segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Frutificação Espiritual


Em João 15:1-2, Jesus se revela como a Videira Verdadeira, sendo seus discípulos, “ramos” nele enxertados. Toda “vara” frutífera é podada para dar ainda mais frutos, enquanto as infrutíferas são cortadas pelo “Lavrador” (Deus) e lançadas no fogo. Assim, para o cristão, a frutificação espiritual, mais do que uma questão de necessidade, é item de sobrevivência.

Embora o fruto seja gerado a partir da árvore (que neste contexto é Cristo), ele floresce, se desenvolve e amadurece nos ramos (cada um de nós). Deus tem nos concedido inúmeros dons (presentes), e a frutificação é a forma mais eficaz de retribuirmos ao Senhor seus incontáveis beneplácitos. Engana-se quem pensa que possuir dons espirituais é sinal de espiritualidade elevada. Equivoca-se miseravelmente quem acredita que uma igreja repleta da manifestação dos dons espirituais, seja prova irrefutável de santidade. Dons espirituais são dádivas, presentes para as quais, a concessão não se atrela a nenhum mérito pré-estabelecido.

São concedidos conforme a necessidade do Espírito Santo, para quem os deseja, e convenhamos que apenas “desejar” algo não credita alguém para qualquer tipo de premiação. Logo se tratando de salvação e vida eterna, os dons recebidos e utilizados aqui na terra não serão peso de balança, já que sua utilidade em nós é neutralizada uma vez que estejamos fora deste corpo humano.

Obviamente, o bom uso destes mesmos dons resultara em galardão para aqueles que forem salvos... Mas ninguém será salvo apenas por possuir dons ou praticar boas obras, já que a Salvação é uma dádiva da Graça, dada ao homem por Deus através da fé em Cristo e do cumprimento integral de seus mandamentos. Uma vez que a Fé é estrada, e a Graça o carro; podemos dizer que os dons e as obras são “pedras calcárias” que pavimentam esse caminho, tornando a viagem ao céu mais “suave”.

Se os DONS são presentes de Deus para nós, os FRUTOS são presentes nossos para Deus; produzidos para Honra e Glória do Senhor e como testemunho de nossa fé junto aos ímpios. DONS e FRUTOS devem coexistir em nossa vida, pois são complementos um do outro, faces da mesma moeda. Ambos devem caminhar pareados, simultaneamente, pois quando um deles falta, o outro estará comprometido. 

Entretanto, o termômetro de espiritualidade e santificação, seja de um indivíduo ou de toda uma congregação, não são os DONS; pois a qualidade de uma árvore deve ser avaliada pelos Frutos que produz, e não pelos enfeites que penduramos nela. O pecado afetou consideravelmente a imagem de Deus em nós, nos levando a produzir obras carnais. Através do novo nascimento e da produção continua de Frutos Espirituais o caráter de Cristo é refeito no homem. O Fruto Espiritual é uma prova eficaz que estamos progredindo em nosso processo de santificação, tornando nossa maturidade espiritual perceptível. A partir do exato momento de uma conversão genuína, a frutificação já começa a se manifestar.

E o amor é a base da nossa pregação, é o lema de nossa cruzada celeste, a motivação de nosso serviço e a coluna cervical dos frutos espirituais. Ao contrário das obras da carne que se manifestam em grande variedade; existe apenas um tipo de Fruto do Espírito (Gálatas 22:19-22). 

Este fruto pode ser descrito como uma tangerina com nove gomos ou um belo cacho com nove uvas muito viçosas, sendo esta uma condição irrevogável e sem concessões. Um fruto com apenas oito gomos ou um cacho com apenas oito uvas, é um fruto defeituoso, produzido por uma árvore de qualidade duvidosa. Uma árvore que produza frutos incompletos será desqualificada, desarraigada e lançada ao fogo. Assim, a avaliação de nosso caráter para fins de juízo se dará pelo minucioso exame dos frutos que produzimos ao longo de nossas vidas. Este fruto só será completo e de qualidade inquestionável se for constituído por novo elementos essenciais para nosso desenvolvimento espiritual, sendo que o primeiro deles é o AMOR.

Pb. Miquéias Daniel Gomes

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