quinta-feira, 5 de março de 2015

EBD: Dimensões da Fidelidade


Texto Áureo
E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
I Tessalonicenses 5:23

Verdade Aplicada
Como cidadão do céu, o cristão tem obrigações para com Deus e os homens, que se evidenciam no viver fiel em todas as dimensões.

Textos de Referência
I Coríntios 4:2 / Apocalipse 2:10 / Mateus 25:21

Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.
Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.


Pequenas Coisas

O tema fidelidade é muito mais abrangente do que a maioria de nós pode mensurar. Um cônjuge pode manter-se fiel no que tange se relacionar com outras pessoas, mas se mostrar infiel em outros aspectos da vida a dois, como no trato, na afetividade e na complacência. Em nossa vida espiritual, ao mesmo tempo em que podemos prezar a fidelidade para com Deus, podemos, por exemplo, sermos infiéis aos seus mandamentos de submissão aos nossos líderes. Existe uma grandiosa gama de vertentes em nossa vida, que precisam ser verificadas freqüentemente para garantir a fluidez da fidelidade nas várias dimensões do nosso ser. Muitos verticalizam sua fidelidade (homem-Deus) e se esquecem de todos ao seu redor. Outros se ocupam tanto de seus compromissos horizontais (homem-homem), que se esquecem de cuidar do relacionamento pessoal com Deus. Ambas as dimensões estão inteiramente interligadas. No texto de Mateus 25:21, Jesus está contando a parábola dos talentos quando menciona o fato de que os funcionários produtivos foram recompensados pelo senhor, herdando não apenas o valor inicialmente confiado, como também os lucros obtidos através do investimento feito, e o argumento utilizado pelo senhorio para tal atitude foi: - Já que você me foi fiel no pouco, te recompensarei com muito. Que grande verdade Jesus estava nos ensinando... Nossa fidelidade passa pelo teste de aprovação exatamente nas coisas pequenas e nas ações que são imperceptíveis pela grande maioria. 

No famoso Sermão da Montanha, Jesus evidenciou algumas falhas na lei mosaica (que limitava ações) e apresentou um novo código de conduta espiritual que cerceava as intenções do coração. Segundo a lei, não se podia matar, mas convenhamos, que este é um mandamento fácil de se cumprir. Jesus ensinou que não devemos “falar” mal de ninguém, e equiparou assassinato físico com assassinato espiritual e moral. A lei proibia o adultério (o que com certas precauções se torna plenamente “evitável”), mas Jesus censurou os pensamentos cobiçosos. Em suma, Cristo nos recomendou fidelidade além das ações, sendo ela cultivada no âmago, no limiar dos acontecimentos. O que Jesus nos queria ensinar é devemos ser fieis não porque “precisamos”, mas sim por que “queremos”. E esta fidelidade minimalista começa a se moldar exatamente nas pequenas coisas.

Em um dos trechos do belíssimo “Cântico dos Cânticos”, o casal central do poema está preocupado com algumas ameaças que põem em perigo sua “vinha” - Apanhem as raposas e as raposinhas (Cantares 2:15) - Mais uma vez a Bíblia nos dá a dimensão de como coisas pequenas podem minar e destruir nossa fidelidade. As “grandes raposas” são visualizadas com maior facilidade, tem maior dificuldade para passar por certas “brechas” em nosso muro e fazem maior barulho quando entram na propriedade, e com isso despertam a atenção e desencadeiam ações de retaliação quase que imediatas. Já as raposinhas se esquivam dos nossos olhos e passam desapercebidas por nossas defesas. Uma vez dentro da “vinha”, essas “pequenas” e “inofensivas” criaturas fazem seu covil, alimentam-se das uvas e se transformam em grandes raposas, que em decorrência de nossa negligência com sua pequenez no passado, agora “já” estão incorporadas na rotina da lavoura. 

A fidelidade, que pode ser entendida como um cumprimento total de compromissos assumidos, quando praticada em todas as esferas e dimensões da vida, veda nossa “vinha” contra os ataques sutis das pequenas raposinhas e nossa “mente” dos pensamentos perniciosos mais sutis. Escrevendo a igreja de Felipo, o apóstolo Paulo revela um verdadeiro antidoto contra a infidelidade, que deve fazer parte da vida de qualquer cristão:  Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos. Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco (Filipenses 4:4-9).


Fidelidade na Dimensão Espiritual

Fidelidade, do latim “fidelitate”, significa qualidade ou atitude de quem é fiel, de quem tem compromisso com aquilo que assume. Nesta lição, estudaremos sobre as duas dimensões da fidelidade: a espiritual e a social. Ambas são importantes e necessárias ao crente, pois a Bíblia diz que o salvo deve viver de maneira fiel e digna diante de Deus e dos homens (Romanos 14:18). O homem foi criado um ser racional, moral e espiritual, pois foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gêneses 1:26-27). Ele foi dotado de intelecto, emoções e vontades, para que pudesse conhecer, amar e obedecer a Deus. A fidelidade, na dimensão espiritual, se evidencia em atitudes que expressam nosso relacionamento e comunhão com o Senhor.
 
Crer não é um mero assentimento intelectual (Efésios 2.8). É uma operação do Espírito Santo mediante a qual a pessoa tem certeza na existência de Deus, o criador e sustentador do universo (Gênesis 1:1). Mas apenas crer em Deus não é suficiente (Tiago 2:19), é necessário responder a Ele em ação de obediência e fidelidade, ou seja, a atitude de crer precisa acompanhada da obediência. A nossa maior ação para com Deus é a obediência, um aspecto fundamental da fé cristã (I Samuel 15:22). Fé e obediência são inseparáveis entre si (Romanos 1:5; 16:26). Qualquer forma exterior de culto a Deus sem obediência não passa de hipocrisia e de ritual religioso vazio (Isaías 1:11-17).

A fidelidade de Deus é uma forma positiva de demonstrarmos o nosso amor a Ele. O amor a Deus é a base do nosso relacionamento com Ele. A verdadeira fidelidade a Deus somente é possível quando brota de uma fé genuína em Deus e de um coração que O ama (Mateus 10:37). Amar a Deus implica em amar também ao próximo e guardar Seus mandamentos (Mateus 22:39; João 14:15, 23, 24). Esse amor deve abranger a totalidade do nosso ser e tudo o que possuímos e deve também nos capacitar a buscar a glorificação do seu nome e a realização da Sua vontade aqui na terra (João 21:17).

A verdadeira fidelidade não se caracteriza apenas pela fé na existência de Deus, mas também pela fé que Ele cumpre as Suas promessas. Nestes tempos de tantas incertezas e instabilidade, nós temos uma esperança que brota de uma fé vital no Cristo ressurreto (I Pedro 1:3). O cristão deve andar por fé e não pelo que vê (II Coríntios 5:7; Hebreus 11:1). Deus, por Sua própria natureza, é fiel às Suas promessas e tem poder para cumprir integralmente tudo aquilo que prometeu. Se alguém crê na existência de Deus, mas ao mesmo tempo duvida de Sua Palavra, O imputa como mentiroso (Números 23:19; Tiago 1:6-7). Portanto para alcançarmos as Bênçãos de Deus é necessário crer que Ele é fiel para cumprir as suas promessas (Hebreus 10:23; 11:6 / Jó 13:15).


Obedecer ou Sacrificar?

Por insistência do povo, Deus autorizou ao profeta Samuel que ungisse um rei para Israel, e o escolhido para ocupar este posto foi um benjamita chamado Saul. De início, este homem se mostrou temeroso e relutante em assumir tamanha responsabilidade, mas bastou um ano para que o poder lhe dominasse completamente. Em sua primeira batalha contra os filisteus, após uma rápida vitória liderada por seu filho Jonatas, Saul se viu em apuros já que a retaliação dos inimigos foi avassaladora. Sem saída, os soldados israelitas se refugiaram em Gilgal, e clamaram aos céus por ajuda e proteção. Samuel os orientou a ali permaneceram, pois em sete dias chagaria na cidade para oferecer sacrifícios ao Senhor. Os dias se passaram e o profeta não veio. Com medo de que o povo debandasse em desespero, Saul toma uma decisão arriscada. Ordena que as ofertas de sacrifício sejam trazidas até ele, e então, mesmo sendo proibido pela lei do Senhor, o rei toma para si status de sacerdote e oferece os holocaustos, incorrendo em um terrível erro. Em pouco tempo, o profeta Samuel chega a Gilgal e Saul corre ao seu encontro para explicar o inexplicável: - Veja bem profeta, que a culpa não é minha... Você se atrasou, o povo se desesperava e o inimigo se movia contra nós... Então, forçado pelas circunstâncias, me vi obrigado a sacrificar em teu lugar. – A resposta de Samuel foi incisiva e dolorosa: - Você agiu de forma inconsequente Saul... A obediência aos mandamentos do Senhor confirmaria o teu reinado sobre Israel para sempre. Mas devido as suas atitudes de hoje, teu reino sucumbirá, e em seu lugar se levantará um homem de quem o coração de Deus se agrada (I Samuel 13:14).

Passados alguns anos, Saul recebe do profeta Samuel uma benção especial para subir contra Amaleque, um de seus mais poderosos inimigos. A vitória seria certa, mas havia uma ordenança bem específica: Não poderia existir sobreviventes, nem mesmo um único animal. Entretanto, Saul poupou a vida do rei Aguague, e saqueou os rebanhos dos amalequitas, levando para Israel as melhores ovelhas, os cordeiros mais vistosos e os bois mais gordos. Tal atitude entristeceu ao Senhor, que revelou a Samuel sua rejeição definitiva pelo rei. Antes do amanhecer, o profeta subiu ao encontro de Saul. Mas uma vez o desobediente rei apresenta seus “argumentos” e “desculpas”, mas desta vez Samuel esta impassível: - “Saul, suas palavras são para mim como balidos de ovelhas”. Numa tentativa desesperada para justificar sua desobediência, o rei explica que trouxe os animais afim de “sacrificar” ao Senhor, mas o profeta Samuel é taxativo em sua resposta (I Samuel 15:8-23)

Rebelião é como o pecado de feitiçaria e a obstinação é como idolatria e culto aos ídolos. Já que você rejeitou as palavras do Senhor, Ele também te rejeitou, e já não é mais digno do trono de Israel. O que você acha que agrada mais ao Senhor? Obediência a sua palavra ou sacrifícios? Pois eu te respondo: Vale muito mais atender ao Senhor do que queimar gorduras de carneiro sobre o altar... Obedecer é melhor que sacrificar!


Fidelidade na Dimensão Social

A Bíblia diz que tudo o que fizermos, devemos fazê-lo para a glória de Deus (I Coríntios 10:31). Partindo dessa premissa, entendemos a dimensão social da fidelidade, caracterizada como fruto da obediência às leis e normas humanas, como atitudes que qualquer pessoa pode realizar. Para o cristão, entretanto, essa dimensão da fidelidade é também expressão de espiritualidade, pois, se evidencia em práticas que têm fundamentação bíblica. Existem muitas ações, contidas dentro dos princípios ético-cristãos, que devem ser praticadas pelo crente, pois são compatíveis com a dignidade da vida cristã: a obediência às autoridades constituídas, preocupação com o bem-estar do próximo, cuidado com o meio ambiente, etc.A base de toda autoridade humana procede de Deus, de modo que o cristão deve prestar obediência às autoridades constituídas (Romanos 13:1). Assim sendo, desobedecer às autoridades constitui-se desobediência ao próprio Deus, visto que foi Ele quem as estabeleceu (Romanos 13:2). O próprio Senhor Jesus Cristo, como perfeito homem, submeteu-se ao poder do estado (Mateus 17:24-27). As escrituras Sagradas nos levam a compreender que a presença da autoridade secular é necessária e indispensável na ordem das coisas aqui na Terra (Provérbios 8:15-16). O único limite dessa obediência está na sujeição absoluta que o cristão tem com Deus, pois a lealdade a Ele é sempre prioritária sobre qualquer autoridade humana (Atos 5:29). A sujeição às autoridades legais faz parte de um elenco de princípios que devem ornar o caráter do crente como reflexo de sua obediência ao Senhor. Adoremos, pois, a Deus e sujeitemo-nos às autoridades constituídas por Ele (I Pedro 2:13-17). 

O cristão é também chamado a ter solicitude e responsabilidade social. O descuido com as necessidades sociais representa o abandono de inúmeras recomendações bíblicas dirigidas ao povo de Deus. A Bíblia declara que a salvação do homem é dádiva de Deus mediante a fé, e não fruto de obras meritórias (Efésios 2:8-9), mas as boas obras são uma consequência natural da salvação (II Coríntios 9:8 / Efésios 2:10). A dimensão da fidelidade do autêntico cristão não se esgota na verticalidade espiritual, mas se estende na horizontalidade que alcança seus semelhantes em atitudes que tenham como base o pulsar de um coração transformado pela Palavra de Deus e enriquecido pela presença do Espírito Santo. Quem usa a preocupação vertical como meio de esquivar de suas responsabilidades está negando o amor de Deus pelo mundo. A solidariedade não é outra coisa senão o cumprimento da lei do amor. Aliás, todas as obrigações morais da Lei cumprem-se na lei do amor (Romanos 13:10). O cristão, como ser social, deve denunciar as injustiças sociais, bem como agir com sabedoria, buscando cooperação e bom relacionamento com todos, sempre objetivando servir ao próximo, usando inclusive dos seus próprios recursos, ajudando a minorar o sofrimento das pessoas, principalmente os domésticos da fé (Gálatas 6:10 / Tiago 2:17).“Cristo instrui a agir com preocupação social. Aqui estão os princípios pelos quais os homens serão julgados: como tratam os famintos, os sem lar, os pobres, os doentes e os presos. A preocupação social não pode ser biblicamente separada da vida cristã. Jesus iguala a formacomo tratamos os desprovidos com a forma como tratamos a Ele. O que fazemos por eles, fazemos por Ele. Não devemos permitir que a vida cristã seja apenas um empreendimento espiritual, sem ligação com o serviço da humanidade”. (Bíblia de Estudo Plenitude- Sociedade Bíblica do Brasil – 2001. P. 986. Comentário de Mateus 25:37-40).

A primeira ordem de Deus ao homem foi para cuidar da natureza (Gêneses 2:15). Essa incumbência retrata não só a necessidade do homem preservar o objeto do seu usufruto próprio, mas também a criação de Deus. Embora o homem seja coroa da criação (Gêneses 1:26-28). Deus não lhe deu o direito de abusar da natureza e nem dos animais. Pelo contrário, Ele atribuiu ao homem a responsabilidade pela utilização adequada dos recursos naturais e pela preservação das espécies. A Bíblia apresenta várias passagens nas quais vemos Deus instruindo o homem a lidar adequadamente com a Sua criação (Êxodo 22:6 / Levíticos 25:1-7 / Deuteronômio 22:6 / Isaías 45:18). Nessa perspectiva, o cuidado com o meio ambiente é uma exigência divina, sendo responsabilidade de cada Cristão o cuidado com a manutenção da vida na Terra (Gêneses 1:26). Para o crente, preservar a natureza não é apenas uma questão de sobrevivência. É também reconhecer que Deus é o Senhor da criação, pois, só Ele é soberano sobre todas as coisas (Salmos 24:1). A visão bíblica de como devemos nos relacionar com a natureza é uma visão equilibrada, ou seja, não devemos deificá-la, como os panteístas o fazem (Romanos 1:15), agentes de destruição daquilo que Deus criou.

“Quando desrespeitamos a natureza e não utilizamos de forma sustentável os rios, as florestas, o solo, o ar, aquilo que é necessário para a vida do planeta, demonstramos a falta de importância dada as gerações futuras. Essa é uma visão completamente fora do propósito de Deus na relação do homem com a natureza”. (Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente).


Dupla Cidadania

“Dupla Cidadania” ou “Cidadania Múltipla” é um status no qual um indivíduo é titular da nacionalidade de dois países diferentes. Todo cristão se encaixa neste contexto, já que nossa “base operacional” não é terrena, estando perene numa esfera espiritual, uma vez que o próprio Jesus revelou: Meu reino não é deste mundo (João 18:37). Todo cidadão tem diretos e deveres para com a pátria madre, e considerando que nosso lar original é o céu, então devemos preencher alguns requisitos que validem nossa cidadania celestial. Davi se questiona sobre esta questão no Salmo 15:1, quando pergunta: - Senhor, quem habitará no teu Tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? – Já nos versos seguintes o salmista apresenta uma pequena lista com algumas qualificações necessária: andar sinceramente, praticar a justiça, falar a verdade no seu coração, não difamar com a sua língua, não fazer mal ao seu próximo, não aceitar que o seu semelhante seja envergonhado, compactuar com as ações de homens impiedosos, valorizar quem teme ao Senhor, pensar primeiramente nos outros, não se deixar dominar pelo dinheiro, não incriminar um inocente e jamais ser corrompido. Já em I Coríntios 5:20, o apóstolo Paulo eleva esta questão a um novo patamar fazendo a  grandiosa revelação que somos mais que apenas “cidadãos do céu”, e sim “embaixadores de Cristo” na Terra. 
 
Um embaixador nada mais é que um representante legal de um estado/nação, dentro de outro estado/nação do qual ele não é originário. Partindo deste principio, somos cidadãos do céu, que temporariamente representamos nosso reino Celestial aqui na Terra (João 17:11).
 
Como tal, priorizamos por respeitar o código ético e moral de nosso Reino original, os céus. Porém, como no momento, moramos numa terra estrangeira, é preciso honrar as leis aqui estabelecidas, desde que as mesmas não se confrontem com as leis celestiais. É neste ponto que a fidelidade do cristão se horizontaliza, sendo demonstrada em todos os aspectos do seu cotidiano. Fomos chamados para ser luz do mundo e sal da terra, fazer a diferença, ser uma referência de ética e comprometimento(Mateus 5:13). Em seu famoso sermão “A Casa na Montanha”, o pastor americano Martin Luther King disse que os cristãos não devem ser meros termômetros, que avaliam a temperatura a sua volta e nada faz para mudá-la, mas que deveríamos ser como termostatos, que após avaliar a temperatura do ambiente, age para transformá-la.  Sabemos que os sistemas que regem o mundo foram entregas ao maligno, mas isso não deve nos impedir de promover mudanças no meio em que vivemos, levando luz para um cenário repleto de trevas.

Essa influência passa primeiro pelos bons exemplos. O cristão tem por obrigação ser um aluno dedicado, um profissional competente, um motorista cuidadoso, um gestor eficiente, um benfeitor abnegado, bom pagador de suas dividas, um empregador complacente, um doador generoso, um eleitor consciente, um político honesto, um homem respeitoso e respeitável, um adorador atemporal... É nas pequenas coisas que mostramos nossa fidelidade... É em gestos e ações cotidianas que as pessoas identificaram Cristo em nós... É honrando calendários, horários e compromissos assumidos que honraremos também nossa cidadania eternal. O que somos é sem duvidas a mais eloquente de nossas mensagens. Afinal, como já disse Agostinho: Pregue o Evangelho, se precisar, use palavras.


Resultados provenientes da fidelidade

Fidelidade é mais do que uma virtude humana, é fruto do Espírito Santo. Mesmo em seu aspecto social, onde a fidelidade está mais relacionada à observância de regras e preceitos humanos, para o cristão, ser fiel é sempre uma questão de espiritualidade e motivo de recompensa da parte de Deus (Salmo 58:11).A recompensa de Deus para os fiéis diz respeito à vida neste tempo e à vida eterna (Mateus 19:27-30 / Marcos 10:28-30). Aliás, a suprema recompensa que o cristão receberá pela vida de fidelidade a Deus é a vida eterna. Quem tiver deixado “tudo” por amor a Cristo, receberá já no presente também tudo, mas com perseguições; e no futuro, a vida eterna (Mc 10.30). Na expressão: “com perseguições” fica claro que a nossa fidelidade a Deus não nos isenta das perseguições e aflições neste mundo, mas, sem dúvida alguma, nos dá certeza de vitória (João 16:33).
 
Demonstramos nossa espiritualidade ao sermos fieis em todas as dimensões da nossa vida. Quando assim procedemos, estamos obedecendo à Palavra de Deus, como resultado da nossa obediência, Deus nos abençoa com paz e alegria no nosso homem interior (Salmo 119:165 / Romanos 7:22).
 
As recompensas de uma vida de fidelidade a Deus podem ser compreendidas no sentido de que colheremos, na dimensão social da nossa vida, mais estabilidade e justiça social, minimização dos sofrimentos humanos e vida mais saudável, dentre muitos outros benefícios. Servir a Deus e ao próximo com amor é certeza de que seremos galardoados aqui e no porvir. As leis universais da colheita e da semeadura valem para todas as situações e aspectos da vida humana (Gálatas 6:7b). Ninguém deve brincar com as leis de Deus; pois Ele não as alterará em nosso benefício. O que um homem colhe é o resultado inevitável do que ele semeia. Assim sendo, devemos ser fiéis em toda a nossa maneira de viver para que possamos colher os bons frutos dessa semeadura aqui na Terra e na eternidade.

Para conhecer os princípios e passos para uma jornada cristã íntegra e frutífera através da FIDELIDADE, venha participar neste domingo, (08/03/2015),  da Escola Bíblica Dominical.

Material Base:
Revista Jovens e Adultos nº 94  - Editora Betel
Fidelidade - Lição 10
Comentarista: Pr. Saulo Nunes
 
Comentários Adicionais (em vermelho)
Pb. Miquéias Daniel Gomes
 



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