segunda-feira, 7 de março de 2016

João Batista era a reencarnação de Elias?



João Batista foi o último profeta da Antiga Aliança, e se destaca numa galeria onde figuram nomes como Isaías, Ezequiel, Daniel e Jeremias, exatamente porque foi o único que presenciou em loco, o pleno cumprimento das profecias messiânicas. Além disto, João participou ativamente do ministério de Cristo, batizando-o no Jordão e até mesmo compartilhando discípulos. Em João, se encerra o ministério profético do Antigo Pacto, e a profecia passa a existir como dom.

Uma das características mais interessante do ministério de João Batista, é que nas palavras do anjo que anunciou seu nascimento, ele viria no “poder (ou espírito) de Elias” (Lucas 1:17). Em Mateus 11:14, o próprio Jesus testificando de João afirmou que ele era o “Elias que haveria de vir”.

Em decorrência destas afirmações, muitos especulavam que João Batista era na verdade o profeta Elias reencarnado (assim como alguns acreditavam que Jeremias era a reencarnação de Moisés).

Porém, a interpretação correta da expressão “no espírito de Elias”, seria algo como, “na virtude de Elias”, ou ainda, “no mesmo propósito de Elias”. Ambos tiveram ministérios muito parecidos, se vestiam de forma similar, e denunciaram os pecados da família real, enfrentando severa perseguição por causa de suas mensagens impetuosas. Porém, a maior semelhança entre os dois profetas é exatamente o legado de avivamento deixado.

Elias viveu num tempo de idolatria generalizada, e conclamou os israelitas a se arrependerem de seus maus caminhos e se voltarem para Deus. Tornou-se um opositor ferrenho do nefasto governo do rei Acabe e sua perversa esposa Jezabel, questionando publicamente a imoralidade do casal.  Na famosa batalha dos deuses realizada no Monte Carmelo, uma avivamento nacional inflamou os israelitas.

João Batista nasceu numa época de religiosidade apostatada, e incitou os judeus ao pleno arrependimento, afim de receberem o Cristo que estava por vir. Quando Herodes se casou com a própria cunhada Herodides, esposa de seu irmão Felipe, João Batista, criticou publicamente os pecados da casa real, causando desconforto no palácio. Embora a consciência cauterizada de Herodes Antipas I pouco se importasse com as repercussões das palavras do profeta, acabou decretando sua prisão para acalmar os “ânimos” da casa. João Batista foi preso em Peréia, acusado de incitar uma rebelião e levado a fortaleza de Macaeros, onde permaneceu encarcerado por dez meses, até ser condenado a morte.  

Podemos dizer que após Elias, o mundo antigo nunca mais foi o mesmo. Uma nova revolução espiritual foi provocada em escala mundial através da mensagem de João, dividindo a história em duas partes.

Ambos foram chamados para trazer os filhos de volta para a casa do pai, e através deles, corações foram convertidos e o Senhor encontrou morada entre os homens.

Os dois ministérios terminaram de forma similar, com os profetas sendo levados ao céu, embora o transporte usado por Elias tenha sido um redemoinho, enquanto o de João Batista foi lamina do carrasco.

Em ambos os casos, os profetas nos deixaram, mas por meio deles, Deus permaneceu entre os homens.

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