segunda-feira, 23 de março de 2015

Onde está a Arca da Aliança?

A Arca da Aliança, (aróhn hab-beríth, no original hebraico), era um objeto sagrado que representava a presença de Deus no meio de seu povo, e fazia parte dos utensílios desenvolvidos para compor o Tabernáculo.   Era composta por uma caixa com tampa, com um metro e onze centímetros de comprimento e sessenta e sete centímetros de largura e altura, feitas de madeira de Acácia e revestida com ouro por dentro e por fora, inclusive nas bordaduras. Sobre a tampa, também chamada de “Kapporeth” ou “Propiciatório”, foi esculpida uma peça em ouro puro, formada por dois anjos querubins ajoelhados um de frente para o outro, com as asas esticadas para frente, ao ponto de se tocarem nas extremidades, como se protegessem o que estava dentro da caixa. Para o seu transporte foram construídas quatro argolas de ouro nas laterais, que eram transpassados por varas de Acácia também recobertas de ouro, que permitiam a condução do objeto com facilidade, já que segundo o registro mosaico, a Arca da Aliança tinha a capacidade de “flutuar”.  Dentro da Arca, foram depositados três elementos de grande importância da fé judaica e de simbolismo expressivo para todo cristão: a tábua contendo os dez mandamentos, o cajado de Arão que milagrosamente floresceu e produziu amêndoas, além de um jarro contendo porções do maná.  
 
Uma vez que o povo israelita adentrou em Canaã, a Arca passou a ser alocada em templos de adoração, sendo muitas vezes levada para a guerra, como um apoio espiritual. Em um desses confrontos, os filisteus se apoderaram da Arca, que ficou distante de Jerusalém por muitos anos. Foi apenas no reinado de Davi que a Arca voltou para casa, encontrando, posteriormente, uma morada definitiva no Templo de Salomão. Mas onde está a Arca da Aliança hoje?
 
Antes de mais nada, é preciso deixar claro que esta é uma pergunta impossível de ser respondida, já que a localização deste artefato sagrado é um mistério que fascina teólogos, estudantes da Bíblia e arqueologistas por vários séculos, sem nunca ser elucidado. Tudo que podemos fazer é listar uma série de possibilidades históricas e literárias e deixar com que cada um tire sua própria conclusão.

O livro de II Crônicas 35:1-6, faz um registro que no décimo oitavo ano do reinado de Josias em Judá, o rei ordenou que os responsáveis por cuidar da Arca retornassem ao templo de Jerusalém, e esta é a última citação história registrada na Bíblia sobre tal objeto. Sabemos que quarenta anos depois, o rei da Babilônia, Nabucodonosor, subjugou a cidade, saqueou o templo e ateou fogo em toda Jerusalém. Porém, o paradeiro da Arca permaneceu um segredo.

Uma das primeiras teorias é que o Faraó Sisaque teria roubado a Arca durante o reinado de Roboão, e ela teria permanecida escondida no Egito.

No livro apócrifo de II Macabeus, é registrado que antes da invasão babilônica, Jeremias teria tido uma revelação especial, e escondido a Arca em uma caverna situada no Monte Nebo. 

Os rabinos Shlomo Goren e Yehuda Getz defendem a ideia que a Arca está escondida embaixo da montanha do Templo, local onde foi enterrada para que Nabucodonosor não pudesse encontrá-la.

O explorador Vendyl Jones acredita que um artefato encontrado entre os pergaminhos do Mar Morto, o misterioso “Pergaminho de Cobre da Caverna 3”, é na verdade um mapa que detalha o local onde estão escondidos vários tesouros retirados do templo antes da invasão babilônica, incluindo a Arca da Aliança.

Um antigo correspondente do jornal “O Economista” chamado Graham Hancock, que trabalhou por muitos anos na África Oriental, publicou no ano de 1992 um livro chamado “O Sinal e o Selo: A busca da Arca da Aliança”, no qual argumentou que a Arca tinha sido armazenada numa igreja da cidade de Askum, na Etiópia. Esta mesma tese é defendida pelo famoso explorador Robert Cornuke.

O arqueologista Michael Sanders, acredita que a Arca está escondida em um templo primitivo do Egito na vilagem israelita de Djaharya.

Uma tradição irlandesa, acredita que a Arca está enterrada sob o Monte de Tara, na Irlanda.

Ron Wyatt afirmou que já viu a Arca da Aliança enterrada sob o Monte Calvário, e Crotser que já a visualizou no Monte Pisgah, perto do Monte Nebo.

Muitos acreditam que a Arca da Aliança tenha sido levada para Roma, e faça parte dos tesouros ocultos dos lendários “Cavaleiros Templários”. Outros apontam a própria Babilônia como o destino da Arca.
 
Porém, uma das mais aceitas explicações para o destino da Arca, vai muito além de teorias humanas e posições geográficas, e está baseada em uma das visões de João, na ilha de Patmus. Nela, o apóstolo relata ter visto a Arca da Aliança no Templo de Deus no céu. Esta tese parte do princípio que, sendo a Arca de grande importância e detentora de objetos preciosos, Deus teria a levado para um lugar onde nenhum ser humano tivesse acesso. O relato de João está em Apocalipse 11:19:  "E abriu-se no céu o templo de Deus, e a Arca do seu concerto foi vista no seu templo..."
 

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