terça-feira, 25 de outubro de 2016

A longanimidade de Deus


A longanimidade é um assunto de difícil tato, pois conversa direto com a nossa personalidade, e a grande verdade é que temos uma natureza endurecida demais, para agir integralmente visando o bem de outrem. Ser longânime nos leva a um estado de tolerância para com próximo, o mesmo princípio de misericórdia que Deus usa para conosco (Lamentações 3:22).

Agindo assim, somos capazes de desprezar as ofensas sofridas através da longanimidade. Em primeiro lugar é importante compreender a longanimidade como uma característica do Fruto do Espírito Santo, que nos capacita a sermos generosos, pacientes, submissos, tranquilos, confiantes e esperançosos, mesmo em momentos de grandes adversidades.

A pós-modernidade torna o desenvolvimento de tais virtudes numa missão complicadíssima, e estamos tendo dificuldades de identificá-las até mesmo na vida de quem se diz filho de Deus. Quando olhamos para Deus, temos a longanimidade manifestada em seu caráter. É impossível olhar para Deus e não vermos sua latente longanimidade, afinal, Ele tem sido longânime para conosco, apesar de nossas transgressões (Naum 1:3).

Não somos o que ele espera que sejamos, não fazemos o que Ele nos tem mandado fazer, não vivemos a vida que Ele nos deu pra viver... Com tudo ele ainda nos ama e espera pacientemente por uma postura nossa (Salmo 103:13).

Quantas vezes temos praticado algo que fere a santidade de Deus, e mesmo assim Ele não desiste de nós. Esta reação misericordiosa de Deus a nossas ações pecaminosas é o exemplo cabal do exercício da   longanimidade, da benignidade e da bondade de Deus por nós.

Então o que resta, é nos esforçamos para pelo menos tentar ser igual ao nosso Pai Celestial, tendo uma postura de renúncia sentimental diante das dificuldades e situações adversas. Logicamente o nosso ego não vai querer abrir mão de seu “trono”, e será preciso uma ação incisiva para se tomar uma forte e resolvida decisão de ser longânime para com as pessoas, subjugando o próprio “eu”.

A ferramenta que nos ajuda nesta resolução já nos foi dada por Deus, sendo excelente e de grande valor: o Fruto do Espírito.  Temos nos envolvido com tantas coisas, procuramos tantos meios de melhoras e nos esquecemos que o que precisamos é do Fruto do Espírito Santo sendo amadurecendo em nós, e para isso, é preciso estar cheio do Senhor através da pessoa do Espírito Santo. Só assim teremos a condição de desenvolver a longanimidade e receber de Deus a capacidade de pensar antes de qualquer tomada de decisão.

A longanimidade nos faz caminhar em direção ao alvo estabelecido pelo Criador para as nossas vidas. Quem tem a longanimidade não desiste facilmente dos seus sonhos e nem das pessoas. Todos nós enfrentamos desafios na nossa caminhada e cada um deles são testes de Deus para nos moldar à sua vontade.

Então vale a pena buscar no Senhor a força necessária para se adequar a essa obra gloriosa do Espírito Santo, para chegarmos naquele grande dia com vestes brancas diante do cordeiro de Deus. Temos em Jesus Cristo o modelo da longanimidade a ser seguido.

Isaías 53:7 relata que ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca, como um cordeiro levado para ser morto, não reclamou diante dos seus tosquiadores. Jesus amou sem ser amado, perdoou mas não foi compreendido, sarou mas foi ferido, se entregou por amor mas foi odiado...

Mesmo assim, não reclamou, seguiu o seu caminho, uma estrada longa e dolorosa, passo a passo, minuto a minuto. Ser longânime é estar disponível a sofrer por amor, servindo ao próximo mesmo sem ter recompensa.

Pb. Bene Wanderley

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