quinta-feira, 25 de maio de 2017

EBD - O Senhor é soberano entre as nações


Texto Áureo
Jeremias 27.6
E agora eu entreguei todas estas terras nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam.

Verdade Aplicada
O plano de Deus é que todas as nações sejam abençoadas por intermédio de Jesus Cristo.

Textos de Referência.
Jeremias 27.2-5

Assim me disse o Senhor: Faze umas prisões e jugos e pô-los-ás sobre o teu pescoço.
E envia-os ao rei de Edom, e ao rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de Tiro, e ao rei de Sidom, pelas mãos dos mensageiros que vêm a Jerusalém ter com Zedequias, rei de Judá.
E lhes darás uma mensagem para seus senhores, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos senhores:
Eu fiz a terra, o homem e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder e com o meu braço estendido, e a dou a quem me agrada aos meus olhos.




O Senhor da Eternidade

Um dos maiores desafios enfrentados por grandes homens de Deus, tais como Jeremias, Habacuque e Isaías, era exatamente a assimilação que que a intervenção corretiva de Deus seria benéfica para a nação. Eles tinham conhecimento prévio das calamidades que se abateriam sobre os judeus, e com isso, conviviam diariamente com a aflição de uma tragédia inevitável, já que o povo era arredio em arrepender-se. Israel, como nação, tinha promessas gloriosas sobre seu futuro, e mesmo assim, os profetas apontavam para a eminente destruição. A única forma de sobreviver a este “paradoxo profético”, era a total compreensão que os desígnios do Senhor são inalteráveis, e que todos os seus planos, terão uma conclusão dentro do planejamento original, independentemente do ocorrido durante o percurso (Jó 42:2). É preciso ter em mente que Deus está numa linha temporal diferente da nossa. Enquanto vivemos o “CRONOS”, regulado por minutos, dias e anos, Deus habita no “KAIRÓS”, o tempo perfeito e completo, medido apenas de eternidade a eternidade. Deus é soberano sobre tudo e sobre todos.  Nós aqui na terra, vivemos e analisamos os fatos de forma temporal, enquanto Deus visualiza passado, presente e futuro numa única perspectiva. Assim, em nosso entendimento, Deus pode até ter “mudado” seu modo operante, enquanto, na verdade, o desígnio continua intacto. Muda-se a ação imediata, mas o resultado a longo prazo será o mesmo. 

Quando olhamos para a Bíblia e nos deparamos com as expressões “Deus se arrependeu”, “Deus voltou atrás” ou “Deus mudou de opinião sobre determinada questão”, estamos na verdade, enxergando uma postura de Deus diretamente relacionada as escolhas feitas pelo homem, e não reviravoltas mirabolantes no plano divino. Digamos que já existe “o ponto final", mas, quem decide como chegar lá, é a própria humanidade. Ou seja, Deus não muda, e de fato não se arrepende, mas, atua de formas diferentes dentro do “cronos”, dependendo da postura tomada pelo homem. Um belíssimo exemplo desta realidade, pode ser encontrado no livro do profeta Jonas.

Nínive foi uma das maiores cidades da Ásia, tornando-se a capital do poderoso império Assírio. Ganhou fama de sanguinária, pois era habitual que seus moradores invadissem e saqueassem outras regiões, matando com requintes de crueldade seus prisioneiros. Realizavam sacrifícios humanos a deuses pagãos e viviam imersos em feitiçaria, erigindo pirâmides com a cabeça das vítimas para demostrar seu poderio.  Jonas foi incumbido de pregar a destruição de Nínive, mas embarcou num navio que ia na direção contrária, fugindo para Tarsis.  Porém, no meio do caminho, enquanto Jonas dormia tranquilamente no porão, uma tempestade de proporção épica se abateu sobre a embarcação. Os tripulantes desesperados, consideraram a tormenta como um presságio dos deuses, e iniciaram uma investigação entre os embarcados para saber quem havia causado tamanho furor em sua divindade. Lançando sorte, chegaram a Jonas, que acuado, assumiu a culpa pelo sofrimento de todos, e os aconselhou a lançarem-no ao mar. Foi quando um grande peixe o engoliu, e depois de três dias, vomitou o profeta na praia que tanto quis evitar. Finalmente, Jonas anunciou a mensagem de juízo. Saiu da cidade, sentou se sobre uma pedra e ficou esperando a destruição. Mas não foi exatamente o que aconteceu.  

Os moradores da cidade temeram aquelas palavras, e o rei ninivita conclamou um jejum de arrependimento, afim de que o poderoso Deus de Israel tivesse misericórdia deles. Homens, mulheres, crianças e até os animais, deixaram de se alimentar, num sacrifício vivo ao Senhor, buscando seu perdão e graça. Em resposta a esta ação voluntária, Deus suspendeu a terrível sentença. O profeta apregoou apenas o juízo para uma cidade perversa, anunciando a iminente destruição. Surpreendentemente, o povo ninivita, tomou uma posição de arrependimento, e aquela geração foi misericordiosamente poupada. Deus agiu com misericórdia e graça em virtude do quebrantamento espiritual daquela gente.  Mas, a justiça de Deus não ficou esquecida nas prateleiras do tempo. Após 150 anos, um profeta chamado Naum, foi levantado por Deus para anunciar uma nova sentença contra a cidade (Naum 1:1, 3:1). E desta vez, Nínive caiu.

Em 612 AC, o rio Kusur transbordou, causando uma grande inundação que atingiu casas e palácios. Valendo-se do desespero ninivita, os caldeus invadiram a cidade, matando seus moradores ao fio da espada. A mensagem de Jonas se realizou piamente, em um tempo diferente do esperado. Dentro de nosso “cronos”, muitos anos se passaram. No kairós, o relógio sequer mexeu seus ponteiros. Pequenas intervenções temporais, não alteram o resultado eternal. Deus não se limita ao tempo. Nós sim. Se aos nossos olhos o Senhor parece ter mudado, Ele de fato, nunca mudou. Seus planos terão exatamente o fim que foi planejado. Os meios não alteram o final.

Numa alegoria simples, podemos dizer que os desígnios de Deus são como um rio caudaloso, e a ação humana, é uma pedra lançada nas águas. Ela até provoca ondulações localizadas que alteram o movimento da água num ponto especifico, sem alterar o curso do rio. O detalhe mais relevante, é que o rio segue, mas a pedra afunda. Nossas ações não alteram os planos de Deus para o universo, porém, determinam nosso destino.

Num aspecto mais abrangente, podemos citar o que muitos consideram o verso chave das escrituras, João 3:16 – “Por que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. ”  O plano de Deus aqui revelado, é que toda a humanidade creia em Jesus, e assim encontre a salvação. Ninguém modifica este princípio. A vontade primária de Deus jamais será alterada. Nenhuma força existente pode muda-la ou adapta-la. Mas, a decisão de crer ou não é pertinente a cada pessoa. Individualmente. Nossa escolha é a pedra. O plano da salvação é o rio.

Devemos ter consciência que amor e justiça são atributos da personalidade de Deus. Ambos agem de forma simbiótica, não havendo possibilidade de uma prevalecer sobre a outra. Deus é bom porque é justo, e é justo porque é bom. Ele estabeleceu diretrizes que indicam ao homem o caminho a ser seguido rumo ao destino por Ele planejado antes da fundação do mundo. Uma estrada certeira que conduz a salvação, onde não há erro e nem dolo. Infelizmente, o homem sempre escolhe atalhos (Jeremias 29:11).  Estas decisões erradas da humanidade, jamais irão alterar o plano original de Deus, mas, certamente, aceleraram um processo imediato de intervenção, seja para bem ou para mal.

Quando lemos os primeiros capítulos de Gêneses, testemunhamos o declínio moral e espiritual da humanidade. Nos dias de Noé, vemos Deus se confrontando com a terrível realidade dos homens que se tornaram maus e inconsequentes. Corromperam-se, e neste processo, corromperam a terra também. A tragédia do dilúvio, neste caso, era apenas uma consequência das próprias ações da humanidade. A sentença de que o pecado atrairia a morte sobre o mundo, já tinha sido lavrada no Éden, conforme registrado em Gênesis 2:17. Logo, Deus estava em seu total direito de tomar para si as vidas que lhe eram devidas em decorrência da calamidade pecaminosa que havia se espalhado pelo mundo. O dilúvio apenas “adiantaria” o processo.

Mesmo assim, o Senhor ansiava encontrar arrependimento na humanidade, e por 120 anos, as portas da arca foram mantidas abertas para quem desejasse entrar. A escolha entre o “barco” e as “águas” foi tomada pelo homem, e não por Deus. De qualquer forma, o plano original estava mantido.  Os desígnios de Deus convergiam para que a terra fosse povoada a partir de uma família, e neste caso, Deus mantém sua estratégia, apenas substituindo Adão por Noé. Muda-se os personagens, mas a história, do ponto de vista eterno, continua inalterável. Numa linguagem figurada, podemos dizer que Deus não mexeu no tabuleiro, apenas reposicionou as peças.

Os leitores mais atentos entendem que o “arrependimento sentido por Deus”, fala de sua tristeza pela condição humana. E este, foi de fato, o marco para um recomeço, onde o "sangue" que clamava na terra foi “lavado.”  Uma nova semente de bondade estava sendo plantada através de Noé. As gerações seguintes cometeram os mesmos erros de seus antepassados, mas, cumprindo a promessa feita de retardar a destruição, Deus investiu ao longo da história em novos começos. Em Abraão, Ele iniciou Israel para ser uma nação modelo, que inspiraria o mundo no que tange a obediência a Deus. Porém, Israel se desvirtuou deste propósito, se moldando ao paganismo de nações estrangeiras. Afim de trazer seu povo de volta ao eixo de sua vontade, por diversas vezes, Deus usou a “força bruta”, tendo como ferramentas corrigidas as mesmas nações que os judeus tanto copiavam. Ações cirúrgicas da parte de Deus, que alteraram a direção da história humana, mas, nunca interferiram no propósito eternal de Israel.


Soberania e santidade

A soberania de Deus. Este tema é muito importante para todos que vivem tempos de dificuldades e se deparam com embaraços em todos os meios, tais como no social, político e religioso. Como já dissemos em outras oportunidades, este trimestre deveras inspirador, tornando cada lição da EBD em uma oportunidade de se iluminar em maravilhosas revelações. Por fatores diversos, este é um tema dos mais atemporais já estudados. Fundamental para nossa geração. É inegável que toda escritura é divinamente inspirada por Deus através do Espírito Santo, afinal é o Livro dos livros. Entre tantos textos maravilhosos, o livro do profeta Jeremias é, sem sombra de dúvidas, um dos mais sensíveis e tocantes, capaz de tocar a alma com tanta precisão, se revelando uma fonte de conhecimento e pesquisa, de qualidade incomparável. Pura revelação de Deus aos homens. Cada aspecto desta lição nos confronta com verdades irrefutáveis concernentes a soberania de Deus sobre todos e sobre tudo aquilo que existe nos céus, na terra e embaixo dela. Não há lugar onde a soberania de Deus não alcance. Não há um único homem na história, que não venha a se curvar com o rosto em terra diante da grandeza. Deus é soberano.

A situação era desesperadora para o profeta Jeremias, que testemunhava aflito a total corrupção da nação. O desvio moral tinha alcançado seu ápice, e Jerusalém já se assemelhava a Sodoma e Gomorra. Deus não suportava o grau de baixeza a qual o povo tinha chegado. Não havia um homem sequer, que buscasse a Deus como Jeremias. Não havia ninguém que buscasse a justiça e a verdade ( Jr 5.1). O profeta lamenta a triste realidade de sua gente. O capítulo 5 de Jeremias é revelador, pois a cada versículo nos é informado como os homens de Judá se revolviam em seus delitos, sem se importar com o que pudesse acontecer no amanhã. É notória a aflição do profeta no verso cinco, onde ele se propõe a ir aos líderes e sacerdotes do povo, mas, logo vem a sua lembrança que até eles se desviaram do seu Deus. Penso na triste cena, e me empatizo com o profeta Jeremias, pois ao olhar em volta, percebo que estamos vivendo a mesma situação em nossos dias. É uma dor na alma ao constatar esta semelhança.

A tática de Jeremias em suas mensagens era sempre relembrar ao povo de onde Deus os havia tirado, e como Deus se empenhou para lhes proporcionar a salvação. Ao evocar estas lembranças, o profeta esperava uma comoção nos corações. Infelizmente, não era o se via, mas sim corrupção sobre corrupção. Uma das grandes carências de nossos dias, é justamente a falta de memória de muitos crentes, que se esquecem da real condição em que se encontravam antes de Jesus Cristo se oferecer para morrer em nosso lugar. Não podemos tirar a cruz de Cristo do centro de nossas mensagens, dos nossos seminários, dos nossos púlpitos. É o momento de refrescar as mentes das pessoas com a cruz, e junto a isso relembrar da soberania de Deus.

E é justamente isto que o profeta Jeremias intenta em suas mensagens. Lembrar ao povo que Deus é o centro de tudo. Deus em sua soberania usa quem ele quer, e como quiser. Ao ver que o povo não se rendia aos vários apelos de amor, o Senhor usou líderes pagãos para punir Judá. Neste ponto, o profeta revela que Deus é o Senhor de tudo e de todos, e executa sua justiça com precisão e imparcialidade. Ele não abre mão de sua soberania, e a demostra usando todos os meios possíveis, e de acordo com sua justiça.


Esta situação de decadência do povo, em grande parte, foi gerada a partir da mistura com as nações pagãs. O requisito primaz para o povo de Deus é ser santo, separado, exclusivo do Senhor. Mas, infelizmente isto não aconteceu, e nem tem acontecido. O povo se voltou as práticas de seus vizinhos pagãos. Isso trouxe destruição. O desvio gerou um caos em toda a nação. Então Deus entrou com juízos severos. É preciso aprender esta lição. Não podemos deixar que o pecado que prolifera no mundo, nos roube a presença santa do nosso Senhor Jesus de nosso meio. Deus quer um povo limpo, santo e cheio de boas obras. Que o Senhor nos ajude a sermos fieis até o fim.


Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição 09
O Senhor é soberano entre as nações
Comentarista: Pr. Clementino de Oliveira Barbosa












Introdução

Nesta lição veremos que o Senhor Deus é imponente para realizar os Seus propósitos. Estudaremos que não há poder neste mundo capaz de frustrar os Seus projetos.

A aflição de um profeta

Jerusalém estava semelhante à Sodoma e Gomorra. Não se encontrava nela sequer uma única pessoa que praticasse a justiça e buscasse a verdade (Jr 5.1). A situação estava tão pervertida que Deus advertiu o povo (Jr 5.26). O estado de desgraça era notório entre os habitantes de Judá. Para Jeremias, era lamentável o fato de não haver mais velhos sentados nas praças e os jovens para cantarem (Lm 5.13-15). O anseio do profeta Jeremias era que o povo de Judá se voltasse para Deus. Ele sabia que o grande ato de amor realizado por Deus em favor do Seu povo havia sido a libertação do Egito. Por isso, é constante a lembrança do êxodo e do deserto em suas pregações (Jr 2.2, 6; 7.22, 25; 11.4, 7; 16.14). Preocupado com a possibilidade de o povo voltar a ser cativo em terra estrangeira, ele convoca o povo ao arrependimento: “Se voltares, ó Israel, diz o Senhor, para mim voltarás; e, se tirares as tuas abominações de diante de mim, não andarás mais vagueando, e jurarás: Vive o Senhor na verdade, no juízo e na justiça; e nele se gloriarão”. (Jr 4.1-2). O resultado esperado pelo profeta era que o povo se arrependesse dos seus erros. Por isso, suas profecias eram tão intensas. Entre tantas profecias, encontramos a promessa que Deus daria uma nova aliança e que ofereceria aos homens o perdão dos pecados (Jr 31.31, 34).

Jesus é o mediador desta nova aliança. Ele afiançou por meio do Seu próprio sangue. O sangue de Jesus é o sangue da nova aliança (Lc 22.20). O principal motivo de sua morte foi instituir esta aliança com todos que assim desejarem. A nova aliança, que seria feita com o povo de Israel para apartá-los dos seus pecados, também alcançaria os gentios para remissão de seus pecados, para que pudessem ser libertos da ira de Deus contra o pecado, tal como Ele a havia manifestado contra Israel e Judá, conforme vemos no livro de Jeremias (Jr 11.11). Mesmo nas horas mais sombrias da história de Israel, Jeremias não perdeu a esperança em seu povo. Suas pretensões eram de um arrependimento coletivo e o Senhor livrando seu povo do que estava por vir.

Que grande ironia nos é narrada pelo profeta Jeremias. Ele nos apresenta o Eterno Deus usando um líder pagão para punir as nações. Ele recebe do Senhor uma mensagem para os reis do Ocidente. Nesta mensagem, o Senhor diz ser o Criador de todas as coisas existentes e que é por seu gosto que Ele está entregando tudo ao rei da Babilônia, Nabucodonosor (Jr 27.5-6). Ele diz que as nações que não se submeterem às ordens de Nabucodonosor serão destruídas (Jr 27.8), entretanto, a nação que assim o fizer será recompensada (Jr 27.11).

Judá não caiu, ela foi entregue. Nabucodonosor não prendeu o rei, Deus o entregou. Os utensílios da Casa de Deus foram entregues ao inimigo pelo próprio Deus (Jr 52.17, 19). Sempre que o povo de Israel endurecia seu coração e deixava de ouvir a Palavra de Deus, o juízo de Deus vinha sobre eles (Am 2.4). Foi o pecado que trouxe destruição sobre Jerusalém, foi o pecado que causou o extermínio do templo. Foi o pecado que extirpou tantas famílias. Foi o pecado que gerou aquele abominável cativeiro. O pecado é uma desgraça da humanidade. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb 10.31). O povo de Israel já tinha perdido o bem mais precioso que uma nação pode ter: sua intimidade com Deus.

As nações vizinhas de Israel sempre foram motivo de preocupação pelo simples fato de Israel de contínuo se envolver com suas práticas pagãs e esquecer-se do seu Libertador (Ed 9.1). O requisito essencial para o povo de Deus é ser santo. É permanecer separado dos padrões e costumes de outros povos para não perder a essência de Deus e das bênçãos que Ele reservou para nós (1Co 1.2). Seguindo os costumes da religião de outros povos, o povo de Israel chegou a sacrificar os próprios filhos (Jr 7.31; 19.5; 32.35). Jeremias usou a expressão “arrepender-se” cerca de onze vezes no decorrer de suas pregações. Mas as influências eram tantas que o povo não se arrependeu. Diante de tanta influência negativa, entendemos o choro de Jeremias por sua nação (Jr 9.1; 13.17; 14.17; 25.17-18; Lm 1.2; 2.11, 18). A razão final pela qual Judá foi levado cativo para a Babilônia tem a ver com as influências recebidas destes povos vizinhos, que fez por diversas vezes com que Israel se desviasse do verdadeiro Deus. Com tantas práticas pagãs no meio do povo de Deus, a aliança com o Senhor havia sido quebrada (Jr 22.9).

Deus não admite influências pagãs no meio do Seu povo. Durante toda a história bíblica, o povo de Israel nunca deixou de ser influenciado pela presença de poderosos vizinhos, principalmente Egito, Assíria e Babilônia. Esses povos, ora aliados, ora hostis, tiravam o sono0 do povo de Deus. Nos dias de Salomão, o Egito era seu aliado, nem por isso deixou de oferecer abrigo aos que conspiram contra ele (1Rs 9.16; 11.17, 22). A Assíria adotava uma política que incidia em exilar os povos submetidos e substituí-los por colonos que lhes eram devotados. Os babilônios, por sua vez, revelaram-se igualmente impiedosos para com as nações dependentes que tentavam libertar-se do seu jugo.

Deus adverte o povo

Desde o início, Jeremias seguira um caminho sólido em advertir sujeição aos babilônios. Esta sugestão foi dada não somente a Judá, mas também aos mensageiros de muitas nações que estavam em Jerusalém (Jr 27.3-4). O motivo das pregações de Jeremias sempre foi levar o povo de Judá ao arrependimento, visto que ele via a Babilônia erguer-se, pela providência divina, para castigar uma nação desobediente, como era Judá. Ele orienta a submissão a Babilônia por parte de Judá e das outras nações. Jeremias, afinal de contas, era “profeta às nações” (Jr 1.5).

A chamada de Jeremias para que se tornasse profeta para as nações veio logo muito cedo em sua vida (Jr 1.5). O profeta foi empossado com autoridade de Deus como Seu mensageiro (Jr 1.10). Quando Deus chama, devemos atender ao Seu chamado, pois Ele dará recursos necessários para realizar a obra. Jeremias foi ungido por Deus para ser Seu representante legal em Judá e lhe foi dada autoridade para professar os desígnios que Deus tinha para as nações (Jr 1.9-10).

O Eterno Deus criou tudo para que sua glória seja vista e Ele eternamente adorado (Ef 1.6). Deus não criou um mundo tão esplêndido somente para pôr em um quadro e ao mesmo tempo não ter ninguém para admirar tudo de belo que Ele fez. Por isso, o salmista diz: “Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos”. (Sl 19.1). Utilizando a posse de sua criação, o Senhor assume seus direitos sobre todas as nações (Dn 2.38). Ele mesmo entrega a Nabucodonosor, rei da Babilônia, seu “servo”, todas as terras e os animais do campo para que o sirvam (Jr 27.6).

“Todas as coisas foram feitas por Ele e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). Judá necessitava ser punida por seus pecados e no tempo certo apareceu o servo do Senhor. Deus pode usar a qualquer um para ser servo dEle. Muitas vezes limitamos o poder de Deus. Deus nunca pode ser alocado nos padrões humanos. Deus pode efetuar punições sobre as nações, porque Ele é soberano sobre todas as coisas. Nabucodonosor era um homem cruel, mas Deus o chama de “meu servo”. Na parábola dos talentos, todos os chamados de sevos, tanto os bons como os maus (Mt 25.14, 30). O rei Nabucodonosor foi um instrumento nas mãos de Deus para efetuar a aspiração divina.

As nações do mundo contemporâneo discorrem que são donos do seu próprio destino devido ao seu poderio militar. Elas vivem uma luta constante em busca da paz. Não entendem que a paz verdadeira só existe em Cristo (Jo 14.27). O pecado tem causado a degradação de nosso planeta. Às vezes, Deus permite que as catástrofes aconteçam para trazer as nações aos Seus pés. O desejo do Senhor é que cada nação e cada indivíduo se arrependa e se achegue a ele.

Como é extraordinário as nações reconhecerem que existe um único Deus Verdadeiro, Soberano e Santo e com Ele estarem aliadas e unidas em propósitos de adoração. No livro de êxodo, nos é revelado a desenvoltura de Deus em libertar uma nação inteira do domínio da escravidão. Seu objetivo era abençoá-los, convertendo-os em uma nação missionária, para pregar a Palavra de Deus ao mundo inteiro (Êx 3.7).

Deus convoca ao arrependimento

Disse Jesus: “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.32). Embora o pecado dificulte o caminho até Deus, o arrependimento abre as portas do céu novamente (Tg 4.8). Oremos pela nossa nação! Pois feliz é a nação cujo Deus é o Senhor (Sl 33.12). O rei Davi mencionou a superioridade de Deus sobre as nações da terra: “Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações” (Sl 22.28). O Senhor não precisa ser sujeitado a ninguém. Ele faz o que lhe agrada, ninguém pode detê-Lo.

A soberania de Deus deve ser do conhecimento cristão (Sl 115.3). Falar que Deus é Soberano é exclamar que Deus é Onipotente e governa todas as nações da terra (Sl 22.28). Quando dizemos que Ele é Soberano, queremos dizer que Deus tem poder irrestrito sobre tudo e todos. Ele realiza tudo por Seu bel-prazer no céu e na terra e não existe ninguém que possa deter o poder de Suas mãos. Ele possui o direito de governar tudo tal como Ele quer, Deus é como o oleiro, que tem o controle completo sobre o barro. (Jr 18.6).

É fato que nem todos podem partir para outras nações. Entretanto, todos os discípulos de Cristo devem estar comprometidos com a proclamação da salvação em Jesus Cristo até os confins da terra (At 1.8): orando, indo, enviando e contribuindo. O Senhor nos delegou uma responsabilidade muito grande: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Que o Senhor desperte em cada um de nós o desejo missionário em busca das almas perdidas.

Alguns cristãos creem que o ganhar almas é feito dentro dos templos. Não foi isso que Cristo nos advertiu. Ele disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura”. (Mc 16.15). Poe esse motivo, a oração ininterrupta é tão necessária. Não devemos dar folga aos nossos joelhos, elevando nossos pensamentos ao Senhor na gratidão sincera pela salvação da nossa casa.

Jeremias teve um chamado para as nações porque esse foi o propósito de Deus (Jr 1.5). Em sua jornada como profeta, houve um preço a ser pago por ele. Ele chegou a amaldiçoar o dia em que nasceu (Jr 20.14). Ele sabia que não foi homem algum que o havia chamado, mas o próprio Deus de Israel (Jr 1.7). Jeremias não buscou ser bajulador de reis corruptos para ter benefícios, nem se assentou na roda dos zombadores (Jr 15.17). Ele seguiu seu chamado totalmente. A única preocupação de Jeremias era com a sua missão, que era inegociável.

Jeremias suportou muitas coisas na execução de sua missão. Ele foi incompreendido e caçado por seus adversários. Apesar disso, manteve-se leal ao seu ministério. Ele cumpriu sua missão e nunca retrocedeu. Jeremias não andava pelo que via, mas andava pela fé (2Co 5.7).

Conclusão

Deus é grandioso. Ele é Senhor absoluto na história dos homens e das nações. Ele é soberano para dirigir o coração de reis e nobres. Ele é divino para realizar a Sua vontade. Ele é soberano sobre tudo e sobre todos. Glória a Deus pela Sua eterna soberania.



Neste trimestre, estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 28 de maio de 2017, da Escola Bíblica Dominical.


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