entre a guarda romana, os soldados decidiram assassinar seus prisioneiros para que não houvesse fuga, porém, Paulo intercedeu. Júlio então ordenou que todos se agarrassem em alguma parte dos destroços, para que pudessem chegar a praia nadando.


Para surpresa geral, todos alcançaram a terra firme com vida. Nestas situações, muitos se perguntam o porquê Deus tira nossos pés do navio e põem em nossas mãos apenas uma parte dos destroços. Simples... É que o “NAVIO” afunda, mas os “DESTROÇOS” não. São eles que te levarão até a praia. Deus tem seus meios de trabalhar e não cabe a nós entende-los, mas sim vive-lo. Se houver naufrágio, se agarre ao destroço, nade como nunca e siga o fluxo das águas... Deus conhece a geografia do mar, e sempre haverá uma praia por perto. a grande lição que tiramos dos naufrágios de Paulo, é que independentemente das condições do mar, ou do meio utilizado, ele tinha plena certeza que Deus o levaria em segurança até o outro lado, afinal, tudo lhe era possível, naquele que o fortalecia (Filipenses 4:13).

Salvos do naufrágio, todos chegaram a Ilha de Malta, onde Paulo foi picado por um serpente venenosa. Os moradores do local esperavam que ele morresse envenenado, mas para espanto de todos, ele permaneceu vivo, e ainda passou a pregar e orar por toda a ilha, ganhando muitas almas para Jesus.


sábado, 27 de agosto de 2016

Enquanto você me adora, Eu cuido de você!


Na noite deste sábado, 27 de agosto de 2016, a REDE JOVEM NOVA DIMENSÃO, realizou seu culto mensal com a juventude da igreja. Uma festa de louvor e adoração onde nossos jovens puderam depositar seus dons e talentos aos pés do Senhor Jesus. Unção, glória e poder, pois onde o Espirito Santo é convidado a estar, e ali chegando é bem recebido, certamente Ele opera.

O culto foi dirigido pelo jovem obreiro Caio Nunes, e entre diversos louvores e testemunhos, coube ao irmão Eduardo Carvalho Correa, ministrar uma poderosa palavra sobre a atuação de Jesus Cristo em meio ao caos da nossa vida (Mateus 8). E se tem uma frase que pode resumir bem toda esta celebração, ela é: - Enquanto você adora a Deus, Ele cuida da sua vida!

Mesmo vivendo em fidelidade ao Senhor e compromissado com a obra do Pai, por vezes recebemos de Deus apenas negativas ao nosso clamor e fracassos em projetos que tinham tudo para dar certo. E nessas horas, somos abarrotados por um sentimento de injustiça que nos leva a crer que o grande “Eu Sou”, está cometendo um grave erro contra nós. Mas porque estas atrocidades acontecem em nossa vida? Porque Deus permite que em meio a caminhadas sobre as águas, por vezes nossos pés comessem a afundar? A resposta pode ser encontrada em Deuteronômio 8:2-3:

“E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os teus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem". 

E este é sem dúvida um texto bíblico que explica o porquê de tantos infortúnios e aflições que se abatem sobre nossa vida:  Para testar o que estava em seus corações! Um homem só mostrará quem realmente é quando se encontrar em situações extremas, e é exatamente por isto que Deus por vezes nos leva ao nosso limite, para que o ser humano descortine seu coração e encontre sua verdade mais oculta. Por isso o Senhor nos prova profundamente em nossa fidelidade e devoção, colocando-nos em situações de calamidades, que testam ao máximo a nossa fé: Ele nos humilha, nos priva de conforto, dificulta nossa jornada e por vezes, permite que tenhamos encontros desagradáveis com Satanás.  E com isso nos faz entender que existem coisas mais saborosas que pão e que o Senhor sempre proverá subsídios para os que lhe são fiéis, mesmo que neste processo falte abundância. O deserto não tem como “propósito” nos ensinar a “derrotar o diabo”, mas sim, aprender a confiar e se submeter a Deus, e assim, o inimigo fugira de nós.

O beneplácito do Senhor não nos acrescenta dor, e de modo algum pode cooperar para o corrompimento espiritual de alguém. Isso implica em dizer que Deus só dá bênçãos para quem tem  o coração preparado para recebê-las.  E é nas aflições que nosso coração é testado por Deus. Quer receber bênçãos do Senhor? Comece preparando seu coração para a prova. E se existe um campo de treinamento melhor que o deserto, eu desconheço. O deserto é algo tão inevitável que podemos dizer que existem apenas três tipos de crente: os que já passaram pelo deserto, os que estão passando e os que ainda passarão.

Mas não se exaspere com esta dura verdade, é no deserto que nós aprendemos conceitos valiosos sobre a fé cristã. O deserto não acontece por acidente, Ele está previsto na agenda de Deus, pois faz parte do cronograma divino para nossas vidas, afinal, quando nos vemos frente à frente com o temível mar de areia, e a única opção é enfrentá-lo, aprendemos a depender  e confiar exclusivamente no Senhor. Exatamente por isso, de tempos em tempos, é o próprio Deus quem nos conduz ao deserto, a escola de ensino superior do Espírito Santo, onde Deus treina e capacita seus melhores soldados.

O deserto te molda, e você sai dele um cristão melhorado, autêntico e genuíno; pois o orgulho, a vaidade e o egoísmo viram cinzas no calor das areias. No deserto somos lentamente lapidados, purificados e preparados; sem pressa; no tempo perfeito do Senhor, pois não existem meios termos. Ou somos sustentados por Deus ou então morremos de fome. Suas fontes podem sim estarem completamente secas, mas as de Deus estarão sempre jorrando. Suas provisões podem estar chegando ao fim, mas o provedor continua cuidando de você a cada instante. Deus jamais nos levará ao deserto ao bel prazer.

Deserto é aprendizado para algo grande dentro do Reino. Deus não fabrica super-crentes industrializados, pelo contrário, seu processo é rústico e artesanal, à base de fogo, marreta e bigorna. Somos aquecidos ao limite no fogo, postos sobre a bigorna e moldados na marretada... E isso dói demais, porém o resultado é grandioso. Então, quando for enviado ao deserto, vá SORRINDO! Deserto é lugar de milagres, onde o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas e limitações. Na escola de Deus só entram os melhores alunos.

Se ele te matriculou nela, sinta-se honrado. Estude muito, seja disciplinado, supere-se em cada avaliação e seja aprovado com louvor. Ouça Deus te dizer com voz eternal: - Enquanto você me adora, Eu cuido de você!


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A aposta dos sentimentos ruins


Meninas queridas do meu coração... A Bíblia diz que a mulher sábia edifica sua casa e a tola a destrói com suas próprias mãos  (Provérbios 14:1). E esta diferença passa por “quem” permitimos “morar” em nossa casa.

Certa vez, os piores sentimentos que existem apostaram entre si qual deles seria capaz de tomar o lugar da Felicidade que vivia numa casa de família.

O primeiro sentimento a tentar foi a Solidão, porém, em poucos minutos ela saiu de lá, muito decepcionada com seu próprio fracasso. Mas, não contou para os outros sentimentos o quê a levou a fracassar.

O próximo a tentar foi a Tristeza, mas, antes de bater à porta, espiou pela janela e desistiu. Ela também não contou nada para os outros.

O Desespero, a Ansiedade, o Ódio e a Culpa também fracassaram e, igualmente, nada contaram.

Um dia, quando a família saiu para passear com a Felicidade, a Curiosidade e o Atrevimento invadiram a casa, para tentar descobrir porquê nenhum sentimento ruim conseguia entrar ou permanecer ali. Eles pensavam que iam poder xeretar à vontade, mas levaram um susto muito grande, pois, a casa não estava vazia, o Amor estava lá, cuidando de tudo.

Os dois saíram correndo e gritando: - É o Amor! O Amor vive nesta casa!

Desistiram então da aposta, pois onde mora o Amor, a Felicidade mora junto e não sobra lugar para nenhum sentimento ruim.


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

EBD - Cristãos firmados na Rocha


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 100 - Editora Betel
Mateus - Lição 09
Comentarista: Bp. Manuel Ferreira













Comentários Adicionais
Pr. Wilson Gomes
Pb. Bene Wanderley
Ev. Lucas Gomes









Texto Áureo
I Coríntios 16:13
Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente e fortalecei-vos.

Verdade Aplicada
Ouvir e praticar as palavras do Senhor Jesus Cristo são os dois pilares de um cristão autêntico.

Textos de Referência
Mateus 7:24-27

Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
E aquele que ouve estas minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.


Em construção
Comentário Adicional
Pr. Wilson Gomes

Nascemos não por mero acaso ou obra do destino. Para chegamos aqui houve luta, disputa, competição. Vencemos uma maratona que em proporção equivaleria a 5 km contra milhões de concorrentes. E agora que aqui estamos, precisamos fazer valer a grandiosidade dessa “dádiva conquistada” chamada vida, deixar nossa marca na história e estabelecer um legado para a posteridade. Em nome do amanhã, a humanidade sempre investiu no hoje, inventando, reinventando e evoluindo, construindo algo novo, visando o sucesso e a prosperidade da espécie.  Porém, o grande desafio construtivo que enfrentamos ao longo da nossa vida não são aquelas construções que usam tijolos, areia, cimento e outros suprimentos de alvenaria. Todo o dia estamos tentando construir relacionamentos pessoais e interpessoais, simples amizades, ou, um amor que dure a vida inteira... Enfim, somos humanos, temos carências que só serão supridas por outra pessoa e é aí que às vezes, em face de ilusão, nos perdemos e caminhamos lado a lado com a dor e o sofrimento oriundo de relações frustrantes. Construir requer planejamento e execução esmerada. Não é sair por aí dando marteladas aos quatro ventos e assentando tijolos onde a vontade mandar. É necessário estratégia. Jerusalém estava em ruínas quando os judeus voltaram do exílio na Babilônia. Para reerguer a cidade foi necessário estabelecer prioridades, e afim de que a construção do templo estivesse protegida, Neemias reconstruiu os muros. Muros servem para proteger as construções principais, para dar segurança ao que esta sendo construído e a seus construtores.

Quer construir um namoro?  Priorize em antes construir muros de contenção para se proteger. Invista em amizades leais e fraternas. Cada amigo será um tijolo e a amizade o cimento que os unirá e é essa parede que impedirá a depressão de entrar na obra no dia que a decepção marcar ponto por lá. Quer construir um casamento feliz? Construa antes os muros da fidelidade e da compreensão. Eles deixaram do lado de fora a rotina, o marasmo e a falta de amor. Quer construir uma carreira de sucesso e ter um emprego estável? Levante os muros do profissionalismo e da qualificação profissional. Eles te protegeram de uma concorrência injusta no mercado de trabalho. Mais nenhum muro estará firme o suficiente, sem uma boa base que o sustente, e neste caso, nosso firme fundamento é Jesus.

Construir também significa que decisões importantes devem ser tomadas e escolhas difíceis necessitam ser feitas, e nestas horas é vital se ponderar sobre algo chamado custo-benefício, que é basicamente “perder” agora para “ganhar” depois. Por exemplo, alguém que gasta uma grande quantia de dinheiro para reformar sua casa, em troca recebe conforto, valorização do seu imóvel e possibilidades para bons negócios no futuro. O que você está disposto a perder para ganhar? Quais investimentos precisam ser feitos (independentemente dos custos) para que você tenha retornos positivos em sua família, no seu casamento, no seu ministério e em sua vida pessoal. Faça as contas e veja que às vezes, perder um pouco hoje significa ganhar muito amanhã.

O texto de Mateus 7:24-27, é uma convocação para se a avaliar os “edifícios” em sua volta e a partir daí construir, reformar, ou reconstruir, seja a  vida, o casamento, o ministério...   Às vezes estamos como Pedro no mar de Tiberíades; a noite toda sem nada apanhar, mas Jesus aparece na praia. - Filhos apanharam alguma coisa? - E Eles responderam bem altos –Não!... - Lancem a rede ao lado direito! - Ordenou o Mestre, e então 153 grandes peixes foram trazidos para dentro do barco.(João 21.1-11). O que quero dizer, é que todo processo de construção passa primeiro por ouvir Jesus, pois acredite; uma vez feito isso, além de fartura no barco,  lá na praia haverá peixe e pão assado. Ele te convida para tentar uma outra vez, mas desta vez faça do jeito Dele... Por Ele e sobre Ele.


O cristão e seus relacionamentos

Cristãos firmados na rocha são aqueles que ouvem e praticam as palavras de Jesus. Muitos podem se declarar cristãos, porém é a prática das palavras de Jesus que representará uma concreta obediência a Deus. Se quisermos impactar a sociedade, que vive na contramão da vontade de Deus, temos que viver as palavras de Jesus Cristo. Deus quer levantar um grande exército de salvos, mas precisamos viver em união e amor verdadeiro. Para se ter uma sociedade e família melhor, faz-se necessário que os indivíduos que nela vivem compreendam e apliquem a si a regra de ouro. Mas o que vem a ser isso? Observemos as palavras do Senhor Jesus: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mateus 7:12). Na verdade, esta regra já existia e os rabinos a empregavam, porém negativamente: “Não faça a outros o que você não gostaria que fizessem a você; esta é toda a Lei, veja bem e continue aprendendo-a”. Em geral, todos os homens amam a si mesmos e procuram o próprio bem. Assim como fazem o bem a si mesmos devem fazer ao semelhante. É muito provável que todos já tenham ouvido falar da “Lei ou Regra de Ouro”, mas às vezes não a compreendemos com perfeição. Tal procedimento cristão pode ser resumido em se ter empatia, ou seja, colocar-se no lugar do próximo, visando colher o bem ao longo da vida. Contudo, isso não significa que colheremos diretamente de uma pessoa, mas ao longo de toda a vida.

A “Lei dos Profetas” representam toda a Escritura divinamente inspirada. É notável que tudo isso possa resumir num só princípio: a regra de ouro. Ao enunciar tal coisa, Jesus chegou ao suprassumo de seus ensinos. Certa feita, um pagão foi ao sacerdote e lhe disse: - “ Estou disposto a me converter ao judaísmo caso seja capaz de me ensinar toda a Lei, enquanto eu me mantiver em um pé apenas”. O sacerdote o expulsou de sua casa. A seguir, o pagão foi a um sábio e lhe fez o mesmo desafio. Então ele lhe disse: - “Não faça a outros o que você não gostaria que fizessem a você; esta é toda a Lei, veja bem e continue aprendendo-a”. A Regra de Ouro é o resumo de toda a Escritura Sagrada do Antigo Testamento. Esta regra era citada como um provérbio em que se resume a Lei. Jesus, porém, deu a ela um sentido positivo. O Senhor Jesus Cristo reconhece o amor próprio como base para se fazer uma semeadura do bem. Ninguém é ensinado a amar os outros e a odiar a si mesmo. Por outro lado, não significa que a prática desse mandamento seja fácil, todavia representa o que deve ser feito.

Todos nós estamos diante de sérias escolhas ao longo de nossas vidas. Há opção de facilidades que se frustram com o tempo e não correspondem a expectativa que Deus tem de nós. Existe, contudo, outro caminho, que é difícil no começo por exigir maior atenção e energia, e, pelo fato de ser estreito, este não frustra, mas corresponde a expectativa que Deus tem de nós. A porta e o caminho sempre serão estreitos, mas conduzem à vida eterna, mesmo que poucos passem por ele. Devemos escolher o que é bom, o que é moralmente correto, desprezando toda a crítica à nossa volta (Deuteronômio 30:15-16). Esse caminho na prática. Ao recebermos um troco a mais no mercado ou no ônibus, o devolveríamos ao caixa ou ficaríamos com ele? O que fazemos quando nos vêm à mente pensamentos com uma pessoa que não é o nosso cônjuge? Reprimimos ou damos-lhe vazão? Quando alguém nos pede desculpas, aceitamos ou não? Questione-se sobre como tem sido o seu comportamento na prática da vida cristã.


Sobre a Rocha
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

Somos cidadãos do céu, mas ainda estamos fisicamente conectados a terra, sujeitos as suas intempéries. Neste mundo físico no qual vivemos, somos diariamente sabatinados por circunstâncias e situações adversas; medos, fraquezas, perturbações, afrontas, angústias, privações e mudanças constantes que questionam nossa confiança no sobrenatural e testam a base de nossa fé. Tudo isto aliado aos ataques de Satanás, adversário meticuloso que não dorme em seus ardis, exige que todo cristão tenha como necessidade básica de sobrevivência, a aplicação irrestrita dos ensinamentos da Palavra de Deus em todos os aspectos de sua vida. A começar pela escolha do alicerce apartir do qual construirá sua existência. . A lição aqui estudada nos deixa claro que o “homem prudente” é alguém que observa bem onde vai construir sua casa. Ele tem o cuidado na escolha do terreno, pois para ter uma casa bem edificada que lhe dê segurança, o solo escolhido para a base de sua moradia é fundamental. No mesmo contexto, fica o exemplo de um homem tolo, que não priorizou a escolha de onde edificar sua casa, não dando importância para o “onde” construir. Sua casa não tinha firmeza e consequentemente não suportou a fúria dos ventos e tempestades que se levantaram repentinamente. O fim foi destruição total.

É de extrema importância para nós cristãos da última hora, observar as escrituras pois nelas temos as informações necessárias para um viver diário firmados na “Rocha”. Em primeiro lugar, a lição nos dá o rumo certo da vitória: saber escolher os nossos relacionamentos. E este é um ponto que merece nossa total atenção, pois as influencias externas corrompem o nosso interior, mas também é possível influenciar beneficamente aqueles que nos cercam. Nesta linha de pensamento, dominaremos a Regra de Ouro, que está contida no texto de Mateus 7:12 -  Por tanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei - lo também vós, porque esta é a lei e os profetas. “Fazer o bem” é receber o bem de volta, não na proporção que queremos ou esperamos, pois o tempo da colheita muitas vezes é demorado, mas, o mais importante é semear uma boa semente para termos uma boa colheita com frutos dignos no futuro. O alicerce vem antes da casa.

A lei e os profetas representam toda escritura totalmente inspirada por Deus, pois os profetas não falaram de sua própria vontade e nem por vontade de homem algum. Esta é lei que veio a ser cumprida em Cristo Jesus. O Senhor Jesus Cristo veio resumir toda a lei nesta regra áurea: Amarás o Senhor teu Deus, de tudo o teu coração, de toda tua alma, e com todo teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandando. E o segundo semelhante ao primeiro é: amarás o teu semelhante (próximo) como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda lei e os profetas. O cristão deve saber fazer suas escolhas, e deve faze - las bem. Todos temos a liberdade de escolher baseado em nosso conhecimento do certo e do errado; cientes que todas as escolhas terão seus resultados e conseqüências. Daí a relevante deste ensino messiânico ressaltado por Mateus,  que nos impressiona e nos impulsiona a sermos como o homem prudente ( inteligente) que ao edificar sua casa,escolheu edifica - la sobre uma rocha, onde a segurança é total e os riscos são nulos. Esta rocha é Jesus. Tenhamos uma firme postura nas nossas escolhas e não nos deixemos levar por motivos frívolos.


O cristão e os falsos profetas

Além de fazermos boas escolhas, precisamos estar cuidadosos quanto a quem irá influenciar nossas vidas. Os falsos profetas sempre existiram. Eles são grandes atores com alguma liderança religiosa, mas como evitá-los? Os falsos profetas são pessoas que se declaram profetas, mas que a sua conduta, intenções e o que produzem são capazes de destruir o rebanho de Deus. Um pseudo-profeta é esperto e faz de tudo para não ser descoberto. Jesus nos adverte que tais pseudo-profetas têm visão ótima para identificar rebanhos e se dirigirem a eles. Não são os rebanhos que buscam, mas eles buscam os rebanhos e se assenhoreiam deles ilegitimamente, com base no engano, nos disfarces e com alianças depravadas. Devemos diferenciar entre um falso obreiro e outro que está passando por alguma queda. O falso não aceita tratamento e o outro é humilde e se submete à disciplina. Tudo o que tem valor tende a ser falsificado e isso se aplica a qualquer tipo de liderança na igreja ou fora dela. Há também casos de líderes que se revelam depois de assumir determinado poder (Ez 22.27). E aí começam com o seu trabalho de destruição, tornando o rebanho algo para si mesmo (II Pedro 2:3; Atos 20:29).

Os falsos profetas sabem o que estão fazendo e por isso eles usam disfarces. Eles se fantasiam de piedade aparente para parecerem ovelhas, mas intimamente são lobos vorazes. Jesus disse que pelos frutos os conheceríamos, ou seja, por meio de virtudes. A vida cristã e sua liderança estão dia após dia demonstrando a sua originalidade, mas quem é falso profeta, pastor ou mestre não conseguirá esconder-se por muito tempo. Por isso é muito importante o que o Senhor Jesus disse: “acautelai-vos”, significa ser cuidadoso, prevenido. No grego, o termo é “prosecho”, que significa “trazer para perto”, como quem traz um navio à terra para o atracar, acompanhar com atenção. Há uma rael necessidade de discernir um falso obreiro, que pode ser profeta, pastor ou mestre. O termo “prosecho” é muito enfático, pois demonstra a necessidade de uma atenção especial. O contrário disso é estar dormindo, quando então acontece a infiltração e se instala trazendo grandes estragos. É extremamente importante frisar que a melhor salvaguarda contra os falsos ensinamentos, sem sombra de dúvida, é o estudo regular da Palavra de Deus, sempre acompanhado de uma oração que rogue a iluminação do Espírito Santo. As Sagradas Escrituras nos foi outorgada para ser uma lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos (Salmo 119:105).

Os falsos profetas, pastores e mestres costumam usar de vários artifícios para chegarem a liderar um rebanho de Cristo. Eles usam do engano, às vezes da força, mas também dos milagres para firmarem a sua autoridade sobre a congregação. Podem também usar uma combinação de tudo o que foi dito para atingirem o seu objetivo. Eles costumam perseguir os verdadeiros obreiros e humilhá-los, a fim de esconderem seus erros. Algumas pessoas que andam atrás do novo e desprezam suas congregações e pastores são presas fáceis. Os que procuram milagres, curas, libertações e profecias facilmente são apanhadas na rede deles. A atitude para com eles a fim de proteger o rebanho é confrontá-los e cortá-los como árvores inúteis (Mateus 7:19). Os milagres não são formas de legitimar nenhuma liderança. Basta olharmos para os ensinos do Senhor Jesus e do apóstolo Paulo e veremos que para a legitimação uma liderança é extremamente importante que haja um cuidadoso exame das virtudes e conhecimento teológico. O falso profeta fará de tudo para não ser achado. Usará do engano, presentes, bajulação, dos dons espirituais e da intimidação em alguns casos. Frise para os alunos que, uma vez detectado, o elemento sofra um procedimento cirúrgico, caso esteja diante de um rebanho do Senhor, como quem corta uma árvore (Mateus 7:19). Tal caso é muito sério, pois eles vêm para matar, roubar e destruir. Era deles, os falsos líderes e profetas, que Jesus falava e não de Satanás (João 10:10a).


Fábulas e Modismos
Comentário Adicional
Pr. Wilson Gomes

Desde os primórdios da existência humana, forças maléficas tem se dedicado a distorcer as palavras e os desígnios de Deus. Já no Jardim do Éden, a Antiga Serpente se valeu de uma interpretação tortuosa do ensinamento divino para convencer o primeiro casal a comer do fruto proibido (Gêneses 3:1-5). Desde então, homens escolhidos por Deus tem dado vazão a Satanás, tornando-se em mensageiro do caos espiritual. Bocas que deveriam ser instrumentos de construção, estão destruindo vidas, lares e igrejas, com retórica enganosa e doutrinação fraudulenta. Por mais paradoxal que seja, muitos líderes ao longo da história, se valeram da Bíblia para promover o pecado e o engano. E estamos vivendo na pós-modernidade, o apogeu desta era de falsos profetas. Bocas escolhidas para abençoar, mas que só proferem maldição. Mãos que promovem sinais miraculosos, mas que ao invés de indicar um caminho de luz, mergulham o povo em escuridão. É preciso se levantar como um baluarte da verdade em tempos de mentiras generalizadas.

A Igreja do Senhor Jesus tem atravessado nestes últimos anos por ondas de modismos e invencionices, que chegam à beira de verdadeiras heresias. Líderes que são adorados quase como seres divinos e públicos que se engalfinham para ter acesso as gotas “santificadas” do suor de seus pregadores. Templos megalomaníacos de ostentação, trazem de volta ritos e celebrações, que para a Igreja, já foram abolidos na cruz. Neste tempo de tantos desvios doutrinários e teologia forjada em interesses; qual é a saída para homens e mulheres sinceros que desejam apenas cultuar ao seu Deus em “Espírito e Verdade?” Escrevendo para Timóteo, a quem considerava  seu filho na fé na fé, além de ser um dos mais promissores obreiros daquela geração, o apóstolo Paulo aconselhou: - “Procura apresentar a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, e que maneja bem a Palavra da Verdade” (II Timóteo 2:15).

O primeiro passo é buscar a verdade no Livro do Senhor, a Bíblia Sagrada, única regra inquestionável de fé e parâmetro para nossa vida cristã diária.  Também é importante se contextualizar com leituras saudáveis de líderes e escritores realmente abalizados pela Palavra de Deus, sem nunca deixar que o argumento de um “homem” sobreponha-se ao desígnio eterno lavrado nas Escrituras. Não existe avivamento fora da PALAVRA, pois é ela quem liberta, cura, transforma, traz paz e promove a Salvação através da Fé, sem que seja necessária nenhuma dessas peripécias e galhofadas modernas, que são realizadas supostamente em nome de Jesus (Ah, se Ele voltasse para a Terra hoje com um chicote nas mãos). As igrejas ideonias também possuem ferramentas poderosas disponibilizadas a todos aqueles que desejem se blindar contra as chamadas fábulas e vãs doutrinas, trilhando um caminho pavimentado pela genuína Palavra, e é  preciso fazer uso das mesmas, tais como Escola Bíblica Dominical , Escolas Teológicas, Escola De Obreiros, Cultos de Ensinamento e Aconselhamentos Pastorais. Que o Senhor nos ajude a sermos compromissados com a verdadeira PALAVRA, pois todos estes modismos são passageiros, mas a PALAVRA é eterna.


O cristão e a firmeza espiritual

A firmeza espiritual é imprescindível para atravessar toda a sorte de adversidade. Por isso, é necessário desenvolvê-la dia após dia em nossa caminhada espiritual. Mas como poderá um cristão sincero desenvolver firmeza espiritual? As provações serão inevitáveis (Mateus 7:27). A diferença reside no fato de como nos preparamos para quando elas chegarem. Jesus compara a firmeza de um fiel a Deus com a construção de uma casa. Qualquer pessoa que pretende se estabelecer definitivamente num lugar precisa trabalhar com todo o cuidado na construção de uma casa, para que ela resista às intempéries. Frise para os alunos que a hora da provação vem. Jesus Cristo comparou esse momento com as grandes tempestades daquela região, com ventos, chuvas e rios que se precipitavam (Mateus 7:27). Comente com os alunos que o apóstolo Paulo chama esse momento de grande provação de o “dia mal”, para o qual todo cristão precisa estar devidamente preparado, utilizando toda a armadura de Deus (Efésios 6:13).

O homem prudente sabe que não tem controle sobre o tempo e então se prepara para as tempestades (Mateus 7:24-25) Na construção de sua casa espiritual, ele constrói sobre a rocha um sólido alicerce e suas paredes de modo firme. Há coisas que só aprenderemos na prática, com persistência, erros e acertos, até, finalmente, tornamo-nos experientes como um sábio construtor. A graça de Deus nos impulsiona ao aperfeiçoamento de nossa santificação, mas nós temos que nos esforçar através da submissão prática, da meditação nas Escrituras, da oração perseverante e da vigilância constante. Não há outra maneira de aprender os segredos da fé senão pela prática da vida cristã. Nesse campo não há espaço para aqueles que querem apenas a teoria. Não existe esse argumento de “sou cristão convicto, mas não praticante”. Tal posicionamento mão demonstra simpatia, não causa qualquer efeito para si mesmo e para os outros dentro do Reino de Deus. Portanto, temos que agir com prudência quanto à nossa casa espiritual.

O homem insensato faz o contrário do homem prudente. Ele também sabe que não tem controle sobre o tempo, porém não se prepara para as adversidades que vêm com o mau tempo (Mateus 7:26-27). Na construção de sua casa espiritual, ele a edifica como algo transitório. A preguiça lhe impede de avaliar o lugar correto de construir a sua casa. Ele também emprega os piores materiais possíveis, não pensando nas provações que poderão vir sobre si. Quando chega a tempestade, com seus ventos fortes, chuvas torrenciais e rios que se formam em consequência dela mesma, tal casa espiritual não resiste. Assim, perde-se tudo o que foi empregado. Ou seja, quando há negligência em praticar os mandamentos do Senhor Jesus, com a vigilância, com a oração e meditação na Palavra, não há vida espiritual que suporte. Muitos se afastam dos caminhos do Senhor porque não querem pagar o preço da renuncia. É preciso estar conscientizado quanto a firmeza espiritual que precisamos desenvolver em nossa caminhada cristã. Não há espaço para teóricos ou não praticantes, melhor lhes era que nem se envolvam com o Evangelho, do que, iniciando, irem à ruína de sua casa espiritual e os seus estados se tornarem pior do que antes.


Discernimento Espiritual
Comentário Adicional
Ev. Lucas Gomes

Desde o Jardim do Éden, Satanás tem enganado o ser humano de diversas maneiras, mas nenhuma é tão eficiente quanto “simular” as ações de Deus. A Bíblia nos revela que Deus é Espírito (João 4:34) e é também no campo espiritual que o Inimigo atua em sistema e poderes organizados. O homem também é um ser espiritual “revestido de um corpo corruptível” (I Coríntios 15:35-54), o que faz deste mundo invisível, o ponto chave em nossa vida cristã – “Pois não temos que lutar contra a carne e nem o sangue, mas sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Efésios 6:12)”.  Mas se o reino espiritual é tão relevante pra nós, o que de fato são espíritos? Espíritos são seres incorpóreos, sem um corpo físico. O termo espírito ou espíritos aparece cerca de 990 vezes nas escrituras, sendo que em Hebreus 12:7-9, é aconselhado que sujeitemo-nos a Deus, que é “Pai dos Espíritos”. Sendo Deus é um ser espiritual, logo as ordens angelicais também o são, ministrando seus desígnios e tornando-se visíveis aos homens apenas em ocasiões especiais. Se os anjos do Senhor são espíritos, logo a terça parte dos renegados que foram expulsos do paraíso também o são. Espíritos maldosos e enganadores, que atuam nas esferas celestes (céu cósmico), aos quais comumente denominamos DEMÔNIOS. O homem também possui um espírito dentro de si, que foi dado e será recolhido por Deus (Eclesiastes 12:7), recebendo então uma destinação final baseado no julgamento de seus atos enquanto vivente (Hebreus 9:27). Considerando estes fatores, podemos concluir que uma manifestação espiritual pode ser oriunda de três fontes distinta: Espírito de Deus, espírito de demônios ou espírito do homem.

A manifestação do Espírito de Deus visa fortalecimento, consolação, conselho, exortação e santificação do Corpo de Cristo. A manifestação do espírito de demônios visa confusão, contendas, deturpação e corrompimento deste mesmo Corpo. A manifestação do espírito do homem por sua vez, age visando vanglória e interesses pessoais. Ou seja, uma profecia (ou revelação) pode ser genuinamente uma mensagem de Deus para nossa edificação, um engodo de Satanás para gerar confusão na igreja, ou apenas meras palavras humanas numa demonstração emocionalista ou para fins puramente “comerciais”. Exatamente por isto é que as profecias devem ser julgadas (I Coríntios 14:29 e I João 4:1).  Mas como realizar tal julgamento sem cometer uma grave blasfêmia contra o Espírito Santo, atribuindo a ele uma ação demoníaca ou vice-versa (Mateus 12:31)?  Exercendo Discernimento dos Espíritos. Este DOM nada mais é do que a capacidade e a habilidade sobrenatural de se reconhecer e identificar o espírito (ou espíritos) que estão por detrás de uma manifestação ou atividade, percebendo e distinguindo suas personalidades e condições.  Esta ferramenta espiritual  é vital dentro da igreja, pois qualquer espírito que queira “interagir com o mundo físico” precisará fazer uso do corpo e das faculdades de um ser humano, o que nos trará imensos desafios e batalhas tremendas dentro da congregação, exigindo do cristão essa habilidade de identificar a manifestação espiritual e posteriormente, conhecendo a fonte,saber como agir e reagir em relação a cada tipo de Espírito.

Uma vez reconhecida a voz de Deus, postar-se em reverência para ouvir a mensagem. Por outro lado, se a manifestação espiritual for identificada como oriunda de uma fonte maligna, expulsar os demônios no nome de Jesus e trazer libertação a pessoa que esta sendo “usada” por está força demoníaca. Caso seja identificado que a manifestação não passa de uma atividade humana, repreender o responsável pela mensagem, e assim evitar confusão junto à igreja. Não havendo na congregação pelo menos um indivíduo que possua tal DOM, toda a comunidade eclesiástica ficará vulnerável a ação de espíritos enganadores e homens mal intencionados que se usurpam da “Palavra de Deus” para obter lucros abusivos e vantagens pessoais, manipulando a fé dos fiéis. Todo membro do Corpo, deve constantemente interceder por seus líderes e pastores, a fim de que estes homens sejam capacitados por Deus a exercerem o bom discernimento e identificar as manifestações nocivas que podem, sim, acontecer no seio da congregação.


Conclusão

Mesmo que seja apertado e estreito, é extremamente importante compreender que, se quisermos vitória eterna, precisamos andar nesse caminho preparado desde a fundação do mundo, isto é, Jesus Cristo, a esperança da glória.



A imagem que Mateus nos apresenta de Jesus é a de um homem que nasceu para ser Rei. Sua intenção é mostrar o senhorio de Jesus Cristo e que, com toda autenticidade, o Reino, o poder e a glória são dEle. Mateus entrelaça o Antigo Testamento ao Novo, com a preocupação de revelar aos judeus: que em Jesus se cumpriram todas as palavras do profeta, que Ele é o Rei por excelência e o Messias de Seu povo. Para saber mais sobre as profundas verdades existentes em cada linha deste evangelho, participe neste domingo, 28 de agosto de 2016, da Escola Bíblica Dominical.