quinta-feira, 11 de maio de 2017

EBD - A coragem de um profeta levantado por Deus


Texto Áureo
Jeremias 36.2
Toma o rolo de um livro, e escreve nele todas as palavras que te tenho falado de Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje.

Verdade Aplicada
Poucas pessoas nas Sagradas Escrituras exibiram fé, coragem e resiliência como Jeremias.

Textos de Referência
Jeremias 36.1-3

Sucedeu, pois, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, que veio esta palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
Toma o rolo de um livro e escreve nele todas as palavras que te tenho falado sobre Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje.
Ouvirão, talvez, os da casa de Judá todo o mal que eu intento fazer-lhes, para que cada qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a sua maldade e o seu pecado.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

Quando Deus nos chama
Pb. Miquéias Daniel Gomes

Existe um velho jargão, muito utilizado por pregadores pentecostais, que diz: - Deus não escolhe capacitados, ele capacita os escolhidos. Não concordo. As escolhas de Deus me dizem o contrário.  Abraão foi escolhido porque possuía uma fé inabalável.  Jó foi escolhido por sua longanimidade sem precedentes.  Davi foi escolhido por ter um coração quebrantado. Paulo foi escolhido porque priorizava a causa divina. Jeremias foi escolhido por sua devoção a Palavra de Deus. O sempre escolheu pessoas detentoras de qualidades especiais, e então, as potencializou. Isso mesmo. Somos escolhidos porque aos olhos de Deus, já temos algo especial. Então, quando dizemos que não temos “capacidade” para realizar uma tarefa destinada a nós pelo Senhor, banalizamos uma escolha divina e questionamos abertamente a sabedoria de Deus. A mecânica é simples de entender. A Obra de Deus aqui na Terra, é realizada por mãos humanas, direcionadas por seu Santo Espírito. Algumas destas mãos, deslizam por teclas de pianos. Outras, manejam pás e picaretas. Todas têm valor, mas, cada uma, possui especialidades distintas. Então, Deus as escolhe, separa e designa para trabalhos que condizem com sua habilidade. O Senhor nos usa naquilo em que somos bons.  Não com base no que achamos, mas sim, do que ele já sabe. Até, porque, foi exatamente as mãos do Criador que nos fez assim. 

Jeremias tinha seus problemas emocionais. Chorava a torto e a direito, se magoava com facilidade, sofria de depressão e constantemente era abatido por palavras alheias. Porém, seu temperamento melancólico nunca foi desculpa para se esquivar do ministério pesaroso confiado a seus ombros. Entre lágrimas e lamurias, o profeta se mostrava resiliente no momento de conclamar a nação ao arrependimento, mesmo que suas palavras revoltasse os líderes de Judá, e incitassem a ira em sua geração. Sua fraqueza era equilibrada pela força do Senhor, e isto o fazia forte. Por vezes, Jeremias se sentia incomodado com sua vocação, mas, nunca a colocou em dúvidas. Ele tinha plena consciência de seu chamado. E este é um detalhe que faz toda a diferença. Confiar na escolha divina.

Moisés nasceu e cresceu no Egito, sendo criado e educado no palácio de Faraó, ocupando um posto na linhagem real. Foi instruído em todas as ciências dominadas pelos egípcios, como engenharia e medicina. Estudou a arte da guerra e se aperfeiçoou nas relações diplomáticas. Moisés foi criado para liderar, governar e dominar. Mas, apenas isto não bastava para a grande missão que lhe estava destinada. Exilado no deserto, Moisés iniciou um novo ciclo de aprendizado. Ele se tornou pastor de ovelhas, e aprendeu a lidar com rebanhos grandiosos e seus cordeiros saltitantes. Por quarenta anos se dedicou a encontrar pastagens em meio ao mar de areia. Aprendeu sobre rochas, poços e serpentes venenosas. O pastor sabia liderar e o príncipe tinha aprendido a apascentar. Moisés estava pronto.  Deus já sabia disso, mas ele, ainda tinha muitas dúvidas.

O Senhor se apresentou a Moisés como sendo o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Imediatamente, ele reconheceu a voz do Deus dos hebreus, e nem por um segundo, duvidou da identidade do Senhor. Suas dúvidas não orbitavam a existência de Deus, mas sim, suas condições pessoais. Ao saber que tinha sido o escolhido para libertar Israel, imediatamente, Moisés se sentiu pequeno e incapaz, mesmo o Senhor já tendo validado sua capacitação. Foi aí, que o príncipe pastor, dedicou os próximos minutos da vida, tentando convencer Deus de que a escolha estava errada. Exatamente, o que fazemos com uma regularidade absurda.

Ao contrário de Jeremias, que argumentava com Deus sobre o ministério que lhe foi confiado, Moisés tentou convencer o Senhor que não era apto a exercer as atribuições que lhe estavam sendo destinadas (Êxodo 3 e 4). Tudo que Moisés ganhou com seus argumentos, foi a concessão para que Arão o auxiliasse em sua jornada. Mas, ao invés desta “ajuda” amenizar a responsabilidade de Moisés, ela a duplicou. No Egito, Moisés seria a boca, e o EU SOU seria Deus. Agora, Arão, seria a boca, e Moisés lhe seria por Deus. Antes mesmo de se registrar no RH, Moisés já tinha recebido uma promoção. Poder dobrado. Cobrança redobrada.

Não adiante se esquivar. Antes de nos convocar para sua Obra, Deus já nos preparou, nos moldando desde o ventre de nossa mãe. Quando Ele chama, já estamos capacitados. No chamado, o Senhor chancela sua escolha prévia. Tentar argumentar com Deus para fazê-lo mudar de ideia quanto a isto, apenas o fará enxergar ainda mais fundo dentro de nossa alma. E já sabemos muito bem o que tem lá. Exatamente a joia preciosa que nos torna especial aos olhos do EU SOU O QUE SOU. Tesouros em vasos de barro. Foi Ele mesmo quem a colocou ali. (II Coríntios 4:7).


A serviço de Deus
Pb. Bene Wanderley

O ponto chave desta lição é compreender a urgência e a necessidade do bom serviço cristão. I Coríntios 12 e 13, nos dá uma visão ampla e intensiva do servir ao Senhor Jesus, recebendo dele através dos dons, o aperfeiçoamento da ação do Espírito Santo, que torna possível o chamado. Mas, na época do profeta Jeremias, não estavam disponíveis todas as informações que nós temos hoje, e o profeta teve que colocar toda sua confiança naquilo que ele havia recebido de Deus. Tudo era mais difícil.  Logo, a coragem era um ato indispensável na vida de alguém que se dispusesse a desenvolver um certo ministério nos dias do Antigo Testamento, os desafios eram indecifráveis e improváveis. Jeremias viveu numa época bem complexa, já que o pecado da nação havia ultrapassado todos os níveis de idolatria, imoralidade e apostasia. E o único respaldo disponível ao profeta era sua fé e coragem. Estas características ainda são essenciais em nossos dias, mesmo que tenhamos em mãos a revelação das escrituras nas suas mais variadas interpretação.  Deus, ao longo dos anos, levantou homens e mulheres para nos deixar rastros e vestígios incandescentes das verdades divinas, o que possibilita a nossa geração, um melhor entendimento para o desempenho no ministério profético da Igreja.

Ao lermos I Coríntios 12 e 13, compreendemos o trabalhar de Deus, e entendemos como homens e mulheres de nossa geração, também podem agradar ao Senhor Jesus, trazendo uma multidão de almas resgatadas das garras infernais. O profeta Jeremias foi chamado por Deus para trazer a nação de Israel, o povo escolhido, de volta ao seu lugar. O desvio nacional era devastador, e por isso foi necessário que Jeremias se esforçasse para desenvolver a sua função de profeta e porta-voz de Deus, com ousadia e entusiasmo. Deus precisava de alguém que entendesse sua voz, e se disponibilizasse a obedecer às suas orientações. Para tal tarefa, independente do período, se faz necessário ter muita coragem, fé e se mostrar uma pessoa resiliente (resiliência é a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar a uma situação desagradável ou mudanças).

Uma pessoa resiliente é capaz de lidar com seus próprios problemas e vencer grandes obstáculos, sem ceder a opressão, seja de qualquer nível. A resiliência mostra se uma pessoa sabe, ou não, se sair bem sob forte pressão. O profeta Jeremias se saiu muito bem diante da pressão sofrida quando o rei Jeoaquim rasgou e lançou ao fogo as palavras ditas por Deus através de seu ministério. Ao saber do acontecido, o profeta pegou outro rolo e voltou a escrever as mesmas palavras que foram queimadas. O profeta foi tomado de uma coragem surpreendente, tanto que Deus o honrou dando lhe uma graça sobrenatural. O rei pensava que o profeta se calaria, mas, Jeremias foi tomado por uma resiliência firmada em seu Deus.

Essa geração precisa de homens e mulheres de Deus, que não se rendam aos ditames mundanos e imoral desse século. Infelizmente, não poderemos contar com muitos profetas como Jeremias. Faltam-nos ferramentas divinas como José no Egito, Noé em sua geração apodrecida, Jó e em meio as calamidades. É triste​ ver que em nossos dias os valores e conceitos cristãos, e divinos, tem sido desprezado por muitos. O crescimento doentio de pregadores, profetas, mestres e doutores, que na verdade não passam de charlatões da fé, são protótipos laboratoriais do inimigo, desviado o povo da santa lei de Deus, vem descaracterizando o evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que é o evangelho da “transformação” do velho homem, para uma nova criatura. Lamentável condição de muitos em nossos dias.

Precisamos de homens e mulheres que tenham atitude, pois a mesma é o critério para o sucesso e progresso de um ministério profético e santo. Ficar do lado de Deus foi uma atitude sustentável do profeta em todo o percurso do seu ministério. Se queremos ter a aprovação dos céus em nossas vidas, e em tudo o que fizermos, precisamos ter a atitude de ficar do lado da verdade. Jesus Cristo é a verdade, nele não há mentira.

Ao estudar esse assunto me peguei pensando: estamos vivendo dias iguais ao do profeta Jeremias. Já não podemos falar o que Deus quer transmitir ao seu povo, já não temos mais ouvintes da verdade, ninguém quer ouvir Deus. Queremos ouvir os ruídos dos ratos de laboratório, cheios de toxina infernais, homens corruptores da verdade, amantes das flores e das glórias terrenas, famintos por desvios doutrinários, mendigos espirituais, barris cheios de pólvora da apostasia, da idolatria e de toda sorte de engano. Falta-nos homens que queiram sair de dentro dessa bolha de perversão espiritual, que infelizmente estamos vivenciando em nossos dias. Homens que vivam para Deus, e que não apenas gritem aos quatro ventos:  sou profeta, pregador, preletor, doutor, mestre, apóstolo, bispo, semideus ou o que queiram mais.

Ser chamado por Deus é muito mais que títulos ou posição.  Ser chamado por Deus é ser seu profeta na Terra. É ser sua voz aos ouvidos dos homens. É apregoar o ano aceitável do Senhor. É mostrar que o juízo de Deus cairá sobre os maus e sobre todos que desprezam a sua lei. O fato é, precisamos de profetas de Deus em nossos dias. Sabemos que o ministério do profeta Jeremias não foi fácil, mais mesmo assim, ele prosseguiu em cumprir aquilo que lhe fora proposto.

A missão não seria fácil, mas em nenhum momento Deus deixou o seu servo sozinho a graça do Senhor foi o sustentáculo do seu servo. Deus nunca vai deixar de guiar, proteger e sustentar os seus enviados. Para isso é necessário ter convicção da chamada, o que nos torna numa fortaleza segura em tempos de grandes batalhas. Jeremias possuía essa convicção dentro de sua alma. Que Deus nos ajude a estar firme na rocha que é Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador, no dia em que nosso ministério for provado.

Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição 07
A coragem de um profeta levantado por Deus
Comentarista: Pr. Clementino de Oliveira Barbosa













Introdução

A lição a ser ministrada hoje fala que o profeta Jeremias amava ao Senhor de Israel. Para ele, Deus era a realidade suprema. Jeremias imputa a Deus, a quem servia, as mais altas honrarias (Jr 32.17, 25).

Coragem para decidir qual lado ficar

Estudando o livro de Jeremias, percebemos que ele tinha convicção do seu chamado (Jr 1.4). Um fogo ardia dentro dele, misturado com entusiasmo e desejo de querer fazer a vontade de Deus até o fim (Jr 20.9). Deus chamou o profeta Jeremias e lhe orientou a escrever um livro sobre todas as palavras que o Senhor havia dito sobre Israel, Judá e todas as nações (Jr 36.2). Como estava proibido de ir ao templo (Jr 36.5), ordenou ao seu escrivão que fosse e lesse os escritos em voz alta, de modo que eles escutassem tudo o que o Senhor Deus havia dito (Jr 36.8). Estas palavras chegaram ao conhecimento do rei Jeoaquim. A Bíblia relata que era tempo de friagem e o rei estava no seu palácio de inverno, sentado perto do fogo. Depois de ouvir a leitura de três ou quatro folhas, o rei ficou muito irritado, pegou um canivete, cortou o rolo em pedaços e jogou no fogo (Jr 36.23). Que triste para um povo ter um rei insano. Nem o rei e nenhum de seus servos que ouviram todas aquelas coisas ficaram com medo ou mostraram qualquer sinal de arrependimento (Jr 36.24).

Deus pune seu povo dando-lhes maus líderes. Entretanto, o meio que Ele usa para compensá-los é dando-lhes bons líderes (Jr 30.21-22). O profeta Jeremias, sob orientação divina, escreveu num rolo uma carta combatendo os moradores de Judá. Essa mensagem também os alertava de que sua capital, Jerusalém, seria devastada, a menos que transformassem suas atitudes. O rei Jeoaquim não foi o único a tentar queimar a Palavra de Deus. No período que Israel ficou sob domínio da dinastia selêucida, o rei Antíoco Epifânio queria difundir a cultura helenística em todo seu domínio. Para isso, ele tentou impor a cultura e religião gregas aos judeus, saqueando o templo do Senhor em Jerusalém, tentando destruir todos os rolos da Lei. Outro governante que tentou apagar as Escrituras foi o imperador Diocleciano. O que Jeoaquim, Antíoco e Diocleciano tinham em comum? O mesmo desejo de eliminar a Palavra de Deus. Apesar disso, a Bíblia sobreviveu a todas as tentativas de destruí-la, por que a Palavra de Deus é eterna!

Em vez de obedecer à voz de Deus, o rei ordenou que prendessem Jeremias e o seu escriba. Mas o Senhor já os tinha escondido (Jr 36.26). Esconderijo é o lugar onde alguém ou algo se esconde. Uma espécie de abrigo, um refúgio. Em algumas situações, a fuga é a melhor decisão a ser tomada. José fugiu da mulher de Potifar (Gn 39.7, 12). O anjo do Senhor aconselhou a José e Maria a fugirem com o menino para o Egito (Mt 2.13). Elias fugiu para o deserto (1Rs 19.3-4). No momento de perseguição, necessitamos ir ao ambiente da intimidade, o esconderijo de Deus. É para lá que o Soberano quer nos conduzir para palestrar conosco.

Assim como Adão e Eva, muitos de nós escolhemos nos esconder de Deus (Gn 3.8). O livro de Jonas nos narra em duas ocasiões que Jonas “fugiu de Deus”. E, porque fugiu de Deus, encarou tempestade, desesperança e obscuridade. Ele teve a certeza que fugir de Deus é uma péssima escolha. O pecado penetrou na humanidade e gerou esta separação com o Criador. A partir desta fissura do pecado, os homens começaram a trilhar o caminho da rebeldia.

Resiliência é a capacidade de uma pessoa lidar com seus próprios problemas vencer obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação. A resiliência demonstra se uma pessoa sabe ou não funcionar bem sob pressão. Depois que o rei queimou o rolo, Jeremias se saiu bem sob pressão. Ele pegou outro rolo e escreveu tudo o que estava escrito naquele que o rei havia queimado e mandou pronunciar o seguinte: “Tu queimaste este rolo, dizendo: Por que escreveste nele anunciando: Certamente virá o rei da Babilônia, e destruirá esta terra, e fará cessar nela homens e animais?” (Jr 36.29). O rei pensava que, queimando o rolo, fosse calar a Palavra de Deus. O que ele não sabia é que o profeta Jeremias não se calaria diante das adversidades.

José é outro grande exemplo de resiliência. A partir do momento que foi comercializado como escravo, até virar governador do Egito, José ficou encarcerado aproximadamente por 17 anos. Sendo 15 anos como escravo de Potifar e 2 anos na prisão. Depois de tudo isso ele venceu os obstáculos e se saiu vencedor. Um outro exemplo de resiliência é Rute, que teve três pessoas falecidas na sua família: seu sogro, seu cunhado e seu marido. Residiu com sua sogra, arrecadando sobras de trigo nos campos de Boas. Mas, mesmo assim, não desistiu e nem se lamentou daquela circunstância.

A importância da cooperação

Deus e o povo eram como noivo e noiva, como marido e esposa (Jr 2.2). Mas a aliança entre os dois havia falhado e eles se separaram (Jr 3.8) A esposa (povo) largou o marido (Deus) e foi atrás de outros amantes (deuses) (Jr 2.25; 4.30) e adulterou (Jr 2.20; 3.20; 5.7). Por isso, Deus, o marido, não queria, mais saber da esposa (Jr 2.22; 5.7). A atitude é o critério para o sucesso. Quando procuramos nas Escrituras Sagradas alguém que se encaixe neste perfil, nossos olhos sobrevêm sobre a vida do profeta Jeremias. Mesmo com o casamento rompido entre Deus e o povo, Jeremias decide ficar do melhor lado: o lado de Deus. Poderíamos citar muitos outros, no entanto, enxergamos na vida desse homem um exemplo de quem tomou a atitude correta em se tornar um profeta é extremamente mais do que pregar sobre as coisas que sobrevirão. Profetizar é ver o Senhor convocando seu povo de volta para Si (1Pe 2.9).

Alguns exemplos de pessoas que demonstraram atitude diante do Senhor: Paulo, em servir ao Senhor após ouvir Sua doce voz (At 9.18); a mulher do fluxo de sangue (Mc 5.25, 34); Pedro, ao sair do barco para ir ter com o Mestre (Mt 14.29); Jacó, quando disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares”. (Gn 32.26).

Deus sempre coloca pessoas em nossos caminhos para nos ajudar. Com Jeremias não foi diferente. O Senhor havia dado ordem a Jeremias “para arrancar, despedaçar, arruinar e destruir”, mas também “para edificar e plantar” (Jr 1.10). Mesmo estando encarcerado (Jr 36.5), ele não poderia se calar. Por isso, pede que seu escriba, Baruque, leia a mensagem de Deus ao povo, a fim de encorajá-lo a abandonar os seus pecados (Jr 36.6). Baruque sem dúvida, estava a par dos riscos envolvidos nessa missão. Mesmo assim, ele se dispôs a escrever todas as palavras do Senhor pronunciadas por Jeremias e a lê-las na casa do Senhor para todo o povo (Jr 36.5-8).

Aprendemos muitas coisas essenciais no comportamento do escriba Baruque. Um importante ensino é o seu ânimo de realizar a obra do Senhor, não importando as implicações. Ele colocou suas habilidades ao serviço do profeta Jeremias. Muitos Cristãos mostram o mesmo espírito voluntário nos dias de hoje, isto é, colocam suas aptidões a serviço do Senhor.

Ainda que seja mencionado em apenas quatro capítulos em toda a Bíblia, Baruque é bem conhecido doa amantes da Escrituras Sagradas como secretário, escriba, porta-voz, companheiro e amigo de Jeremias. Notamos que depois de ter escrito o livro, Baruque teve um conflito e desabafou: “Ai de mim agora, porque me acrescentou o Senhor tristeza à minha dor! Estou cansado do meu gemido e não acho descanso”. (Jr 45.3). No caso de Baruque, este conflito o levou à oração e a oração ao desabafo. O desabafo era o ralo por onde fluíam suas lágrimas. O Senhor Deus estava atento à aflição de Baruque e prometeu preservá-lo (Jr 54.5).

Muitos historiadores creem que Baruque pertencia a uma distinta família de escribas, em Judá. Ele era filho de Nerias, irmão de Seraías, amigo e secretários do profeta Jeremias (Jr 36.4). Era homem erudito, de nobre família (Jr 51.59), tendo servido fielmente ao profeta. Foi Baruque também que leu o livro duas vezes, primeiro, para o povo aglomerado no templo em dia de jejum, e, depois, para um distinto grupo de líderes em lugar particular. As Escrituras mencionam também Seraías, seu irmão, era um dignitário na corte do rei Zedequias (Jr 36.32; 51.59).

Cumprindo a missão em tempos difíceis

Em nenhum momento, Deus deixou o profeta Jeremias iludido. Quando chamou o profeta para anunciar a Sua Palavra, declarou que o mesmo sofreria oposição e perseguição, mas não temesse: “...porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar” (Jr 1.17-19). Um aspecto muito importante no cumprimento da missão dada por Deus é ter convicção quanto ao chamado divino. Muito contribui para resistir diante das oposições, rejeições e aparentes fracassos. Vide o exemplo de Amós: “Eu não era profeta...mas o Senhor me tirou...e me disse...” (Am 7.14-15). O profeta Amós sabia que tinha sido comissionado por Deus.

Hoje, todo o discípulo de Jesus Cristo tem um chamado (Mt 28.19-20). É importante compreender que a convicção de que o Eterno Deus nos chamou faz a diferença. Somente devem ser contados como verdadeiros cristãos aqueles que vivem em obediência prática à Palavra e se esforçam por cumprir os mandamentos que Ele ordenou. Vale a pena ressaltar que discípulo não é alguém que já aprendeu, mas, sim, alguém que está aprendendo sempre. Os dias de escola do cristão nunca se acabam.

A certeza de que a Palavra de Deus é a verdade, sustentou Jeremias, mesmo quando estava preso, ou enfrentando os falsos profetas, ou sendo conduzido ao Egito contra a sua vontade (Jr 43.5, 8). Ele não se calou! O apóstolo Paulo assim escreveu: “Cri, por isso falei” (2Co 4.13).

Este aspecto é tão relevante que a primeira tentação procurou semear dúvida quanto ao que o Eterno Deus havia falado (Gn 3.1), e a última exortação bíblica é quanto a nossa relação com a Palavra de Deus (Ap 22.18-19). Em todo o seu livro o profeta Jeremias deixa transparecer que a mensagem profética é produto da comunhão espiritual íntima que ele tem com Deus (Jr 2.1). As palavras divinas saem da boca do profeta e a personalidade do pregador santificado nada faz para invalidar ou depreciar a natureza divina fundamental do pronunciamento.

O profeta Jeremias é um exemplo de perseverança. O povo não atendeu ao chamado de Deus, os líderes o rejeitaram, o rei destruiu o rolo contendo os escritos da Palavra de Deus e, no final, ainda foi levado ao Egito pelos rebeldes judeus. Todavia, ele não se calou. Continuou profetizando. Foi perseverante. No Novo Testamento, os discípulos de Jesus Cristo “foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria”, mas, por onde andaram, mesmo espalhados, “iam por toda a parte anunciando a palavra” (At 8.1, 4). É preciso perseverança no cumprimento da missão.

A dispersão dos cristãos levou ao mais significativo avanço na missão da Igreja (At 8.1). Pode-se até dizer que ficou sendo necessária a perseguição para levar cristãos a cumprir o mandamento implícito em Atos 1.8. Na medida em que os cristãos avançavam para novas áreas (At 8.4), descobriram que havia uma resposta imediata ao Evangelho, conforme exemplifica a resposta dada pelo povo de Samaria à pregação de Felipe (At 8.5-13).

Conclusão

O profeta Jeremias foi grandemente usado por Deus num momento crucial da história de Israel. Deus ainda hoje quer usar a mim e a você. Precisamos ter a mesma atitude do profeta Jeremias, isto é, escolher ficar ao lado de Deus, abandonando os prazeres do mundo.



Neste trimestre, estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 14 de Maio de 2017, da Escola Bíblica Dominical.

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