quinta-feira, 22 de junho de 2017

EBD - Deus estabelecerá governo justo e eterno


Texto Áureo
Jeremias 33.17
Porque assim diz o Senhor: Nunca faltará a Davi varão que se assente sobre o trono da casa de Israel.

Verdade Aplicada
Sempre há esperança para aqueles que confiam e se submetem ao Senhor.

Textos de Referência
Jeremias 23.5-8

Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra.
Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o nome com que o nomearão: O Senhor, Justiça Nossa.
Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito, mas: Vive o Senhor, que fez subir e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do Norte e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra.


O Deus de Israel

Ainda hoje, nos referirmos ao Senhor como o Deus de Israel, tamanho o vínculo que esta nação tem o Altíssimo. Estudar a história de Israel é mergulhar no âmbito teológico, e a teologia sempre nos levará ao contexto histórico israelita. Este é, sem dúvidas, um povo a qual Deus escolheu e separou para si. Uma nação “modelo” que deveria inspirar os reinos do mundo a uma vida de obediência, reverência e devoção ao Senhor. Obviamente, está posição de destaque, sempre despertou a fúria dos inimigos e a inveja de estrangeiros. Assim, a história de Israel, sempre foi pontuada por muitos conflitos, regada a sangue e escrita com sofrimento. Sua visibilidade entre os reinos da terra, e a postura nacionalista de seu povo, literalmente colocou um alvo em Israel. Os judeus despertaram um incômodo em povos vizinhos e se território passou a ser cobiçado por motivos geográficos, políticos e religiosos. Nos dias do profeta Jeremias, quando a Babilônia expatriou milhares de judeus, somado ao fato que a Assíria já havia promovido uma miscigenação de israelitas com outros povos cerca de 150 anos antes, teve início uma diáspora que se acentuou nos séculos vindouros. Os judeus foram autorizados a regressarem a seu território de origem no ano 538 AC, depois que a Babilônia já havia sido conquistada pela Pérsia. Mesmo assim, muitos deles não regressaram para a casa, resultando numa grande colônia judaica fora de Israel. Em 332 AC, Alexandre, rei da Macedônia conquistou e dominou a região da Palestina, mantendo os judeus em sujeição ao império Grego. Neste período, os judeus se viram as voltas com era de instabilidade política de seus dominadores, já que o reine de Alexandre foi dividido entre quatro governadores diferentes, que almejavam anexar Israel a seus domínios.

Em 168 AC., Antíoco Epifânio, confiando no panteão de deuses gregos, decretou o fim da religião judaica. Os judeus foram forçados a sacrificar aos deuses gregos. Para obrigá-los a seguir a religião grega, fez sacrifícios de animais impuros, particularmente porcos, no altar. Oficiais gregos foram mandados através do império para forçar rigidamente a nova religião. Qualquer resistência era punida com a morte. As sinagogas foram destruídas, os rolos dos livros sagrados foram profanados e o povo foi massacrado aos milhares. O Templo de Jerusalém foi re-dedicado ao deus grego ZEUS, e sua colocada dentro do templo. Foram necessários inúmeros conflitos sangrentos e revoltas populares, para que os judeus reimplantassem sua religião, e retomassem a soberania nacional.

Já em 63 AC, foi à vez de os romanos conquistarem a Macedônia e a Palestina, e mais uma vez, a nação se viu subjugada por estrangeiros. Após uma série de revoltas contra Roma, os judeus foram duramente suprimidos e expulsos de seu território pátrio, dispersando-se definitivamente pelo mundo.

Ocupando diferentes regiões pelo mundo, os judeus conviveram em pequenas comunidades. Mesmo não tendo território próprio, eram considerados uma nação, e procuravam conservar sua identidade cultural por meio da língua, religião, costumes e hábitos.  Na Europa medieval, ocuparam principalmente a região da Península Ibérica (Portugal e Espanha). Antes do ano 1000, tinham liberdade religiosa e influenciaram o desenvolvimento cultural e científico. No ano de 1095, começaram a ser perseguidos pelos cristãos, porque a Igreja Católica julgou os judeus como responsáveis pela morte de Jesus Cristo. A partir desse fato, a civilização judaica sofreu constantes ataques nas cidades europeias; enclausurando-se nos guetos, milhares de judeus foram vítimas da Santa Inquisição (Tribunal da Igreja Católica que julgava os hereges).

A partir da Idade Moderna, os judeus foram expulsos da Península Ibérica. A grande maioria das comunidades judaicas teve que se instalar em regiões protestantes (norte da Europa). Com grande ascensão econômica e intelectual, no século XIX, vários países começaram a acusar a comunidade judaica de querer dominá-los. Nesse contexto, começaram a surgir ideias de aversão e preconceito contra os judeus (o antissemitismo). Ainda no século XIX, surgiu entre a civilização judaica o desejo de retornar ao seu território de origem, a Palestina, e criar um Estado Judaico nesse território. Era o ‘Sionismo’, milhares de judeus retornaram, fugindo do antissemitismo europeu.

No século XX, a comunidade judaica foi vítima de uma das maiores atrocidades da história, o chamado holocausto. Instituído pelo líder nazista Adolf Hitler, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), seis milhões de judeus foram submetidos aos campos de concentração, sendo torturados e mortos. Após o término da guerra, o movimento sionista reivindicou a Organização das Nações Unidas (ONU) a criação do Estado de Israel na Palestina. No ano de 1948, foi criado o Estado Judeu – contrariando os palestinos e árabes que viviam na região, milhares de judeus retornaram. A partir da criação do Estado de Israel, vários conflitos étnicos e guerras passaram a ser constantes na região conhecida como faixa de Gaza.

Mas, todo este passado de sofrimentos, e o presente de conflitos regionais e guerras cíclicas, conseguiu impedir a expansão de Israel como nação. Momentos históricos de flagelos impostos sobre os judeus, são também marcados por picos de crescimento. Seguindo o exemplo de um de seus mais notáveis antepassados, a nação pode dizer que “Deus a tem feito prosperar na terra de suas aflições” (Gn 41:16). E um futuro glorioso de plenitude está reservado para este povo, com o governo milenar de Jesus Cristo, onde Jerusalém será o centro do mundo.

Jeremias, em seu tempo, vaticinou sobre a glória de Israel, quando o Messias viria ao mundo, tendo Israel como porta de entrada. O que para aquela geração, era uma expectativa de futuro, para nós, já é uma realidade. Cristo nasceu em Belém, se criou em Nazaré, ministrou na Galileia. Morreu e ressuscitou em Jerusalém, nos dando a esperança da vida eterna. Como Deus havia prometido a Abraão, pai da nação israelita, em sua descendência, foram abençoadas as famílias da terra. (Gn 12:4).

A fúria do inimigo, as intempéries da vida e os reinos poderosos deste mundo, jamais poderão impedir que os planos de Deus se realizem. O tempo está nas mãos do Senhor, ele é o Ancião de Dias e o Pai da Eternidade. Seus propósitos para com Israel, não se perderam nas prateleiras do tempo, e nem sucumbiram a gerações perversas e reinados imersos em iniquidade. E o Deus de Israel, é o nosso Deus. Em Cristo, fomos também feitos pela fé, filhos de Abraão. O novo Israel: - Vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, cujo propósito é proclamar as grandezas daquele que vos convocou das trevas para sua maravilhosa luz. (I Pe 2:9)


Uma missão eterna

O propósito santo de Deus será estabelecido em um tempo já proposto na eternidade. Desde a queda do homem, Satanás reinou com suas maldades, levando a humanidade a afastar de Deus. No livro de Jeremias temos um rascunho do projeto do Senhor, que é de no fim das eras, estabelecer seu governo justo e eterno. E neste fechamento de trimestre, vamos aprender que por mais difícil que fossem as condições vividas por Israel, Deus não abriria mão das promessas feitas aos “patriarcas” Abraão, Isaque e Jacó. E entre os pontos salientes desta lição, temos as similaridades entre Jeremias e Jesus, um tema que passa despercebido pela grande maioria, mesmo sendo de grande relevância teológica. A mensagem de Jeremias centraliza a justiça divina, e apregoa um reino celestial e um concerto eterno; que foram piamente revelados na vida de Cristo Jesus. 

Seu nascimento, morte e ressurreição, se enquadram com perfeição nas profecias de Jeremias. A missão do profeta Jeremias, embora fosse momentaneamente localizada, viria a ter alcance mundial nos tempos do exílio. A missão de Jesus Cristo, que inicialmente era voltada aos Judeus, após sua ascensão aos céus, alcançou o mundo e se estende pela eternidade.

Os sofrimentos de Jeremias são comparados ao do Senhor Jesus Cristo. Jeremias sofreu pela causa do Senhor Deus, trouxe em seu ministério as marcas profundas do desprezo de seus familiares, amigos e líderes religiosos de sua época, que rejeitavam suas mensagens, pois eram duras e ecoavam os juízos de Deus. Jesus Cristo também sofreu tais oposições, as perseguições foram acirradas. A tempo todo, os fariseus, os saduceus e outros líderes de movimentos religiosos, ficaram no encalço de Jesus, para acusá-lo de alguma coisa. Apesar de tantos contratempos, ambos se mantiveram fiéis ao chamado, ao ministério e a vocação.

Ao lermos sobre a vida de Jeremias e nos envolvermos com a vida de Jesus, temos nossa visão acerca do reino de Deus ampliada, e nos conscientizamos que as intempéries do caminho, não são suficientes para deter nossos passos. A Bíblia é o nosso manual de instruções para termos uma boa e longa caminhada rumo ao destino final.

O capítulo 23 de Jeremias é um dos grandes escritos do profeta. Neste texto temos grandes revelações acerca da chegada do Messias, o Deus entre nós, o redentor esperando e o renovo justo. Um dos pontos chaves está nos versos 1 ao 4, que diz:  
- A queixa de Deus aos pastores de Israel, que na verdade eram os líderes religiosos e os líderes políticos que fizeram toda a nação transgredir contra Deus. Esses líderes sofrerão a mais dura repreensão de Deus. 

Apesar da introdução dura e repreensiva, este é uma ode de esperança.  O Messias estava chegando para estabelecer a justiça eterna. Que Deus nos ajude a cada dia, sermos ainda mais apaixonados pela escritura, a conhecer e prosseguir conhecendo ao Senhor, e sendo fiéis a sua palavra. E meu último conselho neste trimestre, é: Leiam o Livro dos livros. A sua alma agradecerá.

Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 103 - Editora Betel
Jeremias - Lição 13
Deus estabelecerá governo justo e eterno
Comentarista: Pr. Clementino de Oliveira Barbosa












Introdução

Nesta última lição do trimestre, vamos refletir que, mesmo em momentos de aparente caos e descontrole, o Senhor Deus tem uma mensagem de esperança para o Seu povo.

1. As similaridades entre Jeremias e Jesus.

As similaridades entre o profeta Jeremias e Jesus Cristo são muitas. A mensagem profética de Jeremias diz respeito a um “novo concerto com o Senhor” (Jr 31.31). Por conseguinte, no Novo Testamento, esse novo concerto foi estabelecido com a morte e ressurreição de Jesus (Lc 22.20). O Messias estabeleceu a nova aliança (Jr 31.31; Mt 26.28). 

1.1.         Suas Missões eram de alcances mundiais.

A Palavra de Deus nos informa que, assim como Jesus, a missão do profeta Jeremias não resumia a pregar somente para a sua nação (Jr 1.5). Assim como Jesus Cristo sofreu grande oposição na Sua missão, advertindo seus concidadãos que o juízo de Deus estava próximo (Mt 12.14), com o profeta Jeremias não foi diferente.

Jeremias foi nomeado profeta tanto para Judá quanto para as nações (Jr 1.5). Jesus pregou o Evangelho em Israel e mandou pregar a todas as nações (Mc 16.15). Quando Deus falou com Jeremias, sabia que ele contestaria, mas, mesmo assim, o escolheu e o enviou para as nações (Jr 1.5). Ele gritava contra o pecado de seus compatriotas e os recriminava com rigor por causa da idolatria (Jr 7.30-34; 44.23). Com Cristo não foi diferente. Quando Ele falava, discorria como quem tem autoridade, deixando autoridades religiosas, políticos e cidadãos de todo o tipo perplexos e, de alguma forma, profundamente impactados (Mt 7.29).

1.2.         Outras semelhanças entre Jeremias e Jesus.

Vejamos algumas semelhanças entre Jesus e Jeremias: ambos eram solteiros; Foram rejeitados na própria nação; sofreram com a rebeldia dos falsos profetas; choraram sobre a cidade de Jerusalém; Deus honrou a ambos. Que bom estudar sobre a vida do profeta Jeremias. Aprendemos muito com este homem e suas dores. Jeremias e Jesus eram familiarizados com o sofrimento. Entre todos os profetas, sem contar nosso Senhor Jesus Cristo, Jeremias foi o que mais sofreu, não houve dores iguais às suas (lm 1.12.13). Ao ponto de ficar conhecido universalmente como “o profeta das lágrimas”.

O profeta Jeremias passou por diversos sofrimentos: o desprezo do seu próprio povo (Jr 12.6); ferimentos e prisões (Jr 20.1-2); solidão (Jr 38.6); sofrimento dos líderes de Judá (Jr 18.18); perigo de morte constante (Jr 26.8). Semelhante, Jesus sofreu dores físicas e emocionais; preso (Mt 26.50); teve julgamento injusto (Mt 26.57); viu Pedro o negar três vezes (Mc 14.54, 72); foi condenado pelo Sinédrio (Mt 27.1); caminhou até o Gólgota (Mt 27.32, 34); sofreu flagelação e uma coroa de espinhos foi colocada em Sua cabeça (Lc 23,1, 25); foi crucificado (Mt 27.35).

1.3.         Jesus é o verbo de Deus.

Semelhante a Jeremias, Jesus também não foi bem aceito por Seu povo. Mesmo sendo Ele o “Verbo... e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). A própria Palavra de Deus personificada, a perfeita revelação de Deus. Como poderia algum homem mortal lutar contra a presença do seu criador? Mas o apóstolo João assegura que não foi bem assim: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Embora Ele ensinasse com autoridade e como boca de Deus expulsasse os demônios, confirmando sua autoridade profética (Mc 5.1-14), Cristo foi recusado pelos homens! Em várias circunstâncias, Jesus foi abandonado pelas multidões que escutaram Suas admoestações e puderam ver Seus amplos atos. Quando chegou o momento de decidir o que fazer com o filho de Deus, a população gritou e persistiu em Sua morte (Lc 23.28, 23).

A boca fala o que o coração está cheio (Lc 6.45). Como falar coisas boas, se nosso coração está cheio de odiosidade, rancor, fúria e desgostos? Como pensar coisas boas, se esse mesmo coração está transbordando de sentimentos venenosos? Quando permanecemos na presença de deus, o nosso coração é livre para adorar, as palavras que dizemos são boas e edificam a nossa vida. Precisamos cuidar do nosso interior para que o nosso coração esteja cheio de Deus e possamos ser boca de Deus na Terra.

2. O prenúncio do Messias.

Jeremias profetizou sobrea vinda de um líder, o Messias (Jr 23.5-6). O profeta o apresenta como um ramo da casa de Davi, o Rei que iria reinar com autoridade e justiça.

2.1. Cristo, o Renovo Justo.

No início do capítulo 23 do livro de Jeremias, Deus fala sobre “os pastores que apascentam o meu povo” (Jr 23.2), que agiram com maldade e não cuidaram, como deviam, do rebanho do Senhor (o povo de Israel). Porém, a história do povo de Deus não terminará em destruição e dispersão, pois “...Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo” (Jr 23.5). Virá um Pastor, Jesus Cristo (Jo 10), que agregará as ovelhas, fazendo-as voltar ao aprisco, e “frutificarão e se multiplicarão” e, assim, “haverá um rebanho e um pastor” (Jr 23.3; Jo 10.16).

Os pastores eram os líderes falsos do rebanho, que deixaram que ele dispersasse e no fim fosse destruído (Jr 2.8; 10.21; 23.1-4). Má liderança foi um dos fatores que causaram o exílio. Ovelhas pastando é uma imagem campestre muito comum nas Sagradas Escrituras. Deus, o supremo Pastor (Jo 10.11), mostrou com Sua morte até onde o amor divino estava disposto a ir para redimir a humanidade pecadora.

2.2. Cristo, nossa esperança.

Em um contexto de pecado, castigo, cativeiro e desolação, há promessa de restauração e renovação para o povo de Deus: renovo (Jr 23.5-6); restauração (Jr 30.17-22); e novo concerto (Jr 31.31-34). É como se o profeta Jeremias penetrasse no futuro, olhando, pela fé, as verdades que o Senhor estava lhe revelando. Em meio ao caos que se instalava em Jerusalém, Deus estava lhe apresentando o cumprimento das promessas acima citadas, na pessoa de Jesus Cristo: Ele é o Renovo! Ele restaura e é o mediador do novo concerto. Portanto, “há esperança, no derradeiro fim...” (Jr 31.17).

Na restauração, Deus enxugará dos olhos do Seu povo todas as lágrimas (Ap 7.17; 21.4). Israel agora disciplinado, seguirá as recomendações de Deus, cujo jugo é agradável quando carregado adequadamente (Mt 11.30). Como um pródigo que retorna, Israel veria o amor de Deus derramado sobre si em abundância (Lc 15.22-32).

2.3. Cristo, a certeza da restauração.

A palavra “renovo”, no hebraico, significa “um broto), “um ramo”, “aquilo que cresce”. Seria possível a restauração do povo de Deus (Israel)? Estava parecendo uma árvore arrancada. Porém, a infalível Palavra de Deus afirmava que a “árvore” irá renascer, do seu tronco, das suas raízes, um renovo surgirá e implantará a restauração da ordem e da justiça. O propósito de Deus prevalecerá. Aqueles que atentarem à Palavra de Deus e se voltarem arrependidos para o Senhor desfrutarão do tempo de restauração. Quando Deus castiga o Seu povo, não é visando destruir, mas restaurar (Jr 31.17-18; Hb 12.5-11).

Na passagem bíblica de Hebreus 12.1-20, os leitores são exortados a olhar para o maravilhoso exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, e isto leva diretamente a uma discussão sobre a disciplina. O escritor aos Hebreus demonstra que ela é essencial para a vida cristã, e exorta seus leitores de modo enfático a evitarem a inconsistência moral, e apela ao caso de Esaú para ilustrar este aspecto. Mais uma vez ressalta a grande vantagem da Nova Aliança sobre a Velha Aliança.

3. Cristo, a certeza da restauração.

A lei e os sacrifícios efetuados no antigo concerto expunham a decadente condição espiritual do ser humano diante de Deus, indicando a total dependência do homem da graça e misericórdia do Senhor. O novo concerto é a providência divina para restaurar a comunhão do ser humano com Deus, por intermédio de Jesus Cristo.

3.1. Um concerto superior.

Segundo o antigo concerto. Deus abençoaria o povo de Israel caso obedecesse às leis divinas e castigaria caso desobedecesse. O povo concordou e Moises selou o compromisso oferecendo um sacrifício. Contudo, ao longo da história, continuamente o povo de Israel descumpriu as exigências da Lei, revelando a incapacidade de toda a humanidade em viver de acordo com a vontade de Deus por seus próprios esforços. Por esta razão, Deus promete um novo concerto, “não conforme o concerto que fiz com seus pais” (Jr 31.32). “Um melhor concerto... melhores promessas”. (Hb 8.6).

A passagem bíblica de Jeremias 31.31-34 nos mostra que a aliança mosaica não será suficientemente flexível para a nova época da graça divina e, por isto, terá de ser substituída. A nova aliança será inscrita profundamente na vontade dos israelitas, que obedecerão ao Senhor por escolha e não mais por obrigação. A apostasia será substituída por uma atitude de fidelidade a Deus e a nação nunca mais servirá a nenhuma outra. O profeta Jeremias insiste em que a apostasia é a raiz de todos os problemas de Israel.

3.2. O novo concerto e a interioridade.

O profeta Jeremias denunciou que o povo de Israel entrava pelas portas do templo para adorar ao Senhor, orava, ouvia a leitura da Lei, observava dias, festas e cerimônias, contudo, não havia mudança no comportamento diário, pois a nação continuava no adultério, furto, sincretismo religioso e cometendo abominação (Jr 7), ou seja, o povo se limitava a demonstrações exteriores! Porém, no novo concerto, a demonstração de fidelidade a Deus começará no interior, no coração (Jr 31.33).

O próprio Jesus Cristo apontou a transgressão dos escribas e fariseus de Seu tempo pelo fato de não terem cuidado do coração (Mt 15.8, 18.20). É preciso ter atenção para não repetirmos os mesmos erros. Como está o nosso coração? Os discípulos de Jesus Cristo precisam entender que é justo resistir a todo e qualquer ensinamento que não provenha das Sagradas Escrituras, isolando e abandonando todos os instrutores que persistem no erro. Cedo ou tarde, toda doutrina falsa será totalmente desarraigada e lançada ao opróbrio. Somente fica de pé aquilo que está fundamentado sobre a Palavra de Deus. 

3.3. O novo concerto e o mistério de Deus.

“E ser-me-eis por povo, e eu vos serei por Deus” (Jr 30.22). É o que o Eterno Deus sempre quis e continua querendo. A ação de Deus no interior do ser humano proporcionará a concretização desse plano divino: “e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33). O mistério revelado quanto ao citado plano de Deus é que mesmo quem não é israelita, segundo a carne, também está sendo chamado por Deus para fazer parte do Seu povo (Ef 3.4-6). O Senhor Jesus Cristo une a todos que nEle creem em um só povo (Ef 2.14, 16). Por intermédio da Igreja, Deus está anunciando a todos os homens que se arrependam para que sejam “um povo para o seu nome” (At 15.14; 1Pe 2.9-10).

Tanto judeus como gentios, em Jesus Cristo, são um novo homem (Ef 2.15). Antes, sem Cristo, os gentios estavam distantes (Ef 2.13), mas, agora, por estarem em Cristo, se aproximaram. Vale a pena ressaltar que essa aproximação não se deu pelos ensinos de Cristo vertido na cruz do Calvário. Divisões e distinções não existem mais conforme a posição de cada um perante Deus. O Eterno Deus usou de um meio para os que antes estavam divididos se tornassem um (Jo 10.16; 17.11; 1Co 10.17; 12.13).

Conclusão.

Devemos fazer um exame introspectivo à luz da Palavra de Deus, a fim de avaliar a nossa vida, se estamos realizando um bom trabalho no cumprimento de nossa missão, se estamos sendo conduzidos pela verdadeira adoração em uma comunhão intensa com Deus e com os nossos irmãos.



Neste trimestre, estudaremos a vida do profeta Jeremias. Veremos no decorrer das treze lições que o serviço na obra do Senhor é bastante árduo. Será uma excelente oportunidade para meditarmos sobre os propósitos de Deus ao disciplinar o Seu povo e as profecias de restauração e renovo. Que possamos ter a força necessária para prosseguir nos caminhos do Senhor e possamos nos tornar pessoas melhores na caminhada diária de nossas vidas. Para conhecer ainda mais sobre o ministério do profeta Jeremias, e as grandiosas lições retiradas de suas palavras e ações, participe neste domingo, 25 de maio de Junho, da Escola Bíblica Dominical.

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