quinta-feira, 11 de agosto de 2016

EBD - Jesus incentiva a prática da vida devocional


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 100 - Editora Betel
Mateus - Lição 07
Comentarista: Bp. Manuel Ferreira













Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Pra. Márcia Gomes










Texto Áureo
Hebreus 12:11
E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.

Verdade Aplicada
A prática dos exercícios espirituais tem uma recompensa, desde que não sejam para sermos vistos pelos homens.

Textos de Referência
Mateus 6:2; 5; 6

Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a porta, ora a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.


Vida Devocional
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes


Todo governo é norteado por uma legislação própria, uma série de leis que detalha os direitos de seus cidadãos, bem como os deveres que os mesmos devem cumprir junto ao estado e a sociedade. Os céus também são assim. O Reino de Deus possui uma legislação intensa, a qual todo cristão deve seguir piamente, pois só usufruirá dos “direitos adquiridos na cruz” quem honrar em sua vida, os “deveres exigidos pelo Reino.” Mas o que poderia ser um confuso imbróglio de normas impraticáveis, soa inconfundível no resumo desta “constituição celestial”, feita pelo próprio Jesus: - Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes" (Marcos 12:30-31). Quem cumpre em sua vida estes dois mandamentos, automaticamente, esta quite com a legislação do Reino dos Céus (Galatas  5:14). Quem ama verdadeiramente á Deus, vive sua vida por Deus e para Deus, de modo a honrá-lo, adorá-lo e entronizá-lo em seu coração. Com isso, não deixa espaço para que “coisas”, “pessoas” ou “desejos” roubem seu tempo, sua atenção ou o seus pensamentos, que estarão sempre voltados para o céus. Quem ama a Deus sobre todas as coisas está imune a idolatria intrínseca em nossos desejos e ambições, e não deixa que o trono do Senhor em sua vida, seja usurpado por qualquer outra força ou poder. Tal cristão, vive com a cabeça nos céus, mesmo que seus pés caminhem sobre a terra.

Porém, este amor que flui entre o homem e Deus, precisa também ser horizontalizado, abrangendo aquele que está a nossa volta. Quem ama a Deus verdadeiramente, adquire a capacidade de amar ao seu próximo como se fosse a ele mesmo. É importante ressaltar que o “próximo” aqui contextualizado, não tem nome, rosto ou endereço, pois se refere a “qualquer individuo com quem tenhamos qualquer tipo de contato”, seja físico, visual, auditivo e até mesmo mental, pois quando pensamos em uma “alma” que se perde, devemos amá-la com a mesma intensidade que Cristo nos amou. E se desenvolvemos este amor, logo banimos de nossa vida todas as ações proibidas pela lei de Deus. Quem ama verdadeiramente ao seu próximo, não mata, não adultera, não rouba, não cobiça e nem calunia seu irmão. Logo, todo o decálogo dado por Deus á Moisés no Sinai, como um código moral, civil e espiritual para a nação de Israel, é cumprido na integra pela prática do amor (Êxodo 20:1-17).

Em I Coríntios 13:7, Paulo nos ensina que o amor genuíno é infalível, pois é construído sobre as bases da verdade e da justiça. Ele não é leviano, invejoso, irritadiço, preconceituoso ou interesseiro, antes, tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Em resumo, podemos dizer que o “amor verdadeiro” não usa mascaras, ele é o que é. E sinceridade é o mínimo que Deus espera de nós em todas as nossas relações. De nada adianta uma vida de religiosidade pragmática, se as intenções de nosso coração não foram pautadas pelo amor. Esta é a lei básica do Reino dos Céus, um dever que recai sobre cada cidadão cujo nome está escrito no livro da vida. O amor é uma dívida que temos para com o nosso próximo, cujo saldo só será quitado na eternidade (Romanos 13:8). A palavra “devocional”, num contexto religioso, pode ser entendido como um período de “tempo” que o individuo separa para se dedicar á Deus, seja através de orações, leituras bíblicas, meditação, louvores ou ações sociais. Porém, se praticarmos com inteireza os ensinamentos de Jesus, nossa própria vida se tornará um devocional contínuo e permanente. E o que isto quer dizer?

O inglês Smith Wigglesworth foi um dos maiores expoentes do pentecostalismo no século XIX. Com uma vida dedicada a pregações fervorosas e ao exército dos dons de cura, Smith se tornou uma referência de cristão comprometido com Deus e com o próximo. Certa vez, ele foi questionado sobre o seu período devocional de orações, e sua surpreendente resposta nos dá um vislumbre sobre o modelo de vida ensinado por Jesus: - "Eu nunca oro mais do que cinco minutos, e eu nunca fico mais do que dez minutos sem orar". A vida devocional não se revela em nossos momentos de orações e cultos, mas sim nos períodos em que estamos fora do “contexto” religioso. É durante suas atividades seculares que o cristão se revela um cidadão do Reino dos Céus, pois embora seus pés ainda estejam presos na terra, sua cabeça já ultrapassou os limites das nuvens. Podemos concluir que a vida devocional consiste no fato de nossas ações na terra, serão realizadas com as motivações do céu, todo tempo e o tempo todo.


A respeito do dar esmolas

As práticas devocionais devem ser exercidas de modo a serem aceitas por Deus. Tanto faz que seja esmola dada ao próximo, ou a atitude de orar a Deus ou de jejuar. A validade destes exercícios está na maneira correta de fazê-los. Acerca do exercício de dar esmolas, embora seja uma prática que se destina ao próximo, ela deve ser endereçada a Deus. Qualquer pessoa que parte deste princípio espiritual terá galardão junto ao Pai Celestial. Ao contrário do que alguns pensam, quanto à recompensa vinda do Autor da vida, esta deve ser estimulada, buscada e cultivada sempre (Filipenses 3:14). A prática de dar esmolas é considerada a primeira prática da piedade judaica. Naqueles tempos não havia aposentadoria ou plano assistencial às viúvas e pessoas com deficiência física. Então, vários pedintes se encontravam nas ruas e na porta do templo de Jerusalém em busca de esmolas para a sua sobrevivência. Para alguns que tinham uma condição financeira melhor, era uma enorme tentação, através do esmolar, “ser visto pelos homens”. Hoje, ainda que estejamos em tempos diferentes, nós devemos aliviar a dor e a fome alheia como recomenda o Senhor. Ainda que tenhamos em nossos dias muitos projetos de ação social, devemos ajudar a quem precisa. As autoridades governamentais têm procurado desestimular o dar esmolas, alegando que eles já cuidam desses necessitados. Isso não deveria ser algo de fórum íntimo? Claro que sim. Mas se tais autoridades assistenciais dizem cuidar, porque eles ainda pedem? Na sua maioria pedem porque tais ajudas não os satisfazem. Devemos ajudar de modo discreto, visando receber uma recompensa celestial. Tal atitude deve ser motivada por caridade íntima, visando diminuir a dor alheia, de modo a agradar a Deus.

A piedade deve ser praticada para Deus e não para nós. O “ser visto pelos homens” significa que alguém que dá esmolas, ou ora a Deus ou jejua, pratica tais exercícios espirituais visando glorificação humana. Se recebermos o louvor por aqui, então já teremos recebido a recompensa e não a teremos no Reino dos Céus. O súdito do reino tem uma conta bancária em que ajunta os seus tesouros de boas obras, aliás, fomos criados em Cristo para as boas obras (Efésios 2:10). Toda vez que as fazemos com a motivação correta e de modo discreto para Deus ver, o nosso saldo aumenta (Lucas 12:21). Se desafia a praticar a piedade que para tudo é proveitosa (I Timóteo 4:8). Porém devem saber que na condição de servos de Deus a sua obra tem uma recompensa, caso operem de acordo com as regras de Cristo. Quantos procuram aumentar a sua conta bancária e tesouros terrenos, mas são miseráveis diante de Deus. Paulo recomenda que “enriqueçam em boas obras” (I Timóteo 6:18). O enriquecimento para com Deus só será possível se vencermos a tentação de não sermos vistos pelos homens.

Dar esmolas é um dever sagrado. A certeza disso é que o Senhor Jesus regulamentou como fazê-lo. Quando Ele disse: “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita”, para um entendimento prático, façamos uma paráfrase: “Quando você der esmola com a mão direita, não procure recebê-la tão depressa com a mão esquerda, dê a sua esmola de modo sigiloso e teu Pai celestial te recompensará publicamente”. O contrário disso é ser como hipócritas, ou seja, menos atores que com máscara de religiosidade querem ser vistos por todos. Tais atores já receberam a sua recompensa. Porém, ao fazer da maneira e com a motivação correta, tem uma recompensa pública certa. Observe que o Senhor Jesus Cristo ensina por meio de contrastes. Ele apresenta o modo incorreto e o correto de se dar esmolas. Por exemplo, “ser vistos por eles [os homens]” – incorreto, “tua esmola seja dada em secreto” – correto; “não saiba  a tua mão esquerda” – modo incorreto, “o que faz a direita” – modo correto.


As Intenções do Coração
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

O capítulo 6 do evangelho segundo Mateus é um dos mais importante e profundo texto do Novo Testamento. Nele estão inseridas verdades absolutas de como viver e agradar a Deus nas atividades devocionais de um verdadeiro cristão. E é com pesar na minha alma, que venho através desse comentário, trazer luz a todos nós, sobre nossa triste realidade. Fato é que, temos deixando de olhar para o que nos mostra as Santas Escrituras, no que tange vivermos uma vida justa e santa diante de Deus. Enquanto escrevo essas linhas, me pego pensando profundamente: como está minha vida devocional para com Deus? O que tenho feito (ou acho que tenho feito), para quem, e por meio de quem estou fazendo? Quais são minhas verdadeiras motivações? Com que finalidade tenho realizado meus trabalhos em  prol do Reino? É pra Deus ou é para ser visto pelo homem? De quem espero recompensa? de Deus ou dos homens? Apesar da minha frágil e débil sabedoria, me atrevo a colocar meus pensamentos aqui, e desejo que Deus nos ilumine e nos faça ver o quanto necessitamos de uma urgente mudança de direção.

Em primeiro lugar, Mateus 6:1 já nos mostra algo que nos fere o coração: Guardai - vos de exercer vossa justiça diante dos homens, afim de serem vistos, aplaudidos, recompensados, admirados por eles. Por que se for assim vocês não terão galardão junto de vosso Pai Celeste. O texto segue trazendo luz ao nosso entendimento sobre como praticar a piedade segundo o molde dos céus.  Justas e poderosas palavras proferidas pela boca de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e que quebram ao meio toda e qualquer presunção de nosso enganoso coração (Jeremias 17:9). O nosso coração, muitas vezes, deturpa o auto-julgamento, nos levando a pensar que somos justos, honestos e santos, quando na verdade estamos em grande engano. Nossa justiça é como trapo de imundícia diante de um Deus Santo. Nada, absolutamente nada que venhamos fazer pela nossa justiça ou opinião é valida para com Deus.

De “ser dar uma esmola” até realizar “uma simples uma oração”, se não for pela motivação certa, pelo o mover do Espírito Santo e visando a glória Deus, tudo fica perdido e não teremos nenhum galardão nos céus. Infelizmente vivemos nesse tempo, onde as pessoas querem ser vistas, admiradas, aclamadas pelos homens, mais ao contrário disto, tudo que eu venha a fazer no Reino, deve ser para voltado para Deus. Não há motivos e nem razões para se pensar de forma diferente. Quem realmente nasceu do Espírito, deve ter em mente que tudo é pra glória de Deus. Vamos parar um pouco com nossas atividades usuais, fazer uma analise em nosso coração, e ver se estamos sendo motivados a agradar a Deus ou aos homens.


A respeito da oração

A oração foi o segundo exercício devocional digno de atenção dentro dos ensinos do Senhor Jesus. Era necessário que a oração dos judeus fosse orientada em vários detalhes para que ela fosse aceita por Deus. Caso contrário, ela ficaria sem efeito, como um sacrifício no templo quando rejeitado por Deus. Acerca da oração e jejum, assim como o esmolar, Jesus não permite que tais exercícios espirituais sejam como representações teatrais. Ou seja, como fazem os hipócritas. Se a motivação é persistente em ser reconhecido pelos homens, tal oração não terá efeito junto a Deus, não promoverá transformações nos homens e será destituída de galardão nos céus. Quando alguém faz a sua oração de modo a ser notado, para que os outros saibam, este já recebeu seu galardão. Devemos orar a Deus e para Deus, isto é, devemos evitar qualquer tipo de publicidade de um momento que é nosso com Deus. Assim, devemos entrar no nosso aposento e ali derramarmos nossas súplicas diante de Deus. É preciso estar consciente não só quanto à prática da oração, mas também a sua motivação correta. Devemos orar para Deus ver e receber como se fôssemos ofertas vivas e aprovadas no altar divino. Caso contrário, todo o nosso exercício espiritual será vão, por não ser feito à maneira de Deus.

A oração deve ser uma expressão clara da alma para com Deus. Os pagãos presumiam que pelo repetirem muito as preces e tagarelarem com palavras inúteis convenceriam a divindade de que seriam ouvidos. Jesus estava familiarizado com esse tipo de prática de muitos galileus pagãos e que os judeus dali passaram a imitar. E eram essas rezas repetitivas e sem entendimento que Ele censurou. Por outro lado, algo deve ficar bem claro: nada impede que se ore e se repita um mesmo assunto. Lembremo-nos que o próprio Senhor Jesus lançou mão disso (Mateus 26:44 /  Lucas 6:12). As vãs repetições são coisas daquele tempo e do nosso também. São murmúrios incompreensíveis e rezas que tentam convencer a Deus do que se quer pelo cansaço. É claro que aqui também está se falando da intencionalidade gentílica em alcançar suas vaidades, seus mais variados desejos e cobiças através de preces assim.

A oração do “Pai nosso” é esboço do conteúdo daquilo que devemos orar. Vejamos então como é orar de modo eficaz. “Pai nosso, que estás nos céus” fala de comunhão nossa com o Pai celestial. “Santificado seja o teu nome” mostra que devemos chegar à presença de Deus com adoração. “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” orienta a pedir a vontade de Deus para a nossa vida, família, igreja e nação. “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” é uma petição pela alimentação. “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim...” fala que devemos pedir perdão a Deus, assim como perdoamos os nossos semelhantes. “E não nos induzas a tentação, mas livra-nos...” é um pedido de proteção a Deus. “Porque teu é o reino, e o poder, e a glória” é o término com adoração. A oração do Pai nosso não se trata de uma reza que deva ser repetida certo número de vezes, Porém, ela foi dada pelo Senhor Jesus Cristo como um roteiro que se ajusta perfeitamente à adoração e petições de cada um.


Palavras no Silêncio
Comentário Adicional
Pra. Márcia Gomes

A Bíblia deixa muito claro, que Deus não se deixa “influenciar” pelo homem. Ele é dono do ouro e da prata, Senhor de tudo e todos, Criador do universo, Dominador de toda ciência, Detentor de todo poder. Então, nossos feitos mais portentosos, embora não sejam desmerecidos pelo Senhor, não são suficientes para impressioná-lo. Até, porque, Deus sabe “quem somos” e “o que podemos fazer”. Deus conhece em detalhes nossa estrutura molecular, escuta nossas palavras antes que sejam ditas, e registra nossas ações antes de as executarmos. Não dá para enganá-lo com gestos de bondade e cristianismo estereotipado. Deus sonda o nosso coração e conhece os nossos pensamentos (Salmo 139). Diante dele, todas as nossas motivações estão nuas e patentes, e nenhum segredo permanece escondido. Assim, não adianta montar um personagem que empolgue os homens, pois Deus esta presente nos bastidores. Nossa vida publica pode ser modelo para a sociedade, mas o Senhor nos conhece nos momentos de total privacidade. Nossas orações podem ser verborrágicas e deixar boquiabertos todos que a escutam, mas para Deus, as palavras que valem são as ditas no silêncio.

No famoso “Sermão da Montanha” Jesus instruiu os seus seguidores sobre a importância da oração feita a portas fechadas: - Tu, porém, quando orares, vai para teu quarto e, após ter fechado a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará plenamente (Mateus 6:6 – King James). É obvio que neste texto, Jesus não estava restringindo nosso período devocional de oração a um cômodo especifico de nossa casa, mas sim ressaltando a “postura” com a qual devemos nos portar no momento de nossas preces.  Quando estamos sozinhos, com as portas fechadas e sem ninguém para julgar nossas ações, relevamos nossa verdadeira identidade. É ali que tiramos nossa máscara, desmontamos o figurino social, rompemos a casca que nos protege dos olhares alheios e podemos finalmente descortinar nosso coração e revelar os sentimentos ocultos e escusos que trancafiamos no porão de nossa alma.

No oculto não há segredos, e é exatamente assim que devemos nos apresentar diante de Deus com a cara limpa e desarmados de qualquer hipocrisia.  Deus conhece nosso íntimo, e deseja que ele seja exteriorizado em nossa face, e o melhor lugar para que isto aconteça é nos recôncavos da solidão. Fechar a porta, mais do que uma ação em busca de sigilo e privacidade, é a atitude de ignorar o mundo, remover as artificialidades que sustentamos e revelar-se a Deus sem reservas. Este é o cenário propício para Deus nos moldar segundo sua própria imagem.


A respeito do perdão e do jejum

Ainda ligado à oração, temos duas práticas imprescindíveis: o perdão e o jejum. Ambos são exercícios espirituais, que, quando praticados com discernimento, ajudam o crente a alcançar grandes experiências na vida cristã. O pecado separa o homem de Deus. Mesmo que este homem seja servo de Deus, ele precisará do perdão do seu próximo. Porém é necessário que este homem se arrependa e peça perdão a Deus para estar com Ele reconciliado. Como servos de Cristo só alcançaremos o perdão divino caso perdoemos do íntimo o nosso ofensor (Mateus 18:35). Não temos permissão para caminharmos magoados com o nosso próximo. Mesmo que ele não peça a nós perdão, nós devemos perdoá-lo. Frise em sua vida a importância de liberar o perdão para que se seja perdoado. Ainda que a ofensa seja considerada dolorosa, o ofendido deve oferecer o perdão, assim como Jesus Cristo fez na cruz do Calvário aos seus algozes. Não devemos esperar receber o perdão, quando oramos, se o fizermos sem malícia ou rancor no coração, para com os outros. Orar com tal atitude mental é mero formalismo e hipocrisia. É ainda pior do que hipocrisia. É como dizer: “Não me perdoe”. Nossa oração nada vale sem amor. Não devemos esperar ser perdoados, se nós não conseguirmos perdoar.

Evitar a aparência de que jejua. O jejum deve ser um exercício espiritual direcionado a Deus, mas secreto em relação aos homens. Logo, deixar de lavar o rosto, deixar o cabelo desalinhado e mostrar o semblante abatido e triste é algo próprio dos hipócritas. Ou seja, daqueles que se apresentam com máscaras, mostrando uma coisa que de verdade não são. Aqueles atores buscam palmas, o serem vistos pelos homens com justiça, mas o jejum, bem como os outros exercícios espirituais, não deve ser assim. O que se vê é a repetição intencional do Senhor Jesus Cristo no tocante aos exercícios espirituais. A Ele não agrada “o ser visto pelos homens”. Por isso, Jesus insiste para que “Não sejais como os hipócritas” três vezes: sobre o dever de dar esmolas (Mateus 6:2), sobre a oração (Mateus 6:5), e, por fim, sobre o jejum (Mateus 6:16). Esta ênfase não é acidental, mas trata-se de um apelo e mandamento para que tal exercício espiritual seja aceito por Deus.

A maneira correta de se jejuar trará ao servo de Jesus Cristo uma recompensa. Todavia, para que isso suceda, precisamos entender que o jejum é uma arma secreta, que, se usada ocasionalmente, assim como o esmolar, deve ser um ato alegre. Uma vez definido o alvo do jejum, que pode ser mostrar a Deus tristeza pelo pecado, ou preparo para maiores desafios espirituais, etc., devemos fugir de todo orgulho espiritual. A maneira de se jejuar ensinada pelo Senhor Jesus é procedermos como se fôssemos a uma festa, ou seja, “unge a tua cabeça e lava o teu rosto”. Para fraseando o que foi dito: “tome um bom banho e passe um bom perfume, como se você fosse a uma festa”. O jejum é uma prática frequentemente mencionada na Bíblia e geralmente vinculada à oração. Davi jejuou quando seu filho recém-nascido adoeceu gravemente (II Samuel 12:16). Daniel jejuava quando buscava uma orientação especial da parte de Deus (Daniel 10:3). A igreja estava jejuando quando enviou Paulo e Barnabé para o campo missionário (Atos 13:2-3). Todos os exercícios espirituais só terão, de fato, algum valor para Deus quando forem exercitados à maneira de Jesus Cristo. Merece ser especialmente ressaltado que Ele é o nosso padrão excelente e o único capaz de, pelo Seu ensino e exemplo, no levar a patamares de satisfação espiritual nunca antes experimentados.

Conclusão

Vimos ao longo desta lição que o senhor Jesus Cristo nos ensina usando contrastes. Ele mostra a forma errada e a certa de realizarmos as práticas devocionais. Sendo assim, somos desafiados a vivermos um cristianismo disciplinado, porém jubiloso.



A imagem que Mateus nos apresenta de Jesus é a de um homem que nasceu para ser Rei. Sua intenção é mostrar o senhorio de Jesus Cristo e que, com toda autenticidade, o Reino, o poder e a glória são dEle. Mateus entrelaça o Antigo Testamento ao Novo, com a preocupação de revelar aos judeus: que em Jesus se cumpriram todas as palavras do profeta, que Ele é o Rei por excelência e o Messias de Seu povo. Para saber mais sobre as profundas verdades existentes em cada linha deste evangelho, participe neste domingo, 14 de agosto de 2016, da Escola Bíblica Dominical.




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