sábado, 5 de março de 2016

Culto de Missões com Dcº Odair Toledo



Na noite deste sábado, 05/03/2016, o Grupo Ágape realizou seu culto especial de missões, conclamando a igreja para a conscientização da necessidade urgente de voltar seus olhos para ao campo missionário, e atuar com afetividade e efetividade, seja indo contribuindo ou orando.

O preletor especialmente convidado para este encontro foi o Dcº Odair Toledo, que inspirado no relato de II Reis 5, falou aos presentes sobre a capacidade de nosso Deus em mudar completamente a história do homem, quando este se dispôs a aceitar a divina intervenção em sua vida.

A cura de Naamã talvez seja uma das histórias mais conhecidas da Bíblia, podendo ser analisada, interpretada e recontada por diversos ângulos temáticos. O milagre em si, é o foco central deste relato bíblico, mas é a “movimentação” de seus personagens que traz a grande riqueza literária e espiritual deste texto. Um poderoso general em desespero, uma esposa zelosa e persistente, uma menina estrangeira fiel as suas origens, um profeta obstinado, um sábio conselheiro e um servo ganancioso. Cada ação gera uma reação... Cada decisão tomada pelo homem motiva a ação imediata de Deus. Muito mais que uma história sobre milagres, esta é uma história sobre as motivações que determinam quem somos de verdade, e como Deus intervirá em nossa vida.

Naamã era um homem de poder, uma figura de destaque na nação e temido pelos seus inimigos. Só havia um problema: era portador de lepra, uma doença incurável, que fazia desse grande vencedor um homem derrotado. Naamã era um vencedor vencido por uma doença. Provavelmente Naamã ainda estava nos estágios iniciais da doença, podendo manter relações sociais. Mesmo assim, é evidente o desconforto das pessoas a sua volta com a situação, bem como o sofrimento físico e emocional de Naamã, cujas atribuições militares exigiam dele saúde e disposição, duas coisas que a “lepra” consumia progressivamente. Ele ansiava por um milagre.

A Bíblia nos mostra que havia em sua casa uma menina sem nome, porém, muito importante em sua vida, a qual foi trazida cativa da terra de Israel por suas tropas. Vendo seu estado e preocupando-se com seu bem estar, a menina comunica a esposa do general que seu marido poderia ser restaurado se estivesse diante do profeta que estava em Samaria. Segundo a Bíblia, embora não fosse um servo do Deus Verdadeiro, Naamã era um homem bom e integro e isso comoveu o coração daquela menina, que se sentia impelida a fazer algo em favor de seu patrão, e ela sabia como ajudar. Porém, sua posição de serviço não lhe proporcionava voz ativa naquela casa, e o fato de se manter calada era uma garantia de evitar se envolve-se em problemas futuros. E agora? Omitir-se e ficar na zona de conforto ou expor-se perigosamente para ajudar o próximo? Aquela menina escolheu o caminho que poderia lhe trazer consequências terríveis em caso de engodo, e reportando-se a sua senhora, garantiu que em Samaria, havia um profeta que poderia curar seu marido.

A esposa de Naamã entra nesta história na exata posição descrita em Provérbios 14:1: A mulher sábia edifica o seu lar”, e se apressa em anunciar as boas novas. Embora suas esperanças tenham sido castigadas por decepções e suas forças para lutar cada dia estejam mais escassas, aquela mulher decide agarrar-se a um novo fio de fé e encoraja seu marido a buscar ajuda no lugar mais improvável: uma cidade subjulgada.  Com as esperanças renovadas, Naamã fez saber a seu rei, o qual escreve uma carta ao rei de Israel, e entrega provisões a seu valoroso general.


O último agente usado por Deus para a cura de Naamã foi o profeta Eliseu, que tanto ignorou sua presença quanto seus presentes. Eliseu resolveu o problema com uma receita para quebrar o que restava do orgulho do poderoso general. 

Elizeu, por intermédio de seu servo, manda um recado para Naamã instruindo que ele mergulhasse por sete vezes no Rio Jordão. Este caudaloso rio de águas escuras e barrentas, tem sua  profundidade variando de 3 a 35 metros em  seu corredor. Seu nome original é “Iarden”, que significa “declive” ou “o que desce”. Logo, este era o desafio proposto a Namaã, descer de sua posição altiva e se sujeitar a voz do Senhor.

Quando Naamã se mostrou relutante a instrução do profeta e decidiu voltar para a casa sem realizar a missão recomendada, foi um dos seus servos quem lhe deu o sábio conselho: Senhor, se já viemos até aqui, o que custa agora fazer conforme a palavra do profeta? São apenas mergulhos, e isso é fácil de fazer. Caso ele tivesse lhe pedido algo muito mais difícil, o Senhor não faria?

Despindo-se de suas roupas militares, afunda nas águas lamacentas do rio pela primeira vez, mais nada acontece. Segunda vez... Nada... Terceira vez... Ainda leproso... Quarta vez... Leproso e enlameado... Quinta vez... Nada acontece outra vez... Sexta vez... Frustração e desespero... Sétima e última vez... Naamã retorna a superfície com a pele tão limpa quanto a de um bebê.

Sabemos que o nosso Deus é o Deus das coisas impossíveis, mas não podemos esquecer que seus milagres têm sempre uma finalidade. O foco da cura de Naamã estava não somente na quebra de seu orgulho, mas em como sua conversão se tornou notória a todos. A arrogância pode nos fazer enxergar apenas aquilo que nos convém, é nessa hora que precisamos de um Jordão, um lugar onde realmente não desejamos mergulhar, mas de vital importância para nos purificar. 

O importante é que mesmo não querendo, Naamã optou por obedecer, e essa obediência lhe conferiu o milagre mais precioso de sua vida, a cura de seu corpo e a redenção de sua alma.




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