segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A Internet é benção ou maldição?


A “World Wide Web” (teia de alcance mundial), é sem duvidas, um dos maiores avanços da história da humanidade, interligando o mundo inteiro em tempo real. Nunca foi tão fácil se comunicar, obter informações, transferir arquivos, armazenar dados e encontrar pessoas. Através da grande rede, qualquer um pode observar o mundo por uma janela de poucas polegadas.  A internet nasceu nos laboratórios militares dos EUA durante os anos 60. Inicialmente, ela foi desenvolvida para viabilizar a troca de informações entre os computadores do governo, e era chamada de Aparnet.

Em 1989, já nos laboratórios da CERN (organização europeia para pesquisa nuclear), o físico inglês Tim Berners-Lee desenvolveu as características do que hoje conhecemos por "www", estabelecendo uma linguagem padrão para a circulação de dados, permitindo que qualquer computador, independentemente de onde estivesse no planeta, pudesse ter livre acesso a esse mundo virtual. Desde então, a internet só evoluiu, fazendo com que as empresas envolvidas com qualquer tipo de comunicação invistam valores exorbitantes no desenvolvimento de novas tecnologias, tanto para melhoria do serviço, quanto para facilitar o acesso de qualquer indivíduo às informações disponibilizadas na Rede.  Já em 1969, com o desenvolvimento da tecnologia dial-up (conexão a internet por redes telefônicas) e o lançamento da CompuServe (serviço comercial de conexão com a internet), surgiram os primeiros relatos de socialização de dados. Este era o embrião das Redes Sociais.

O envio do primeiro e-mail é datado de 1971, sendo que em 1978, dois especialistas em informática de Chicago desenvolveram o BBS (Bulletin Board System), sistema que utilizando modem e linha telefônica, possibilitava o envio de convites para eventos e a realização de anúncios pessoais. Em 1984, o Prodigy, um novo serviço comercial de conexão é lançado nos EUA. Em 1985, a American Online (AOL) passou a fornecer ferramentas para que pessoas criassem perfis virtuais na rede, bem como o desenvolvimento das primeiras “comunidades”. Em 1997, a mesma empresa implementou um sistema de mensagens instantâneas, criando o primeiro “chat”, pioneiro entre os serviços de “menssegers”.

Os primeiros traços de redes sociais surgiram em 1994 com o lançamento do GeoCities, também da AOL. Mas é em 1995 que surge definitivamente a primeira rede social da história: o Classmates, que ultrapassou a marca de 50 milhões de usuários. Em 1997, o SixDegrees levou o conceito de “rede social” ao patamar que conhecemos hoje. Daí em diante, os avanços não pararam mais: Fotolog (2002), Friendster (2002), MySpace (2003), Linkedin (2003), Orkut (2004), Facebook (2004) e Twitter (2006).

Outras redes que também somam milhões de usuários ao redor do mundo são: Tumbler, Blogger, Instagram, Flickr, Pinterest, Google+ e o WhatsApp, que segundo seus criadores, chegou em 2016, a marca de 990 milhões de usuários. O grande problema é que as Redes Sociais podem exercer uma influencia devastadora sobre o indivíduo, capaz até mesmo de destruir famílias. Ou seja, a chave para o BEM ou para o MAL está na ponta nossos dedos.

Segundo especialistas, o vício em internet é forte como a dependência química, sendo cada vez mais aceito nos meios clínicos como uma patologia capaz de gerar, inclusive, transtornos mentais. Podemos definir o vício como um comportamento compulsivo que leva a efeitos negativos quando um hábito nocivo é negado. Assim, quando um viciado em internet fica "desconectado" por longos períodos, pode ter reações imprevisíveis.

A exposição constante as Redes Sociais (seja passiva ou ativa), também pode desenvolver no indivíduo quadros de baixa estima, fobia social, isolamento, solidão, inveja, insegurança, vitimização, autopiedade, insatisfação, sentimento de inadequação, depressão, ansiedade e transtorno de personalidade narcisista. Além disso, a falta de atividades físicas e a alimentação desequilibrada (inerentes ao vício), podem colaborar para o desenvolvimento de doenças como a trombose e a embolia pulmonar. 

Outro aspecto alarmante é a criação de um mundo utópico e o estabelecimento de objetivos inalcançáveis (já que as Redes Sociais expõem “momentos” que podem ser entendidos como uma felicidade que de fato não existe), além de um senso competitivo pernicioso. Este fenômeno é chamado por analistas de "Depressão do Facebook", pois jovens tendem a se deprimir ao ver fotos e comentários de outras pessoas, achando que sua vida é inferior à deles.  Atualmente, a mesma rede é citada entre os motivos que mais levam  casais a se divorciarem na América.

Outras patologias associadas ao vício digital são: "Síndrome do Toque Fantasma (pequenos delírios que remetem a vibrações ou toques inexistentes do celular), "Nomophobia" (sensação de desespero ao ficar sem celular, ou até mesmo quando a bateria do mesmo esta acabando), "Náusea Digital" (vertigem provocada por exposição a movimentos na tela, que fazem o corpo reagir como se também se movesse), "Cibercondria" (quando se toma por real qualquer informação divulgada pela internet) e o "Efeito Google" (o cérebro passa a reter menor quantidade de informações em decorrência da facilidade para realização de pesquisas digitais).

O chamado "Transtorno de Dependência da Internet" é tão presente em nossos dias, que especialistas já conseguem medir até mesmo o IMV (Índice de Massa Virtual) de um individuo, processando dados como a quantidade de aparelhos conectáveis que uma pessoa possui e seus hábitos na grande rede. Cabe então, o excelente conselho do sábio rei Salomão, (escrito a milênios num bom e velho pergaminho): Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todas as coisas debaixo do céu (Eclesiastes 1:1).

A internet pode ser uma benção ou uma maldição dentro da família, tudo depende do “como”, “quando” e “quanto” escolhermos usá-la.  Ao “navegar” por ela, lembre-se sempre que seu nome original é “teia”... Então redobre a vigilância para não ficar preso em suas armadilhas.

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