sexta-feira, 18 de março de 2016

O servo da orelha furada



Êxodo 21:1-6 registra a lei sobre o escravo hebreu. Uma vez que fosse comprado, ele serviria ao seu Senhor por seis anos e no sétimo deveria ser feito livre. Esta liberdade alcançaria tudo e todos que tivessem sido comprados com ele. Entretanto, se este homem tivesse se apaixonado, casado e constituído família durante sua servidão, ele seria livre, mas sua família não, permanecendo sobre os domínios do dono.

Muitos escravos se negavam a abandonar seus senhores. Alguns pelo apego à casa, aos demais criados ou ao próprio senhorio e outros por não suportarem deixar para trás alguém a quem amassem muito. Para eles  havia um procedimento especial. 

Seu dono o levava perante um juiz, e com as próprias mãos usava um cinzel para lhes furar a orelha. Uma vez que este ritual fosse realizado, aquele servo estava “amarrado” ao seu senhor pelo resto de sua vida. Mas quando alguém o via realizando seus afazeres serviçais, olhava para sua orelha e dizia: Aquele homem não é mais um escravo. Ele escolheu ser servo por amor...


Este é com certeza um exemplo máximo do amor cristão. Fomos resgatados por Jesus da escravidão do pecado e por ele recebemos nossa libertação (João 8:31-32), mas nós apegamos tanto ao nosso novo dono, nos afeiçoamos tanto ao nosso novo lar e aos outros “serviçais”, que abrimos mãos de quem somos e do que queremos e escolhemos, pelo resto de nossa existência, servi-lo por amor. 

E através deste ato sacrificial que temos nosso status em relação a Jesus Cristo alterado de “servo” para “amigo”, pois apenas a amizade verdadeira produz tamanha intimidade entre dois seres tão distintos.



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