quinta-feira, 17 de março de 2016

EBD - As demandas da juventude



Material Didático
Revista Jovens e Adultos nº 98 - Editora Betel
Casamento e Família - Lição 12
Comentarista: Pr. Valdir Alves de Oliveira

Comentários Adicionais
Pb. Miquéias Daniel Gomes
Pb. Bene Wanderley
Cp. Lucas Passareli Gomes


Texto Áureo
I Pedro 5:7
Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

Verdade Aplicada
Nosso Deus é poderosamente capaz de cuidar de cada um de nós, mesmo diante de nossas maiores preocupações.

Textos de Referência
I João 2:13-16

Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Mancebos, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai.
Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.
Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.


Vontade de mudar o Mundo
Comentário Adicional
Cp. Lucas Passareli Gomes

A “juventude” é o fogo da alma que recusa a conformar-se. É aquela que está insatisfeita com o próprio status, que proclama querer mudar o mundo e se sente frustrada por não saber como. Controlar ou emancipar a juventude? Eis o dilema de nosso tempo. O inconformismo que caracteriza os jovens, é a força renovadora que move o mundo, mas também algo que incomoda os já acomodados. Acomodados, despreparados ou desconhecendo a realidade do universo juvenil, muitos de nós desqualificamos a juventude, vendo-a como um incômodo ou como uma fase de passageira rebeldia. Ao invés de emancipar, desejamos controlar, dominar, moralizar. Bravamente, ao longo dos tempos, os jovens resistiram e mantiveram acesa a ideia de mudar o mundo. Desejam, profundamente, que seus ideais (e mundo) sejam uma nota só. Seus sonhos são suas ideias em teimosia. Os jovens têm consciência de que precisam controlar o seu “fogo ardente”. Mas desejariam que este controle fosse deles, não daqueles que representam qualquer autoridade (pais, professores, psicólogos, legisladores, juízes, polícia). Rejeitam serem pensados pelos outros. Essa aparente “rebeldia”, é o sinal de que a juventude continua sadia, cumprindo com o seu papel provocador de mudanças. A "rebeldia", aos olhos da Filosofia, é a atitude de quem quer ser protagonista de sua história, nunca o coadjuvante,  até porque ,a Filosofia, como o inconformismo, motiva o individuo na busca  e seus próprios caminhos, mesmo sem dar garantias do destino final. É preciso compreender a juventude como uma categoria social, que varia no tempo, de sociedade para sociedade e segundo as diferenças internas de cada civilização. Por isso, a definição do que é juventude, tem que ser feita na contextualização histórica dos jovens que se quer compreender. Outra ideia fundamental é a de que a juventude é vivida de modo distinto segundo as condições econômicas, culturais, de raça, gênero (e tantas mais), como aponta a coleção “Ofício de Professor: Aprender mais para ensinar melhor". Neste aspecto, é preciso aumentar a disposição para o diálogo e a escuta com os jovens de nosso tempo, procurando compreender os desejos, sonhos, medos e angústias que os movem. A busca pelo conceito de juventude deve ser superior aos nossos preconceitos.

Muitas iniciativas da sociedade,ONGs, entidades e igrejas nasceram da compreensão que o jovem quer, precisa e pede o nosso apoio. E estas organizações tem dedicado ao trabalho com a juventude, empregando o protagonismo juvenil, a arte e a espiritualidade como formas de potencializar as energias da juventude. Seus êxitos comprovam que com oportunidades, a juventude toma os melhores caminhos. Aliás, os jovens nunca dispensaram atitudes de apoio, escuta, compreensão e orientação. Eles gostam de ser desafiados pelos adultos. A assim chamada “rebeldia", tem causas que até a justificam como uma atitude saudável. Jovens e adultos, no entanto, precisamos descobrir quais são as causas pelas quais vale uma vida. A violência e a agressão, em forma de rebeldia, não podem ser toleradas. Por sua vez, a “rebeldia saudável” (manifesta em questionamentos oportunos) é um ingrediente indispensável para fomentar as renovações de que a sociedade precisa. Mas a opção é da sociedade: apostar e empenhar-se na emancipação e inclusão da juventude ou considerá-la como constante ameaça contra a ordem social. Cada opção tem seu preço. Se questionar é necessário, obedecer é prudente.

Em Provérbios 23:19-22 a palavra nos diz o seguinte: “Ouça, meu filho, e seja sábio; guie o seu coração pelo bom caminho. Não ande com os que se encharcam de vinho, nem com os que se empanturram de carne. Pois os bêbados e os glutões se empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos. Ouça o seu pai, que o gerou; não despreze sua mãe quando ela envelhecer. ” Essas palavras nos arremetem ao decálogo, dado por Deus ao seu povo, mais precisamente ao  mandamento sobre o qual existe uma promessa para a vida de quem o cumprir:  Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá (Êxodo 20:12) Aqui fica bem claro como devemos agir para com nossos pais, os quais já passaram por várias situações e agora almejam transmitir esse ensinamento para os filhos, que infelizmente, em nome da “tal” rebeldia,  grande parte da juventude não esta interessada neste aprendizado,  e acabam sendo levados ao engano e ao erro de ter vontade de querer fazer algo certo, mas sem ter experiência necessária. Tudo acaba saindo as avessas.  Outros acabam se perdendo em um mundo perverso de ilusões, decepções e engano. Uns por influencias maléficas começam a fumar, outros a beber e num estagio ainda pior, muitos seguem pelo caminho da prostituição, onde jovens banalizam seu corpo por troca de prazeres passageiros. Tudo parece ser bom, na hora do ato em si, mas quando passa o “momento” a pessoa se sente usada, como se fosse apenas um objeto. O pior, é que alguns jovens já têm a suas mentes cauterizadas pelo pecado, e já nem se sentem incomodada com isso.

Em Romanos 13:13 a palavra de Deus nos diz:  “Comportemo-nos com decência, como quem age á luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidades sexual e depravação, não em desavença e inveja. ”  Em nome da “liberdade” e da “rebeldia”, muitos  jovens estão perdendo o seu tempo com coisas banais, supérfluas  e superficiais, sendo que eles poderiam estar usando toda essa força e energia na obra de Deus, assim como está escrito em Eclesiastes 12:1-3:  “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e se aproximem os anos em que você dirá: “Não tenho satisfação neles”; antes que se escureçam o sol e a luz, a lua e as estrelas, e as nuvens voltem depois da chuva; quando os guardas da casa tremerem e os homens fortes caminharem encurvados; quando pararem os moedores por serem poucos, e aqueles que olham pelas janelas enxergarem embaçado. Muitos se sentem atraídos por valores que o mundo tem priorizado como essencial. Somos a geração   do desnecessário,  onde  o jovem “top do momento” é aquele que ostenta colares, pulseiras, roupas de marcas e tantas outras banalidades, que muitas das vezes nem ele mesmo tem condições de adquirir. Vivemos uma época de exibicionismos, onde o "eu" não se  contenta em apenas ter,  tendo que "mostrar"  o que se tem (ou não tem, o que é ainda pior). No fim, tudo isso é vaidade! A juventude passa muito rápido, e por isso cada segundo deve ser aproveitado da melhor maneira. Enquanto houver força, enquanto houver saúde, devemos investir a nossa vida em alguma coisa que vale a pena. Nada é mais seguro e certo do que investir no Reino de Deus, que vai durar para sempre. Os jovens que dedicam as suas vidas ao Senhor não ficarão frustrados, porque Deus certamente abençoa aqueles que o servem. Não perca tempo com coisas fúteis, viva para o Senhor desde a juventude! Seja um rebelde abençoado... Rebele-se contra o mundo e seus prazeres efêmeros. Oferte sua liberdade para Deus.


Crises e Desafios

O jovem faz parte do projeto de Deus chamado família. Por isso, abordaremos as demandas da juventude no contexto pessoal, espiritual e familiar no mundo contemporâneo, tendo como base os princípios da Palavra de Deus. A vida é repleta de oportunidades, dramas e desafios, mas é na juventude que essas facetas da existência se apresentam de forma mais intens. Nessa fase é preciso sabedoria. A sociedade e até mesmo a família cobram do Jovem uma definição em diversas áreas da vida. Essa pressão por todos os lados pode resultar em crises prejudiciais ao desenvolvimento saudável do indivíduo. Uma das muitas crises que podem atingir o jovem cristão é a crise de identidade. O filho pródigo da parábola contada por Jesus é um exemplo disso (Lucas 15:11-31). Motivado pela curiosidade e insatisfação com sua realidade, o filho mais novo busca numa terra distante a mudança que deseja, para perceber, depois de algum tempo e de algumas perdas, que o melhor lugar para estar era de onde nunca deveria ter saído, isto é, a casa do pai. A crise de identidade é vencida através da aceitação de si mesmo e da própria realidade. A rebeldia e a revolta devem ser substituídas pela fé, que nos faz crer que quem somos e onde estamos hoje não determina quem seremos e onde estaremos amanhã (Filipenses 4:13). José no Egito é um exemplo de jovem que não perdeu a identidade, mesmo longe da sua família. Apesar de ter sido vendido como escravo e depois ir parar na prisão, José não perdeu a sua essência, não se esqueceu de quem era. Mesmo na adversidade, ele não se revoltou, mas confiou que Deus poderia mudar a sua sorte como, de fato, aconteceu (Gêneses 42:41-44).

Autoestima é o conceito que a pessoa tem de si mesma. É como ela se vê. Uma pessoa com autoestima saudável se ama, se respeita, se aceita, se valoriza, se acha digna. A baixa estima é o sentimento oposto. Quem possui baixa autoestima está sempre pra baixo. Tem problemas com a própria aparência, se acha incapaz de tudo e por isso não tenta nada e perde oportunidades incríveis. Uma pessoa assim vive insegura, tem dificuldades de se relacionar e fazer amigos porque acha que não será aceita. Muitas vezes a baixa autoestima evolui para um quadro depressivo. Não se esqueça que Satanás usa esses equipamentos para impedir seu crescimento. Somos aquilo que pensamos (Provérbios 23:7). Por isso, proteja seus pensamentos (Colossenses 3:1). A baixa autoestima é um problema mais comum do que parece. O físico Maxwell Maltz calculou que 95% de todas as pessoas de nossa sociedade sentem-se inferiores. Não é saudável nos compararmos com os outros. A mídia desse mundo quer ditar os padrões de sucesso e beleza, que não podem ser alcançados por todos. As pessoas que sofrem desse mal devem procurar aconselhamento e, sempre ter em mente que a verdade bíblica é poderosa para nos libertar dos pensamentos mentirosos (João 8:32).

Existem três grandes desafios que o jovem cristão deve aceitar para que possa glorificar a Cristo de maneira plena em sua vida. Primeiro, o desafio moral. Em um mundo de verdades relativas e valores invertidos, fazer a coisa certa, na hora certa e de maneira certa, conforme a Palavra de Deus, é um grande desafio. Segundo, o desafio intelectual. Ainda existe muita gente que pensa que o Evangelho é para gente ignorante, sem estudo e desprovida de informação. Essa nova geração de cristãos deve mostrar ao mundo que eles estão enganados. Deus precisa de jovens capacitados, qualificados e íntegros em todas as esferas da sociedade. Por último, o desafio espiritual. O jovem deve ter caráter, ser estudioso, “antenado”, mas não pode abdicar da sua comunhão com Deus. Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens (Lucas 2:52). Ele é nosso modelo de crescimento integral. Podemos citar três exemplos bíblicos de jovens que se destacaram e fizeram a diferença em seu tempo, aceitando os três maiores desafios para os jovens cristãos no mundo atual. Primeiro, José, que resistiu às investidas da mulher de Potifar. Venceu o desafio moral, segundo Daniel e seus amigos. Jovens inteligentes e capazes para viverem na corte babilônica. Venceram o desafio intelectual. Por último, a jovem Ester, que não abriu mão da sua identidade mesmo com risco de morte. Venceu o desafio espiritual.


Vitória sobre o Maligno
Comentário Adicional
Pb. Miquéias Daniel Gomes

O apóstolo Paulo foi um grande entusiasta da atuação ministerial do jovem dentro das comunidades cristãs. Para ele, a juventude era a fase mais profícua para o trabalho eclesiástico, pois na sua concepção, o obreiro casado deveria destinar a maior parte de seu tempo para a sua família, enquanto que o jovem, poderia se dedicar quase que integralmente a Obra do Senhor (I Coríntios 7:31-40). Mais do que falar sobre a utilidade dos jovens na igreja, Paulo aplicava o conceito em seu próprio ministério, investindo pesado em obreiros com pouca idade e sem muita experiência, entre os quais podemos citar Apolo, Tito e João Marcos.  Um de seus mais conceituados “pupilos”, foi sem duvidas, Timóteo. Nascido em Listra, sendo bem educado por Eunice e Loide (respectivamente, mãe e avó), o menino chamou a atenção do apóstolo por sua vocação ministerial, e ainda na sua juventude, tornou-se um dos companheiros de Paulo em suas viagens missionárias. Mais tarde, foi escolhido para pastorear a igreja de Éfeso, uma das comunidades cristãs de maior representatividade na época.  Foi para este seu filho na fé, que Paulo deixou um dos mais importantes aconselhamentos no tangente ao trabalho eclesiástico realizado por alguém de tenra idade: - Nunca deixe ninguém menosprezar seu ministério pelo fato de você ainda ser jovem. Pelo contrário, seja para eles um exemplo a ser seguido, na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza (I Timóteo 4:12). Alias, Paulo não foi o único apostolo a ressaltar valores inerentes a juventude cristã.  Em sua primeira carta, João incluiu os jovens em sua lista de destinatários, e ratifica: Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece em vocês e  por isso, já venceram o Maligno (I João 2:14).

A juventude é uma das mais intensas e complexas fases da vida. Marca a saída da adolescência e o alvorecer da maturidade. E o período onde as decisões mais importantes precisam ser tomadas, e o caráter se define de forma quase perpétua. Obviamente, Satanás é astuto, e ciente da ebulição emocional da juventude, atua ferozmente contra a vida do jovem, pois sabe que existem muitas brechas para serem exploradas. Porém, o inimigo comete o mesmo erro que muitos crentes incautos também tende a cometer: achar que a juventude é espiritualmente fraca. Quando coloca sua vida sem sujeição a Deus, o jovem se torna uma fortaleza intransponível, neutralizando os ataques satânicos e pondo em fuga o maligno. Jovens são fortes porque o Poder do Senhor se aperfeiçoa exatamente onde reside suas maiores fraquezas (II Coríntios 2:9). Com tantas alternativas a sua disposição, o jovem que determina em seu coração conservar-se em fidelidade ao Senhor, é um rochedo que  nem mesmo os mais intensos abalos pode derrubar. José era um garoto de 17 anos quando foi levado ao Egito, que se revelou para ele como a “terra das oportunidades. O jovem hebreu decidiu dizer “NÃO” quando as circunstâncias imploravam por um “SIM”. Ele mostrou imensa força onde homens com muito mais maturidade e experiência, simplesmente fraquejaram. Daniel e seus amigos, não tinham mais que 16 anos quando chegaram a Babilônia. Juntamente com outros nobres de Israel foram conduzidos ao palácio de Nabucodonosor para ali, serem treinados na cultura caldeia. Tiveram seus nomes trocados, suas vestimentas foram substituídas, a alimentação teve que ser readequada, seus cultos já não eram permitidos. Mesmo assim, eles optaram por não se contaminar com a idolatria babilônica e jamais se esquecerem de seu Deus.

José, Daniel, Ananias, Misael e Azarias...  Em terras estrangeiras, se quer ouviam o pronunciar de seus nomes verdadeiros... Eram chamados de Safenate, Belsassar, Sadraque, Mesaque e Abde-Nego... O ambiente em que passaram a viver testou o limite da fé de cada um deles, tentando os transformar em “estrangeiros da própria terra”. Mas estes jovens não se deixaram corromper pelo meio em que viviam, e jamais se esqueceram de quem eram, de onde tinham vindo e nem de seu Deus. O mundo tentou moldá-los a sua imagem, mas eles não perderam sua identidade e nem renegaram suas convicções. Pelo contrário, a postura por eles adotada numa terra longínqua, e por vezes hostil, é que influenciou positivamente as pessoas que lhes cercavam. Assim como eles, o jovem cristão precisa “escolher” entre Deus e o Mundo, entre os prazeres efêmeros e a glória eternal. Este não é um processo fácil. Todos os jovens citados, enfrentaram situações extremas, que os desafiaram a viverem no limite da fé, e são lembrados até hoje, por que se provaram fortes o suficiente para vencer o maligno e honrar ao Senhor com suas escolhas, mesmo que elas, os colocassem em conflito com o mundo. Ageu profetizou que nos últimos dias, Deus levantaria os jovens como profetas, homens e mulheres dotados de visão espiritual sem precedentes. Potencial, a juventude tem... O que falta é determinação para escolher de que lado realmente quer ficar. Não existe meio termo ou empate técnico, ou vencemos o maligno ou somos vencidos por ele.


O papel do jovem cristão na família

Enquanto não forma seu próprio lar, a grande maioria dos jovens mora com os pais e isso implica em assumir algumas responsabilidades dentro de casa. Este princípio deve ser preservado do nascimento até o fim da vida. Honrar aos pais é o primeiro mandamento com promessa (Êxodo 20:12). O mandamento não foi “Honra a teu pai e tua mãe se eles forem legais com você”, ou ainda, “honra a teu pai e tua mãe quando eles estiverem com a razão”. O mandamento foi: “Honra a teu pai e tua mãe”. Honrar e muito mais do que obedecer. É apoiar, proteger cuidar, não criticar e nutrir um profundo respeito por aqueles a quem Deus conferiu a autoridade sagrada de pai e mãe. Se alguém não sabe como honrar seus pais, então deve colocar-se no lugar deles e pensar que deve tratá-los da mesma forma que gostaria de ser tratado e cuidado quando tiver seus próprios filhos. É preciso reconhecer a bênção de possuir uma família, principalmente pai e mãe. Muitos tratam mal seus pais, são indiferentes, mas, na hora que eles faltam, são tomados por um profundo remorso por acharem que poderiam ter feito mais por eles e não fizeram. Os filhos sábios produzem alegria na família (Provérbios 10:1-5).

Existem algumas contribuições que o jovem cristão pode praticar dentro de casa para que o lar seja o mais abençoado e agradável. São elas: contribuição espiritual através da oração, intercessão e compartilhamento das coisas espirituais com os membros da família; contribuição financeira, ajudando no orçamento familiar; contribuição emocional, mantendo abertos os canais de comunicação. Arcar com estas responsabilidades não é fácil, mas contamos com o Espírito Santo como nosso ajudador. A convivência familiar é um treinamento e um exercício constante que deverá ser praticado o resto da vida. Os membros da família são diferentes, assim como serão diferentes os futuros cônjuges e os futuros filhos. Essa é uma ótima oportunidade para observar como pode ou deve ser o ambiente familiar. Quem tem dificuldade de conviver em família, enquanto filho e irmão, pode levar essa deficiência para sua futura família.

Seria maravilhoso se todos pudessem dizer como Josué “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”; mas nem todos possuem essa felicidade. Muitos jovens fazem parte de uma família onde um ou mais membros não conhecem a Cristo; e quantos sofrem perseguição, afronta e escárnio por causa da sua fé! O que fazer quando a família não é crente? Primeiro, os pais devem ser honrados e amados mesmo que eles não compreendam seu estilo de vida. Além disso, toda família deve ser alvo de oração e intercessão (Tiago 5:16). Por último, tenha um bom testemunho. A família não cristã, ainda que seja contrária à fé, não deve ser vista como inimiga ou instrumento do diabo. Se alguém é perseguido dentro do seu lar, isso acontece por causa da ignorância espiritual que cegou entendimento dos incrédulos (II Coríntios 4:4). Não há garantia bíblica de que toda uma família irá se converter a Cristo. A única certeza que um jovem cristão deve possuir é que a sua conduta cristã na família não será uma pedra de tropeço e escândalo a ser usada como desculpa por algum membro da família para não entregar ao Senhor. Afora isso, os pais não crentes devem ser obedecidos, desde que não firamos princípios estabelecidos na Palavra de Deus. Assim como a mulher cristã conquista o marido não crente com seu testemunho, o jovem crente poderá ganhar sua família com sua conduta cristã.


Responsabilidade para com Deus
Comentário Adicional
Pb. Bene Wanderley

Todo cristão tem muitas responsabilidades no que tange sua vida social (família, escola, trabalho), bem como em sua caminhada com Cristo. Os jovens não são exceção a esta regra. A decadência da espiritualidade no meio do povo cristão, e a grande permissividade moral que atingi nossos jovens hoje me dia, vem exatamente da falta de TERMOS genuinamente BÍBLICOS em muitos de nossos púlpitos. A deficiência de um caráter cristão embasado na Bíblia e cristocêntrico, tem afetado diretamente até crentes maduros, quiçá, os nossos jovens. A busca por autossatisfação, pela perigosa superação de limites antes tido como tabu pela igreja e até na sociedade, tem levado muitos crentes à falência espiritual, e corrompido até mesmo sua moral como indivíduo. A juventude é pega neste fogo cruzado, e infelizmente, muitas são as vítimas fatais. É lamentável, e chega a ser desumana, a forma vil e anti-bíblica com a qual muitos pais cristão tem conduzido suas famílias. O desleixo pelas Escrituras é notório dentro de muitos lares. Se um pai não tornar a Bíblia Sagrada na única regra de fé em sua casa e deixar de praticar uma fé genuína na pessoa do Senhor Jesus, vai gerar filhos machucados emocionalmente, rebeldes, avessos a afetividade, incapazes de amar, portadores de corações obstinados, verdadeiras frontes de ferro contra a moral e a ética.  Só um trabalho profundo e doloroso de reestruturação familiar, poderá mudar esse triste quadro que estamos presenciando. É preciso uma reavaliação minuciosa do papel fundamental que o jovem cristão deve ter na família, na igreja e na sociedade.

Entre tantos exemplos bíblicos, desta realidade,  podemos citar o exemplo clássico de Moisés, que teve sua vida guardada por Deus em um dos momentos mais difíceis da história do povo hebreu. O caos era total, as emoções eclodiam, a morte afrontava as famílias hebreias, mães perdendo os seus filhos, choro e muita dor.  Mas em meio aos desafios e as grandes dificuldades, entra em cena uma família construída sobre bases sólidas, certos que o Deus poderia ajuda-los. Sendo assim, mantiveram suas mentes voltadas para a promessa de um libertador, mantendo uma chama acesa no coração daquele lar. A crise, a morte e o medo, não puderam sufocar a crença daquela família. Tomados pela fé fizeram o que tinham de fazer. Colocaram o menino em um cesto de palhas, vedado e bem forrado,  equipado com tudo que era necessário para o momento. Ao colocarem o menino nas águas do rio Nilo, tiveram a maior experiência de suas vidas. Fé a toda prova. O bebê foi resgatado pela filha de faraó. Deus estava no comando daquela história, pois era o centro daquela família, Deus era o supridor de suas. E isso influenciou na formação do caráter dos filhos, Arão, Mirian e o pequeno Moisés, que viriam a ser grandes personalidades no meio da nação de Israel. Moisés teve o mundo de seu tempo aos pés e recusou a vida de regalias e privilégios que lhe era oferecido por Faraó; sem jamais deixar de ser quem realmente era: um hebreu. Após um longo período de aprendizado no deserto, Moisés voltou com uma nova visão das coisas e com uma missão específica, que era de libertar o seu povo da escravidão e os estabelecer como famílias solidificadas na lei do seu Deus. Na própria lei estava escrita: honra teu e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra. (Êxodo 20:12). Quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe certamente morrerá. (Êxodo 21:17). Antes da saída do Egito, Deus deu ordens expressas sobre como cada indivíduo deveria se comportar dentro da família (Êxodo 12:24-28). Todo estudante da Bíblia sabe que desde o início da criação, Deus tem se preocupado com a organização familiar. Esta é uma questão de honra para o Senhor.  E os filhos são reflexos  de uma  família em todos os seus ângulos e facetas. Pais tem o desafio sagrado de formar filhos segundo os princípios bíblicos, e se isso não acontece, surge então a perniciosa deformidade de caráter cristão em sua prole. É dificultoso esse assunto, pois tudo depende de como é a vida em família, e como isto reflete em sua relação com a sociedade. Para vencer essas barreiras , é necessária uma genuína conversão, um despojar de si mesmo e um esforço gigantesco. João, o apóstolo do amor, afirmou que os jovens são fortes (I João 2: 14-17). Um jovem forte tem a capacidade de ouvir e praticar a Palavra. Não ama o mundo e nem as coisas que no mundo há.

Ele também se prepara para um futuro que se encaixe perfeitamente nos planos de Deus, visando a construção de uma família justa e equilibrada. E esse é um dos mais importantes desafios propostos ao jovem cristão, pois a falta de referência no lar, na sociedade e até mesmo na igreja, tem influenciado negativamente nos casamentos, formando lares despreparados para os dilemas desse século. A promiscuidade tem invadido nossa juventude, a velha falácia que destruiu a paz e comunhão do primeiro casal, ainda soa pelos corredores e porões da nossa vida. A antiga serpente, anda pelos nossos jardins tentando nos seduzir com suas mentiras, como o velho “não tem nada não”, e suas propostas açucaradas de "que se pode ser o que quiser, até mesmo um protótipo de deus". Satanás tem convencido nossa juventude que qualquer proibição é ultrapassada e que é preciso ser livre “em si mesmo”. Infelizmente, muitos tem caído neste engano, quebrando princípios estabelecidos por Deus. Vislumbrados com esta liberdade ilusória, o jovem cristão nem se atenta ao fato que esta se rebelando contra seu Criador. Estamos realmente vivendo dias terríveis, mas aquele que perseverar até o fim será salvo (Mateus 24:24).


O preparo para construir uma família

O casamento não é uma obrigação, é uma opção. Pode ser que alguém queira optar por viver solteiro, mas tanto os que desejam se casar quanto os que desejam permanecer solteiros precisam ter a motivação e a preparação adequada (I Coríntios 7:7-40). Para que seja bem-sucedido, o casamento necessita de motivações corretas. Citemos alguns motivos pelos quais as pessoas não devem se casar. 1) para sair da casa dos pais, pois querem liberdade. 2) para serem felizes. O casamento só acrescenta felicidade para quem já é feliz antes de se casar. 3) para poderem fazer sexo sem pecar. O casamento é muito mais que sexo. 4) por causa da pressão da sociedade e da família: por interesses materiais e egoístas. 5) por achar que está passando da idade e bate aquela aflição. 6) porque está todo mundo casando. 7) por causa de “visões, revelações e profecias”. Existem algumas razões pelas quais as pessoas escolhem não casar. Primeiro, comodidade. Muitos não têm vontade de casar porque não querem deixar o conforto da casa dos pais. Segundo, medo. Há aqueles que não querem se casar por medo de não dar certo. Terceiro, dedicar-se a Deus. Os outros não querem se casar porque desejam se entregar totalmente a Deus sem as preocupações que o casamento exige. Por último, pecado. Há quem não queira se casar porque não quer compromisso e prefere viver uma vida de pecado. Essa não é uma postura cristã, pois Deus nos chamou para a santificação (I Tessalonicenses 4:7).

Se há motivações erradas para casar, também existem as razões corretas para isso. Primeiro, quero casar, pois amo essa pessoa. Lembrando que amor é muito mais que sentimento. É comportamento, comprometimento, atitude e ação. A paixão passa; o amor fica. Segundo, quero casar para fazer o outro feliz. Ao contrário da motivação egoísta, deve-se pensar na pessoa amada em primeiro lugar. Por último, “quero casar com o(a) meu(minha) melhor amigo(a) para o resto da vida”. A amizade deve existir antes de tudo. Você já deve ter conhecido várias pessoas que casaram achando que a pessoa era de um jeito, mas ela era de outro, pois não existiu a amizade. Na amizade você conhece verdadeiramente o(a) outro(a)e quer ficar com  ele(a) assim mesmo. O importante ter em mente que o casamento cristão é para o resto da vida (Marcos 10:8-9).

O que um jovem cristão deve fazer com sua vida enquanto se casa? Simples; viva sua vida na presença de Deus, seja feliz e se prepare. Quantos se ocupam em encontrar a pessoa certa ao invés de buscarem ser a pessoa certa. Procure conhecer a si mesmo. Existem bagagens que são levadas para o casamento, mas quanto menos melhor. Muitos traumas e complexos são adquiridos ao longo da nossa história, a maioria no seio familiar. Esses problemas, se não forem tratados, serão levados para o futuro casamento. Além disso, lembre-se: “Quem casa quer casa”. Então, estude, tenha uma profissão, busque uma boa colocação no mercado de trabalho, não se esqueça de servir a igreja e, o mais importante: priorize Jesus em sua vida (Mateus 6:33). Os solteiros e os jovens casados devem buscar conselhos com os casais mais experientes, os anciãos. Quantas vezes estes são esquecidos e deixados de lado? Porém, seus cabelos brancos representam a experiência de vida que possuem. É interessante ouvir suas histórias e descobrir os segredos para encontrar um bom marido e uma boa esposa, e como manter um casamento feliz e duradouro para o resto da vida.



Conclusão

Apesar de todas as demandas que os jovens possuem, cremos que na Palavra de Deus encontramos orientação, resposta e direção para tudo o que precisam. Além disso, nosso Deus não está distante (Salmo 37:17-18). Ele está bem perto para falar e revelar a sua vontade (Salmo 25:12).




Casamento e família são os maiores patrimônios que a sociedade tem. Salvar o nosso casamento e a nossa família é algo que não tem preço. O tema é bastante salutar e propício para os dias de hoje, pois o casamento e a família são bombardeados o tempo todo. A Igreja do Senhor Jesus não pode abrir a guarda e se conformar com a concepção deste mundo tenebroso, onde o errado está passando a ser certo. Participe neste domingo, 20 de março de 2016, da Escola Bíblica Dominical, e aprenda também a proteger sua família dos ataques incessantes de Satanás.




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