terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O obreiro e o amor pela Palavra


Quem é obreiro e participa ativamente no ministério cristão sabe que há muitos quesitos a serem considerados quanto ao seu desenvolvimento. O conhecimento das Escrituras é um dos principais requisitos, pois é essencial conhecer, amar e ensinar a Palavra de Deus.  Desde o Jardim do Éden até os nossos dias, um dos focos do Diabo para provocar o homem a cair em tentação é suscitar dúvidas acerca da Palavra de Deus (Mateus 4:1-10). Então, é mais do que necessário que conheçamos a Palavra (Mateus 4:4 / Salmo 119:105).

Jesus, ao se dirigir aos saduceus, afirma que o erro surge em função do fato de não conhecermos as Escrituras (Mateus 22:29 / Oséias 4:6). Em outro momento, Cristo nos diz que, ao conhecermos a Palavra, seguramente ela nos libertará (João 8.32). A Bíblia contém a completa, suficiente e final revelação da vontade de Deus para o homem (II Pedro 1:20-21). Conhecer a Sagrada Escritura implica em estuda-la com cuidado e respeito. Cada obreiro deve ser um fiel, ardoroso e empenhado estudante da Palavra de Deus (II Timóteo 3:16-17 / II Pedro 1:3 /  Judas 3 /  Hebreus 1:1-4).

Amar a Palavra de Deus está explicito em toda a Bíblia. O livro de Salmos expressa bem essa verdade (Salmo 1:1-2). Davi declara: “Como amo a tua lei! Penso nela o dia todo” (Salmo 119:97). É importante observarmos que todo o Salmo 119 nos convida a amá-la, estuda-la, compreendê-la e praticá-la. É evidente que muitos conhecem a Palavra de Deus, mas não a praticam. Possuem apenas um conhecimento teórico e especulativo. São apenas ouvintes, mas não praticam diariamente a Palavra do Senhor (Tiago 1:22).

Além de ser homem íntegro na sua relação com a igreja, o obreiro deve ter intimidade e conhecimento das Escrituras (Tito 1:9). Deve ser um obreiro aprovado e que maneja bem a Palavra da verdade (II Timóteo 2:15). Vivemos em uma época que as pessoas, inclusive os cristãos (no caso, os evangélicos) desprezam a Palavra. Salomão declara que quem despreza a Palavra nunca prosperará (Provérbios 13:13). A Igreja sem o propósito de buscar maturidade na Palavra fica extremamente vulnerável e volúvel (Hebreus 5:11-12).

Muitos líderes e igrejas, deixando-se seduzir pela tentação dos números, se tornam superficiais quanto ao ensino da Palavra de Deus. Há uma verdade que nós, cristãos, servos do Deus Altíssimo, não podemos deixar de observar: obreiros fracos na Palavra geram membros fracos em conhecimento, igrejas fracas em ensino, suscetíveis às seitas e heresias (II Timóteo 4:2-5), sujeitas à rebelião e à contemplação do completo esvaziamento em seus cultos. Muitos pastores, no afã de buscar o crescimento de suas igrejas, abandonam o genuíno Evangelho e se rendem ao pragmatismo prevalecente da cultura pós-moderna. Buscam não a verdade, mas o que funciona; não é o certo, mas o que dá certo. Pregam para agradar seus ouvintes e não para leva-los ao arrependimento. Pregam o que eles querem ouvir e não o que eles precisam ouvir. Pregam outro evangelho, um evangelho antropocêntrico, de curas, milagres e prosperidade, e não o Evangelho da cruz de Cristo. Pregam não todo o conselho de Deus, mas doutrinas engendradas pelos homens. Pregam não as Escrituras, mas as revelações de seus próprios corações.

O resultado desse semi-evangelho é que muitos pastores e pregadores passam a fazer do púlpito um balcão de negócios, uma praça de barganhas, onde as Bênçãos e os milagres de Deus são comprados por dinheiro. O resultado é que o povo de Deus perece por falta de conhecimento e de padrões. 

Nas palavras de Paulo, os presbíteros (ou bispos) são chamados essencialmente, para um ministério de mestre, que necessita tanto do dom de ensino como de ser leal à mensagem que ensina (Tito 1:9). Em 1 Timóteo 1.15; 4.9; e Tito 3.8, é declarado que a Palavra é fiel e os que ensinam e pregam a Palavra também devem ser fiéis.

O obreiro deve demonstrar capacidade para o ensino, deve exortar com poder, se ocupar do conhecimento da verdade para aplicar corretamente a s Escrituras. É valiosíssimo lembrar que o obreiro não deve ser neófito (I Timóteo 3:16). O ministro deve ser um mestre na Palavra. Ele precisa ser um estudioso exemplar da Bíblia e afadigar-se no texto bíblico (I Timóteo 5.17). 

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